ARQ - História, 2ª série
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Browsing ARQ - História, 2ª série by Subject "Açores"
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- Açorianos no sul do Brasil : representações literárias de uma promessa vãPublication . Elmir, Cláudio PereiraA proposta deste artigo é realizar uma breve introdução à obra Um quarto de légua em quadro, romance de estréia de Luiz Antônio de Assis Brasil, publicado pela editora Movimento de Porto Alegre em meados dos anos 1970. Situada entre 1752 e 1753, no sul do Brasil, a narrativa está centrada nas circunstâncias da vinda dos primeiros açorianos para a porção mais meridional da colônia portuguesa na América. O texto do romance reproduz nas personagens e suas vivências a condição da diáspora experimentada pelos ilhéus no sul do Brasil. Emerge desta narrativa um refinado conceito de identidade que guarda pouca relação com uma suposta condição substancial de “açoriano”, revelando, desta forma, inúmeras outras identificações com o “lugar de origem”, além das diversas oposições a seus vários outros.
- "Algumas modinhas de bom gosto, e duetos italianos para meninas" : a música e a educação de uma família micaelense do início do século XIXPublication . Cymbron, LuísaEm Portugal é raro terem-se conservado, até aos nossos dias, acervos relacionados com a prática musical doméstica, como aquele que serve de base ao presente artigo, acumulado por uma família micaelense, entre as décadas de 1810 e 1850. Da sua análise e da leitura dos volumes do copiador de correspondência de António José de Vasconcelos, verifica-se que a educação das filhas deste grande comerciante açoriano, formado no espírito pombalino, se distancia do modelo do Antigo Regime e inclui a música como uma componente essencial da educação feminina, ligada à esfera do entretenimento. Todavia, por necessidades familiares, a filha primogénita, Maria Luísa, é sujeita a uma educação que inclui também aspectos de História e formação moral, mais próxima da masculina. Os testemunhos recolhidos e a análise do espólio mostram-nos que, em S. Miguel, os repertórios e as práticas ligadas à vida musical doméstica estão muito próximos dos lisboetas. As ligações culturais com o reino sobrepunham-se às com outros países, com os quais a ilha tinha relações comerciais intensas, como é o caso da Grã Bretanha. Verifica-se também que todo o espólio é construído com base no piano, como instrumento solista, de acompanhamento, ou ainda como suporte do repertório de dança, mas a influência determinante é a do teatro de ópera. E esta subalternidade da música instrumental face ao mundo lírico é precisamente uma das características mais marcantes da cultura musical sul europeia. Algumas das espécies estudadas neste artigo permitem-nos reconstituir aspectos da cadeia de transmissão e mesmo parte da sonoridade da época. Elas mostram-nos as diferentes formas de utilização de um espólio como este, onde, na mesma espécie, coexistem géneros diversos, de compositores que não pertencem à mesma geração, utilizados em momentos e com funcionalidades diferentes por, pelo menos, duas gerações da mesma família.
- As artes conventuais nos Açores e o processo de criação do arcano místico da Ribeira GrandePublication . Martins, Rui de SousaAs artes tiveram um papel central nos processos de construção de sociedades perfeitas femininas no arquipélago dos Açores. A dádiva de doces e de objectos de arte criava laços de comunicação religiosa, instituía relações de poder no interior dos conventos, estreitava e aprofundava as relações familiares, económicas e políticas com a sociedade exterior. A instauração do Liberalismo e a extinção dos conventos dispersaram as freiras artistas, uma das quais se dedicou à criação e exposição do Arcano, a mais importante obra de escultura de tradição conventual dos Açores.
- Em torno da visita régia de 1901 aos arquipélagos da Madeira e dos AçoresPublication . Silva, Susana SerpaA visita régia de 1901 representou um momento único na história dos arquipélagos atlânticos. Pelo seu simbolismo e impacte, volvidos mais de cem anos sobre a sua ocorrência, continua a perpetuar-se na memória colectiva local. A análise dos seus antecedentes, da organização e do contexto em que se efectuou, das causas ou motivações que levaram D. Carlos a vir às ilhas, bem como dos múltiplos significados e interpretações que a visita assumiu e suscitou constitui o principal objectivo deste trabalho que, todavia, não esgotará, de certo, esta questão que tem merecido já a atenção de diferentes historiadores.
- Ensaio sobre a origem dos Machado da ilha TerceiraPublication . Mendonça, Manuel Lamas deDo tronco insular dos Machado que se inicia com Gonçalo Eanes e Mécia de Andrade Machado descende uma parte considerável dos terceirenses, daqueles que se radicaram nas chamadas ilhas de baixo, e certamente muitos membros da comunidade açoriana emigrada. O ADN mitocondrial desta Mécia fará parte do património genético de dezenas de milhares de mulheres com raiz terceirense. Ao questionar as origens continentais deste casal de povoadores estaremos assim a debruçar-nos sobre uma questão que, podendo interessar apenas a uns poucos, acaba por dizer respeito a muitíssima gente. Aparentemente deparamos com um consenso alargado sobre o entronque dos Machado terceirenses nos Machado Carregueiro continentais mas que, em boa verdade, se limita a repousar sobre variantes de uma versão tradicional, sucessivamente transmitida por gerações de genealogistas açorianos. [...]
- A historiografia de Maria Olímpia da Rocha GilPublication . Leite, José Guilherme Reis"Não é tarefa muito fácil escrever sobre a obra de Maria Olímpia da Rocha Gil, [...]. Foi a primeira historiadora açoriana a servir-se sistematicamente dos cartórios dos notários dos séculos XVI e XVII, cuja letra é tradicionalmente da mais difícil de interpretar e cujos documentos são herméticos e só com inaudita paciência e grande treino, se conseguem resultados palpáveis.[...]. O que é novo na obra da historiadora é a micro análise dos fenómenos açorianos, dos quais parte para uma inserção no mundo atlântico e para a rede de negócios não só nas ilhas (Canárias, Madeira e Açores) mas também no Brasil e na América espanhola. [...]"
- O jardim da Lombinha : história e significadoPublication . Albergaria, Isabel Soares deO jardim de António Borges, conhecido no século passado por jardim da Lombinha é, sem dúvida, um dos melhores exemplares que a arte paisagista de Oitocentos nos legou. Constituindo uma experiência de amadurecido gosto artístico e aturado conhecimento técnico, o jardim da Lombinha estabelece uma aliança feliz entre os figurinos eruditos ditados pelas modas europeias e a atenção ao “espírito do lugar”, ali recriado com o artificialismo de uma linguagem natural. O estado actual de degradação e abandono em que se apresenta encontra, resultado da sobrecarga do uso, da acção do tempo e da incúria dos homens, obriga-nos a repensar aquele espaço. O texto que aqui se apresenta parte de uma interrogação simples: qual o sentido actual e futuro para o jardim da Lombinha? A correcta avaliação desta questão depende, necessariamente, da compreensão profunda do jardim, quer no plano dos seus processos criativos e motivações próprias, quer no plano evolutivo, como resultado das sucessivas mutações de forma e significado inerentes à sua condição de organismo vivo.