DBIO - Teses de Doutoramento / Doctoral Thesis
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- Changes in plant and soil microbial taxonomic and phylogenetic diversity along gradients of land management intensity in Azorean grasslands and forestsPublication . Vieira, Ângela Filipa Almeida Lourenço; Moura, Mónica Maria Tavares de; Silva, Luís Filipe Dias eEcossistemas biodiversos, tais como florestas e pastagens, são essenciais para manter serviços ecossistémicos cruciais para a vida no planeta. Esses serviços incluem, entre outros, o sequestro de carbono, fornecimento de água, produção de alimentos e a conservação da biodiversidade, sendo a maioria deles suportados pelo solo. O habitat do solo suporta plantas, animais e microrganismos e é influenciado pela geologia, clima e vegetação. As atividades humanas impactam significativamente as taxas de erosão do solo, com a agricultura sendo, em larga escala, responsável por essa degradação. O microbioma do solo é vital para a saúde e fertilidade do solo, influenciando todos os seus processos e as funções do ecossistema que impactam a saúde das plantas e animais terrestres. Além disso, níveis elevados de microrganismos no solo estão associados a um aumento na diversidade à superfície. A metagenómica revolucionou a ecologia microbiana, permitindo um conhecimento sem precedentes sobre o microbioma do solo, até então desconhecido. Os Açores, pertencentes à região biogeográfica da Macaronésia, estão entre as regiões mais biodiversas da Europa. No entanto, estas ilhas vulcânicas sofreram uma perda significativa de biodiversidade devido às atividades humanas. Atualmente, as pastagens ocupam 88% das terras agrícolas produtivas e a principal cultura é o milho forrageiro. Este estudo tem como objetivo compreender as comunidades microbianas do solo em dois ecossistemas na ilha de São Miguel e estabelecer a referência da sua composição. Este projeto investiga o impacto das florestas naturais e plantadas, bosques exóticos e três tipos de pastagens (seminaturais, permanentes e ressemeadas com milho) nas comunidades fúngicas e bacterianas em 27 locais na ilha para cada ecossistema. Além disso, para as pastagens, as comunidades florísticas também foram estudadas. Foram colhidas amostras de solo superficial, os parâmetros do solo foram medidos e um inventário da comunidade vegetal foi realizado. O DNA do solo foi extraído e seguidamente sequenciado com recurso à tecnologia Illumina Miseq. As sequências foram montadas para obter unidades taxonómicas operacionais (OTUs) que representam as comunidades fúngicas e bacterianas. Realizou-se análise de ecologia numérica, máxima verossimilhança e métodos estatísticos Bayesianos, com recurso ao R para analisar os dados. A altitude, temperatura, precipitação e conteúdo de argila foram significativamente diferentes entre os tipos de floresta. Embora a riqueza de OTUs fúngicas (fOTUs) não tenha sido significativamente diferente, as abundâncias e distribuição de fOTUs variaram (PERMANOVA). Ascomycota foi o filo mais comum entre os 14 obtidos para fOTUs. Um modelo incluindo a densidade do solo, argila, ECEC e EC teve um efeito significativo na riqueza fúngica. Foram encontradas 181 fOTUs indicadoras, pertencentes a cinco filos. As fOTUs indicadoras demonstraram uma clara separação. A riqueza das OTUs bacterianas (bOTUs) diferem significativamente entre florestas exóticas e nativas. A variação de abundâncias e distribuição de bOTUs também foi confirmada por uma PERMANOVA, mas nenhum efeito significativo foi encontrado nos diferentes GLMs explorados. Proteobacteria é o filo dominante entre 26 presentes nos bOTUs. Para estas comunidades, foram encontrados 319 indicadores de 20 filos. Foram encontradas diferenças significativas entre os tipos de pastagem em vários parâmetros do solo e comunidades de plantas. A pastagem seminatural (SN) apresentou a maior riqueza de espécies de plantas, seguida pela permanente e ressemeada (CR), com diferenças significativas entre as CR e as restantes, tendo-se identificado espécies indicadoras para cada tipo de pastagem. Metade de todas as fOTUs pertenciam a Ascomycota, sem diferença significativa na riqueza. Um total de 251 fOTUs e 873 bOTUs foram identificados como indicadores para o tipo de pastagem, mostrando uma clara separação entre SN e CR. As comunidades bacterianas consistiram em 41 filos, com Proteobacteria, Acidobacteria, Chloroflexi, Planctomycetes e Patescibacteria a constituir mais de 60%. Neste estudo, descobrimos que as florestas exóticas têm menor riqueza bacteriana em comparação com as florestas naturais e plantadas, enquanto certos fatores do solo parecem influenciar a riqueza fúngica. Também foram identificadas espécies indicadoras para cada microbioma e tipo de floresta, fornecendo informações sobre o impacto do tipo de floresta nas comunidades microbianas. Em São Miguel, uma ilha vulcânica com alterações antropogénicas, o microbioma do solo de pastagens e as suas comunidades vegetais variou de acordo com o tipo de pastagem, provavelmente devido a restrições ambientais e à intensidade de gestão. As pastagens permanentes representam um intermédio entre práticas de gestão mais extremas. Este estudo foi o primeiro a inventariar as comunidades microbianas em três dos tipos mais comuns de pastagens e florestas na ilha de São Miguel. Em geral, mostra diferenças claras no microbioma do solo de pastagens e florestas, provavelmente influenciadas pelas atividades humanas e pela vegetação presente em cada ecossistema. O tipo de solo e o clima também poderão desempenhar um papel importante. Este estudo destaca o potencial de futuras estratégias de gestão de modo a passar pastagens intensivas para um nível de intensidade médio. Além disso, reforça a importância de controlar espécies invasoras, já que estas têm um impacto negativo no microbioma do solo. Mais estudos são necessários para explorar a relação entre o ambiente, a diversidade vegetal e o microbioma do solo.
- Conservation of Lactuca watsoniana Trelease, an Azorean priority species : phylogenetics, population genetics and propagationPublication . Dias, Elisabete Furtado; Silva, Luís Filipe Dias; Moura, Mónica Maria Tavares; Schaefer, HannoLactuca watsoniana Trel., é uma herbácea perene, endémica do Arquipélago dos Açores. Localmente denominada de “Alfacinha”, pode ser encontrada em quatro das nove ilhas do Arquipélago dos Açores (Faial, Pico, Terceira e São Miguel), estando possivelmente extinta da ilha de São Jorge. O tamanho total estimado das populações é de 500 a 2000 indivíduos, mas observações recentes no campo indicam que poderão ser menos de 500 indivíduos. Considerada como taxon prioritário na Directiva Habitats (Annex B-II) bem como na Convenção de Berna em termos de conservação e está listada como ameaçada (EN B2ab (i, ii, iii); C2a(i)) na Lista Vermelha da IUCN 2017. Atualmente, a Lactuca watsoniana encontra-se restrita a zonas húmidas, ravinas profundas e estreitas, crateras zonas declivosas, prados naturais de Festuca, matos de Erica e florestas de Juniperus entre 600-800 m. Está ameaçada por perda e degradação de habitat, resultante de expansão dos pastos, invasão por espécies exóticas, introdução de herbívoros e distúrbio de áreas sensíveis por turistas e locais. Neste trabalho investigaram-se os seguintes tópicos: i) propagação vegetativa por sementes; ii) genética de populações; e iii) filogenética e filogeografia. Foi estabelecido um protocolo eficaz e exequível para propagação por via seminal, germinando as sementes com 0.1 mg l-1 GA3, ethephon, e um filtro de luz vermelha e um regime de temperatura alterna de 15/10°C, com um fotoperíodo de 12 horas. Este protocolo permitiu a produção de centenas de plântulas viáveis que foram replantadas na população de origem. Dada a necessidade de proceder ao reforço das populações naturais em algumas ilhas, pretendeu-se definir se existiam riscos de contaminação genética resultante da troca de material entre as diferentes ilhas, para isso estudou-se a estrutura e variabilidade genética das populações, usando 8 microssatélites nucleares, desenvolvidos especificamente para a L. watsoniana. Os resultados mostraram uma clara separação entre as várias ilhas dos Açores, estando a maior variação genética dentro das populações (55.0%), mas com níveis relativamente altos de variação entre os clusters (27.3%). Evidenciando um grau de diferenciação entre as populações elevado e fluxo genético com valores inferiores a 1, bem como a existência de isolamento e barreiras geográficas. De modo a clarificar a posição taxonómica da L. watsoniana, nomeadamente em relação a espécies próximas da Europa, Norte da América e de outros Arquipélagos da Macaronésia (Canárias), recorremos a marcadores moleculares nucleares (ITS) e quatro do cloroplasto. Na análise das sequências combinadas de ITS e do cloroplasto (Parsimónia, Máxima verosimilhança e Inferência Baeysiana) o taxon dos Açores, mostrou a existência de um padrão filogeográfico através do arquipélago, com a presença de 5 haplótipos distintos para a L. watsoniana, quatro endémicos em apenas uma ilha (Faial, Pico, Terceira e São Miguel) e um haplótipo com informação genética partilhada do Faial e Pico, bem como uma relação filogenética, bem suportada, com as Lactuca Norte Americanas.
- Culture studies of economically important seaweedsPublication . Patarra, Ana Rita Ferreira; Neto, Ana Isabel de Melo Azevedo; Buschmann, Alejandro Heriberto; Abreu, Maria Helena TrindadeNa última década a aquacultura de macroalgas marinhas recebeu uma atenção crescente. Nos Açores, apenas recentemente o Governo Regional começou a apoiar o investimento privado no sector da aquacultura. Apesar do interesse existente na exploração dos recursos algais existentes nos Açores, até à data não existe informação publicada sobre a viabilidade do cultivo de macroalgas marinhas na Região. A presente tese visa contribuir para o preenchimento desta lacuna, através da investigação sobre o potencial de cultivo de algumas espécies com interesse comercial. Pretende‐se gerar informação útil para o setor público e privado que garanta práticas responsáveis e eficientes de cultivo de macroalgas, contribuindo para a prevenção da sobre‐exploração dos stocks selvagens e para o desenvolvimento sustentável da indústria das algas nos Açores. Neste contexto, foram investigados: (i) o efeito da limitação da fonte de azoto no crescimento in vitro de juvenis da alga castanha Macrocystis pyrifera (L.) C. Agardh e a sua capacidade de recuperação após o stress induzido: (ii) o potencial de cultivo de da alga vermelha Pterocladiella capillacea (S.G.Gmelin) Santelices & Hommersand e da alga castanha Halopteris scoparia (Linnaeus) Sauvageau), duas espécies de valor económico comprovado e presentes na flora algal açoriana: e (iii) o uso de H. scoparia como biofiltro num sistema piloto integrado de aquacultura multitrófica (IMTA – sigla inglesa para Integrated Multi‐Trophic Aquaculture). No desenvolvimento da tese, foram realizados ensaios laboratoriais e de campo para explorar as respostas fisiológicas das espécies investigadas a fatores abióticos selecionados. Verificou‐se que a recuperação dos esporófitos juvenis de M. pyrifera após condições limitantes de nutrientes, foi melhor quando estes foram cultivados previamente num meio de cultivo completo (com uma percentagem de sobrevivência de 83.33 ± 3.61 % e taxa de crescimento de 1.08 ± 0.30 % comprimento dia⁻¹). Estes resultados sugerem um aumento da rentabilidade de produção desta espécie, contudo, é necessário a sua demostração à escala industrial antes de implementar a metodologia de cultivo proposta. A alga P. capillacea cresceu melhor quando submetida a densidades de fluxo de fotões mais elevadas (150 μmol fotões m⁻² s⁻¹) e a períodos de aclimatação mais longos (duas a três semanas). Contudo, foi também observada uma diminuição do comprimento do talo, bem como um baixo crescimento durante os ensaios laboratoriais. Estes resultados foram inesperados tendo em conta outros trabalhos publicados para esta espécie. As condições de cultivo testadas tiveram uma taxa de sucesso baixa, e exigirão novas abordagens por forma a validar o potencial de cultivo desta espécie. A alga H. scoparia cresceu numa gama alargada de densidades de cultivo, luz e temperatura, desde que mantendo a intensidade luminosa abaixo dos 150 μmol fotões m⁻² s⁻¹, condição necessária para minimizar/limitar o crescimento de epífitos. A melhor relação entre taxa de crescimento relativo e produtividade foi obtida a uma densidade de cultivo de 2 g fw L⁻¹, sendo esta a recomendada para desenvolver a produção da espécie. O potencial de cultivo desta espécie para a industria das macroalgas marinhas, num sistema piloto de tanques em IMTA, usando efluentes da produção de dourada, testado aqui pela primeira vez, revelou resultados positivos e promissores. Os melhores resultados foram obtidos a uma densidade de cultivo de 2 g fw dia⁻¹, com uma produtividade semanal de 13.28 ± 2 g dw m⁻² wk⁻¹ e a remoção de 3.63 ± 0.47 g m⁻² dia⁻¹ de amónia (NH₃+NH₄). H. scoparia é, assim, um bom candidato para integrar sistemas de cultivo integrados nestas latitudes. A exploração desta espécie usando biomassa cultivada é possível e a sua produção a uma escala industrial poderá ser, a partir de agora, prevista pela indústria. A presente tese permitiu a produção de informação científica importante quer para uso académico, quer económico, que potencialmente poderá ser usada para o desenvolvimento sustentável do sector das algas marinhas nos Açores.
- Governança oceânica : bases estratégicas para o desenvolvimento do "Mar dos Açores"Publication . Paramio, Luz; Porteiro, João; Gomes, Fernando Veloso; Alves, Maria F. L.O tema do presente estudo consiste na definição de um quadro estratégico para a Região Autónoma dos Açores numa perspectiva de governança oceânica. A linha condutora da pesquisa salienta a importância do oceano para o desenvolvimento do território e reforça o papel do oceano nas estratégias de desenvolvimento sustentável. O caso de estudo do Arquipélago dos Açores foca as diferentes dimensões que o oceano assume, enquanto território, espaço e recurso. A evolução da visão do oceano é suportada pela aplicação de diferentes conceitos e ferramentas, tais como, princípios de Desenvolvimento Sustentável, Gestão Baseada nos Ecossistemas, Gestão Integrada de Zonas Costeiras e Áreas Marinhas Protegidas, que serviram de base para atingir o objectivo de estudo – a governança do “Mar dos Açores”. Através do enquadramento, identificação e análise das políticas, componentes e dinâmicas relacionadas com o mar, a presente investigação aborda a gestão marinha rumo a uma governança oceânica efectiva para o arquipélago dos Açores. As discussões sobre as políticas do oceano, a sua implementação vertical, e a sua articulação horizontal, com outras políticas e casos de estudo internacionais, permitiram uma melhor compreensão dos presentes desafios e necessidades que se colocam nos Açores. As opções para um modelo de governança do “Mar” nos Açores procuraram demonstrar a necessidade de uma classificação das prioridades de desenvolvimento, inscritas em orientações estratégicas, e num conjunto de recomendações para as bases de uma possível futura Estratégia Regional para o Mar dos Açores.
- Marine palaeo-ecological and depositional processes on the shallow-waters of the Azores archipelago: the mobile Ostracoda (Crustacea) and the sessile Bryozoa as case-studiesPublication . Meireles, Ricardo Piazza; Ávila, Sérgio P.; Martins, António M. de FriasIn this thesis I aimed to 1) undertake a taxonomic revision of the Fossil and Recent shallow (from the intertidal down to 100 m depth) Ostracoda and of the Recent shallow Bryozoa of the Azores; 2) describe the zonation of the Recent species of Ostracoda on the Azorean shores; 3) use the above-mentioned studies to compare with the palaeo-ecological studies that were done on the fossiliferous Late-Miocene-Early-Pliocene of the Santa Maria Island’s outcrops; 4) establish the palaeo-biogeographical relationships of the Recent and fossil ostracods; 5) produce a Reference Collection of the Bryozoa and Ostracoda which will be deposited at the Departament of Biology, Universtity of the Azores, in order to provide additional tools for identifying the more conspicuous species of Bryozoa and Ostracoda from the Azores. […].
- Modelling the ecological niche of cetaceans : new perspectives and applicationsPublication . Fernández Morrón, Marc; Azevedo, José Manuel Viegas de Oliveira Neto; Yesson, Chris; Gannier, AlexandreO uso de modelos de distribuição é hoje em dia uma prática muito comum e bem estabelecida, com grande aplicação nos campos de gestão e conservação da natureza. Existem, no entanto, muitas preocupações sobre a validade dos resultados obtidos com estes procedimentos. Este facto é ainda mais preocupante quando os trabalhos são realizados no meio marinho. Este meio pode apresentar um grande dinamismo, com mudanças muito súbitas das condições ambientais, o que pode influenciar a distribuição das espécies duma forma muito rápida. Nesta tese de doutoramento são apresentados estudos destinados a melhorar a construção de modelos de distribuição para cetáceos em habitats oceânicos. Num primeiro capítulo é feita uma introdução teórica aos conceitos da modelização do nicho ecológico, conjuntamente com um estado da arte. Uma breve caracterização oceanográfica da área onde foram feitos os estudos (Arquipélago dos Açores, Portugal) é apresentada no capitulo 2. Seguidamente é feita uma descrição detalhada dos dados que foram usados para a elaboração desta tese (capitulo 3), sendo classificados em dados de ocorrências e dados ambientais. Duas tipologias de dados de ocorrências foram usadas: (1) dados obtidos com uma amostragem sistemática a traves de transectos dedicados e (2) dados recolhidos duma forma oportunista nas atividades comerciais de observação de cetáceos, a traves da plataforma MONICET. As metodologias de recolha e armazenamento de dados são descritas neste mesmo capítulo. Duas tipologias de variáveis ambientais foram usadas: (1) variáveis que não apresentam grande variabilidade temporal ou estáticas (relacionadas com características batimétricas) e (2) variáveis que apresentam uma grande variabilidade temporal ou dinâmicas (relacionadas com variáveis oceanográficas). No capítulo 4 é apresentado um estudo teórico para testar qual é a melhor resolução temporal das variáveis ambientais e dos dados a ser usada na construção de modelos de nicho ecológico no meio marinho. Foram construídas espécies virtuais baseadas na bibliografia existente o que permitiu testar os efeitos de usar diferentes resoluções temporais (diária, semanal e mensal) das variáveis ambientais. Dois algoritmos de modelização foram usados:(1) “Generalized Linear Models” e (2) “Generalized Boosted Models”. Os resultados mostraram que o uso de médias de 8 dias das variáveis ambientais oceanográficas produz os melhores resultados para as espécies cuja distribuição é condicionada por elas. Os dados armazenados na plataforma MONICET foram usados no capítulo 5 para testar métodos de modelização do habitat. Um total de 7 anos de dados de avistamentos para a ilhas de São Miguel, Pico, Faial e Terceira (Açores, Portugal) foram usados para construir os modelos, usando para esta finalidade o algoritmo MAXENT. Foi proposto um novo método para corrigir o enviesamento associado a estes dados, baseado num índice de detetabilidade e numa área mínima amostrada. No mesmo estudo foram testadas diferentes resoluções espaciais e temporais. Os resultados obtidos demonstram que para a maioria das espécies testadas (8 de 10) é possível obter modelos de distribuição bons ou mesmo excelentes. A correção do enviesamento aplicada provou ser útil, melhorando a capacidade preditiva dos modelos em todos os casos. A resolução temporal demonstrou ser importante, obtendo diferentes efeitos dependendo da espécie estudada. Desta forma, para as espécies altamente dinâmicas tais como os golfinhos oceânicos, o uso de médias de 8 dias produziram melhores resultados, enquanto que para as espécies mais dependentes de variáveis estáticas, tais como os mergulhadores profundos, a diferença entre os cenários temporais foi mínima. Os resultados desta tese serão úteis para melhorar os modelos de distribuição para cetáceos, assim como para outras espécies marinhas com grande mobilidade.
- Near real-me distribution modelling of cetacean distribution off the AzoresPublication . Morcillo, Marta Tobeña; Juliano, Maria Manuela Fraga; Silva, Mónica Cordeiro de Almeida; Lehodey, PatrickOs cetáceos têm habitado o Oceano Atlântico desde há muito tempo, e a comunidade açoreana tem dependido deles por séculos. No início do último século, a comunidade açoreana eram balieiros, mas depois da moratória de caça de baleias, o negócio do turismo cresceu a volta dos cetáceos. Além disso, os cetáceos têm um papel essencial no meio ambiente, sustentando à integridade do ecossistema marinho. Os processos que guiam a sua presença nos Açores são complexos e identificá-los é um reto. Há múltiplas opções: processos ecológicos, atividades antropogénicas, o a mistura deles. Encontrar as relações entre cetáceos y os seus geradores de presença é essencial para predizer como as alterações no ambiente e das atividades humanas podem influir na resiliência de grupo e no serviço deles ao ecossistema.
- Patterns of social ecology of Risso's dolphins (Grampus griseus) off Pico Island, AzoresPublication . Hartman, Karin Louise; Azevedo, José Manuel Viegas de Oliveira Neto; Hoelzel, A. RusThis PhD thesis is focusing on the ecology of a medium sized and poorly studied oceanic dolphin species: The Risso’s dolphin (Grampus griseus). […]. In this study, we present for the first time a model for the social structure of Risso’s dolphin (Grampus griseus Cuvier 1812). Over the period 2004-2006, 1028 Risso’s dolphins were identified at Pico Island, Azores. Individuals sighted on 10 or more occasions were included in analysis of social structure (n = 183). High resighting rates indicate strong site-fidelity of at least part of the population. We found that individuals form stable long-term bonds, organised in pairs, or in clusters of 3-12 individuals. Social structure is stratified based on age and sex classes, with strong associations between adult males and adult females. We suggest that clusters form the basic units of Risso’s dolphin society. Thirteen pods consisting solely of adults, likely males, and 3 pods consisting of mother-calf pairs were identified. Males are organised in stable, long-term associations of varying size that occur throughout the complete range of behavioural states observed. For females, associations can be of similar strength, but the time-scale may vary depending on the presence of nursing calves. As subadults, associations also occur (pair-formation), but are less stable than those observed for adults. We propose a new model for Risso’s dolphin societies known as a stratified social organisation, which differs from the fission-fusion and matrilineal society models. […].
- Rocky shore macroalgae communities of the Azores (Portugal) and the British Isles : a comparison for the development of ecological quality assessment toolsPublication . Macedo, Francisco Luís Wallenstein Faria e Maia de; Wilkinson, Martin; Neto, Ana Isabel de Melo Azevedo; Rodrigues, Armindo dos SantosThis thesis focuses on intertidal seaweed communities on rocky shores and was planned to provide solid scientific background for the application of the EU Water Framework Directive (WFD) to the Azores based on the tool developed for British shores. The main structuring factors for rocky shore intertidal communities are briefly described and characterized for each of the two regions. Rocky shore intertidal seaweed communities of the British Isles and the Azores are compared based on presence/absence data recorded in single occasion visits to individual stretches of shore. The existing numerical indices used for the assessment of ecological quality for the WFD in the British Isles and in northern Spain have been tested for Azorean shores and adaptations proposed in order to incorporate differences between regions. A new alternative index is proposed for the Azores and possibly for remaining Macaronesian archipelagos that combines features used in the British Isles and in northern Spain. A first account is given of seaweed communities and their ecological quality classification at two rocky shores affected by shallow water hydrothermal activity. In the Azores, this is the closest to polluted shores, with which to test quality assessment tools. The accumulation of heavy metals in different seaweeds has been quantified and compared between the vicinity of shallow water hydrothermal activity and of urban development in the Azores. The concentration of heavy metals in Fucus spiralis has been compared between samples affected by hydrothermal seeps in the Azores and by acid mine drainage in the British Isles. Preliminary culture experiments provide an insight on the influence of temperature and acidity on the growth and photosynthesis of F. spiralis, as measures of metal accumulation capacity of this species.
- Sistematic, population genetics, propagation and conservation of Prunus azorica (Rosaceae)Publication . Moreira, Orlanda Cristina Barros; Moura, Mónica Maria Tavares; Silva, Luís Filipe Dias; Maciel, Maria Graciete BeloPrunus azorica (Hort. ex Mouillef.) Rivas Mart., Lousã, Fern. Prieto, E. Dias, J.C. Costa & C. Aguiar (Rosaceae) é uma árvore ameaçada, endémica do Arquipélago dos Açores, com interesse ecológico e ornamental, considerada como um taxon prioritário em termos de conservação. É considerado como um constituinte da floresta laurifólia e uma importante fonte de alimento para uma das espécies endémicas e emblemáticas da região, Pyrrhula murina, que se encontra também ameaçada. Localmente chamado de ginja-do-mato, pode ser atualmente encontrado em seis das nove ilhas do Arquipélago, nomeadamente em São Miguel, Terceira, São Jorge, Pico Faial e Flores. Ocorre em altitudes acima dos 500 m, principalmente em crateras e ravinas estreitas e profundas, ou dispersa pela floresta natural hiper-húmida. Atualmente compreende uma área de ocorrência de 20,5 km2, e um número de indivíduos maduros que foi estimado como sendo inferior a 200, na sua maioria pertencentes à maior população existente no arquipélago, localizada na zona da Tronqueira (São Miguel). As ilhas do Faial, Pico, São Jorge e Terceira apresentam as populações mais empobrecidas e nas Flores apenas se conhece um indivíduo. Existe alguma controvérsia relativamente à classificação deste taxon, já que foi previamente considerado apenas como uma subespécie, Prunus lusitanica L. subsp. azorica (Mouill.) Franco, e foi mais recentemente elevado ao nível específico, na ausência de uma análise morfológica e/ou genética mais aprofundada. Neste trabalho, investigaram-se os seguintes tópicos: i) propagação vegetativa; ii) germinação das sementes; iii) genética de populações e filogenética; e iv) distribuição presente e potencial e estado de conservação. Os resultados obtidos indicam que a propagação vegetativa, através de estacaria ou de alporquia, é muito eficaz, não sendo necessária a adição de IBA para induzir o enraizamento. Ambos os métodos poderão ser usados na recuperação de populações naturais, em particular nos casos em que a produção de sementes seja nula ou muito reduzida. Também se estabeleceu um protocolo eficaz e exequível para propagação por via seminal, removendo o endocarpo e incubando as sementes a uma temperatura alternada de 10/5 ou 15/10ºC, com um período de luz de 12 horas. Este protocolo permitiu a produção de centenas de plântulas viáveis que foram usadas na reflorestação de uma floresta de louro, no âmbito de um projeto LIFE. De forma a planear corretamente um plano de florestação ou o reforço de populações empobrecidas, estudou-se a estrutura e variabilidade genética das populações, usando oito microssatélites nucleares polimórficos, especificamente isolados para o taxon dos Açores. [...].
