DSOC - Comunicações a Conferências / ConferenceItem
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Todo o tipo de documentos relacionados com uma conferência; ex.: artigos de conferências, relatórios de conferências, palestras em conferências, artigos publicados em proceedings de conferências, relatórios de abstracts de artigos de conferência e posters de conferências.
(Aceite; Publicado; Actualizado).
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Browsing DSOC - Comunicações a Conferências / ConferenceItem by Author "Diogo, Fernando"
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- Jovens em incerteza : percursos profissionais e perfis de escolarizaçãoPublication . Palos, Ana Cristina; Silva, Osvaldo; Diogo, FernandoQuando analisamos os processos de escolarização na Região Autónoma dos Açores, na última década, salienta-se o significativo aumento da procura de ensino, por parte das gerações mais jovens, e a progressiva feminização da frequência do ensino pós-obrigatório, ainda que, no contexto do país, os Açores apresentem níveis de escolarização mais baixos no ensino secundário e no ensino superior. Salienta-se, ainda, uma desigual distribuição das possibilidades de sucesso escolar, desenhada em função dos recursos culturais e económicos familiares (Palos, 2008) e uma das mais elevadas taxas de abandono escolar precoce, particularmente expressiva entre os homens (Observatório das Desigualdades). Concomitantemente, a situação de crise económica e financeira que o país atravessa tem provocado que, também em território insular, o desemprego se intensifique, em especial o juvenil. A região sempre conheceu níveis de desemprego relativamente mais baixos do que os observados para o país, mas, a partir de 2008, instalou-se um ciclo de crescimento deste indicador que tem atingido os jovens de forma particularmente intensiva (Paios, 2014). Ainda que as metamorfoses verificadas no mundo do trabalho estejam a consolidar processos de inserção profissional que tendencialmente se configuram como uma "instalação no provisório como regime de existência" (Castel, 1998, p 422), a retórica que atravessa as atuais políticas educativas continua a sobrevalorizar a dimensão instrumental da escolarização e a pressupor que o problema do emprego é um problema de desadequação das qualificações escolares às necessidades do mundo do trabalho. Tendo por base este cenário, pretendemos refletir nesta comunicação em que medida é que os percursos profissionais dos jovens açorianos se configuram de forma diferenciada em função dos seus perfis de escolarização.
- Juventude e mundo do trabalho : configurações da precariedadePublication . Palos, Ana Cristina Pires; Diogo, Fernando; Silva, OsvaldoNas sociedades atuais a flexibilização das condições de emprego e a liberalização das relações contratuais têm sido perspetivadas como condições indispensáveis para o crescimento económico. Neste contexto, temos assistido à generalização da precarização do trabalho e à individualização das relações laborais, o que tem inevitavelmente acantonado os jovens em mercados de trabalho caracterizados por empregos precários, salários baixos e escassas oportunidades de construção de percursos profissionais estáveis. A desocultação empírica da incidência e dos contornos desta precariedade laboral juvenil, no contexto do arquipélago dos Açores, foi um dos objetivos que orientou o projeto “juventude açoriana e mundo do trabalho” desenvolvido, no âmbito do Observatório da Juventude dos Açores, junto de jovens (15 a 34 anos) com experiências laborais (467 jovens). O tipo de contrato de trabalho e a duração do emprego são alguns dos indicadores disponíveis para definir a precariedade, bem como a descontinuidade do emprego, o rendimento auferido e o acesso a proteção social. A análise do comportamento destes indicadores na amostra em estudo permite perceber que a precariedade é uma passagem obrigatória nos processos de inserção profissional de muitos jovens e a insegurança está a tornar-se a norma nas suas formas de integração social. As duas fases em que este estudo se desenvolve – fase extensiva e intensiva – permitem perceber que a tendencial precarização das relações laborais produz impactos diferenciados junto dos jovens em função das suas caraterísticas sociais e culturais, nomeadamente, a sua condição etária, de género e a duração dos seus percursos escolares e formativos.
- Perfis de transição para o mundo do trabalho e precariedade entre os jovensPublication . Diogo, Fernando; Palos, Ana Cristina Pires; Silva, OsvaldoNesta comunicação analisa-se a transição escola-trabalho dos jovens açorianos, salientando-se as marcas de precariedade no emprego e no acesso ao emprego. Num contexto de flexibilização das relações laborais, torna-se pertinente questionar os impactos deste fenómeno nos processos de inserção profissional dos jovens, algo que se tem vindo a configurar como um dos mais complexos problemas sociais nas sociedades atuais. As investigações desenvolvidas na confluência entre a sociologia da juventude e do trabalho têm procurado perceber em que medida as transformações económicas e sociais influenciam os processos de integração social dos jovens, analisando, mais especificamente, as múltiplas repercussões da precariedade no processo de autonomização e de transição dos jovens da escola para o mundo do trabalho, situação particularmente problemática nos países do sul da Europa. Assim, pretendemos nesta comunicação determinar perfis de saída da escola e de ingresso no mercado de trabalho, bem como o peso da precariedade no emprego expresso nos vínculos laborais destes jovens. Os dados empíricos respeitam a um estudo enquadrado no Observatório da Juventude dos Açores e são estatisticamente representativos desta região autónoma, tendo sido tratados através da Análise em Componentes Principais Categórica (CatPCA) e outros métodos estatísticos. Nesta região os jovens apresentam um baixo desempenho escolar bem como um elevado desemprego juvenil, constituindo o terreno ideal para se analisar o problema da precariedade no emprego na transição escola-trabalho. Pretende-se, pois, contribuir para um maior conhecimento da precariedade entre os jovens, uma questão que, apesar dos esforços, permanece pouco estudada em Portugal. Os dados permitem concluir pela existência de 3 grupos com transições escola-trabalho vincadamente distintas. As questões da precariedade são centrais para os definir, associadas à escolaridade dos próprios e à sua idade. Em contraste, o sexo e a origem social não apresentam um peso importante na definição destes grupos.
- Tradição, modernidade e crise nas transições para o mundo do trabalho : persistências e transformações entre os jovens açorianosPublication . Diogo, Fernando; Silva, Osvaldo; Palos, Ana CristinaA experiência escolar dos jovens tem mudado, não só sendo mais prolongada, mas também marcada pela competição, pelo cálculo e pelas estratégias, configurando uma relação dos jovens com a escola de natureza utilitarista (Dubet, 1991) ou instrumental (Barrère, 1997). Esta torna-se um denominador comum na multiplicidade de experiências escolares dos jovens, que, por seu turno, continuam a ser fortemente estruturadas por desigualdades educativas (Duru-Bellat, 2003; Teese et al., 2007; Zanten, 2005), em contínua reconfiguração, no quadro de uma oferta de ensino crescentemente complexa e concorrencial. Em Portugal, onde as desigualdades são um problema estrutural, a situação de crise dos últimos anos, agudizada a partir de 2008, aumentou o desemprego e a precarização do emprego, intensificando a incerteza dos jovens relativamente ao futuro. Contudo, não são, ainda, bem conhecidos os seus efeitos ao nível da experiência escolar. Nesta comunicação iremos analisar alguns indicadores relativos à experiência escolar dos jovens dos Açores, uma região mesclada de modernidade e de tradição, de uma forma especialmente vincada. São analisados os jovens açorianos numa faixa etária mais alargada (15-34 anos) e a partir de uma amostra representativa dos Açores (N = 1485) (Gonçalves et al., 2010). Recorre-se à análise das correspondências múltiplas, complementada por análise de clusters, identificando os principais eixos que estruturam os percursos escolares dos jovens e, com base nestes, construiu-se uma tipologia, com perfis distintos. Mostra-se que os jovens agrupados nos diversos perfis atribuem sentidos diferentes à escolarização, remetendo para referências culturais e valores distintos. Assim, são valorizados sentidos de natureza mais instrumental, mas também significados que se inscrevem em universos culturais pós-materialistas (Inglehart, 1995 cit. por Ramos, 2000). Entre estes dois pólos mais definidos, encontram-se os jovens que aderem à escolaridade de uma forma desimplicada.
