DHFA - Dissertações de Mestrado / Master Thesis
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Dissertação de Mestrado. Nível intermédio de uma dissertação (4 ou 5 anos de estudo). Contempla também dissertações do período pré-Bolonha para graus académicos que agora são reconhecidos como grau de mestre.
(Aceite; Publicado; Actualizado).
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- Eduardo Read Teixeira (1914-1992) : um arquiteto Moderno nos AçoresPublication . Costa, Nuno Duarte; Albergaria, Isabel SoaresEduardo Read Henriques Teixeira (Ponta Delgada, 1914 – Lisboa, 1992) formou-se em arquitetura na Escola de Belas Artes de Lisboa, entre 1934 e 1940, e foi o primeiro açoriano a obter o Diploma de Arquitectura, em 1948. Descendente de uma família da nobreza local e de uma família inglesa – os Read, cresceu na Casa da Magnólia, em São Miguel, onde usufruiu do melhor que a ilha possuía e tinha para oferecer. Durante a sua carreira profissional, além dos diversos cargos que desempenhou nos Ministérios das Obras Publicas, da Economia e da Saúde e Assistência, foi professor de arquitetura e integrou na Comissão das Construções Hospitalares, onde coordenou e projetou hospitais para todo o país, proferiu conferências e organizou a 1.ª Exposição Mundial de Arquitectura Hospitalar. Como arquiteto independente, elaborou inúmeros projetos para Portugal Continental e para o Arquipélago dos Açores. No caso particular dos Açores, a sua obra divide-se em três fases: - no início dos anos 40, surpreendentemente, elabora os projetos do Asilo para Raparigas em Ponta Delgada e da Casa Deodato Soares, que evidenciam o purismo, o racionalismo e o funcionalismo da arquitetura de Le Corbusier e da Bauhaus; - a meados dos anos 40, em pleno Estado Novo, a sua obra aproxima-se do historicismo e tradicionalismo do estilo Nacionalista, principalmente nos projetos do Asilo-Escola Agrícola de Ponta Delgada, dos Postos Agrícolas e do Hospital da Misericórdia da Povoação. De igual modo, em vários Miradouros, mas com cariz mais romântico. Curiosamente, nos projetos do Miradouro das Furnas e da Entrada do Palácio do Governo Civil de Ponta Delgada aproximasse da arquitetura neorrenascentista; - e após o I Congresso Nacional de Arquitectura, em 1948, que ditou mudanças no paradigma da arquitetura oficial do Estado Novo, e por provável influência de Carlos Ramos, «professor admirável e infatigável defensor dos princípios modernos», que supervisionou o seu estágio, retoma e desenvolve os princípios do modernismo internacional, introduzindo um traço muito identitário evidente no tratamento da luz e na plasticidade que emprega, recorrendo, por vezes, a outros artistas. Nesta fase, que dura até finais dos anos 60, destaca-se, sobretudo, a Escola Industrial e Comercial, em Ponta Delgada e a Igreja de S. José, na Ribeira Chã, Lagoa. No plano urbanístico, também se destacou como seguidor da linguagem modernista. Fruto desta análise, podemos afirmar que Read Teixeira, sucessor do pioneiro do modernismo, Manuel António de Vasconcelos, constitui, a par de João Correia Rebelo, o mais fiel aos princípios modernistas, a 2.ª geração de arquitetos modernistas nos Açores.
- Programação museológica e espaço arquitectónico : o Museu Carlos Machado de Ponta Delgada, AçoresPublication . França, Igor Tavares de Melo Espínola; D'Alfonso, Maddalena; Martins, Rui de Sousa[…]. Efectivamente, a arquitectura de museus é um dos mais interessantes temas da arquitectura contemporânea. O fascínio que os museus hoje exercem no imaginário das sociedades desenvolvidas, radica, em grande parte, no facto dos seus edifícios constituírem, frequentemente, uma presença icónica no contexto urbano em que se inserem. Esse mecanismo de encantamento apoia-se no reconhecimento de que, num mundo crescentemente padronizado, uma arquitectura promotora de diferença, e susceptível de afirmar as “cores” de uma cidade, de uma região, ou mesmo de uma nação, pode constituir uma mais-valia assinalável. Suplantando os “herdeiros” das grandes catedrais medievais, estações ferroviárias, hospitais, fábricas, bibliotecas, prenunciados pelas vanguardasmodernistas, são precisamente os museus que hoje mais próximos estão decumprirem aquela profecia. Recentemente essa presunção tem-se apoiado num entendimento escultórico do edifício, que se afirma como algo de espectacular e susceptível de rivalizar, ou até mesmo de anular, a lógica expositiva. Por outro lado, desde remotamente considerados “instrumentos de medida” do nível cultural de um povo, pese embora o facto de terem despertado ódios e desamores ao longo da sua existência multissecular, são, ainda hoje, os edifícios dos museus que enformam o espaço expositivo por excelência. Este aspecto assume especial relevância na cultura ocidental, precisamente a geradora da instituição museal, uma vez que aquela se afirma na inter-relação entre a mensagem e o espaço onde a obra é exposta. Assim, encontrar um ponto de equilíbrio entre continente e conteúdo, entre o carácter distintivo da marca urbana, ou a exaltação pura e simples da arte e do coleccionismo abrigados no museu, deverá constituir-se como o principal desafio a enfrentar pelo arquitecto, chamado a intervir nesta área da arquitectura contemporânea. É neste contexto que a manifestação recente, por parte da tutela, da vontade de investir na sede do Museu Carlos Machado, constitui uma oportunidade para refundar o seu projecto museológico, conferindo às suas infra-estruturas as condições necessárias à sua implementação. É aquele pressuposto que justifica o nosso interesse em desenvolver este trabalho que, sendo embora um exercício académico, constitui também resposta a uma situação concreta. […].