Repository logo
 
Loading...
Profile Picture

Search Results

Now showing 1 - 10 of 33
  • O porque traz coisas especiais e dá perguntas : a filosofia para crianças no jardim de infância
    Publication . Costa Carvalho, Magda; Santos, Ana Isabel
    Quando pedimos aos meninos de um Jardim de Infância que nos dessem razões para justificar o interesse da Filosofia para Crianças, eles insistiram na importância de usar a palavra “porque”. Após um ano letivo com sessões semanais em “comunidade de investigação filosófica” (a abordagem educativa à sala de aula utilizada na Filosofia para Crianças), os meninos disseram que aconteciam coisas especiais quando usávamos o “porque”. Para estas crianças de 4 e 5 anos, o “porque” era uma palavra especial porque era uma palavra generosa, uma palavra que... dava ideias às cabeças, dava perguntas e também dava respostas, permitia mudar essas respostas, levava-nos a pensar mais, a saber mais coisas, a pensar “mais uma nisquinha” (que, nos Açores, significa pensar mais um bocadinho...).
  • O problema da formação em Filosofia para Crianças : práticas e pressupostos
    Publication . Costa Carvalho, Magda
    O Programa de Filosofia para Crianças de Matthew Lipman e Ann Margaret Sharp tem pouco mais de 40 anos e à sua criação de imediato se sucederam a difusão e a adaptação em diversos contextos geográficos e culturais. Quer isto dizer que a História da Filosofia para Crianças, sobretudo nas últimas décadas, tem consistido numa marcha, mais ou menos vertiginosa, de inovação e renovação. E nem sempre este ritmo de rápida disseminação se tem mostrado compatível com a sedimentação de reflexões apuradas sobre as diferentes dimensões e problemáticas que a prática coloca. A formação dos facilitadores de sessões de Filosofia para Crianças, de acordo com o modelo da comunidade de investigação filosófica de Lipman e Sharp, é uma das dimensões deste projeto pioneiro que aguardam um debate de maior desenvolvimento. A presente reflexão pretende contribuir para essa discussão, apresentando de forma concisa algumas posições que consideramos relevantes para a compreensão do que está em causa. Não temos a pretensão de assumir a forma acabada de um cânone, mas de justificar opções que nos parecem decisivas no presente contexto de implementação da Filosofia para Crianças em Portugal. Esperamos, assim, contribuir para que se possa gerar uma comunidade alargada de diálogo sobre este tópico.
  • Small, silent and (in)significant: childhood as a minoritarian experience of education
    Publication . Costa Carvalho, Magda
    It is possible to question and deconstruct the roots of some educational conceptions of childhood through approaches that find different ways of thinking about children, childhood, and even to experience education. Philosophy has contributed to some of these approaches by deconstructing and reconstructing the Western dominant ideas of rationality and its uses in education. In this chapter, I will approach these critical movements through disruptive provocations grounded in three concepts: small, silent, and (in)signi fi cant. These concepts are commonly associated with descriptive and normative images of childhood: what it is and is expected of children. By retaking these concepts, I will problematize the impact of Western rationality on the ways education has been thought and practiced.
  • An open-ended story of some hidden sides of listening or (what) are we really (doing) with childhood?
    Publication . Haynes, Joanna; Costa Carvalho, Magda
    O artigo surge de um acontecimento partilhado que se transformou numa experiência: a descoberta de um pedaço infantil de papel, a caminho de uma conferência sobre filosofia nas escolas, e como esse encontro afeta as nossas posições educativas e práticas de investigação sobre a escuta das crianças. Movidas pela questão sobre o que significa escutar, somos levadas a um exercício de autoquestionamento inspirado por alguns dos autores que já escreveram sobre o tema, especificamente no contexto da comunidade de investigação filosófica. O pensamento do texto desdobra-se com a narração da história sobre o pedaço de papel encontrado, atravessando diferentes camadas de questionamento e tentando manter a investigação aberta para os leitores: o que é que não sabemos sobre escutar as crianças? E até que ponto isso que não sabemos poderá ser a causa de práticas enviesadas e adultistas? Será necessário voltar ao que a filosofia é e onde pode ser encontrada dentro do ambiente escolar? Será que a filosofia já lá está quando os adultos chegam? Será que não estamos a escutá-la? Ou existem lugares específicos para diálogos e conversas filosóficas, tais como a sala de aula? A filosofia também é convidada para as margens desses espaços? Quem decide o que conta como filosófico? Não se trata de responder a perguntas ou de encerrar as nossas preocupações como educadoras e investigadoras, mas sim de partilhar com os leitores como até no lugar menos suspeito possível - um evento académico sobre trazer a filosofia para as escolas - podemos não estar a escutar as crianças. Ao regressar a este movimento de autoquestionamento, queremos ecoar algumas perturbações do pensamento e das práticas de escuta dentro do chamado movimento da filosofia para/com crianças: com este fenómeno do para/com; com a sua política e as suas relações; com alguns pressupostos que podem estar presentes nos dilemas da prática de educadores e investigadores; mas também com as suas ressonâncias estéticas, a beleza da perturbação, a (des)afinação do autoquestionamento, as questões que nos traz enquanto investigadoras e os espaços de dúvida e incerteza que nos oferece, enquanto hesitações ou ocasião para respirar. E talvez, pensamos, seja nesses entre-espaços, nas suas fendas e transições, que coisas importantes possam encontrar o seu caminho no nosso pensamento e nas nossas conversas sobre a infância. Tal como um pedaço de papel num quarto de hotel.
  • Sobre “a partir de”, “partir a loiça” e outras palavras com que nomeamos o que fazemos
    Publication . Costa Carvalho, Magda; Kohan, Walter
    Aquilo que acontece nas teias de uma escrita conjunta estará sempre para lá do que se possa explicar. O mais curioso é que, mesmo com essa certeza, não parecemos dispostos a desistir. O mesmo acontece com a discussão em torno das palavras que podem conectar a filosofia e a infância. Tão depressa surge uma oportunidade, corremos atrás dos fios que nos puxam e arrastam para esses espaços-entre em que (nos) escrevemos no meio. Escrevemos, pensamos palavras, retomamos ideias que constroem a própria voz que as diz. Numa escrita conjunta não há sujeito prévio de enunciação. Ninguém para quem nos viremos a pedir orientação, nenhum caráter ficcional que decida de antemão os ritmos do pensamento e da escrita. Talvez uma das coisas que nos continue a cativar seja a imprevisibilidade com que essas escritas se fazem grafismos. Este texto nasceu de um desses imprevistos.
  • indecision so charged with promise : Bergsonian images of life and childhood
    Publication . Costa Carvalho, Magda
    In a passage in his Évolution Créatrice, Bergson reclaims the image of the child to argue that living nature works through divergent tendencies. Although Bergson’s work doesn’t focus specifically on education, it does contain references that, on the one hand, reclaim the creative and creating feature of childhood, while on the other hand accentuating the childlike nature of élan vital’s movements. These references are part of Bergson’s repertoire of imagery and demonstrate how his thought evokes uneven readings. The invitation to cross the image of life as childhood with that of childhood as life ultimately evokes a rethinking of what inhabits us as constitutively other: the child we were and the life we are. And it is through the notion of image – as a form of dynamic contact with reality – that we will look for some answers for Bergson’s suggestion that education should promote a childlike (enfantin) knowledge.
  • Os diagramas De Venn como recurso filosófico no Jardim de Infância
    Publication . Costa Carvalho, Magda; Santos, Ana Isabel; Sequeira, Renata Vanessa
    Esta investigação insere-se no âmbito científico e pedagógico da Filosofia para Crianças, mais especificamente na sua prática com pessoas em idade pré-escolar. Pretendeu-se investigar o tipo de resposta de uma comunidade de investigação filosófica, modelo pedagógico e epistemológico da Filosofia para Crianças, a alguns problemas lógicos cuja resolução envolveu o recurso a Diagramas de Venn. Explorou-se especificamente a formação de conjuntos com intersecção e concluiu-se pela exequibilidade deste recurso lógico no âmbito da educação pré-escolar, bem como pela sua relevância em termos de formação do pensamento.
  • Fazer universidade como quem faz escola : virtualidades da filosofia para crianças ao leme de um mestrado
    Publication . Costa Carvalho, Magda
    Depois de quase uma década de atividades de formação, investigação e divulgação na área da filosofia para crianças (fpc), (s)urgiu na Universidade dos Açores um curso de Mestrado em Filosofia para Crianças. Podendo parecer apenas mais um ciclo de estudos universitários registado na área científica da filosofia, cremos que o Mestrado se tem tornado um caso de estudo por aquilo que tem permitido pensar sobre o que pode a fpc quando toma conta da universidade. Não só a fpc tem sido feita pelo Mestrado, como o próprio Mestrado tem sido conduzido pela fpc. E, com ele, um diferente modo de estar em universidade parece emergir e revelar aos envolvidos a atenção a aspetos que o convencionalismo académico nem sempre acalenta. A presente reflexão procura ventilar algumas ideias em torno deste processo e, sem qualquer pretensão de fixar cânones ou fazer a apologia de um produto acabado, apresentar considerações que nos parecem poder marcar um momento decisivo no modo de estar em universidade. Consideramos que depois de se vivenciar um mestrado a partir da fpc, nem a filosofia pode mais ser entendida da mesma forma, nem tão pouco a universidade. O que tem, então, a fpc que pode transformar aquilo em que toca?
  • Unity and Multiplicity : the road to Openness. Plotinus in Henri Bergson’s Thought
    Publication . Costa Carvalho, Magda
    Looking for the influence of the Plotinian thought on Henri Bergson’s philosophy is not an easy task to fulfil. I’ve been devoted to it for two or three times in the last few years and each time I try to think about the subject I end up with what seems to be another piece of the puzzle. This would obviously be a good thing if I didn’t also end up with different ideas about the whole picture represented in that puzzle. Mainly for this reason, my paper didn’t end up being what it was initially planned to be. And because the presence of Plotinus in Bergson’s work is a subject to which I can’t find a linear answer, my title is now more of a future path to cross, than a present reality.
  • Ouvidos de ouvir crianças : escutar das crianças tudo o que ainda não sabemos
    Publication . Costa Carvalho, Magda; Berle, Simone
    Em 2021, Paulo Freire faz 100 anos. Cem anos. Um menino faz cem anos e a forma como suas palavras seguem nos ensinando (ou como ainda precisamos seguir aprendendo com elas) nos leva a perceber que Paulo Freire faz sem anos. E podíamos continuar brincando com as palavras (gesto tão distintivo dos escritos de Walter Kohan): tudo o que Paulo Freire faz hoje fá-lo sem anos. Em sua forma infantil de fazer nascer, sempre e outra vez, a educação como prática de liberdade, mesmo em tempos tão áridos e escassos de alegria e compaixão como os que agora vivemos, Freire escapa aos ciclos cronológicos e torna-se imortal. Continua em estado nascente, mesmo fazendo cem anos. Continua a fazer-nos nascer, sobretudo fazendo sem anos.