Repository logo
 

Search Results

Now showing 1 - 9 of 9
  • Não ser como os outros : Resistência à imposição identitária num contexto difícil
    Publication . Diogo, Fernando
    Este trabalho incide na análise do processo de construção identitária, sublinhando-se a margem de manobra dos indivíduos. Optámos pela análise dos beneficiários do Rendimento Mínimo Garantido (RMG), dado tratar-se de uma categoria social envolvida num contexto de grande imposição identitária a partir da escassez de recursos com origem numa situação de pobreza material, de escassez de recursos escolares e de uma dupla estigmatização simbólica. Esta última deriva, quer da condição de pobre, quer da condição de beneficiário desta medida. À partida, lidamos com uma categoria social extremamente vulnerável a processos de categorização negativa por parte dos outros e com uma baixa margem de manobra, entendida como a capacidade de os indivíduos resistirem à definição de si a partir dos outros, desenvolvendo estratégias de ação que podem ser contraditórias com as estratégias esperadas pelos outros a partir da categorização que fazem (Diogo, 2003). Pretendemos, contudo, demonstrar que os processos de imposição identitária têm limites e a adesão a uma identidade negativa (Pinto, 1991) não é um processo automático e inevitável. Assim, mesmo nas situações mais extremas, como a que analisamos, existe um trabalho de construção identitária por parte dos indivíduos que, de diversas maneiras, procura conciliar o que cada um percebe dos outros em relação a si (identidade para os outros) com o que percebe sobre si próprio (identidade para si), através da utilização de estratégias.
  • A população estudantil da Universidade dos Açores : contributo para um estudo de desenvolvimento local
    Publication . Diogo, Fernando; Tomás, Licínio Manuel Vicente; Medeiros, Octávio H. Ribeiro
    […]. Pela reflexão sobre a situação do homem, e do ambiente concreto que o rodeia, a Universidade poderá fazer emergir do seio da sociedade mais pessoas conscientes, tecnicamente mais preparadas para intervir sobre a realidade. Além disso, através desta tomada de consciência e da atitude crítica que ela ajuda a desenvolver, a Universidade contribui para a libertação da pessoa. Este contributo é fundamental, pois a vocação do ser humano não pode realizar-se sem uma reflexão sobre as condições espaço temporais e um mergulhar nelas com espírito crítico, em perspectiva científica. Assim, talvez se consiga mais facilmente o ajustamento entre os meios necessários e os objectivos propostos e se detectem quais os factores socioculturais condicionantes do desenvolvimento local e dos processos de inovação correspondentes. […].
  • O que sabemos sobre a pobreza nos Açores?
    Publication . Diogo, Fernando
    Na realidade sabemos muito pouco sobre a pobreza nos Açores, a primeira razão e a forma como os dados são recolhidos. A principal fonte é um inquérito feito pelo Instituto Nacional de Estatística, INE, o IDEF. A sua periodicidade é um problema, por um lado os dados só existem de cinco em cinco anos e, por outro, os últimos são de 2009, pois a edição de 2010/11 (última disponível) trabalha com informação desse ano. Ora, é precisamente a partir de 2009 que a maior parte das consequências da crise se tem feito sentir pelo que basicamente não conhecemos o impacto desta na pobreza nos Açores. Só devemos ter novos dados no IDEF 2015/2016, respeitantes ao ano de 2014 e publicados em meados de 2016. Existe uma segunda razão pela qual sabemos muito pouco sobre a pobreza nos Açores, e isso tem a ver com o tipo de dados disponíveis no IDEF: por um lado, são sobretudo de cariz económico, abordando basicamente a chamada taxa de risco de pobreza e pouco mais. Por outro lado, a diversidade de perfis de pessoas em situação de pobreza passível de ser obtida através da análise multivariada não é abordada, como também não são feitos trabalhos complementares, de natureza qualitativa, que permitam perceber como as pessoas vivem a sua situação de pobreza, nem se procura perceber quais são as determinantes estruturais que explicam o nível e o tipo de pobreza existentes. […].
  • Desigualdades regionais no RSI, o que é que torna os Açores diferentes?
    Publication . Diogo, Fernando; Bulhões, Marta
    Através dos dados do IDEF pode-se observar que ao longo da vivência deste inquérito os Açores sempre a maior taxa de pobreza do país (por regiões NUTS II). No que respeita ao RSI os valores também são os maiores do país. Contudo, a comparação das taxas de pobreza com as taxas de beneficiários em percentagem da população residente, colocam um problema adicional que é preciso responder. A Região tem, de longe, a maior percentagem de população residente com o estatuto de beneficiário do RSI no conjunto do território nacional, 7,5% em dezembro de 2016. Em contraste, o valor nacional situava-se nos 2% e a região seguinte com mais beneficiários, a de Lisboa, tinha 2,2%. De facto, o valor dos Açores representa mais do que três vezes a média e é verdadeiramente singular no contexto nacional. Se a taxa de pobreza dos Açores se situa nos 148% da nacional, no caso do RSI, a taxa açoriana corresponde a 375% do seu equivalente para o conjunto do país. Nesta comunicação, pretende-se recensear as possíveis razões que explicam a grande diferença entre os Açores e o resto do país e apresentar os resultados disponíveis que justificam essa diferença. Defende-se que estas razões estão associadas a algumas particularidades do funcionamento da economia açoriana, à estrutura familiar e à eficácia do aparelho de Ação Social regional. Em termos teóricos, o trabalho é enquadrado por referências sobre os Açores de Rocha e Diogo, nacionais de Capucha, Diogo e Rodrigues, sobre o RSI e internacionais de Paugam sobre a pobreza.
  • UAc lidera equipa de estudo sobre a pobreza em Portugal
    Publication . Diogo, Fernando
    […]. A pobreza em Portugal é um dos principais desafios ao desenvolvimento do país. Esta afirmação fundamenta-se, em primeiro lugar, no elevado número de indivíduos nessa situação. Desde 2003, com muitas oscilações, este número situa-se à volta dos 18%. Quase um quinto da população nacional. Além disso, a pobreza está associada a diversos efeitos sistémicos que a condicionam e reproduzem. É difícil estabelecer as relações de causa e efeito destes efeitos sistémicos, simplesmente conseguimos perceber que estão associados à pobreza: referimo-nos a questões nas áreas da saúde, da educação, do emprego, da cidadania, da regulação do estado (como a relativa incapacidade de dominar a economia paralela ou os vínculos laborais à margem da lei), das políticas públicas (como as transferências de rendimentos ou a conciliação trabalho-família), da produtividade, da especialização produtiva da economia portuguesa (em setores de atividade onde se paga mal e onde a economia paralela é importante, como a construção civil ou o turismo). […].
  • Cultura da pobreza : uma abordagem crítica da teoria
    Publication . Diogo, Fernando
    La théorie de la culture de la pauvreté de Oscar Lewis a eu une grande influence dans les Sciences Sociales durant les années 60's. Cette communication prétend expliquer les principaux points de cette théorie et ses critiques. Nous prétendons aussi comprendre le pourquoi des nombreuses critiques qui lui furent adressés.
  • Desigualdades de género e pobreza nos Açores
    Publication . Diogo, Fernando; Rocha, Gilberta
    Os Açores são um território e uma sociedade onde as desigualdades de género assumem algumas peculiaridades no contexto nacional, de que a violência doméstica é um exemplo (Rocha et al., 2010). Existem, aliás, diversas questões sociais em que apresentam um ritmo próprio e algo distinto do conjunto do País. Por exemplo, na atividade feminina, na escolaridade e na escolarização dos estudantes, como também na dinâmica demográfica (A. Diogo, 2008; Palos, 2002; Rocha, 1991, 2015; Rocha et al.,2010, 2012, 2016). Essas diferenças também são visíveis na problemática da Pobreza, quer no peso dos beneficiários do RSI na população residente, quer na própria taxa de risco de pobreza, como a seguir se verá. As desigualdades de género são uma temática estruturante da análise sociológica, tanto no passado, como no presente, neste caso em aspetos que estão intimamente relacionados com as transformações profundas do papel da mulher na modernidade, e que apontam para a sua maior vulnerabilidade social (Silva, 2016), designadamente no mundo laboral. A entrada da mulher no mercado de trabalho fez-se mais tardiamente nos Açores, pois em 1981, enquanto que as mulheres empregadas representavam na média nacional, 29% do total, nos Açores o valor era de apenas 11,8%. A maior participação feminina observada nos anos posteriores fez diminuir as diferenças entre os Açores e o País no seu conjunto, mantendo, todavia, a Região valores ligeiramente inferiores. Considerando a Taxa Bruta de Atividade em 2011, estes são de 40,1% e 43,9%, respetivamente (Rocha et al., 2016: 273). Além disso, há cerca de 20 anos, com consequências no tempo presente, verificava-se que “as mulheres evidenciam uma saída da vida activa mais precoce do que os homens, pois o volume de mulheres que permanece em atividade começa a reduzir-se após os 35 anos, ficando o sustento da família a cargo do marido.” (Rocha et al., 1999: 85).
  • Recensões : Notícias Bibliográficas
    Publication . Duarte, Maria Angelina; Freitas, Vamberto A.; Bettencourt, Urbano; Diogo, Fernando; Tomás, Licínio Manuel Vicente
  • A pobreza infantil e o rendimento social de inserção em Portugal: o mesmo problema tendências distintas
    Publication . Diogo, Fernando
    Este artigo centra-se na constatação de que a proporção de crianças (0-17 anos) entre os beneficiários do Rendimento de Inserção (RSI) está a descer consistentemente desde há alguns anos, em contraste com uma taxa de pobreza infantil persistentemente do INE referentes à pobreza infantil (ICOR-EU-SILC), medida com base na pobreza monetária. É desenvolvida uma hipótese para explicar esta contradição, assente nas transformações legais do RSI e na dificuldade do estado em desenvolver medidas de apoio social com impacto na pobreza infantil.