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- Desenvolvimento de uma bebida probiótica produzida com soro de leite de vacaPublication . Cunha, Daniela Silva; Silva, Célia Costa GomesA alimentação saudável e a proteção do ambiente são dois temas muito atuais. Cada vez mais, o consumidor procura alternativas benéficas para a saúde e que sejam, ao mesmo tempo, sustentáveis. Vários investigadores têm-se dedicado ao estudo do ácido gama-aminobutírico (GABA), um dos principais neurotransmissores inibidores do sistema nervoso central com funções fisiológicas e efeitos positivos em múltiplos distúrbios metabólicos, nomeadamente no controlo da hipertensão. A procura por produtos naturalmente enriquecidos em GABA tem aumentado, havendo uma preocupação crescente em evitar o recurso a produtos sintéticos. Por outro lado, o excedente de soro é um dos maiores problemas enfrentados pelas indústrias de laticínios, principalmente as de pequena e média dimensão, dado ao elevado custo do seu tratamento. O presente trabalho teve como principal objetivo o desenvolvimento de uma bebida probiótica com soro de leite de vaca, utilizando uma cultura de bactérias do ácido lático (BAL) com potencial de produção de GABA, contribuindo com benefícios para a saúde do consumidor, e em simultâneo, para a redução dos desperdícios da indústria de laticínios. Foi realizado um screening das BAL produtoras de GABA através de cromatografia em camada fina (TLC) e a confirmação da capacidade produtora de GABA através de cromatografia de alta eficiência (HPLC). Foram identificados 3 isolados Enterococcus maladoratus com uma percentagem elevada de conversão do ácido glutâmico em GABA. Procedeu-se então à preparação de uma bebida utilizando o soro pasteurizado como principal matéria-prima para a fermentação com um isolado produtor de GABA. Ao produto final foi adicionado preparado de fruta, tendo em vista a melhoria do ponto de vista sensorial. As bebidas foram ainda submetidas a análises químicas e microbiológicas. Do nosso conhecimento, este foi o primeiro trabalho a relatar a espécie Enterococcus maladoratus como potencial produtor de GABA, com elevadas percentagens de conversão do ácido glutâmico em GABA. Foram obtidas percentagens de conversão entre 50% a 71% nas bebidas produzidas com sabor a ananás e maracujá. A bebida com sabor a ananás obteve concentrações de GABA entre 2,319 g L-1 e 3,117 g L-1 e a bebida com sabor a maracujá entre 2,636 g L-1 e 3,272 g L-1. A ingestão diária de 100ml de uma das bebidas produzidas corresponde a uma ingestão aproximada de 250 mg a 300 mg de GABA, podendo o seu consumo exercer efeitos benéficos para o consumidor, nomeadamente a nível do controlo da pressão arterial.
- Eduardo Read Teixeira (1914-1992) : um arquiteto Moderno nos AçoresPublication . Costa, Nuno Duarte; Albergaria, Isabel SoaresEduardo Read Henriques Teixeira (Ponta Delgada, 1914 – Lisboa, 1992) formou-se em arquitetura na Escola de Belas Artes de Lisboa, entre 1934 e 1940, e foi o primeiro açoriano a obter o Diploma de Arquitectura, em 1948. Descendente de uma família da nobreza local e de uma família inglesa – os Read, cresceu na Casa da Magnólia, em São Miguel, onde usufruiu do melhor que a ilha possuía e tinha para oferecer. Durante a sua carreira profissional, além dos diversos cargos que desempenhou nos Ministérios das Obras Publicas, da Economia e da Saúde e Assistência, foi professor de arquitetura e integrou na Comissão das Construções Hospitalares, onde coordenou e projetou hospitais para todo o país, proferiu conferências e organizou a 1.ª Exposição Mundial de Arquitectura Hospitalar. Como arquiteto independente, elaborou inúmeros projetos para Portugal Continental e para o Arquipélago dos Açores. No caso particular dos Açores, a sua obra divide-se em três fases: - no início dos anos 40, surpreendentemente, elabora os projetos do Asilo para Raparigas em Ponta Delgada e da Casa Deodato Soares, que evidenciam o purismo, o racionalismo e o funcionalismo da arquitetura de Le Corbusier e da Bauhaus; - a meados dos anos 40, em pleno Estado Novo, a sua obra aproxima-se do historicismo e tradicionalismo do estilo Nacionalista, principalmente nos projetos do Asilo-Escola Agrícola de Ponta Delgada, dos Postos Agrícolas e do Hospital da Misericórdia da Povoação. De igual modo, em vários Miradouros, mas com cariz mais romântico. Curiosamente, nos projetos do Miradouro das Furnas e da Entrada do Palácio do Governo Civil de Ponta Delgada aproximasse da arquitetura neorrenascentista; - e após o I Congresso Nacional de Arquitectura, em 1948, que ditou mudanças no paradigma da arquitetura oficial do Estado Novo, e por provável influência de Carlos Ramos, «professor admirável e infatigável defensor dos princípios modernos», que supervisionou o seu estágio, retoma e desenvolve os princípios do modernismo internacional, introduzindo um traço muito identitário evidente no tratamento da luz e na plasticidade que emprega, recorrendo, por vezes, a outros artistas. Nesta fase, que dura até finais dos anos 60, destaca-se, sobretudo, a Escola Industrial e Comercial, em Ponta Delgada e a Igreja de S. José, na Ribeira Chã, Lagoa. No plano urbanístico, também se destacou como seguidor da linguagem modernista. Fruto desta análise, podemos afirmar que Read Teixeira, sucessor do pioneiro do modernismo, Manuel António de Vasconcelos, constitui, a par de João Correia Rebelo, o mais fiel aos princípios modernistas, a 2.ª geração de arquitetos modernistas nos Açores.