DLLC - Comunicações a Conferências / ConferenceItem
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Todo o tipo de documentos relacionados com uma conferência; ex.: artigos de conferências, relatórios de conferências, palestras em conferências, artigos publicados em proceedings de conferências, relatórios de abstracts de artigos de conferência e posters de conferências.
(Aceite; Publicado; Actualizado).
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Recent Submissions
- Três culturas em contacto : Imagens de França no arquipélago dos Açores segundo dois viajantes inglesesPublication . Silva, Leonor Sampaio daQuando os irmãos Bullar desembarcaram em São Miguel em novembro de 1838, encontraram uma realidade cultural muito diferente da do seu país de origem, a Inglaterra. Tudo nas ilhas visitadas constituiu, então, como acontece frequentemente nos escritos de viagem, um incentivo a que os autores recordassem, para efeitos de contraste, as vistas, a tradição literária e os costumes que lhes eram familiares. É sabido que a visão do Outro reaviva a consciência da identidade própria. Mas a viagem dos Bullar proporcionaria uma série de outros encontros complementares ao que se esperaria das deambulações de dois viajantes ingleses em território português. Uma terceira cultura – a francesa – é trazida ao convívio dos leitores de “A Winter in the Azores and a Summer at the Baths of the Furnas (1841)/Um inverno nos Açores e um verão no Vale das Furnas (2001)”. A presente comunicação concentrar-se-á, assim, nas passagens do livro escrito por Joseph e Henry Bullar que evocam a França e os franceses, e procurará não só identificar os elementos pertencentes a esta cultura que impregnam dois sistemas linguísticos e sociais tão diferentes como são o português e o inglês como também refletir sobre o modo como esta influência se manifesta tanto nos visitantes como nos visitados, ambos partilhando origens insulares, mas distantes em quase tudo o resto. Uma vez editado, o livro dos Bullar foi, no mesmo ano de publicação (1841), apresentado ao público francês através de uma nota saída na Revue de Paris (nº XXXII). Já o público português teria de aguardar mais de cem anos pela tradução portuguesa do livro, cuja primeira edição data de 1949. As representações do arquipélago destinadas aos ingleses, aos franceses e aos portugueses constituem um sinal de como autores, críticos e tradutores se assemelham (Cronin, 2005), procurando, cada um com os meios de que dispõe, fazer circular saberes, vencer a resistência de cada cultura a dar-se a conhecer ao exterior e, por conseguinte, colaborar no complexo mecanismo de encontro de culturas.
- The Azorean Traditional Costume as a Sign of Regional Identity and Culture : From Clothing to JewelleryPublication . Castro, Sylvie; Silva, Leonor Sampaio da; Cunha, JoanaThe paper offers an analysis of the symbolic importance of material culture. Our starting premise is that clothing is a cultural document of a given time and space, as it participates in the formation of individual and collective identities. Bearing this in mind, we’ll study the female traditional costume of the Azores with a view to improving knowledge on the archipelago’s culture and to creating new visual objects that not only embody the cultural legacy of the islands but also capitalise on environmental resources and endogenous elements. In order to accomplish our purpose, we’ll analyse the islands’ historic background from the point of view of culture, economy and politics, and reflect on the role played by culture in preventing the risk of a de-characterised global world, as well as a force that ensures resistance, empowerment and sustainability. Finally, we’ll seek to enhance the future life of the traditional costume by using it as an inspiration for the creation of jewels. It is our aim to demonstrate the power of contemporary jewellery. Contemporary design can both preserve the community’s identity and transform the visual object into a message that travels across frontiers and unites different peoples.
- Imagining the future: A view of progress in H.G. Wells’ science fictionPublication . Silva, Leonor Sampaio daProgress is a crucial concept in all science fiction. This literary genre resorts to literature in order to test a scientific hypothesis, which is supposed to bring the positive emotions ensuing from progress. Four books by H. G. Wells provide the literary corpus for this paper. Three are fictional narratives—The Island of Doctor Moreau (1896), The Invisible Man (1897) and The Country of the Blind (1904). The first one revolves around a scientist devoted to control evolution and speed its pace in order to create a wholly rational new set of beings; the other two bring us into contact with two male characters whose main trait is to be invisible to the eyes of the communities they arrive at (an English Sussex village and a South-American valley, respectively). A third narrative, A Modern Utopia (1905), mixing essay and fiction, is set on a planet exactly like ours, with the same continents and islands, seas and the moon, botanic species and animals, but differently organised. Although diversely constituted, all these books conclude that progress must always have a collective scope instead of fuelling personal ambitions.
- A hero with many faces; The frontiers of authorial identity in translated textsPublication . Silva, Leonor Sampaio daThis paper is about identity in modern times, taken in its complexity as stated by Stuart Hall: a fragmented territory, with no stable “sense of self”, due to a set of “displacements” – geographical, social, cultural, and personal. Such displacements originate multiple contacts, which, in turn, cause changes that create experiences of doubt and uncertainty. Displacements and their consequent experiences assume extreme visibility in travel literature and take on a deeper hue when translation takes place. The present study is based on a translated version of a travel book written by two English brothers, who visited the archipelago of the Azores in 1838. The Portuguese translation, dated a century after the original book was published, and edited with the purpose of marking the one hundred and tenth anniversary of the authors’ arrival on the Azores, evinces how identity moves between unclear borderlines. Besides the authors’ and the translator’s voices, we can find the voice of two cultural traditions, two historical periods and geographical spaces in dialogue. The line separating worlds and words and the effort to make sense of them show how identity is in permanent formation and transformation.
- Creativity in H.G. Wells: Imagining the role of miracles in a secular societyPublication . Silva, Leonor Sampaio daThis paper is about the role that creativity plays in life, namely through literary texts in which fantasy is paramount. Textual analysis will focus on a short story by H.G. Wells, a well-known writer of fantasy novels and romances. His books often revolve around the figure of the scientist and the limits of scientific knowledge, to stress the importance of preventing science from replacing religion and, consequently, to avoid the betrayal of the natural order. In this context, the short story “The Man Who Could Work Miracles”, first published in 1898, brings this concern into a new light, since it erases the figure of the scientist in order to test the consequences of the belief in supernatural powers by any person prone to rational argument. Starting with the concept of miracle, the paper will move the role of literary creativity in making sense of life even via narratives in which fantasy prevails to the extent of contradicting natural order and empirical knowledge. As H.G. Wells imagines the role of miracles in a secular society, he reflects on the effects of unlimited power and anticipates Yuval Harari’s conviction that fantasy is essential for personal and collective survival.
- Os ditongos decrescentes numa perspectiva fonológicaPublication . Miguel, Maria Augusta CavacoDe um modo geral, as gramáticas do português definem o ditongo como "o encontro de uma vogal com uma semivogal", independentemente da ordem em que estes sons se combinam, sendo que quando a vogal precede a semivogal, o ditongo toma a designação de decrescente. Esta concepção tradicional de ditongo não impõe qualquer restrição no tipo de vogais que se podem combinar nestes encontros vocálicos, variando o número de ditongos do português consoante a gramática. Com esta abrangente definição, tanto podem ser considerados ditongos decrescentes as combinações de vogal e de semivogal das palavras bairro e pausa, como as das palavras cereja e saudade, por exemplo. Em contrapartida, em palavras como couro e coro tem-se questionado a existência de ditongos, uma vez que o mesmo deixa de ser perceptível, ouvindo-se apenas a vogal [o] em ambas as palavras. Transpondo o problema para o âmbito da fonologia, facilmente observamos que nem todas as sequências de vogal e semivogal se comportam do mesmo modo em posição átona, sendo este um indicador de que os sons estão a estabelecer relações de regência diferentes, na cadeia silábica. Através deste mecanismo, iremos demonstrar que se podem identificar com segurança as combinações que podem ser tidas como ditongos decrescentes na fonologia portuguesa.
- Supressão e fusão de sons na língua falada.Publication . Miguel, Maria Augusta CavacoA língua falada apresenta padrões de supressões e de fusões de sons, sobretudo de vogais, que podem ser registados no discurso dos falantes da norma culta portuguesa, nos seus diversos registos. Esses padrões atravessam todas as zonas dialectais portuguesas, constituindo assim aquilo que marca e que distingue a fala do Português europeu. As supressões vocálicas estão de tal forma interiorizada na fala dos portugueses, que soa mais estranho ouvir palavras como visibilidade ou distrito pronunciadas com todos os iis dos que as mesmas palavras pronunciadas "vziblidad" e "destrito". A justificação é que estas supressões obedecem a regras gramaticais, que todos os portugueses conhecem. Tanto assim que intuitivamente reconhecemos que algumas supressões ocasionais são erro. Também é mais natural ouvir, daqueles que consideramos modelos sociais e modelos de escolaridade, enunciados como, por exemplo, "Vou ao Porto" ou "Vou para a avenida", pronunciados "vou ó porto", "vou právenida", com as respectivas amálgamas vocálicas. Mas esta habituação nas supressões e nas fusões vocálicas, embora tacitamente aceite por aqueles que se expressam com correcção, não parece ser reconhecida pelos próprios já que, quando confrontados com determinadas formas de uso espontâneo na fala, têm dificuldade em reconhecer o seu uso. Ensaios levados a cabo com estudantes universitários têm demonstrado que as formas gráficas constituem uma referência indiscutível. Por exemplo, se lhes perguntarmos qual o número das vogais portuguesas, dirão com toda a franqueza que são cinco – as que se usam na escrita –, embora reconheçam o valor distintivo de um número superior de segmentos, quando confrontados com exemplos. Com a mesma segurança, são capazes de afirmar que a primeira vogal da palavra equilíbrio é um /e/ e não um /i/. Estes resultados indicam que há uma distância entre aquilo que efectivamente pronunciamos e aquilo que julgamos pronunciar. A demonstração que aqui se leva a cabo é a de que a pronúncia, os sons, no Português europeu, está sujeita a regras fonológicas desta variedade e que a mesma constitui a norma culta portuguesa.
- As consoantes R/r na cadeia silábica.Publication . Miguel, Maria Augusta CavacoA vibrante uvular [R] e a vibrante múltipla dento-alveolar [r] coexistem no Português Europeu com amplas possibilidades de se comutarem entre si, mas sem efeitos distintivos. Palavras como rato e palrar, por exemplo, registam-se foneticamente já seja em [Rátu] ou [rátu], [palRár] ou [palrar], sem que dessas pronúncias alternativas resultem alterações de significado. [...]. Visto numa perspectiva silábica, a formação interna das líquidas e das vibrantes em termos de elementos e o seu "charm" justifica os padrões de combinações que estes sons exibem. Neste trabalho iremos demonstrar que existe uma justificação silábica para o comportamento destes dois sons que transcende, nalguns casos, as opções dos falantes.
- Vogais nasais e nasalizadas: uma falsa questão?Publication . Miguel, Maria Augusta CavacoAs vogais portuguesas têm a capacidade de assimilar o tom nasal de uma consoante nasal adjacente. Nuns casos, dá-se a nasalização da vogal e a consoante nasal mantém-se na forma fonética; noutros casos, a vogal nasaliza e a consoante nasal deixa de se ouvir. Tradicionalmente, designaram-se as vogais que obedecem ao primeiro padrão de vogais nasalizadas, enquanto que as segundas foram designadas de verdadeiras nasais. Esta distinção, no entanto, deixa de fazer sentido no quadro de uma análise silábica. Fonologicamente, a assimilação ou não da nasalização explica-se pelo contexto silábico em que as vogais ocorrem – adjacência e direccionalidade em relação a uma consoante nasal- e pela acentuação. Também os ditongos nasais não têm realidade fonológica, quando perspectivados silabicamente, visto que a nasalidade no Português europeu não se associa a um constiuinte complexo. A direccionalidade e a abrangência do tom nasal impede que o mesmo recaia em mais do que uma vogal, limitando o seu raio de acção à vogal estritamente adjacente à esquerda da consoante nasal. Esta restrição na propagação da nasalidade explica a não ocorrência de ditongos nasais nos diversos contextos onde ocorrem, por exemplo, os ditongos orais. Por outro lado, o facto de os ditongos nasais não surgirem senão no final de palavra, sugere ainda que existem outros factores, como sejam os de natureza morfológica, que intervêm neste processo. A fundamentação destas propostas será o objecto da nossa discussão.
- A tradução é um lugar estranho, ou perdidos na tradução?Publication . Miguel, Maria Augusta CavacoUm dos problemas que se põe ao tradutor é a gestão da conflitualidade entre a fidelidade a um texto de partida e a liberdade de que dispõe para a transposição do mesmo para a língua de chegada. Esta problemática é bem visível na "tradução", se assim se lhe poder chamar, dos títulos de alguns filmes, em que a transcodificação para a versão portuguesa se desvia integralmente da semântica do original. Segundo Nida (2000), existem dois tipos de equivalência: a equivalência formal, que consiste em encontrar correspondentes directos na língua de chegada e a equivalência dinâmica, cujo objectivo é o de obter nos receptores um efeito equivalente àquele que o texto produz no receptor do texto de partida. Eco (2005), por seu lado, apresenta uma visão mais lata, ao ter em linha de conta uma tradução que se pode situar a um nível semiótico. É com base nestes pressupostos que nos propomos analisar o rigor na tradução e a tradução como um acto criativo.