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NICA - Parte ou Capítulo de um Livro / Part of Book or Chapter of Book

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  • O problema da formação em Filosofia para Crianças : práticas e pressupostos
    Publication . Costa Carvalho, Magda
    O Programa de Filosofia para Crianças de Matthew Lipman e Ann Margaret Sharp tem pouco mais de 40 anos e à sua criação de imediato se sucederam a difusão e a adaptação em diversos contextos geográficos e culturais. Quer isto dizer que a História da Filosofia para Crianças, sobretudo nas últimas décadas, tem consistido numa marcha, mais ou menos vertiginosa, de inovação e renovação. E nem sempre este ritmo de rápida disseminação se tem mostrado compatível com a sedimentação de reflexões apuradas sobre as diferentes dimensões e problemáticas que a prática coloca. A formação dos facilitadores de sessões de Filosofia para Crianças, de acordo com o modelo da comunidade de investigação filosófica de Lipman e Sharp, é uma das dimensões deste projeto pioneiro que aguardam um debate de maior desenvolvimento. A presente reflexão pretende contribuir para essa discussão, apresentando de forma concisa algumas posições que consideramos relevantes para a compreensão do que está em causa. Não temos a pretensão de assumir a forma acabada de um cânone, mas de justificar opções que nos parecem decisivas no presente contexto de implementação da Filosofia para Crianças em Portugal. Esperamos, assim, contribuir para que se possa gerar uma comunidade alargada de diálogo sobre este tópico.
  • The community of philosophical inquiry as a regulative ideal
    Publication . Mendonça, Dina; Costa Carvalho, Magda
    Este artículo propone que entender la noción de “comunidad de investigación” como un ideal regulativo es una iniciativa de trabajo valiosa para el refinamiento y la mejora de la práctica de la Filosofía para Niños (FpN). Reed (1996) y Sprod (1997) ya han llamado la atención sobre esto, afirmando que la comunidad de investigación es más una idea regulativa que un caso concreto. Sobre esta base, demostraremos que tomar la noción de comunidad de investigación como tal aporta nueva luz a muchos de los ítems y aspectos descriptivos de lo que constituye una comunidad de investigación. En consecuencia, proporciona formas de identificar momentos importantes en la práctica filosófica que consolidan la comunidad de investigación, y una herramienta de trabajo para captar y manejar algunos de los movimientos cruciales que hacen tanto el facilitador como los otros participantes, para instalar y fortalecer la comunidad en las sesiones.
  • A filosofia e a infância : reflexões ´Sobre a Revolução do Tempo’
    Publication . Costa Carvalho, Magda
    Da obra do Professor escolhemos como ponto de partida um "pequeno-grande" texto: o opúsculo "Sobre a revolução do tempo", separata do número da Revista Portuguesa de Filosofia dedicada às atas do I Congresso Luso-Brasileiro de Filosofia, ocorrido em 1982. Ao folheá-lo captou a nossa atenção a menção feita a Karl Jaspers e ao já famoso excerto da Iniciação Filosófica em que o autor alemão alude, a propósito da natureza da Filosofia, à propensão filosófica das crianças. Num texto dedicado à noção de temporalidade, Gustavo de Fraga faz ecoar a passagem de Jaspers sobre a Filosofia e a Infância. A pergunta hermenêutica impõe-se, então: que possibilidades de relação entre a Infância, a Filosofia e o Tempo são convocadas pelo seu texto?
  • Thinking as a community : Reasonableness and Emotions
    Publication . Costa Carvalho, Magda; Mendonça, Dina
    Reasonableness is a common topic in the Philosophy for Children (P4C) literature. Nevertheless some important aspects regarding the inter-relationship among reasonableness, emotion and community of inquiry has not been theoretically addressed. Our thesis is that the emergence of reasonableness depends on the way emotions are fostered as crucial for the ethos of the community of inquiry because they play an important role in promoting the self-corrective and regulative aspects of thinking. We shows that just as thinking about thinking helps us to modify, correct and refine the activity of thinking for the continual growth of reasonableness in a community, so emotions about emotions help to modify, correct and refine the way we feel for deepening the sense of reasonableness. Thus, in the context of a community of philosophical inquiry, the growth of reasonableness can be acknowledged in self-evaluating moments because it enables participants to pay attention and regulate meta-emotions. This allows the community to foster deeper and more rigorous inquiry (cognition) and to acknowledge it (metacognition), turning thinking, feeling, acting and being like a community into a shared deliberate activity.
  • Sentir, pensar, agir : a dimensão ética do programa de Filosofia para Crianças
    Publication . Costa Carvalho, Magda
    Quando uma criança formula uma questão de natureza metafísica, ficamos por vezes perplexos com a desconstrução dos mais simples e básicos sentidos que orientam a nossa existência quotidiana. A rápida necessidade de articularmos e justificarmos o que, anteriormente, não nos parecia problemático ou digno de dúvida confronta-nos com a insegurança de vermos o nosso mundo posto em causa e podemos ser tentados a entender a curiosidade natural da criança como uma incomoda característica das fases iniciais do ser humano. Mas é precisamente o direito que a criança tem de fazer perguntas, com o consequente dever do adulto de as acolher, um dos eixos que suporta o programa de Filosofia para Crianças. Iniciado nos Estados Unidos por Matthew Lipman e Ann Sharp na década de 70 do século XX, esta proposta tem sido desenvolvida e adaptada em inúmeros países e contextos culturais e geográficos. Como procuraremos evidenciar ao longo da nossa reflexão, encontramos na Filosofia para Crianças uma estrutura tripolarmente sustentada que se articula no dinamismo entre as dimensões afetiva, cognitiva e volitiva (referente à ação). Será nesse âmbito que iremos justificar o eixo ético do exercício filosófico com as crianças, em que, por um lado, a afetação fomenta o pensar e realiza-se no agir, e, por outro, ser afetado e agir são também modos de pensar.
  • Filosofia para Crianças : a (im)possibilidade de lhe chamar outra coisa
    Publication . Costa Carvalho, Magda
    As ideias que apresentamos justificam algumas das opções tomadas pelo projeto de Filosofia para Crianças da Universidade dos Açores e configuram a especificidade do mesmo numa área que, nos últimas 40 anos, tem sofrido adequações e apropriações em diversos países e contextos culturais. Simultaneamente, procuraremos dialogar com um texto que, de forma rigorosa e perspicaz, coloca uma série de importantes questões ao programa de Filosofia para Crianças apresentado por Matthew Lipman (1922-2010) e Ann Sharp (1942-2010), nos Estados Unidos da América, na década de 70 do século XX. Trata-se da excelente reflexão da autoria da homenageada no presente volume, Maria Luísa Ribeiro Ferreira, intitulada “A (im)possibilidade de uma Filosofia para Crianças: algumas questões”.
  • O que significa ser eticamente crítico? Algumas reflexões sobre a Filosofia para Crianças
    Publication . Costa Carvalho, Magda
    O nosso objetivo centra-se na problematização de alguns aspetos relacionados com a dimensão ética do projeto de Filosofia para Crianças iniciado por Matthew Lipman e Ann Sharp nas décadas de 70 e 80 do século XX. Lipman começou por preocupar-se em promover um programa que preparasse as crianças para lidarem com discursos ambíguos, como sejam a publicidade e a propaganda, centrando os seus esforços iniciais na razoabilidade (reasonableness), isto é, numa proposta educativa que promovesse seres humanos mais "razoáveis" ou capazes de raciocinar bem. A comunidade de investigação filosófica (community of philosophical inquiry) designa um grupo de pessoas envolvidas num processo de pensamento filosófico enquanto conjunto de processos deliberativos e colaborativos em que os participantes transformam as suas opiniões em juízos fundamentados e as suas discussões em diálogos, articulando-se de forma autocorretiva. Os trabalhos de M. Lipman e A. Sharp encontraram ecos no critical thinking movement a que autores como os psicólogos R. Ennis e R. Paul concederam grande visibilidade na segunda metade do século XX. Aliás, a incidência no pensamento crítico formal materializa-se com a publicação de Harry Stottlemeier's discovery, a primeira história do currículo de Lipman e Sharp para trabalhar filosoficamente com as crianças, texto especificamente orientado para a aquisição de competências lógicas básicas, privilegiando a perspetiva da aquisição e desenvolvimento de capacidades analíticas e cognitivas. Todavia, os trabalhos de Lipman e Sharp não se resumem a uma abordagem formal do pensamento lógico e destacam-se de outras propostas pedagógicas de estrito enriquecimento cognitivo pelas suas dimensões ética, estética, política e, até, existencial. Podendo ser concebido como um programa de largo espectro, às competências críticas juntam-se outras valências do designado pensamento de multidimensional, nomeadamente os pensamentos criativo, valorativo ou de cuidado (caring). Acresce que a prática filosófica com as crianças extrapola os limites da sala de aula: tal como uma pedra atirada ao rio, as comunidades de investigação filosófica assemelham-se a círculos concêntricos que, quando em funcionamento, irradiam para esferas mais largas e integradoras, o que lhes confere uma importante dimensão ética, social, política e, até, civilizacional. O nosso contributo na presente reflexão prende-se com a vertente ética do programa de Filosofia para Crianças, entendida nas suas expressões individual e coletiva, isto é, enquanto ressoa na conduta pessoal de cada membro da comunidade, bem como no plano social do seu compromisso com o grupo. Procuraremos pensar algumas linhas de articulação entre as dimensões ética e cognitiva do programa de Filosofia para Crianças, lançando a questão: o que significa ser eticamente crítico?
  • Matthew Lipman: a infância como um deserto de oportunidades perdidas
    Publication . Costa Carvalho, Magda
    Quando perguntavam a Matthew Lipman se o propósito da Filosofia para Crianças seria tornar os alunos mais sábios ou mais filosóficos, o autor rejeitava em absoluto a ideia. O objetivo do programa de ensino da Filosofia concebido por Lipman e projetado em conjunto com Ann Margaret Sharp era mais ambicioso: proporcionar às crianças o desenvolvimento de competências cognitivas, sociais e afetivas que as habilitem a lidar filosoficamente com qualquer problema que as interpele enquanto seres humanos. Este artigo divide-se em três partes: a tradução de um excerto de "Philosophy goes to School", uma breve apresentação biográfica do autor e uma exploração das ideias de Matthew Lipman sobre o ensino da Filosofia.