Departamento de Ciências Agrárias
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Browsing Departamento de Ciências Agrárias by advisor "Baptista, José António Bettencourt"
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- Caracterização farmacológica de diferentes partes da planta Vaccinium cylindraceum endémica dos Açores tendo em vista a sua valorização como alimento funcional e nutracêuticoPublication . Lima, Vera Catarina Branco Furtado; Lima, Elisabete Maria de Castro; Baptista, José António BettencourtA elevada incidência nas sociedades industrializadas ocidentais de doenças relacionadas com distúrbios alimentares, está a conduzir a grandes mudanças nos padrões dietéticos da população em geral, levando a que haja um maior interesse por alimentos promotores de saúde. Entre a grande variedade de alimentos naturais benéficos para a saúde humana, encontram-se os frutos vermelhos, nomeadamente o mirtilo (Vaccinium spp.), fruto muito conhecido quer pelo seu extraordinário poder antioxidante (atribuído sobretudo ao seu elevado teor e diversidade em compostos fenólicos), quer pelo seu sabor e aroma exóticos. De facto, o cultivo comercial deste fruto tem vindo a aumentar exponencialmente, em particular nos países da América do Sul, devido à extraordinária procura do mercado americano e europeu por este fruto fresco, seus subprodutos, ou produtos de valor acrescentado. Por outro lado, outras partes da planta do género Vaccinium, como por exemplo as folhas e os caules, embora menos conhecidas e estudadas do que o fruto, apresentam também propriedades antioxidantes que podem contribuir, em grande parte, para os efeitos terapêuticos que lhes são atribuídas. Sendo o setor agrário relevante para a economia da Região Autónoma dos Açores, reveste-se de grande importância a investigação das propriedades antioxidantes do mirtilo endémico da região (Vaccinium cylindraceum) que se encontra escassamente estudado, apesar de pertencer ao género Vaccinium muito valorizado pelos seus potentes efeitos farmacológicos, nomeadamente antioxidantes, atribuídos à sua fitoquímica única e diversificada. Acresce o facto de que Portugal continental cultiva e comercializa mirtilos, com sucesso, já desde a década de 90, colocando o fruto no mercado europeu nos meses de Maio/Junho de cada ano, ou seja, antes dos demais concorrentes. O fruto comestível do mirtilo-silvestre dos Açores, se comprovado cientificamente como sendo um produto diferenciado, poderá também vir a competir, pela diferença, com os mirtilos produzidos na América e Europa. Neste contexto, amostras de frutos, folhas e caules do mirtilo açoriano da ilha de São Miguel foram avaliadas, no presente trabalho, quanto ao seu potencial antioxidante, através do uso de diferentes ensaios antioxidantes (poder redutor, capacidade de sequestrar o radical DPPH, capacidade de sequestrar o radical anião superóxido, poder quelante e capacidade de inibição da oxidação lipídica pelo sistema β-caroteno/ácido linoleico) e da determinação do teor de compostos fenólicos (fenólicos totais, flavonóides totais e antocianinas totais). Para comparação do potencial antioxidante das amostras de V. cylindraceum foram analisadas, nas mesmas condições experimentais, amostras de fruto fresco maduro (comercial) de V. angustifolium, mirtilo selvagem de plantio biológico proveniente do norte do Canadá (Quebec), e de chá verde da Gorreana (Gorreana Hysson), da ilha de São Miguel (Açores), um poderoso antioxidante natural. […].
- Contribuição para a valorização de produtos lácteos dos Açores : qualificação e caracterização da manteiga açorianaPublication . Dinis, Sónia Cristina Carvalho; Lima, Elisabete Maria de Castro; Baptista, José António BettencourtO desenvolvimento da Região Autónoma dos Açores (RAA) assenta, sobretudo, na melhoria da qualidade da sua produção, em especial na área da agro-pecuária. Neste contexto, importa implementar a diversificação e a modernização do tecido empresarial dos Açores, através da realização de estudos que visem uma melhoria da qualidade e diversificação de produtos e, particularmente, que confiram à indústria de lacticínios uma maior capacidade de inserção nos mercados nacionais e internacionais. Estes estudos deverão contribuir para a valorização da produção leiteira dos Açores e para a identificação de novos produtos lácteos de valor acrescentado, através, designadamente, da quantificação de diversos componentes funcionais existentes que os tornem únicos e com características distintas. Este trabalho surge da necessidade de compilar dados e concluir sobre as características físico-químicas, microbiológicas e organoléticas que permitam determinar a reputação da manteiga dos Açores e valorizar este produto lácteo característico da Região, que poderá ser muito importante para a economia dos Açores. Construir um caderno de especificações para a manteiga dos Açores é o primeiro passo a dar no sentido de criar para este produto uma indicação geográfica protegida (IGP).
- Desenvolvimento de tecnologias de extração e de quantificação dos principais componentes nutricionais de macroalgas do litoral dos Açores tendo em vista o seu aproveitamento como suplemento alimentarPublication . Paiva, Lisete Sousa; Lima, Elisabete Maria de Castro; Baptista, José António BettencourtAs macroalgas destacam-se pelo seu importante papel no ecossistema marinho, fazendo parte do primeiro nível da cadeia alimentar dos oceanos. Devido à sua diversidade de constituintes, as algas têm sido amplamente utilizadas, em muitas partes do mundo, como fonte de compostos essenciais para a nutrição humana. São fonte de: proteínas de excelente qualidade, pois contêm todos os aminoácidos essenciais; ácidos gordos poliinsaturados, em especial da família ómega-3 e outros ácidos gordos essenciais; hidratos de carbono; vitaminas; minerais (magnésio e cálcio); fibras dietéticas (como alginatos e carraginatos) e metabolitos secundários bioativos (como fitoesteróis e polifenóis). Assim, o consumo de algas poderá constituir uma das melhores formas de corrigir as carências nutricionais da alimentação das sociedades industrializadas ocidentais, cuja elevada incidência de doenças relacionadas com a nutrição está a conduzir a grandes mudanças nos padrões do consumo alimentar, com a preocupação da procura de alimentos funcionais que possam promover a saúde. Sobretudo durante a última década, as algas têm-se tornado uma fonte natural muito interessante para a investigação de novas estruturas moleculares bioativas que tenham potencial para estar na base de futuros medicamentos e/ou como novos ingredientes alimentares com diferentes propriedades funcionais. Para a pesquisa destas novas estruturas foi importante o desenvolvimento de novas metodologias analíticas capazes de fornecer uma caracterização química mais sistemática dos compostos existentes nas algas. No Arquipélago dos Açores, as macroalgas marinhas Fucus spiralis, Osmundea pinnatifida e Ulva rigida são tradicionalmente consumidas por populações de algumas ilhas, mas existe pouca informação sobre o seu valor nutricional. De forma a proporcionar um maior conhecimento sobre a composição química destas algas, o presente trabalho teve como objetivo o estudo e aplicação de várias sequências de metodologias para determinar a composição química das três espécies de macroalgas referidas, assim como a confirmação de serem potencialmente rentáveis do ponto de vista da biotecnologia e de diversas perspetivas comerciais futuras. Este trabalho apresenta informação sobre aspetos nutricionais em termos de: proteínas; fibras; hidratos de carbono; lípidos; perfil de ácidos gordos, ácidos gordos saturados, monoinsaturados, poliinsaturados e trans, razão n-6/n-3 e h/H (ácidos gordos hipocolesterolémicos/hipercolesterolémicos); minerais (Na, K, Mg, Ca e razão Na/K) e vitaminas lipossolúveis (A, E, D2, D3, K1 e K3). Os resultados confirmam que as macroalgas em estudo são uma excelente fonte dos referidos macro e micronutrientes, e revelam um perfil de ácidos gordos e de minerais considerados saudáveis, pelo que o seu consumo regular poderá contribuir significativamente para melhorar os desequilíbrios nutricionais e consequentemente a saúde humana. Os resultados obtidos neste estudo representam uma contribuição muito importante para a valorização dos produtos algais dos Açores. Estes, se qualificados e caracterizados, poderão ter um forte impacto económico para a Região Autónoma dos Açores, cuja costa se distingue por ser um local de muito reduzida poluição marinha.
- Desenvolvimento de uma sobremesa láctea de araçá (Psidium cattleyanum Sabine) enriquecida com soro de leitePublication . Vieira, Sofia da Conceição Medeiros; Silveira, Maria da Graça; Baptista, José António BettencourtO presente estudo teve como objetivo desenvolver uma formulação de uma sobremesa láctea de araçá (Psidium cattleyanum Sabine), com a adição de soro de leite, estável à temperatura ambiente. Numa fase preliminar realizaram-se 8 formulações com diferentes percentagens de incorporação de polpa de araçá, de açúcar e três hidocolóides (goma guar, goma xantana e pectina), as quais foram testadas por um painel de 14 provadores, selecionados de entre consumidores frequentes da sobremesa tradicional. Foram realizadas duas provas de análise sensorial Just-About-Right, de modo a selecionar a formulação com as características sensoriais idênticas à sobremesa preparada de forma tradicional de araçá esmagado, com açúcar e leite, refrigerada. Na segunda prova, com quatro formulações, com 35% de araçá e 8% de açúcar, e diferentes percentagens de goma guar e pectina, a textura ideal obtida (através da análise de penalidades) foi a formulação 0,8% (p/v) de xantana e 0,6% (p/v) de pectina. A adição de soro (10% v/v) não influenciou negativamente a avaliação sensorial da sobremesa, porque o painel de provadores não conseguiu distinguir as sobremesas com e sem adição de soro, sabendo que dos 14 provadores, apenas 5 (<9 - valor crítico) consideraram diferente a formulação adicionada de soro. A intenção de compra foi avaliada por um painel de 50 provadores não treinado (escala de atitude), tendo os índices de aceitabilidade do protótipo da sobremesa variado entre 70,1% e 75,6% (para os diferentes escalões etários), o que pressupõe a aceitação da sobremesa pelos consumidores, uma vez que o valor do IA foi sempre superior a 70%. O tempo de prateleira da sobremesa láctea foi avaliado pela sua estabilidade microbiológica, tendo-se verificado que a pesquisa de mesófilos totais, de bolores e leveduras, e de esporulados (mesófilos e psicrófilos) foi negativa até aos 60 dias de armazenagem à temperatura de refrigeração e ambiente. Durante este período o valor de pH manteve-se constante, assim como a viscosidade, não tendo sido influenciada pela temperatura de armazenagem. As características sensoriais também não sofreram alterações detetáveis pelo painel de provadores numa prova de ordem de preferência (teste de ordenação de preferência), uma vez que as diferenças entre a sobremesas acabada de preparar, com 15 dias, 30 dias e 45 dias de armazenagem não foram significativas (p>0,05). Os valores de Friedman (Fr) calculados foram de 2,9 e 1,3 para as amostras mantidas à temperatura ambiente e à temperatura de refrigeração, respetivamente, ambos inferiores ao valor crítico tabelado de 7,80. A sobremesa fresca apresentou uma atividade antioxidante de 44,4% (FRSA). Ao fim de 30 dias de armazenagem à temperatura de refrigeração, reduziu-se a 28% (FRSA), sendo esta diminuição mais evidente na sobremesa mantida à temperatura ambiente (19%FRSA). O processo de desenvolvimento duma sobremesa láctea de araçá adicionada de soro resultou na conceção de um produto lácteo de valor acrescentado, inovador, diferenciado de todos os que existem atualmente no mercado e estável à temperatura ambiente.
- Desenvolvimento de uma tecnologia de produção de iogurtes funcionais com leite de cabra contendo fibra Beta vulgaris e frutos de Vaccinium cylindraceumPublication . Tavares, Mónica Torres; Lima, Elisabete Maria de Castro; Baptista, José António Bettencourt[…]. No presente trabalho foi desenvolvido um iogurte funcional utilizando matériasprimas selecionadas e provenientes da RAA, destinado sobretudo a pessoas de terceira idade que geralmente apresentam maior risco de deficiências nutricionais do que os jovens e os adultos, acrescido às alterações fisiológicas associadas ao processo de envelhecimento. Nas várias formulações a estudar usou-se, como matéria-prima, o leite de cabra (considerado como um excelente alimento funcional comparativamente ao leite de bovino) enriquecido com outros ingredientes também potencialmente benéficos para a saúde humana: fibra edível total de beterraba sacarina (Beta vulgaris L.) açoriana ou inulina obtida de Cichorium intydus; polpa do fruto de Vaccinium cylindraceum (“mirtilo dos Açores”, conhecido por uva da serra) com propriedades antioxidantes; lactoalbumina ou soro seco de bovinos dos Açores, e aroma de morango. Foram produzidas oito formulações, cinco das quais foram submetidas a um painel sensorial, com idades na faixa etária a que se destina o produto, com o intuito de testar as suas características organoléticas (sabor, aroma, cor e aspeto) e a sua aceitação junto de potenciais consumidores, bem como a intenção de compra e preferência destes. Foi ainda: (i) determinado o teor proteico das formulações, (ii) estudado o seu período de conservação à temperatura de refrigeração, pela avaliação das propriedades organoléticas e (iii) determinado o perfil dos compostos voláteis (aromograma), e consequentemente das propriedades organoléticas das formulações, por SPME-GC (microextração em fase sólida acoplada à cromatografia de fase gasosa). […].