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- A procissão das cinzas em São Bernardino : um reflexo do processo de evangelização Franciscana na MadeiraPublication . Faria, Cláudia; Chaves, Duarte Nuno; Alves, GraçaNo âmbito da parceria desenvolvida pelo Centro de Estudos do Atlântico (CEHA) e o CHAM – Centro de Humanidades da Universidade dos Açores, fomos resgatar uma procissão, pouco conhecida entre nós, que ocorre, todos os anos, na Quarta-feira de cinzas, na paróquia de Santa Cecília, mais concretamente no Convento de S. Bernardino, em Câmara de Lobos. Gostaríamos de frisar que o texto agora editado representa uma primeira abordagem no espaço da investigação histórica e antropológica a este fenómeno de religiosidade popular. Uma vez recolhida a informação teórica acerca desta tradição, manifestamente pouca, optou-se por contactar, primeiro, o responsável pelo Convento de São Bernardino, Frei Nélio Mendonça, depois, os leigos da ordem Franciscana e, por último, a população residente na zona. O objetivo era ouvir os vários intervenientes e registar o grau de envolvência não só das famílias que guardam as imagens (santos) mas também daqueles que estão diretamente envolvidos nos preparativos da procissão. Pretendíamos recolher o máximo de informação (oral e visual) relativa ao dia da procissão propriamente dito, mas também no que diz respeito aos preparativos e acima de tudo testemunhar o que se passa durante o resto do ano, período durante o qual as imagens ficam recolhidas em várias casas. Era ainda nosso propósito aferir o impacto desta procissão não apenas no seio da comunidade câmara-lobense mas também na Ilha da Madeira. O trabalho de campo requer sempre preparação prévia e cuidada. Requer igualmente uma boa dose de boa vontade e espírito aberto. É importante estar atento aos detalhes e ouvir mais do que falar. A nossa missão enquanto “arqueólogos da memória” é registar. Não sendo possível “mostrar” toda a dimensão desta recolha, deixamos aqui alguns apontamentos. Ficou, porém, registado, em áudio e vídeo, esta jornada de trabalho que está disponível para futuros estudos.
- Proteção e inventário das relíquias históricas e monumentos artísticos [e] obras de interesse nitidamente turístico e de embelezamento da Terra. Políticas para o património, em S. Miguel e Santa Maria, no lustro 1946-1950Publication . Lapa, SofiaO breve estudo que aqui apresento sobre o tema das políticas distritais para o património cultural, em S. Miguel e Santa Maria, no lustro 1946-1950, surgiu no âmbito da investigação que venho desenvolvendo sobre o legado testamentário feito por Maria Francisca Borges de Medeiros Dias da Câmara (1869-1945) ao Museu Carlos Machado, comummente designado como «Legado da Condessa de Cuba». Com efeito, foi ao procurar conhecer quer a constituição quer o processo de incorporação museológica deste legado, ocorrido em 1947, que procedi, entre outras, à leitura de um conjunto de livros de actas da Comissão Executiva da Junta Geral do Distrito Autónomo de Ponta Delgada, então instituição de tutela daquele museu. Para contextualização geral do tema que agora nos ocupa, recordemos o enquadramento legal do corpo administrativo que produziu a fonte documental sobre a qual incide o presente artigo. O quinquénio em análise corresponde a um período de plena vigência do regime do Estado Novo (1933-1974), encontrando-se o território português organizado em três grandes unidades administrativas: o Continente, as Ilhas Adjacentes, e as Colónias. […].
- Compreendendo a família de uma criança com Perturbação do Espetro do AutismoPublication . Matos, Patrícia; Romão, Bárbara; Mota, Pilar; Botelho, Tânia; Caldeira, Suzana Nunes; Rego, Isabel Estrela; Silva, Osvaldo; Sousa, ÁureaO quotidiano das famílias com crianças com o diagnóstico Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) carateriza-se por um conjunto de exigências acrescidas devidas ao impacto que esta perturbação do neuro desenvolvimento traz ao funcionamento familiar e à interação com as diferentes esferas que entrecruzam com as vivências familiares (Pinto, Torquato, Collet, Reichert, Neto & Saraiva, 2016). O presente estudo visa identificar dimensões prevalecentes de impacto da PEA na família. Participaram no estudo pais/cuidadores de 121 crianças, com idades compreendidas entres os 3 e os 11 anos, a residir na Região Autónoma dos Açores (RAA). A recolha de dados foi realizada através de um processo de inquérito, para além de se proceder a análise documental. Os principais resultados indicam que a dimensão com um maior impacto da PEA na família é o "Bem-estar familiar e social" (36,7% das respostas dadas pelos encarregados de educação relativamente ao conjunto de itens que integram esta dimensão foram "Sim"), seguida pelas dimensões "Bem-estar psicológico" (30,2%) e "Bem-estar material" (15,3%). No que se refere à dimensão "bem-estar familiar e social", os itens com mais respostas afirmativas foram "Quando preciso, tenho apoio de algum familiar/amigo a quem recorro para ficar com o meu filho com PEA" (81,8%) dos inquiridos responderam "Sim"), "Passo muito mais tempo em casa (60%)", "Passei a procurar menos os meus amigos" (55%) e "A maior parte da minha vida "gira à volta da deficiência"" (50,8%). No que concerne à dimensão "Bem-estar psicológico", os itens mais assinalados foram "Tive uma perturbação psicológica/psiquiátrica" (38,8%) e "O meu/a minha cônjuge teve uma perturbação psicológica/psiquiátrica" (21,5%). No que diz respeito à dimensão "Bem-estar material", os itens com uma maior percentagem de respostas "Sim" foram "Consultas médicas" (42,1%), "Medicação" (38,8%) e "Transportes" (37,2%). Estes resultados evidenciam, à semelhança do estudo de Minatel e Matsukura (2014) áreas com maior afetação sentidas por estas famílias e alertam para a importância da disponibilização de apoios sociais, psicológicos e de lazer a estas famílias, perspetivando a otimização da qualidade de vida de todos os seus membros.
- Dominância social : preditor para praxar?Publication . Mendes, Maria; Marques, Sibila; Caldeira, Suzana NunesNuma sociedade organizada em sistemas grupais hierarquizados, os indivíduos propensos para a dominância social tendem a exibir comportamentos que garantam o poder e aumentem os benefícios e os privilégios de seu grupo. É comum esses indivíduos exibirem comportamentos de rejeição por sujeitos pertencentes a outros grupos, considerados socialmente menos poderosos ou relevantes. As atividades de praxe no ensino superior podem ser discutidas à luz deste quadro teórico, com os veteranos, situados no topo da hierarquia grupal, a inferiorizar os caloiros, submetendo-os a situações de praxe depreciativas ou humilhantes. Este estudo procurou descobrir a relação entre a dominância social (ODS) e o comportamento de praxe em duas instituições públicas de ensino superior. Participaram 130 estudantes de duas instituições portuguesas, com idades compreendidas entre 18 e 52 anos (M=24,35; DP=0,57). Utilizou-se a Escala de Orientação para a Dominância Social (ODS) de Sidanius e Pratro (1994), validada para o contexto português por Giger, Orgambídez-Ramos, Gonçalves, Santos e Gomes (2015) e o comportamento de praxe foi avaliado através de três variáveis categóricas: participação na praxe, ter sido praxado, ter praxado. Os dados foram recolhidos tendo como suporte a plataforma online Qualtrics - Online Survey Software & Insight Platform entre maio e julho de 2018. Nos resultados não foram encontradas diferenças significativas entre a ODS e a instituição que o estudante frequenta. Não foram encontradas diferenças significativas entre a instituição que o estudante frequenta. Não foram encontradas significativas entre a instituição que o estudante frequenta e as condições ter sido praxado enquanto caloiro (?2= 0.26; p=0.61) e ter praxado enquanto veterano (?2=0.00; p=1.00). Verificou-se uma relação significativa e positiva entre a condição de ter sido praxado, enquanto novato, e o comportamento de ter praxado, enquanto veterano (r=0.70, p=0.00). Com base nestes resultados verificamos que a instituição de pertença não se evidenciou como variável diferencial na orientação para a dominância social, nem para os comportamentos de ter praxado e ter sido praxado. A orientação para dominância social surge associada ao comportamento de ter praxado e ter sido praxado. Desta forma, inferimos que a orientação para dominância social pode ser considerada um preditor do comportamento de praxe dos veteranos sobre os novatos.
- ForewardPublication . Patrão Neves, Maria do CéuEthics, Science and Society: Challenges for BioPolitics is an international project of academic research, scientific dissemination, and social and political responsibility, sponsored by the Luso-American Development Foundation. Its main objective is to stress the importance of this triptych-style approach- ethics, science, society-to address some of the current and major challenges facing humanity. The balance we achieve today between these three realities strongly defines our present and will have a decisive impact upon our common future: scientific progress shapes our modem societies which, from an ethical perspective, should always be acknowledged as being the ultimate goal for science and one which, by contributing to a common good, corroborates its ethical dimension. Therefore, we wanted to highlight some of the most groundbreaking developments in scientific knowledge and technological innovation, also identifying major trends and upcoming advances. We focus first on life sciences and biotechnologies, mostly in genetics, as one of the most innovative fields for more than a half century; and proceed to computer sciences and digital technologies, highlighting the importance of Artificial Intelligence and robotics as today's most important areas of impact. […].
- Fazer universidade como quem faz escola : virtualidades da filosofia para crianças ao leme de um mestradoPublication . Costa Carvalho, MagdaDepois de quase uma década de atividades de formação, investigação e divulgação na área da filosofia para crianças (fpc), (s)urgiu na Universidade dos Açores um curso de Mestrado em Filosofia para Crianças. Podendo parecer apenas mais um ciclo de estudos universitários registado na área científica da filosofia, cremos que o Mestrado se tem tornado um caso de estudo por aquilo que tem permitido pensar sobre o que pode a fpc quando toma conta da universidade. Não só a fpc tem sido feita pelo Mestrado, como o próprio Mestrado tem sido conduzido pela fpc. E, com ele, um diferente modo de estar em universidade parece emergir e revelar aos envolvidos a atenção a aspetos que o convencionalismo académico nem sempre acalenta. A presente reflexão procura ventilar algumas ideias em torno deste processo e, sem qualquer pretensão de fixar cânones ou fazer a apologia de um produto acabado, apresentar considerações que nos parecem poder marcar um momento decisivo no modo de estar em universidade. Consideramos que depois de se vivenciar um mestrado a partir da fpc, nem a filosofia pode mais ser entendida da mesma forma, nem tão pouco a universidade. O que tem, então, a fpc que pode transformar aquilo em que toca?
- Perceção de Saúde, Atividades Preferidas e Satisfação com a Vida em Turistas Seniores no Destino AçoresPublication . Silva, Osvaldo Dias Lopes da; Furtado, Sheila; Tomás, Licínio Manuel Vicente; Moniz, Ana; Vieira, Virgilio; Ferreira, Joaquim A.; Santos, Carlos; Medeiros, Maria Teresa Pires deNa contemporaneidade, assiste-se a uma mudança de paradigma nas dinâmicas, hábitos e estilos de vida das pessoas idosas, que investem em benefício próprio, lazer e viagens. Há autores que falam em “Novos Idosos”. Esta mudança permite-nos refletir sobre o envelhecimento ativo ligado a um turismo sénior que promova a saúde, em geral, e o bem-estar psicológico e a satisfação com a vida, em particular, no caso de turistas que visitaram os Açores nos últimos dois anos (n=697; idades: 55-94 anos). Com este estudo pretende-se compreender as atividades desenvolvidas pelos turistas seniores (entenda-se 55+ anos) que promovem o seu bem-estar; analisar a relação entre a perceção do estado de saúde e as atividades preferidas pelos turistas; cotejar a perceção entre o estado de saúde e variáveis sociodemográficas; e verificar a relação entre Satisfação com a Vida (SV) e: i) variáveis sociodemográficas; ii) perceção do estado de saúde. Aplicou-se um Questionário de Turismo Sénior e a Escala de Satisfação com a Vida (versão portuguesa da Satisfaction With Life Scale de Diener et al., 1985, validada por Simões, 1992). Com recurso a testes não paramétricos, foi possível concluir que as atividades ligadas ao mar e a experiências termais variam em função da faixa etária (os mais velhos procuram o contacto com o mar e os mais novos as experiências termais); estas atividades variam em função da SV (os menos satisfeitos procuram mais o mar, e os mais satisfeitos as termas); as atividades associadas a festas e diversão, assim como a SV, variam em função das habilitações académicas (até ao ensino básico procuram mais as festas populares, embora tenham uma menor SV, relativamente aos restantes turistas seniores da amostra); a perceção do estado de saúde varia em função da SV (os que percebem a saúde como excelente apresentam níveis superiores de SV).
- Transatlânticos : viajantes norte-americanos nos Açores (séculos XIX-XX)Publication . Riley, Carlos GuilhermeOs ventos alísios e as correntes oceânicas sempre encaminharam, no tempo da navegação à vela, as barcas e escunas americanas para as ilhas dos Açores. Pode até dizer-se – a propósito de Thomas Hickling, um mercador de Boston que se estabeleceu em Ponta Delgada a partir de 1769 - que já havia Americanos nos Açores antes da independência americana. Thomas Hickling Sr. (1745-1834) é, aliás, o ponto de partida incontornável para qualquer abordagem que se prenda com as relações entre os Estados Unidos da América e as ilhas dos Açores, pois a sua presença neste arquipélago não só ficou gravada em pedra, desafiando as folhas caídas da nossa memória, como foi indiretamente responsável por um expressivo número de testemunhos literários norte-americanos sobre os Açores, na transição dos séculos XVIII-XIX, caso do precioso Diário escrito pela sua filha Catherine Green Hickling, que cobre o período de tempo compreendido entre 1786 e 1788, ou então a interessante obra composta pelo seu genro John White Webster, intitulada A Description of the Island of St. Michael que foi, salvo melhor opinião, o primeiro livro de Literatura de Viagem publicado por um americano sobre os Açores. Podemos ainda juntar a este rol o filho de Catherine Green Hickling, o reputado historiador e hispanista William Hickling Prescott, o qual em 1816 veio à ilha de São Miguel visitar o avô materno e daqui escreveu algumas cartas aos seus amigos em Boston, destacando o clima e a flora subtropical açoriana, característica que nunca escapava à observação dos nativos da Nova Inglaterra, bem como as tradições arcaicas da sociedade local, cuja acentuada falta de urbanidade impressionou o jovem Bacharel da Universidade de Harvard, que apenas encontrou um interlocutor local – Joaquim António Paula de Medeiros – com quem pudesse manter longas conversas em francês. Neste breve apanhado dos mais antigos testemunhos literários de viajantes/ visitantes norte-americanos nos Açores, podem-se identificar três tipologias diferentes de escrita – o diário, o livro publicado e o epistolário – que concorrem no sentido sublinhar o papel catalisador que a figura patriarcal de Thomas Hickling desempenhou […].
- Estratégias para a gestão de conflitos e satisfação profissionalPublication . Silva, Osvaldo Dias Lopes da; Sousa, ÁureaNuma sociedade cada vez mais competitiva à escala global, é imperativo que as organizações sejam capazes de gerir o conflito de forma eficaz e de fomentar a satisfação dos seus colaboradores, contribuindo para o seu sucesso. Este trabalho tem o intuito de compreender quais são as estratégias utilizadas na gestão de conflitos no caso de profissionais do setor hoteleiro, na Região Autónoma dos Açores, com base nas suas características pessoais e na sua satisfação laboral. […]. Foram os colaboradores com satisfação profissional de nível elevado aqueles que pontuaram mais nas estratégias para a gestão de conflitos (imposição, compromisso, integração e acomodação), enquanto os indivíduos com níveis muito elevados de satisfação profissional pontuaram mais na estratégia de evitamento.
- Desigualdades regionais no RSI, o que é que torna os Açores diferentes?Publication . Diogo, Fernando; Bulhões, MartaAtravés dos dados do IDEF pode-se observar que ao longo da vivência deste inquérito os Açores sempre a maior taxa de pobreza do país (por regiões NUTS II). No que respeita ao RSI os valores também são os maiores do país. Contudo, a comparação das taxas de pobreza com as taxas de beneficiários em percentagem da população residente, colocam um problema adicional que é preciso responder. A Região tem, de longe, a maior percentagem de população residente com o estatuto de beneficiário do RSI no conjunto do território nacional, 7,5% em dezembro de 2016. Em contraste, o valor nacional situava-se nos 2% e a região seguinte com mais beneficiários, a de Lisboa, tinha 2,2%. De facto, o valor dos Açores representa mais do que três vezes a média e é verdadeiramente singular no contexto nacional. Se a taxa de pobreza dos Açores se situa nos 148% da nacional, no caso do RSI, a taxa açoriana corresponde a 375% do seu equivalente para o conjunto do país. Nesta comunicação, pretende-se recensear as possíveis razões que explicam a grande diferença entre os Açores e o resto do país e apresentar os resultados disponíveis que justificam essa diferença. Defende-se que estas razões estão associadas a algumas particularidades do funcionamento da economia açoriana, à estrutura familiar e à eficácia do aparelho de Ação Social regional. Em termos teóricos, o trabalho é enquadrado por referências sobre os Açores de Rocha e Diogo, nacionais de Capucha, Diogo e Rodrigues, sobre o RSI e internacionais de Paugam sobre a pobreza.