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- Changes in plant and soil microbial taxonomic and phylogenetic diversity along gradients of land management intensity in Azorean grasslands and forestsPublication . Vieira, Ângela Filipa Almeida Lourenço; Moura, Mónica Maria Tavares de; Silva, Luís Filipe Dias eEcossistemas biodiversos, tais como florestas e pastagens, são essenciais para manter serviços ecossistémicos cruciais para a vida no planeta. Esses serviços incluem, entre outros, o sequestro de carbono, fornecimento de água, produção de alimentos e a conservação da biodiversidade, sendo a maioria deles suportados pelo solo. O habitat do solo suporta plantas, animais e microrganismos e é influenciado pela geologia, clima e vegetação. As atividades humanas impactam significativamente as taxas de erosão do solo, com a agricultura sendo, em larga escala, responsável por essa degradação. O microbioma do solo é vital para a saúde e fertilidade do solo, influenciando todos os seus processos e as funções do ecossistema que impactam a saúde das plantas e animais terrestres. Além disso, níveis elevados de microrganismos no solo estão associados a um aumento na diversidade à superfície. A metagenómica revolucionou a ecologia microbiana, permitindo um conhecimento sem precedentes sobre o microbioma do solo, até então desconhecido. Os Açores, pertencentes à região biogeográfica da Macaronésia, estão entre as regiões mais biodiversas da Europa. No entanto, estas ilhas vulcânicas sofreram uma perda significativa de biodiversidade devido às atividades humanas. Atualmente, as pastagens ocupam 88% das terras agrícolas produtivas e a principal cultura é o milho forrageiro. Este estudo tem como objetivo compreender as comunidades microbianas do solo em dois ecossistemas na ilha de São Miguel e estabelecer a referência da sua composição. Este projeto investiga o impacto das florestas naturais e plantadas, bosques exóticos e três tipos de pastagens (seminaturais, permanentes e ressemeadas com milho) nas comunidades fúngicas e bacterianas em 27 locais na ilha para cada ecossistema. Além disso, para as pastagens, as comunidades florísticas também foram estudadas. Foram colhidas amostras de solo superficial, os parâmetros do solo foram medidos e um inventário da comunidade vegetal foi realizado. O DNA do solo foi extraído e seguidamente sequenciado com recurso à tecnologia Illumina Miseq. As sequências foram montadas para obter unidades taxonómicas operacionais (OTUs) que representam as comunidades fúngicas e bacterianas. Realizou-se análise de ecologia numérica, máxima verossimilhança e métodos estatísticos Bayesianos, com recurso ao R para analisar os dados. A altitude, temperatura, precipitação e conteúdo de argila foram significativamente diferentes entre os tipos de floresta. Embora a riqueza de OTUs fúngicas (fOTUs) não tenha sido significativamente diferente, as abundâncias e distribuição de fOTUs variaram (PERMANOVA). Ascomycota foi o filo mais comum entre os 14 obtidos para fOTUs. Um modelo incluindo a densidade do solo, argila, ECEC e EC teve um efeito significativo na riqueza fúngica. Foram encontradas 181 fOTUs indicadoras, pertencentes a cinco filos. As fOTUs indicadoras demonstraram uma clara separação. A riqueza das OTUs bacterianas (bOTUs) diferem significativamente entre florestas exóticas e nativas. A variação de abundâncias e distribuição de bOTUs também foi confirmada por uma PERMANOVA, mas nenhum efeito significativo foi encontrado nos diferentes GLMs explorados. Proteobacteria é o filo dominante entre 26 presentes nos bOTUs. Para estas comunidades, foram encontrados 319 indicadores de 20 filos. Foram encontradas diferenças significativas entre os tipos de pastagem em vários parâmetros do solo e comunidades de plantas. A pastagem seminatural (SN) apresentou a maior riqueza de espécies de plantas, seguida pela permanente e ressemeada (CR), com diferenças significativas entre as CR e as restantes, tendo-se identificado espécies indicadoras para cada tipo de pastagem. Metade de todas as fOTUs pertenciam a Ascomycota, sem diferença significativa na riqueza. Um total de 251 fOTUs e 873 bOTUs foram identificados como indicadores para o tipo de pastagem, mostrando uma clara separação entre SN e CR. As comunidades bacterianas consistiram em 41 filos, com Proteobacteria, Acidobacteria, Chloroflexi, Planctomycetes e Patescibacteria a constituir mais de 60%. Neste estudo, descobrimos que as florestas exóticas têm menor riqueza bacteriana em comparação com as florestas naturais e plantadas, enquanto certos fatores do solo parecem influenciar a riqueza fúngica. Também foram identificadas espécies indicadoras para cada microbioma e tipo de floresta, fornecendo informações sobre o impacto do tipo de floresta nas comunidades microbianas. Em São Miguel, uma ilha vulcânica com alterações antropogénicas, o microbioma do solo de pastagens e as suas comunidades vegetais variou de acordo com o tipo de pastagem, provavelmente devido a restrições ambientais e à intensidade de gestão. As pastagens permanentes representam um intermédio entre práticas de gestão mais extremas. Este estudo foi o primeiro a inventariar as comunidades microbianas em três dos tipos mais comuns de pastagens e florestas na ilha de São Miguel. Em geral, mostra diferenças claras no microbioma do solo de pastagens e florestas, provavelmente influenciadas pelas atividades humanas e pela vegetação presente em cada ecossistema. O tipo de solo e o clima também poderão desempenhar um papel importante. Este estudo destaca o potencial de futuras estratégias de gestão de modo a passar pastagens intensivas para um nível de intensidade médio. Além disso, reforça a importância de controlar espécies invasoras, já que estas têm um impacto negativo no microbioma do solo. Mais estudos são necessários para explorar a relação entre o ambiente, a diversidade vegetal e o microbioma do solo.