Browsing by Author "Martins, Rui de Sousa"
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- A antropologia cultural na Universidade dos Açores : um contributo para a descoberta e a salvaguarda do património etnográfico insularPublication . Martins, Rui de Sousa[…]. Mas a evolução cultural e, nos últimos anos, a avassaladora implantação da sociedade de consumo, das suas práticas e da sua ideologia levou ao abandono e à morte de muitos valores da cultura tradicional açórica. O açoriano vai despindo a sua roupa cultural para a trocar por outra que não se adapta à sua pele nem à sua maneira de ser. O rico património tradicional com que se identificava morre e esquece. Os açorianos são progressivamente um povo sem memória, sacrificado a um tipo de desenvolvimento alienante. Parece-me que o progresso técnico que é real nos Açores não foi adaptado às características geográficas e culturais da região nem as respeita. Neste contexto os etnólogos podem e devem contribuir para o inventário, o estudo, a protecção e sobretudo para a dignificação dos aspectos da cultura tradicional que estão em vias de se perder. Devem consciencializar as pessoas para o valor do seu património tradicional e divulgá-lo a todos os níveis. No caso dos Açores, julgo que é urgente dar uma dimensão enraizadamente cultural a um processo de regionalização que tem sido sobretudo administrativo e político. […].
- As artes conventuais nos Açores e o processo de criação do arcano místico da Ribeira GrandePublication . Martins, Rui de SousaAs artes tiveram um papel central nos processos de construção de sociedades perfeitas femininas no arquipélago dos Açores. A dádiva de doces e de objectos de arte criava laços de comunicação religiosa, instituía relações de poder no interior dos conventos, estreitava e aprofundava as relações familiares, económicas e políticas com a sociedade exterior. A instauração do Liberalismo e a extinção dos conventos dispersaram as freiras artistas, uma das quais se dedicou à criação e exposição do Arcano, a mais importante obra de escultura de tradição conventual dos Açores.
- O barro, a técnica e a arte : a cerâmica dos Açores e as olarias de Vila Franca do CampoPublication . Martins, Rui de SousaA Tecnologia Cultural é a disciplina da Etnologia que estuda as actividades técnicas do homem, ou seja, o conjunto de acções que este exerce sobre a matéria, a fim de obter resultados que o ajudarão a satisfazer múltiplas necessidades. As tecnologias implicam matéria prima e energia, ligadas entre si por actos técnicos que recorrem a utensílios. Os objectos criados pelo homem são os únicos testemunhos das mais recuadas civilizações, documentando toda a história humana, e não admira que no século XIX Lewis Morgan tenha classificado evolutivamente os estádios culturais da humanidade de acordo com a sucessão dos inventos técnicos. O próprio difusionismo havia de nascer nos Museus ele Berlim, sob o fascínio dos objectos, da sua sistematização e da sua apresentação ao público. O estudo das tecnologias está hoje ligado a nomes clássicos da Antropologia Cultural como Marcel Mauss, Montandon, Leroi-Gourhan, Haudricourt, Hélène Balfet, Cresswell e Godelier. Nos Estados Unidos, Leslie White e Julien Steward reexaminaram o papel do factor tecnológico na evolução das culturas e a problemática por eles desenvolvida está na base da Ecologia Cultural. O estudo das tecnologias tradicionais tem sempre grande relevo num curso de Etnologia, nomeadamente quando este assume, entre os seus objectivos, o despertar das consciências para os valores culturais da sociedade tradicional e para a necessidade do seu estudo e recuperação. Nesta perspectiva, vamos tentar a abordagem de uma tecnologia tradicional dos Açores, a cerâmica ele Vila Franca do Campo (São Miguel), encarando-a como um meio de pensarmos o relacionamento do homem insular com o ambiente, uma técnica e uma arte. Os oleiros açorianos criaram utensílios que povoaram o quotidiano ilhéu até que a implacável civilização do alumínio e do plástico remeteu para o etnólogo a missão de acompanhar a arte elo barro à sua derradeira morada: o Museu.
- Um bracelete Ndembu : contribuição para o estudo da arte dos metais no Norte de AngolaPublication . Martins, Rui de Sousa“[…]. Bracelete com figura de ave. Latão cor de ouro claro. Compõe-se de três partes principais: um aro de fixação ao pulso, um pé de suporte e uma figura de ave. […]”
- A cerâmica de Vila Franca do Campo (S. Miguel - Açores) na produção haliêuticaPublication . Martins, Rui de SousaDans cette article il est question de l'analyse de deux cas d'innovation technique dans le domaine des systèmes de pêche où l'art des potiers de Vila Franca do Campo a joué un rôle assez important. Premièrement et dans le but de perfectionner le filet et de mieux l'adapter à la topographie sousmarine, ce qui augmenterait et améliorerait l'efficacité de la traîne, les pêcheurs faisaient faire des poids en terre cuite aux potiers. Le deuxième cas porte sur une expérience, de source officielle, qui visait l'introduction aux Açores de la capture différée du poulpe avec une filière de récipients céramiques, à l'aide d'une embarcation et d'un groupe de travail. Quoique ce project ait échoué, il a cependant laissé des traces dans la poterie de Vila Franca do Campo.
- Contribuição para o estudo da luminária popular açoriana (Pico, S. Jorge, Faial e Terceira)Publication . Martins, Rui de Sousa“[…]. Utensílio indispensável na casa rural portuguesa, a candeia extinguiu-se, desaparecendo quase sem ninguém dar por isso. Venceu a noite, mas não resistiu ao néon. Objecto «pobre», mas fascinante, conheceu coleccionadores-amantes e grandes nomes da etnografiase lhe dedicaram. A título de homenagem, vale a pena citar Walter Hough, Robins e os nossos Rocha Peixoto e Eduíno Borges Garcia. […]”
- Contribuição para o estudo da luminária popular açoriana (Pico, S. Jorge, Faial e Terceira)Publication . Martins, Rui de Sousa“[…]. Utensílio indispensável na casa rural portuguesa, a candeia extinguiu-se, desaparecendo quase sem ninguém dar por isso. Venceu a noite, mas não resistiu ao néon. Objecto «pobre», mas fascinante, conheceu coleccionadores-amantes e grandes nomes da etnografiase lhe dedicaram. A título de homenagem, vale a pena citar Walter Hough, Robins e os nossos Rocha Peixoto e Eduíno Borges Garcia. […]”
- Embarcações e culturas baleeiras : perspetivas antropológicasPublication . Martins, Rui de SousaNo decurso dos últimos 25 milhões de anos, as baleias desenvolveram várias formas de organização social, dispersando-se pelos oceanos do planeta. Enquanto as baleias com dentes, como é o caso dos cachalotes, são sobretudo espécies nómadas, as baleias com barbas, entre as quais se encontram os maiores e os mais pesados seres vivos da terra, são espécies migratórias que se deslocam frequentemente ao longo das costas, na primavera e no outono, entre as áreas de conceção e reprodução (no inverno) e as áreas de alimentação (no verão) situadas nos oceanos Ártico e Antártico. Ao longo da história da humanidade, as baleias arrojadas às praias, sozinhas ou em grupo, vivas ou mortas, proporcionaram abundantes e duráveis suprimentos de carne, gordura, ossos, barbas, marfim e pele aos habitantes de espaços litorais. Ocasionalmente, também se recolhia o âmbar-cinzento. No entanto, desde épocas muito recuadas, algumas comunidades marítimas desenvolveram sistemas ecossociotécnicos de pesca de baleias a partir de embarcações, utilizando armas de arremesso (arpões, lanças) e/ ou redes. Desta forma, se criaram e se desenvolveram culturas baleeiras\ por vezes muito especializadas e que, em determinados momentos, adquiriram o estatuto de atividade principal, diferenciando e identificando as respetivas comunidades. […].
- A escultura cerâmica regionalista do Arquipélago dos AçoresPublication . Martins, Rui de SousaEste contributo para o estudo da escultura cerâmica regionalista açoriana dá continuidade à divulgação dos resultados de um projecto de pesquisa do Centro de Estudos Etnológicos, Luís da Silva Ribeiro, da Universidade dos Açores e do Museu de Vila Franca do Campo, desenvolvido ao longo das duas últimas décadas. A importância da cerâmica local na emblematização e na difusão de representações identitárias açorianas foi sendo objecto de publicações parcelares (1996, I 999a) e, em 1999, uma abordagem global da problemática foi apresentada nas “Primeiras Jornadas de Olaria: Modos de Fazer: Figurado, Uma Visão do Mundo”, realizadas no Museu de Olaria de Barcelos. Os trabalhos foram aprofundados, de forma significativa, no contexto das actividades da Comissão Organizadora das Comemorações do Centenário da Visita Régia aos Açores (1901-2001), uma iniciativa da Presidência do Governo da Região Autónoma dos Açores e, finalmente, uma síntese dos resultados foi parcialmente publicada em 2005, no âmbito de um projecto editorial coordenado pela ceramóloga Dr.ª Isabel Maria Fernandes, sendo aqui retomada com algumas alterações. [do Prólogo]
- Um inquérito ao artesanato dos AçoresPublication . Martins, Rui de Sousa“A Secção de Antropologia Cultural (Departamento de História) da Universidade dos Açores iniciou no ano lectivo de 1970-1980 a realização de um inquérito aos artesãos e ao artesanato das ilhas açorianas. O inquérito visa a recolha sistemática e intensiva de elementos sobre as unidades especializadas de produção artesanal (moinhos, latoarias, olarias, etc.) rurais e urbanas; o artesanato doméstico, cuja produção se destina ou destinava a ser consumida no círculo familiar e o trabalho de artistas-artesãos cuja actividade criativa não é a ocupação principal. […]”