DHFA - Comunicações a Conferências / ConferenceItem
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Todo o tipo de documentos relacionados com uma conferência; ex.: artigos de conferências, relatórios de conferências, palestras em conferências, artigos publicados em proceedings de conferências, relatórios de abstracts de artigos de conferência e posters de conferências.
(Aceite; Publicado; Actualizado).
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Browsing DHFA - Comunicações a Conferências / ConferenceItem by Author "Luz, José Luís Brandão da"
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- Crise da razão e declínio da religiãoPublication . Luz, José Luís Brandão daO declínio da influência do cristianismo no delineamento da conduta moral das pessoas e na estruturação da vida social das comunidades e das nações tem vindo a alterar as nossas concepções sobre a justiça social, o significado da história, a organização da educação e a conduta moral. O fenómeno tem origens bem remotas, que muitos analistas ligam ao processo de fragilização que a cultura e a filosofia europeias infligiram à razão humana. Começaremos por apresentar as origens deste processo no esforço do pensamento moderno para apoiar na razão todo o conhecimento verdadeiro. De seguida, centraremos a atenção nos desenvolvimentos que a filosofia transcendental, o neopositivismo e a fenomenologia trouxeram para centrar na razão humana a construção do conhecimento científico do mundo e duma filosofia rigorosa. Abordaremos ainda as dificuldades que se abateram sobre este percurso da razão ao serviço exclusivo do conhecimento científico, lembrando as soluções do consenso social preconizadas pelas filosofias pós-modernas e as críticas que se dirigiram ao neopositivismo sobre as dificuldades de se apurar uma base indiscutível de sustentação da razão para garantir o domínio indiscutível do seu objecto. Em todo este trajecto, a razão foi perdendo a robustez que a abertura à totalidade e ao absoluto lhe conferia, desde os sistemas de pensamento da Antiguidade Clássica, e acabou por ficar confrontada com a incapacidade de responder pela solidez dos fundamentos em que procura assentar o seu conhecimento da realidade. A tomada de consciência da precaridade do conhecimento racional reflectiu-se na forma de nos relacionarmos com a religião, acabando por arrastá-la para o domínio do conhecimento subjectivo e para a esfera do privado.
- Gustavo de Fraga: A filosofia e o apelo a uma "Pedagogia filosófica"Publication . Luz, José Luís Brandão daPretendemos chamar a atenção, na obra de Gustavo de Fraga, para as exigências que o estudo da filosofia requer, o que nos conduz a abordar o tema do significado da filosofia.
- O ideal reformista na oratória de Bartolomeu do QuentalPublication . Luz, José Luís Brandão daBartolomeu do Quental (1626-1698) foi pregador da capela real, capelão e confessor do paço, e tornou-se sobretudo conhecido pela Congregação do Oratório que fundou em Portugal, em 1668. Analisaremos o conjunto dos seus sermões com o propósito de pôr em evidência uma eloquência oratória, pródiga em imagens, comparações e exemplos, e acompanhar os seus intentos altamente moralizadores e doutrinadores, marcados pela enunciação de uma ética política, social e pessoal. Atenderemos, desta forma, por um lado, aos temas de incidência política que predominam nos sermões pronunciados na Capela Real, nomeadamente a equidade na administração da justiça, a atenção aos mais desprotegidos, o zelo e a isenção do rei na administração do reino e a superioridade da lei de Deus que a todos sujeita. Por outro lado, tomaremos em consideração os sermões que foram proferidos fora da Capela Real, em que os temas políticos cedem o lugar à meditação sobre a fragilidade da natureza humana, o aperfeiçoamento da vida interior e a reforma da vida moral.
- A ideia de natureza em DescartesPublication . Luz, José Luís Brandão daA informação sensível transmite-nos uma visão do mundo que obscurece a verdadeira natureza das coisas. Pelo contrário, o seu valor representativo não está na semelhança com os objectos, mas no poder de nos transmitir a sua figuração geométrica. O novo mundo da física cartesiana responde assim a exigências do espírito, que requer um esforço para o tornar verosímil. Por isso Descartes recorre a exemplos da experiência corrente e a uma argumentação convincente que parece responder à necessidade de ganhar adeptos para as virtualidades do modelo operatório da nova ciência mecanicista. Assiste-se, desta forma, na imaginação, a um esforço operativo, em que, por um lado, se procede à codificação da experiência sensível, pela sua simplificação geométrica, e, por outro lado, em sentido inverso, se procede ao reconhecimento na experiência dos esquemas figurativos que a razão definiu. Este segundo processo apoia-se nos artifícios da argumentação, que procuram mostrar, mais do que demonstrar, como a natureza se organiza segundo a ordem da geometria. A compreensão da natureza não se dá na imediatez da percepção sensível do fenómeno, mas na leitura que o espírito faz das impressões que a imaginação recebe.
- O tema da "saudade" em Gaspar FrutuosoPublication . Luz, José Luís Brandão daPretendemos compreender a obra de Gaspar Frutuoso no contexto cultural do seu tempo, chamando particularmente a atenção para os elementos susceptíveis de a integrar na linha da Filosofia da Saudade, que vários estudos têm procurado apresentar como chancela dum pensamento tipicamente português. Começaremos, por isso, em primeiro lugar, por referir a valorização que o tema da saudade mereceu no movimento «Renascença Portuguesa» e a abordagem filosófica que a obra do rei D. Duarte lhe conferiu; de seguida, apresentaremos a forma como o tema da saudade é tratado na obra de Frutuoso; por fim, apontarmos a ligação que poderemos descortinar entre a concepção da saudade em Frutuoso e a que foi equacionada pelo autor do Leal Conselheiro.
- Uriel da Costa: um caso-limite de intolerânciaPublication . Luz, José Luís Brandão daUriel da Costa (1584-1640) nasceu no seio de uma família de cristãos-novos do Porto, onde foi «criado fidalgamente» na religião católica. Uma sucessão de crises religiosas levou-o à conversão ao judaísmo, que depois foi evoluindo na direção de um deísmo naturalista. Ao sair de Portugal, viveu em Hamburgo e Amesterdão, e tornou-se conhecido pela comoção que suscitou o seu drama existencial, intimamente associado às conceções fraturantes que defendeu. Entre elas, perfilam-se as suas teorias contra a imortalidade da alma e a vida para além da morte, mas também a sua defesa do primado da lei natural e da religião nos limites do que a razão livremente estabelece. Em toda a sua trajetória vai emergindo um espírito informado pelo que as ciências iam descobrindo, designadamente no campo dos estudos anatómicos, e uma ideia de razão, já própria da modernidade, que organizava o mundo e a ação humana segundo a clarividência das suas conceções ou hipóteses de trabalho. Trata-se de uma nova perspetiva que entra em confronto aberto com a ideia de razão como lugar da revelação das verdades eternas, o que de algum modo explica o clima de absoluta intolerância que marcou a relação de Uriel da Costa com os sábios da nação de Israel, que, em três sinagogas diferentes, condenaram as suas conceções.