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- Projecto de musealização de uma olaria de Vila Franca do CampoPublication . Martins, Rui de SousaO Museu Municipal de Vila Franca do Campo, nascido da colaboração estabelecida, em 1980, entre a Câmara local e a Universidade dos Açores, foi criado com base num modelo etnomuseológico flexível e polinucleado que combinava a instalação de colecções permanentes, num ou vários edifícios contíguos, com a preservação “in situ” de construções ou outros bens culturais de reconhecido valor que seriam protegidos e conservados, criativamente, numa intenção sociocultural e comunitária. A experiência museológica que Vila Franca do Campo tem vindo a desenvolver inspirou-se, à partida, em soluções propostas pelos museus ao ar livre e, sobretudo, pelos ecomuseus, pois estes não circunscrevem o museu às limitações do espaço interior de um edifício, mas alargam a natureza do acervo aos objectos imóveis e o espaço de exposição-animação a áreas exteriores, mais ou menos vastas, onde se podem desenvolver determinadas actividades. Contudo, as soluções museológicas pensadas, e em curso de concretização, acabaram por fazer convergir a experiência vilafranquense na problemática da musealização de sítios, pois as construções que se pretende recuperar integram-se em diferentes locais da Vila e são expressão de grupos humanos muito diversos. […].
- Os portugueses na Califórnia : perspectiva históricaPublication . Dias, Eduardo Mayone[…]. A verdadeira emigração, no seu sentido actual, iniciou-se apenas em 1814, quando o minhoto António José Rocha desertou com outros tripulantes da escuna inglesa Columbia, ancorada no porto de Monterrey. Este navio dedicava-se ao comércio entre a Inglaterra, China, Havai e costa pacífica da América do Norte, com repetidas escalas em Sitka, no Alaska, para meter peles. Não existe qualquer indicação das razões que levaram António José Rocha a embarcar no Columbia. Presos pelas autoridades espanholas, quase todos os desertores foram entregues ao capitão do navio. Contudo Rocha e outro marinheiro, ao que parece um galego, foram autorizados a permanecer em terra, talvez devido a serem católicos ou ao facto de as suas possíveis aptidões artesanais serem apreciadas numa região quase unicamente orientada para a criação de gado. A profissão de Rocha é dada no primeiro documento espanhol que se lhe refere como de “texedor”. Contudo mais tarde uma carta que assinala a sua passagem pela Missão de San Miguel, a caminho do Sul, menciona que os padres o mantiveram lá ocupado por algum tempo em trabalhos ·de carpintaria. De qualquer modo Rocha acabou por chegar à Missão de San Gabriel, perto de Los Angeles, o que possivelmente indica que gozava da protecção dos franciscanos. […].
- Problemática actual do emigrante na CalifórniaPublication . Dutra, RamiroA problemática da emigração torna-se mais visível quando um número grande de emigrantes partilha de certas limitações bem definidas que os atinge de modo colectivo. Isto deu-se, por exemplo, com as massas migratórias que trabalhavam nas indústrias têxteis da Nova Inglaterra em fins do século XIX, e mais tarde, com as volumosas levas de micaelenses que seguiram para o Canadá há trinta anos para trabalhar na construção dos caminhos de ferro. Era gente da mesma origem, pertencente ao mesmo nível sócio-económico e à mesma estreita faixa etária, ligada pela mesma língua e cultura e irmanada por incógnitas e aspirações comuns. Esse tipo de «exportação humana» possivelmente não se voltará a repetir. […].
- Emigração e dependência : alguns elementos de análise teóricaPublication . Rosa, Victor M. PereiraExaminaremos, neste artigo, as contribuições de diferentes estudos sobre as migrações e o desenvolvimento, e forneceremos alguns elementos de análise que poderão vir a caracterizar a emigração face à dependência sócio-económica dos Açores. Aqui como alhures, a emigração não é um problema individual, mas um fenómeno intimamente ligado à estrutura sócio-económica do país de origem e à posição deste no sistema económico mundial. Propomo-nos, portanto, enquadrar o fenómeno migratório em função de alguns condicionalismos ignorados em certos estudos sobre este assunto. […].
- As relações Leste-Oeste na era GorbatchevPublication . Andrade, Luís Manuel Vieira deNão restam dúvidas de que uma das várias questões que está a despertar a atenção da opinião pública mundial prende-se com a nova política que está a ser posta em prática pelo líder soviético Mikhail Gorbatchev, e que é conhecida por «glasnost» (abertura). Este artigo visa sobretudo analisar, de uma forma necessariamente sucinta, o relacionamento bilateral entre as duas maiores potências mundiais, sem descurar, por outro lado, e sempre que seja possível fazê-lo, as reacções europeias a este novo processo que se iniciou recentemente na URSS. Entendemos, porém, dado o interesse que tal problemática parece suscitar, fazer uma pequena introdução às relações entre o Ocidente e o Leste desde o final da Segunda Guerra Mundial, a fim de melhor compreendermos as questões que são abordadas posteriormente.
- O barro, a técnica e a arte : a cerâmica dos Açores e as olarias de Vila Franca do CampoPublication . Martins, Rui de SousaA Tecnologia Cultural é a disciplina da Etnologia que estuda as actividades técnicas do homem, ou seja, o conjunto de acções que este exerce sobre a matéria, a fim de obter resultados que o ajudarão a satisfazer múltiplas necessidades. As tecnologias implicam matéria prima e energia, ligadas entre si por actos técnicos que recorrem a utensílios. Os objectos criados pelo homem são os únicos testemunhos das mais recuadas civilizações, documentando toda a história humana, e não admira que no século XIX Lewis Morgan tenha classificado evolutivamente os estádios culturais da humanidade de acordo com a sucessão dos inventos técnicos. O próprio difusionismo havia de nascer nos Museus ele Berlim, sob o fascínio dos objectos, da sua sistematização e da sua apresentação ao público. O estudo das tecnologias está hoje ligado a nomes clássicos da Antropologia Cultural como Marcel Mauss, Montandon, Leroi-Gourhan, Haudricourt, Hélène Balfet, Cresswell e Godelier. Nos Estados Unidos, Leslie White e Julien Steward reexaminaram o papel do factor tecnológico na evolução das culturas e a problemática por eles desenvolvida está na base da Ecologia Cultural. O estudo das tecnologias tradicionais tem sempre grande relevo num curso de Etnologia, nomeadamente quando este assume, entre os seus objectivos, o despertar das consciências para os valores culturais da sociedade tradicional e para a necessidade do seu estudo e recuperação. Nesta perspectiva, vamos tentar a abordagem de uma tecnologia tradicional dos Açores, a cerâmica ele Vila Franca do Campo (São Miguel), encarando-a como um meio de pensarmos o relacionamento do homem insular com o ambiente, uma técnica e uma arte. Os oleiros açorianos criaram utensílios que povoaram o quotidiano ilhéu até que a implacável civilização do alumínio e do plástico remeteu para o etnólogo a missão de acompanhar a arte elo barro à sua derradeira morada: o Museu.
- A further contribution to the knowledge of the Coleoptera (Insecta) from the AzoresPublication . Serrano, Artur R. M.; Borges, Paulo A. V.Os autores apresentam neste trabalho uma lista de 86 espécies de Coleópteros do arquipélago dos Açores. Desta lista, 15 espécies são citadas pela primeira vez para este arquipélago sendo 7 igualmente novas para a Macaronésia. São ainda referenciadas várias espécies pela primeira vez para as ilhas Santa Maria (16), S. Miguel (3). Terceira (75), S. Jorge (1), Graciosa (2) e Corvo (2).
- Alienation in organizations : implications for educational administrationPublication . Alves, Mariano TeixeiraThe concept of alienation has a long past in the history of ideas. It has been dealt with in the works some great writers of the past. Alienation has influenced philosophers during different eras and it is best known after Marx's theories. Since Marx, the «anthological-ethical» and the «psychological-sociological» views of alienation have gained wide acceptance. With Marx, the theories of alienation have been built upon certain assumptions and concepts about human nature and the relationship between man and society (Israel, 1971: 11). Marx's analysis of alienation comprise three aspects: religious, political and economic. He indicated that economic alienation is the most basic and is rooted in the alienation from labour. This paper looks at alienation in organizations, traces its sources and deals with its various dimensions and effects. For the purpose of this paper alienation is defined as «… an estrangement or separation between parts or the whole of the personality and significant aspects of the world of experience …» (Kurt Lang, 1964: 19).
- Da insularidade à açorianidade : algumas reflexõesPublication . Rosa, Victor M. Pereira; Trigo, Salvato V. P.[…]. Antes de analisarmos a açorianidade, conceito chave para fio condutor do nosso estudo, debrucemo-nos sobre o conceito mais abrangente da insularidade que nos ajudará a entender grande parte das razões por que o povo açoriano representa hoje uma das mais significativas parcelas da diáspora portuguesa. A insularidade pode ser considerada, pelo menos, em duas dimensões diferentes: a geográfica e a psicológica. Neste trabalho usaremos o conceito de insularidade, para referirmos a dimensão geográfica, e o conceito de açorianidade para caracterizar a sua dimensão psicológica. […].
- Aculturação : algumas observaçõesPublication . Almeida, Onésimo Teotónio[…]. A minha experiência de contacto com a emigração (e ela não se limita à América e Canadá, mas estende-se à América do Sul e Europa) faz-me crer que essa visão não é bem exacta. Explico porquê. É apenas visto da terra de onde partem que os emigrantes se apresentam como assimilados pela nova cultura – aculturados. Quando vistos do país que os recebe, essa aculturação revela-se bem superficial. O elemento mais revelador é a língua. Raramente a falam para além do razoável. Na maioria dos casos, falam uma língua adoptiva de sobrevivência. O mais comum é continuarem a falar o português salpicado de vocábulos e expressões que denotam realidades culturais novas (ao menos para eles). Quando o emigrante injecta o seu português de vocábulos franceses ou ingleses sobre automóveis, é porque no seu dia-a-dia em Portugal o vocábulo português relacionado com o automóvel não fazia parte do seu léxico, pela simples razão de que ele não possuía carro. Mas as outras facetas da aculturação também se revelam superficiais quando analisadas com atenção. Grande parte delas são meras adaptações de sobrevivência que abandonam imediatamente logo que regressam a Portugal – determinados hábitos de trabalho, por exemplo. […].