Departamento de História, Filosofia e Artes
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Browsing Departamento de História, Filosofia e Artes by advisor "Carvalho, Magda Costa"
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- Acuarelas filosóficas : una revisión del concepto de curriculum en filosofía para niñxs a partir de la noción de natalidadPublication . Macías, Julián; Carvalho, Magda Costa; Kohan, Walter OmarEsta dissertação procura rever a metodologia do programa Filosofia para Crianças com base na noção de natalidade desenvolvida por Hannah Arendt em A Condição Humana. A hipótese de onde partimos é que a forma como o programa Filosofia para a Criança apresenta na sua proposta programática um método em formato curricular, que inclui materiais (manuais de apoio aos professores juntamente com romances filosóficos) e indicações destinadas directamente àqueles que coordenam ou orientam as comunidades de investigação filosófica, condiciona fortemente a forma como professores e crianças se relacionam com o currículo e com a própria proposta. Dentro deste quadro, dois objectivos motivam este documento. Por um lado, (a) rever a proposta programática iniciada por Lipman e Sharp, tomando o conceito de método como seu eixo. Por outro lado, é também um objectivo (b) avançar numa proposta que mantenha as potencialidades e possibilidades de um método, sem cair nos problemas levantados à sua volta. Esta proposta, a que chamamos acuarelas filosóficas, poderia ser uma forma de articular as tensões existentes entre a prática filosófica e a necessidade de estabelecer um método para a desenvolver como uma prática educacional e académica. [...].
- Casinha de bonecas : um projeto filosóficoPublication . Diniz, Daylane Soares; Carvalho, Magda Costa; Santos, Ana IsabelA presente dissertação busca unir a Filosofia para Crianças com o projeto “Casinha de Bonecas” da Escola Classe Ipê. Esta escola, localizada em Brasília, Brasil, desenvolve esse projeto através de uma dinâmica que retrata uma pequena cidade onde as crianças são os sujeitos que desempenham as diversas profissões e papéis sociais de uma sociedade. As crianças realizam essa dinâmica e refletem sobre ela na roda de diálogo. Nesse contexto, um dos objetivos do projeto é escutar as crianças. Visando potencializar essa escuta decidimos investigar o projeto e inserir a Filosofia para Crianças em meio as rodas de diálogo, que já são realizadas, com a Comunidade de Investigação Filosófica. Seguindo, então, a linha de trabalho da Comunidade de Investigação Filosófica de Matthew Lipman e Ann Sharp, realizamos sessões filosóficas com as crianças onde elas puderam expressar suas opiniões, pensar, questionar e refletir acerca de muitos aspectos relacionados com as vivências do projeto. Além das influências de Lipman e Sharp, essa pesquisa foi embasada pelas ideias de outros autores como Walter Omar Kohan, David Kennedy e outros estudiosos da área de Filosofia com Crianças. Primeiramente explicamos o projeto “Casinha de Bonecas”, suas potencialidades e fragilidades, como ele se desenvolve e sua relevância para a escola. Depois traçamos momentos relevantes acerca da origem e fundamentos do programa de Filosofia para Crianças e explicamos como essa proposta acontece segundo Lipman e colaboradores do IAPC, explorando, inclusive, algumas críticas ao Programa. Com o objetivo de articular a “Casinha de Bonecas” com a Filosofia, abrindo espaço para a voz das crianças, foram realizadas 10 sessões em Comunidade de Investigação Filosófica após a dinâmica do projeto, aproveitando a existência da roda de diálogo. Nessas sessões, pudemos trabalhar o pensamento original das crianças através de suas concepções e ideias inovadoras que ocasionaram a transformação do projeto. Além disso, e como aspecto trazido para a investigação a partir da prática realizada, o trabalho proporcionou-nos ainda uma autocrítica da nossa prática enquanto facilitadora das sessões filosóficas. A investigação é algo imprevisível que nos permite questionar aspectos antes não questionados o que a torna algo sempre em processo.
- A comunidade de investigação filosófica: da autoridade pedagógica do facilitador à voz e vez da infânciaPublication . Silva, Sandra Cristina Rodrigues da; Mendonça, Dina Serra da Luz; Carvalho, Magda CostaA presente dissertação de Mestrado em Filosofia para Crianças tem como título “A comunidade de investigação filosófica: da autoridade pedagógica do facilitador à voz e vez da infância”. Pretendemos, a partir dos dois conceitos fundamentais à filosofia para crianças – a comunidade de investigação filosófica e o facilitador - , repensar quer o papel do facilitador quer a voz das crianças dentro da prática da comunidade de investigação filosófica. Partindo da análise do que é a comunidade de investigação filosófica, pretendemos ir ao encontro dos seus pressupostos, compreendendo a sua ligação à tradição pragmatista e à própria tradição filosófica. Paralelamente, pretendemos conhecer o papel do facilitador através de perspetivas de investigadores da área, quer através de outros pensadores que, não falando diretamente sobre o trabalho de facilitação, o seu pensamento permitiu-nos estabelecer algumas analogias. Questionamos o nome atribuído à pessoa que promove o que acontece numa comunidade de investigação filosófica. Analisamos o lugar da voz das crianças em comunidade de investigação filosófica e como o repensar da relação professor/ facilitador e alunos permite que as vozes das crianças sejam escutadas.
- Um conceito em movimento : a dimensão intersubjetiva da comunidade de investigação filosóficaPublication . Vieira, Paula Alexandra Louro de Sousa Pereira; Santos, Ana Isabel; Carvalho, Magda Costa; Silva, Rui Jorge SampaioA presente dissertação é o resultado de uma investigação na qual nos propusemos pensar a noção de comunidade de investigação filosófica à luz do paradigma da intersubjetividade do filósofo alemão Jürgen Habermas, percorrendo um caminho teórico-prático entre os conceitos de intersubjetividade e comunidade de investigação filosófica e a prática de sessões de filosofia para crianças. Argumentamos que há uma relação de potenciação entre a comunidade de investigação filosófica e a racionalidade comunicativa, tal como foi desenvolvida ao abrigo do paradigma da intersubjetividade de Jürgen Habermas, e pode ser encontrada em diversos registos desta investigação: na nossa prática real do diálogo filosófico com crianças, no cruzamento de diferentes perspetivas dos especialistas na área, no modo como essas perspetivas se construíram a partir de diálogos que esses especialistas mantiveram, eles próprios, com crianças, e até no encontro entre essas perspetivas e as ideias que as crianças ventilam nas sessões. O conceito de comunidade de investigação filosófica, nascido no âmbito do programa educativo de Lipman e Sharp, instaurou uma comunidade que pensa a sua própria prática e, através dessa autorreflexão, se pensa a si mesma. A divulgação do programa e o crescimento da área para lá dos limites curriculares do Institute for the Advancement of Philosophy for Children, permitiu a emergência de um novo fenómeno: ao pensar a sua própria prática e, através dela, ao pensar-se a si própria, a comunidade de investigação abriu a porta para a sua reflexão enquanto noção filosófica. Clarificando, instaurou-se um movimento contínuo de ligação entre a prática e teoria, em que a primeira convocou a segunda e esta, como que ganhando uma vida própria, foi fecundar noções filosóficas já estabelecidas. É o caso da noção habermasiana de intersubjetividade. Neste sentido, defendemos que o modo como diferentes filósofos e praticantes refletiram e dialogaram acerca do conceito de comunidade de investigação filosófica é já um exemplo da prática de uma racionalidade comunicativa. O conceito de comunidade de investigação filosófica pressupõe, ele mesmo, uma ação comunicativa e, sendo um movimento do pensar que teve o seu início com Lipman e Sharp, continua a fazer caminho: trata-se, em nosso entender, de um conceito em movimento.
- “Conta-me um conto” - potencialidades filosóficas das obras de Ondjaki em atividades com crianças de uma escola angolanaPublication . Ribeiro, Silina Dias; Silva, Maria Madalena Teixeira; Carvalho, Magda CostaEsta dissertação aborda a importância da Literatura Infantil, a sua escrita e as suas ilustrações no âmbito do trabalho da comunidade de investigação filosófica, tendo em conta o contexto cultural e social em que a investigação se situa. O objetivo é recorrer à Literatura Infantil como estímulo ou ponto de partida para filosofar e investigar com crianças. Como no nosso estudo pretendemos ter em conta a influência do contexto cultural e social do grupo de pessoas que constituem a nossa comunidade de investigação, escolhemos as histórias do escritor angolano Ondjaki, cujos textos e ilustrações são familiares à nossa comunidade em investigação. A comunidade de investigação filosófica com quem trabalhámos foi uma turma do 1.º ano do Ensino Básico, da Escola Camilo Castelo Branco, em Luanda. Conforme procuraremos demonstrar ao longo de vários capítulos da dissertação, o facto de esta comunidade estar em Angola poderá ser uma fonte de potencialidades para o pensamento filosófico promovido pela comunidade de investigação. A escolha dos livros de Ondjaki prende-se com a oferta de autores nacionais que contam histórias recheadas de características, elementos e pormenores do próprio país e da cultura angolana. Considera-se que recorrer a obras infantis de autores angolanos, neste caso de Ondjaki, para promover o pensamento filosófico das crianças, é uma forma de potenciar e vivenciar a sua escrita, rica em elementos culturais que estarão ao alcance do público leitor, recorrendo a uma cosmovisão mais próxima de Luanda e, através dessas obras e dos seus conteúdos literários, proporcionar momentos de Filosofia para Crianças.
- Dar Forma aos Conceitos na Comunidade de Investigação FilosóficaPublication . Pacheco, Juan Manuel Cabral Martins Silva; Carvalho, Magda Costa; Castro, Gabriela Couto Teves de Azevedo eCom a realização deste estudo pretendemos entender os conceitos não só por via da linguagem oral, como também os expressando de uma forma artística, mais especificamente através da escultura. O pensamento que vai surgindo nos diálogos filosóficos desafia-nos a pensar os conceitos, a materializá-los, a conferir-lhes forma e volume, isto é, ampliá-los para além da verbalização. Pretendemos investigar se os conceitos podem ser interpretados e registados de diferentes modos, nomeadamente através do diálogo e da modelação. Esta dissertação1 irá incidir na procura de conceitos presentes no questionamento e no diálogo. Numa comunidade de investigação filosófica (Sharp, 1987; Kennedy, 2020) incentiva-se a possibilidade de em conjunto pensarmos, dialogarmos, argumentarmos ou contra-argumentarmos, imaginarmos, verbalizarmos, de modo a termos uma presença ativa na sociedade, enquanto indivíduos pensantes e questionadores. Esses pensamentos que somos convidados a ter, em comunidade de investigação, advêm das experiências, das vivências intrínsecas de cada pessoa. O questionamento temático ou conceptual dá origem ao diálogo. Contudo, nem todos os membros da comunidade conseguem expressar os pensamentos com recurso a verbalização ou aos gestos, pelas mais diversas razões: porque são tímidos, porque não conseguem exprimir de forma oral o que pensam, porque têm receio do que os outros vão dizer, porque não encontram uma forma de expressão apropriada ou porque não lhes é dada a oportunidade de se expressarem. Por vezes encontramos estas diversas dificuldades de como revelar o que realmente queremos transmitir. Neste contexto questionamos: porque não, criar a possibilidade, numa comunidade de investigação filosófica, de dar (outras) formas aos conceitos? Esta pergunta será o ponto de partida para desenvolvermos o nosso estudo. A nossa investigação decorrerá no âmbito da interseção entre a área curricular das Artes Visuais e o trabalho em comunidade de investigação filosófica, na Escola Básica e Secundária Armando Côrtes – Rodrigues, na qual decorre o projeto “Filosofâncias”2. Será importante realçar que, num primeiro momento da dissertação, pretendemos abordar a importância das Artes Visuais como um campo que permite explorar e contribuir para a diversificação de canais de expressão potenciando o pensamento, a criatividade e o espírito crítico. Esta área disciplinar baseia-se em três domínios nomeadamente: Apropriação e Reflexão; Interpretação e Comunicação; e Experimentação e Criação (Aprendizagens Essenciais)3. Perante estes domínios considera-se que pode estar aberta a possibilidade de experimentação a partir de diversos conceitos, de forma que os alunos tenham a possibilidade de ampliar a sua capacidade de criação no âmbito das artes, promovendo as competências de criatividade e de capacidade de expressão estética e filosófica. Num segundo momento, propomo-nos investigar o que significa uma Comunidade de Investigação Filosófica, no âmbito do Programa curricular e filosófico inovador de Matthew Lipman e Ann Sharp designado como “Filosofia para Crianças”, assim como a sua atual relevância na Educação. (Lipman, 2003; Tibaldeo, 2023) Por último, no culminar deste estudo, pretendemos colocar mãos à obra, cruzando o diálogo filosófico com as Artes Visuais, mais especificamente a escultura. Para tal, vamos propor a comunidade de investigação filosófica que pensem das mais diversificadas formas, mais concretamente, desde a forma verbal até à manual, explorando os conceitos que surjam quer dos pensamentos, das vivências, das experiências que as crianças queiram partilhar. Assim, procuraremos escutar e explorar esses conceitos no diálogo e nas esculturas.
- As emoções em Matthew Lipman e Martha NussbaumPublication . Sousa, Júlio Miguel Araújo; Carvalho, Magda Costa; Mendonça, Dina Serra da LuzA presente dissertação coloca em diálogo o pensamento de Matthew Lipman e de Martha Nussbaum a propósito das emoções, realçando a noção de cosmopolitismo, presente em Nussbaum, como projeto de formação do ser humano considerado intérprete empático do outro. No primeiro momento desta dissertação, traçamos os vários momentos relevantes na origem e fundamentação filosófica pragmatista do movimento da Filosofia para Crianças, para que no segundo momento, possamos explorar as dificuldades teóricas existentes em torno das emoções dando especial atenção ao pensamento filosófico aristotélico, estoico e contemporâneo. Estes serão, por assim dizer, dois momentos propedêuticos à consideração das emoções em Matthew Lipman e em Martha Nussbaum. A propósito da perspetiva de Lipman acerca das emoções, achamos pertinente partir da noção de pensamento multidimensional ou complexo, para de seguida, incidir sobre o pensamento crítico, criativo e caring, terminando este capítulo com as emoções em Lipman, considerando qual a sua natureza, a sua educação, a sua relação com a moral e com as comunidades de investigação. Em Martha Nussbaum, veremos em que termos a sua proposta acerca das emoções enquanto juízos, se diferencia do estoicismo clássico, procurando revelar em que medida muitos dos seus pressupostos são aristotélicos. Veremos ainda que relação estas emoções possuem com a moralidade humana, nomeadamente através da perspetiva desenvolvimentista que Nussbaum propõe para as emoções. Concluiremos esta dissertação, procurando fazer a síntese da Filosofia para Crianças de Lipman e o conceito de cosmopolitismo tal como definido por Nussbaum.
- Os estranhos mundos do Sr. Valéry : incursões na Filosofia para crianças com Gonçalo M. TavaresPublication . Cruz, Vânia Sofia de Frias Gonçalves; Silva, Maria Madalena Marcos Carlos Teixeira da; Silva, Rui Sampaio da; Carvalho, Magda CostaA particular irreverência da obra O Senhor Valéry, de Gonçalo M. Tavares inspira a dissertação “Os estranhos mundos do Sr. Valéry: incursões na Filosofia para Crianças com Gonçalo M. Tavares”. Este estudo pretende refletir sobre os estímulos literários na Filosofia para Crianças e assenta na convicção de que os quatro contos da referida obra do escritor português, A Casa de Férias, Os Amigos, Os Dois Lados e Os Sapatos criam mundos próprios que deslocam o leitor para um universo imaginário. Com algumas particularidades ficcionais, cada conto retrata um estranho mundo onde o Senhor Valéry desafia o leitor a refletir sobre um determinado aspeto da sua realidade, provocando o estranhamento e a inquietude fundamentais para prática filosófica em comunidade de investigação. Assim, propõe-se evidenciar a potencialidade do estilo de escrita do autor Gonçalo M. Tavares, como um jogo desafiador e de questionamento à luz do filósofo Ludwig Wittgenstein, com destaque para os jogos de linguagem imaginários. Na sua obra Investigações Filosóficas, a noção de jogo de linguagem refere-se ao todo formado pela linguagem e as atividades com as quais ela está entrelaçada, salientando a relação estreita que existe entre linguagem e forma de vida, entendida como o mundo em que a personagem se move. Neste contexto, Wittgenstein recorre por vezes a jogos de linguagem com o propósito de retratar e chamar a atenção para um aspeto específico da realidade. De forma análoga, sugere-se que na obra de Gonçalo M. Tavares a criação de um universo específico e depurado provoca o estranhamento, estimulando o pensamento e o questionamento sobre o mundo na prática em comunidades de investigação filosófica.
- Filosofar na escola pública : (des) caminhos do protagonismo infantilPublication . Souza, Solange Rodrigues Noronha; Carvalho, Magda Costa; Kohan, Walter OmarO presente trabalho é gerado na relação entre filosofia, educação e infâncias. Representa o percurso de uma experiência no espaço-tempo relativizado por Chronos e Aion: atravessando-nos, permitem o preferível diálogo com crianças e infâncias. Apresenta ênfase na filosofia com crianças experienciada no chão da escola pública de um município da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Registra descrição do Projeto “Em Caxias, a filosofia en-caixa? – A escola pública aposta no pensamento”, de responsabilidade do Núcleo de Estudos de Filosofias e Infâncias (NEFI-UERJ). Entregamo-nos ao olhar investigativo e multilógico característico do referido projeto e ele descrevemos nos quatro capítulos da dissertação. Duas escolas públicas do município de Duque de Caxias são intérpretes de uma pesquisa discutidora do protagonismo infantil e seus (des) caminhos. Há uma viagem a nos convidar, cujo destino não é anunciado. Iniciamos o percurso acompanhados por diversos autores, e Paulo Freire, conjuntamente às crianças, toma assento à primeira janela: respira-se o seu legado no desvelar da escrita. Lipman, Kohan, Freire, Foucault, Carvalho... Luísa, Paulo Vítor, Vitória, Manu, Ágata, Lucas e tantas outras crianças compõem a roda investigativa, reconhecedores do não saber sozinho, do não saber maior, do não saber igual. A perspectiva pedagógica da pesquisadora dialoga com os caminhos oportunizados pela filosofia, trazendo à conversa a potência infante e criativa própria do escolar.
- A filosofia no jardim de infância : possíveis reconfigurações com a(s) infância(s)Publication . Frias, Ricardo Lino Silva Lopes; Carvalho, Magda Costa; Santos, Ana IsabelA nossa dissertação pretende fazer uma pequena contribuição para um remoçar da escrita sobre infância e filosofia, através de uma reflexão eminentemente provinda de uma vida entre crianças. Sem que nos permitamos, e nos seja permitida, a entrada nesse território problemático, em que tudo convida à investigação, estas problematizações não seriam possíveis. São várias as questões que nos surgem ao longo de vários anos de diálogo e investigação filosófica com crianças, e que se renovam e ampliam no mestrado em filosofia para crianças da universidade dos Açores, dando origem a um plano, ele próprio, de caminhos maleáveis e reconfiguráveis. Falamos de como a Filosofia e o filosofar com crianças promove certas transformações transversais e expansivas, que reconfiguram territórios e caminhos, e que são também espaços da escrita e da política. Dialogando com autores na área da filosofia para/com crianças, e com as próprias crianças, deixamo-nos surpreender com o poder da infância, e do potencial transformador da comunidade de investigação filosófica. Os autores com quem dialogamos aportam eles próprios perspetivas críticas dos modelos que têm tradicionalmente enformado o pensamento sobre infância (Haynes 2008, Kohan 2015, Kennedy 2020, Leite 2010, Murris 2020). Procuramos olhar a filosofia no jardim de infância, e descrever algumas manifestações e movimentos discursivos da Comunidade de Investigação filosófica. Importam-nos também as questões éticas na investigação com crianças, sobretudo a anonimização e a possibilidade de escolha, e pensamos no que podemos estar a perder, ao não permitir que a escuta das vozes das crianças aconteça com efeito, designadamente nos estudos da Filosofia e da Infância, e também da Educação e da Democracia. Concluímos com uma descrição e reflexão sobre um projeto de construção de uma Comunidade de Investigação Filosófica (Sharp 1987, Kennedy 2004) num jardim de infância, com crianças de quatro e cinco anos, em condições (quase) inaugurais, marcado por aberturas e interrupções espáciotemporais-corporais, nomeadamente as pandémicas. Procuramos descrever essas transformações, tentando afinidades com processos cartográficos (Almeida 2021), onde pesquisador e pesquisado se alteram mutuamente.