DLLC - Teses de Doutoramento / Doctoral Thesis
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Também documentos cujo grau seja igual ou mais elevado que TESE DE DOUTORAMENTO, mas não siga a Convenção de Bolonha, são colocados nesta categoria.
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- O conto literário: a memória da tradiçãoPublication . Duarte, Noélia de Lurdes Vieira; Goulart, Rosa Maria Batista"O objectivo central deste trabalho é o de estudar o conto como género que exibe traços característicos das formas literárias que estiveram na sua origem. Considerando que ele preserva, em todo o seu percurso, a memória da tradição, partiu-se da observação das particularidades do mito e do conto da literatura de expressão oral, identificado como uma aprendizagem transmitida de geração em geração, demonstrando de que modo e por que razão esta herança ancestral foi mantida ao longo dos tempos, auxiliando na constituição do que aqui será denominado modelo pedagógico do conto literário. Nesta mesma formação participa também a tradição literária do exemplum. Esta questão histórico-literária remete para o modo como o moralismo cristão, muito influente em Portugal durante a Idade Média e Renascimento, contribuiu para que a função socializadora da forma oral e o princípio moral se sobrepusessem ao exercício do puro prazer estético, com o qual está também relacionado o desenvolvimento da forma literária do conto. Como tal, o procedimento seguido consistiu em seleccionar momentos significativos ou grandes linhas evolutivas que testemunhassem a manutenção dessa memória ao longo dos tempos. Neste caso, a abordagem panorâmica foi imposta pelas circunstâncias histórico-literárias observadas, que obrigaram a um recuo temporal significativo. A organização dos capítulos, obedecendo a uma perspectiva diacrónica, também ela relacionada com estes factores, foi ditada pela avaliação da importância que certos autores-charneira, como Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós, Manuel da Fonseca, e certos autores transicionais, como Rodrigo Paganino e Álvaro do Carvalhal, entre outros não identificados de modo destacado, mas cujo papel é considerado, tiveram ora na subsistência da memória da tradição ora no redireccionamento do conto para outra fase evolutiva, que não se compreende sem a sua qualidade de monumento comemorativo do passado. […]" (da Introdução).
- A escrita de Ilse Losa para a infância e a juventudePublication . Macedo, Ana Cristina Vasconcelos Pereira; Silva, Maria Madalena Marcos Carlos Teixeira da; Gomes, José António de Magalhães[…]. Em termos estruturais, o nosso trabalho apresenta seis secções. Na primeira, de caráter panorâmico e informativo, damos conta dos principais momentos da vida da Escritora, tendo sido nossa preocupação evitar excessos biografistas e considerar tão somente aspetos que enformam uma vivência histórica e sociocultural que permite um circuito de leitura aberto que vai «de l’oeuvre à l’auteur, pour se rétourner sur l’oeuvre, et non de l’auteur à l’oeuvre, pour se renfermer sur l’auteur» (Doubrovsky, 1966, p. 220). Neste primeiro apartado, dedicamos ainda um espaço à apresentação global da Obra de Ilse Losa, considerando quer as narrativas de ficção para adultos quer a sua obra pedagógica e, ainda, a participação da Autora na vida cultural portuguesa e alemã, manifestada, esta última, pela intensa colaboração na imprensa periódica nacional e pelo trabalho de tradução do sistema linguístico português para o alemão e vice-versa; na segunda secção, o romance inaugural da Autora é objeto de uma leitura crítica que incide, numa primeira etapa, sobre a inscrição e a significação da voz enunciadora do discurso sobre o exílio e os obstáculos concetuais que inviabilizam uma classificação autobiográfica do romance que inaugurou a sua atividade de escrita em 1949 – O Mundo em que Vivi. Pela importância de que se reveste este livro na Obra literária da Escritora, pela novidade temática e pelo caráter ambivalente do texto em termos de receção, exploramos as condições estéticas e culturais que terão contribuído para a transposição do romance do sistema da literatura para adultos para o sistema infantil, num movimento a que Sandra Lee Beckett (2009) designou por crossover fiction; no terceiro capítulo, analisamos e interpretamos a obra narrativa de Ilse Losa para a infância e a juventude, que dividimos em narrativas de contornos realistas e de contornos fantásticos, de acordo com o maior ou menor grau de figuração ou representação literária do «real», isto é, de acordo com a relação de credibilidade que o mundo de papel estabelece com o mundo empírico do escritor e do leitor e com os mecanismos (internos e externos ao texto) de reconhecimento ou de rejeição dessa relação entre mundos; numa quarta secção, consideramos os textos dramáticos. O último capítulo, de pendor hermenêutico, que denominamos «lugar de Ilse Losa na literatura para a infância e a juventude em Portugal», constitui uma sistematização dos diferentes núcleos de sentido (técnico-compositivo, temático e ideológico) que constituem os textos analisados e suas relações. Esta sistematização objetiva a confirmação dos aspetos estético-literários e dos mecanismos e situações sincrónicas de produção dos textos que nos levam a considerar a Obra de Ilse Losa participante da corrente estética neorrealista. […]. [da Introdução]
- Inquietação insular e figuração satírica em José Martins GarciaPublication . Machado, Manuel Urbano Bettencourt; Goulart, Rosa Maria Batista"Inquietação insular e sátira constituem dois traços pertinentes da obra ficcional de José Martins Garcia. É, todavia, na narrativa que melhor podemos observar os modos como uma e outra se manifestam, os diferentes graus da sua presença; não apenas pela maior extensão da narrativa no conjunto dessa obra, mas principalmente porque, dadas as suas particulares potencialidades de representação, ela permite a construção aprofundada de figuras e dos percursos que lhes proporcionarão experiências de vida capazes de configurar uma determinada relação com o mundo; ao mesmo tempo, a capacidade de objetivação própria da ficção narrativa possibilita ao autor a construção de modelos do mundo perspetivados sob um ângulo de distanciação crítica que, no limite, conduz à atitude satírica. O presente trabalho pretende estudar a inquietação insular e a sátira na narrativa de Martins Garcia, considerando a sua particular expressão e a articulação de ambas com determinada representação do tempo e do espaço insulares, que têm uma presença de relevo na ficção do autor. A opção por estas duas linhas de análise representa ainda o seguimento de alguns posicionamentos de Martins Garcia, na sua qualidade de escritor, mas também enquanto ensaísta: o trabalho analítico e crítico por ele consagrado à literatura açoriana, sob a perspetiva da açorianidade literária, fornece propostas de leitura que podem igualmente ser aplicadas ao estudo da obra do autor – e, quanto a esta, foi ele próprio a reclamar para si o estatuto de autor satírico. […]." (da Introdução)
- A narrativa de José Cardoso Pires: personagem, tempo e memóriaPublication . Serpa, Ana Isabel; Goulart, Rosa Maria BatistaNo âmbito da produção literária de José Cardoso Pires, merecem destaque o conto e o romance. O autor sujeita a sua obra a uma atenta reescrita, alimenta o diálogo entre os textos, cria personagens e histórias que, mercê da sua exemplaridade, se repetem em vários universos, dá voz a figuras que refletem sobre a atividade literária, a escrita e o escritor. Nele se encontra uma saudável procura do estético, de sinais criativos e de uma linha de força que se impõe e se prende com a necessidade compulsiva de contar histórias e de inventar personagens que sejam capazes de as dizer. As figuras ficcionais, quer da narrativa breve, quer da narrativa mais extensa, como a novela ou os romances, provêm dos mais variados recantos da sociedade, possuem um tom próprio, que o autor é capaz de elaborar, fruto da sua escuta atenta à fala dos seres do mundo empírico e à vigilância do processo de construção das personagens. Interessou-nos vivamente analisar os seres ficcionais de José Cardoso Pires, de estatutos sociais totalmente diversos, alguns mesmo inominados, a quem o autor ilumina, retirando-os da obscuridade por meio da arte de saber trabalhar a desagregação do humano. Impôs-se-nos, assim, em termos de procedimentos de análise, atentar, primeiro, nas personagens das narrativas breves, tomando, inclusive, como princípio que o autor começou a sua carreira como contista. Ademais, os temas inicialmente trabalhados são alvo de retoma e de reescrita. Por outro lado, o conto vai apresentando mutações que permitem avaliar das características inovadoras entretanto introduzidas, podendo-se, a partir daí, inferir do percurso de Cardoso Pires como contista. Ocupamo-nos, em separado, do estudo das personagens do romance, o que nos levará a problematizar questões relacionadas com o seu processo de construção e hierarquia, com os efeitos que decorrem das várias noções de tempo, com a memória e a identidade. (da Introdução).
- Sobre a localização temporal adverbial anafórica em portuguêsPublication . Alves, Ana Teresa; Peres, João AndradeO tema central desta dissertação é a localização temporal adverbial anafórica cujo estudo será baseado na análise de textos constituídos por dois períodos adjacentes.
- Vladimir Nabokov : um problema de habitação (ou de habituação)? : aculturação e resistência no percurso para o romance americanoPublication . Ventura, Carlos Manuel Cravo; Sousa, Maria Leonor Ribeiro da Fonseca Calisto Machado; Alves, Teresa Ferreira de AlmeidaOs primeiros, e intimidantes, contactos que tive com a obra do escritor russo-americano Vladimir Nabokov ocorreram algo tardiamente (nos meus trinta e poucos anos) e deveram-se à liberalidade de um amigo dilecto, que certo dia resolveu oferecer-me dois ou três livros de entre os que Nabokov escrevera originalmente já em inglês. Se bem me recordo, comecei por ler o seu último romance publicado em vida, Look at the Harlequins!, a que se seguiram Transparent Things, Lolita e Pale Fire. Comecei, pois, praticamente pelo fim, o que no caso de Nabokov talvez não seja assim tão estranho: afinal, não abre ele a biografia literária de Gogol com um capítulo a que deu o título «His Death and His Youth»? Aqueles livros alimentaram conversas amenas durante as tardes de férias-de-Verão, conversas que, passado pouco tempo, se transformaram num desafio: por que não conceber um trabalho de maior fôlego sobre a obra de Nabokov, um autor tão discutido “lá fora” e que parecia, à época, ainda não ter merecido a atenção correspondente “cá dentro”? Havia, claro, o problema do corpus, que, além de vasto e manifestamente complexo, tinha uma parte dele nascido em russo, embora se encontrasse traduzido, ou por Nabokov ou sob sua apertada vigilância, em inglês. Para apaziguamento dos meus escrúpulos devidos à incapacidade de o ler em russo, descobri mais tarde que Nabokov considerava as traduções em inglês como as versões definitivas da sua obra russa, provavelmente (ou com certeza) por força das alterações, de pormenor mas para ele significativas, que achou por bem introduzir (licença que não deve entender-se como traição de tradutor — ou, no caso, mais de “supervisor de tradutor” —, desde que da sua própria obra se trate). Sopesado tudo, desde cedo me pareceu prudente concentrar a atenção nos romances originalmente escritos em inglês — e o romance é, assim o julgo, o género em que Nabokov atinge o ápice das suas faculdades criativas —, sem todavia descurar a indispensável contextualização na totalidade da obra. Das muitas interrogações que a leitura de Nabokov pode suscitar, uma se me foi impondo como possiblidade de trabalho, diria até, como necessidade de procura de uma resposta: Como consegue um escritor, já na maturidade e com obra de mérito reconhecido, fazer a travessia para um novo idioma literário, com as inevitáveis exigências de adaptação a outra realidade sócio-cultural, e, ainda por cima, alcançando uma notoriedade muito superior à que conquistara no seu idioma nativo? A esta pergunta sucederam-se outras suas complementares: Que resistências íntimas não terá ele tido de contrariar? Quanto terá permanecido do hábito de errância espiritual (e física) na Europa, adquirido durante os vinte e um anos que precederam a chegada a terras americanas? Que obstáculos teve Nabokov de ultrapassar para se afirmar entre os seus pares do país de adopção? Como o terão marcado os cerca de vinte anos em que viveu a experiência americana? Quanto de tudo isto se reflecte na obra ficcional produzida na América (e continuada na Suíça)? E que factores concorrem para que Nabokov nos deixe a impressão de que não conseguia estar sossegado num sítio? A necessidade de responder a estas perguntas determinou a estrutura do presente trabalho. Havia que tentar perceber o percurso de vida de Nabokov para o correlacionar com o literário — eis a matéria da primeira parte, que intitulei «A Abordagem Biográfica». Havia que enquadrar teoricamente o fenómeno da aculturação e tentar compreender como Nabokov enfrentou a transição para a realidade sócio-cultural dos Estados Unidos da América — eis a matéria da segunda parte, que intitulei «Questões de Aculturação». Finalmente, havia que apresentar uma proposta de leitura dos romances que contribuiram para que Nabokov conquistasse um lugar na literatura norte-americana, uma leitura que necessariamente se articulasse com as preocupações desenvolvidas nas duas primeiras partes do trabalho — eis a matéria da terceira parte, que intitulei «Os Romances Americanos», na qual Lolita ocupa, julgo que com inteiro merecimento, quase a totalidade do espaço. Quanto ao título e ao subtítulo do volume, Vladimir Nabokov: Um Problema de Habitação (ou de Habituação)? — Aculturação e Resistência no Percurso para o Romance Americano, a sua explicação encontra-se no último capítulo (que é também o epílogo desta história). [do Prólogo]