DEDU - Teses de Doutoramento / Doctoral Thesis
Permanent URI for this collection
Também documentos cujo grau seja igual ou mais elevado que TESE DE DOUTORAMENTO, mas não siga a Convenção de Bolonha, são colocados nesta categoria.
(Aceite; Publicado; Actualizado).
Browse
Recent Submissions
- Os hábitos de leitura dos estudantes do ensino básico da Região Autónoma dos AçoresPublication . Pereira, José Carlos da Silva; Castanho, Maria da Graça BorgesTendo como objetivo central o conhecimento dos hábitos de leitura dos alunos açorianos, descrevem-se, neste trabalho, as principais representações sobre as práticas individuais, numa apreensão sistematizada do gosto, da frequência e do interesse que a leitura desperta. O estudo reporta-se também à influência dos contextos promotores de leitura, como a família, o grupo de pares e a escola, enquanto agentes fundamentais na reconfiguração e promoção dos hábitos dos leitores em formação. Para além disso, abordam-se questões atuais que se prendem com o uso das TIC. Paralelamente, a pesquisa, que se suporta num vasto conjunto de referências teóricas e de resultados de outras investigações realizadas em Portugal e no estrangeiro, estabelece comparações entre as várias ilhas dos Açores e relaciona os hábitos de leitura dos açorianos com os seus colegas do continente português. Este trabalho reúne os dados recolhidos através da aplicação de um questionário a cerca de 1600 estudantes, matriculados no ano letivo de 2010/2011, nos 1.º, 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico, nas escolas da Região Autónoma dos Açores. Contrariando a ideia de que os alunos se afastam cada vez mais da leitura, o estudo mostra que as crianças e jovens investigados mantêm hábitos leitorais satisfatórios, muito embora haja um longo caminho a percorrer, no sentido de tornar o ato de ler numa prática mais abrangente, mais regular e mais duradoura. Apesar dos constrangimentos impostos pela intromissão em áreas adstritas ao campo dos interesses e dos gostos individuais, estímulos de difícil quantificação, esta investigação contribui para o conhecimento da realidade, apontando algumas sugestões e implicações práticas que poderão sustentar a tomada de medidas necessárias ao reforço dos hábitos de leitura da população estudantil, principalmente dos grupos que apresentam mais dificuldades e desmotivação.
- O papel do software educativo na aprendizagem da matemáticaPublication . Caetano, Luís Miguel Dias; Lima, Manuel Salvador de Araújo; Moderno, António Mendes dos SantosNos últimos vinte e cinco anos temos assistido a um enorme investimento em recursos tecnológicos na educação. É internacionalmente reconhecido que Portugal ocupa uns dos primeiros lugares europeus em termos de disponibilização de tecnologias nas escolas. Contudo, são muitas as vozes que colocam algumas dúvidas sobre a eficácia e eficiências desses investimentos. No momento de avaliar os projectos tecnológicos encontram-se com alguma frequência, falhas ao nível da formação de professores e nas metodologias com que esses recursos são utilizados. Este estudo enquadra-se no âmbito da Tecnologia Educativa e procura compreender em que medida o Software Educativo pode contribuir para a melhoria das aprendizagens da matemática no 1º ciclo do ensino básico. O projecto contou com uma revisão bibliográfica contextualizou a tecnologia na educação, aprofundou os conceitos e aplicações do software educativo e, por último, uma análise ao conceito de insucesso escolar e às suas causas. Esta investigação contou com um diagnóstico realizado junto de vários professores com o intuito de conhecer as suas representações sobre o papel das tecnologias na educação e, simultaneamente, os seus níveis de conhecimento técnicos e pedagógico na sua utilização em sala de aula. Através de um estudo de caso realizado com professores de duas escolas do 1º ciclo do ensino básico foi possível dinamizar acções de formação, produzir software educativo e acompanhar sessões com utilização educativa de tecnologia. Dos dados recolhidos podemos apontar para o facto do software produzido pelos professores, combinado com uma correcta integração nas várias situações de aprendizagem, contribui para a melhoria das aprendizagens na área da matemática.
- A aprendizagem cooperativa no ensino do inglês : um estudo experimental no 1º ciclo do Ensino BásicoPublication . Nicolau, Maria da Conceição dos Santos; González, Pedro Francisco[...]. Neste estudo, que partiu primeiramente de uma primeira caracterização de um grupo de docentes de Inglês, recorremos à metodologia experimental e de investigação-ação cooperativa, percecionada como estratégia de inovação de práticas educativas, assim como de formação de professores. Efetuou-se um estudo de Investigação Experimental que coincidiu com o desenvolvimento de uma ação de formação a um grupo de docentes do Ensino do Inglês. A abordagem metodológica criada caracterizou-se pelo seu carácter manifestamente construtivista, integrador e comunicativo. Tomando como referência as turmas nas quais as formandas-investigadoras lecionavam, efetuou-se uma análise qualitativa de onde emergiram os dados recolhidos. Os principais resultados foram obtidos em contexto real de ensino e aprendizagem. Os instrumentos de recolha de dados foram construídos e validados no contexto do estudo. Neste processo de observação e reflexão, a experiência foi conceptualizada e analisada com o objetivo de contribuir para a mudança. A análise de dados do trabalho permite-nos inferir uma maior ajuda, autonomia, responsabilidade, envolvimento e interesse pelas atividades. O estudo permitiu evidenciar a diminuição de conflitos comportamentais, contribuindo para um clima de entreajuda englobando todos os alunos, onde a partilha de conhecimentos coadjuvou para melhorar as aprendizagens de todos. [...].
- Dinâmicas nas (re)configurações da cultura organizacional : a Casa de Infância de Santo António (1858-2008)Publication . Serpa, Sandro Nuno Ferreira; Lima, Jorge Manuel Ávila deA presente investigação tem por objectivo estudar as dinâmicas presentes nas (re)configurações da cultura organizacional de uma unidade coletiva de acolhimento de crianças e jovens desprotegidas – a Casa de Infância de Santo António – para, deste modo, compreender a sua existência desde há um século e meio. Para esse efeito, analisam-se a formação, consolidação, conservação e transformação da cultura organizacional, através de elementos tais como pressupostos, crenças, valores, estrutura organizacional, normas, funcionamento, ocupação dos espaços, símbolos, celebrações, artefactos e ligações internas e com o exterior. Esta pesquisa, que abarca um período temporal de 1858 a 2008, foi sustentada por um estudo documental, com consulta do arquivo da Casa de Infância de Santo António, de periódicos locais e de documentação de enquadramento político, jurídico e social. Verifica-se que a cultura desta organização sofreu reconfigurações, por vezes de uma forma não linear, para as quais concorreram, ao longo do tempo, quer os contactos estabelecidos com o exterior, a três níveis: na procura de recursos, na tentativa de (re)legitimação das finalidades e actividades aí desenvolvidas e, também, nas influências exercidas nos membros da organização, tudo isto em diferentes contextos sociais, quer, ainda, os contactos acontecidos na organização entre os atores individuais e coletivos. Estas (re)configurações acontecem em contextos nos quais ocorrem alterações das representações sociais e políticas das crianças e jovens socialmente desfavorecidas e, consequentemente, das respetivas soluções a implementar. Por outro lado, a redução quantitativa do número dessas meninas e, ainda, a abertura de outras valências na organização contribuíram para que a cultura de acolhimento (sob diversas formas e fundamentações) tenha, em determinados momentos, vindo a reduzir a sua centralidade relativa e a sua visibilidade quer interna, quer externa. No final do percurso investigativo, identificamos cinco diferentes configurações da cultura organizacional, resultantes de dinâmicas da articulação de elementos novos com elementos antigos, atendendo às transformações dos contextos, quer internos, quer externos à organização que, incessantemente, foram acontecendo e que se enquadram numa dimensão espaço-temporal socio-histórica. Deparámo-nos com realidades complexas, cuja singularidade idiossincrática tem de ser considerada e verificada empiricamente e que advém da co-existência, com fronteiras fluidas entre si, de cultura, culturas, subculturas, contraculturas presentes na organização conforme o período considerado, com variações ao longo do tempo. Podemos concluir, então, que a cultura organizacional mais que um estado é um processo consubstanciado num equilíbrio híbrido e precário de coordenação colectiva, resultante do conjunto de relacionamentos individuais e de relações coletivas, internas e externas à organização, com maior ou menor intencionalidade, e, em consequência, em permanente redefinição e reconstrução.
- O erro na aprendizagem clínica dos estudantes de enfermagem : percepções de estudantes de enfermagem em aprendizagem clínica sobre os erros cometidos e o papel que desempenham na aprendizagem e o no desenvolvimentoPublication . Espada, Ana Paula; Peixoto, Ermelindo Manuel; Rego, Isabel EstrelaA investigação sobre os erros dos estudantes de enfermagem em aprendizagem clínica é escassa e incide essencialmente em procedimentos psicomotores e de medicação, sendo a sua incidência na aprendizagem ainda mais rara. Porém, o seu estudo, tendo implicações para a segurança do cliente e para a consolidação das competências dos estudantes e, ainda, devido ao potencial de aprendizagem que encerra, é recomendado por autores e organizações como a Ordem dos Enfermeiros (2006) e o International Council of Nurses (2012). Esta dissertação teve como objectivo analisar os factores associados aos erros cometidos pelos estudantes de enfermagem durante a aprendizagem clínica, e as suas percepções relativamente a essas ocorrências e à oportunidade de aprendizagem e desenvolvimento delas resultantes, seguindo uma abordagem integradora, baseada numa metodologia mista, de tipo convergente (Creswell & Clark, 2011). Os participantes eram estudantes da ESEnfPD em ensinos clínicos de contexto de cirurgia e de medicina. […].
- A abordagem à leitura e à escrita no jardim-de-infância: concepções e práticas dos educadores de infânciaPublication . Santos, Ana Isabel; Martins, Margarida AlvesO presente trabalho de investigação teve por objectivo principal caracterizar as concepções dos educadores de infância sobre a forma como as crianças constroem a linguagem escrita e sobre a forma como deve ser feita a abordagem à leitura e escrita no jardim-de-infância, as suas práticas pedagógicas neste domínio e a possível relação entre estas e a evolução das concepções infantis sobre a leitura e a escrita num grupo de crianças em idade pré-escolar. Neste sentido e, em termos metodológicos, a investigação constrói-se numa análise progressivamente mais aprofundada do contexto em questão, tendo como quadro de referência uma abordagem compreensiva, incluindo metodologias qualitativas e quantitativas que, organizada em duas fases distintas mas complementares, vai adequando abordagens distintas consoante o tipo de informação que se pretendeu recolher em cada uma delas. A informação recolhida nestas duas fases foi, posteriormente, organizada em quatro estudos distintos que, dando corpo ao estudo empírico, veio permitir perspectivar a forma de ser e estar dos educadores de infância da Ilha Terceira, Açores, no domínio da abordagem à linguagem escrita. Assim, os Estudos 1 e 2 centraram-se na análise das concepções dos educadores de infância acerca da abordagem à linguagem escrita, considerando as perspectivas destes docentes sobre aquilo que consideram dever ser as suas práticas no domínio em questão, as perspectivas acerca daquilo representam as suas práticas pedagógicas reais e os conhecimentos expressos sobre as concepções infantis de leitura e escrita, sobre a sua evolução e sobre a forma pedagogicamente mais consentânea para intervir em prol do desenvolvimento dos diversos processos nelas inscritos. No Estudo 1 participaram 74 dos 75 educadores de infância a exercerem a sua actividade profissional em jardins-de-infância da rede pública da Ilha, que foram inquiridos através de um questionário e no Estudo 2, 18 educadoras de infância, seleccionadas de entre esses 75, que foram observadas e entrevistadas. Os Estudos 2, 3 e 4 debruçaram-se sobre a análise das práticas pedagógicas dos educadores de infância no âmbito da linguagem escrita, procurando destrinçar, fundamentalmente, qual o papel que estes docentes desempenham no processo de abordagem emergente à linguagem escrita no jardim-de-infância. Focando aspectos como a forma de conceber o projecto de intervenção, a organização e gestão de espaços e tempos, a implementação de estratégias de intervenção junto dos grupos de crianças que frequentam cada uma das salas observadas ou as estratégias de articulação família/escola, estes Estudos oferecem-nos uma visão alargada acerca do papel dos educadores de infância neste domínio, permitindo pormenorizar os elementos que se constituem como privilegiados em termos de intervenção pedagógica. Os resultados apresentados no Estudo 4 permitem-nos, ainda, estabelecer alguma relação entre as práticas pedagógicas das educadoras de infância e a evolução das concepções infantis sobre leitura e escrita. Dos Estudos 2 e 4 fizeram parte as 18 educadoras de infância anteriormente referidas e, ainda, 146 crianças, cujos resultados de diversas provas para avaliar as suas concepções sobre leitura e escrita foram incluídos no Estudo 4. O Estudo 3 foi construído a partir da observação aprofundada das práticas pedagógicas de três educadoras de infância seleccionadas de entre as 18 observadas. Em geral, os resultados apresentados nestes estudos permitem afirmar que concepções e práticas pedagógicas dos educadores de infância no domínio da linguagem escrita podem ser caracterizadas pela descontinuidade que revelam e que se manifestam quer entre concepções e práticas, quer, mesmo no interior de concepções e de práticas. Entendendo esta descontinuidade enquanto situação pontualmente focada para o domínio em questão, mas carente de um fio condutor ou de um contínuo que lhe confira fluidez, regularidade, sistematicidade e transversalidade, concepções e práticas pedagógicas acabam por carecer de uma perspectiva de omnipresença que torne a abordagem à linguagem escrita contextualizada e significativa. Esta descontinuidade, manifestada pelos altos e baixos que ora as aproximam, ora as distanciam, de uma abordagem que se pretende emergente, são denunciadoras de hiatos na forma como os educadores concebem e implementam a sua intervenção pedagógica, numa confluência de saberes e saberes-fazer, com implicações evidentes quer ao nível da organização e gestão da intervenção docente quer, sobretudo, ao nível da forma como as crianças são levadas a pensar a linguagem escrita, que se torna claramente evidente no Estudo 4, com as diferenças evidentes na evolução registada nas concepções sobre leitura e escrita do grupo de crianças que frequentam salas cujas educadoras se afiguram mais consistentes e sistematizadas com uma perspectiva de literacia emergente. Dos resultados emerge uma chamada de atenção para os docentes da educação de infância e para os seus formadores, perante a necessidade de reflectir acerca da forma como está a ser perspectivada e implementada a intervenção neste âmbito e da formação que neste campo é oferecida, na procura da necessária articulação coerente entre as diversas componentes curriculares que enformam concepções e práticas, na tentativa de responder da melhor forma possível às necessidades e interesses emergentes das crianças em idade pré-escolar no domínio da linguagem escrita.
- A reforma curricular no ensino secundário (1999-2006). Transformações, tensões e dinâmicas na área do PortuguêsPublication . Mira Leal, Susana; Castro, Rui Vieira de; Meneses, Paulo Jorge de SousaAs reformas educativas, ou apenas curriculares, decorrem sempre de um determinado quadro político, socioeconómico, científico, tecnológico e ético e constituem-se palco para processos de apropriação que se desenvolvem a diversos níveis (nas escolas, na sociedade civil, nos media, na comunidade científica…) e representam sucessivos ensaios de ‘leitura’ do discurso oficial que define os termos dessas reformas (documentos preparatórios, publicações governamentais diversas, quadro normativo…) e da sua transposição pedagógica. O processo tem na escola um dos seus cenários principais e nos professores (e nos alunos também) os protagonistas. Apresenta-se, pois, fundamental conhecer o(s) modo(s) como aqueles (re)interpretam o discurso oficial (como acompanham e participam nos movimentos de reforma, que transformações lhes reconhecem relativamente aos quadros curriculares antecedentes e como as avaliam, em face das suas expectativas, concepções e práticas prévias, dos seus valores, da relevância e adequação daquelas aos contextos…) e como procedem à sua transposição pedagógica (que objectivos, conteúdos, metodologias e recursos/materiais elegem). O nosso interesse particular pela área do Português, a sua centralidade e transversalidade curriculares e as significativas transformações que experimentou no quadro da Revisão Curricular do Ensino Secundário de 1999-2006 prefiguraram-na como campo privilegiado para a análise dos modos e processos de apropriação curricular desenvolvidos pelos professores que empreendemos neste estudo. Para o efeito elegemos um dispositivo de recolha e análise de dados complexo e diversificado, que compreendeu metodologias de investigação, tanto de natureza quantitativa como qualitativa (inquéritos por questionário e entrevista, estudo de caso, análise documental e a observação directa de práticas interaccionais), envolvendo populações-alvo, amostras populacionais e corpus diversificados (professores de Português B da ilha de S. Miguel, professores de Português do Arquipélago, alunos de Português A e B de S. Miguel, professores e alunos de Português de uma escola, em particular; relatórios, planificações e testes) e procedendo a recolhas em tempos e espaços diversos e complementares. O percurso de análise e reflexão que empreendemos ao longo deste trabalho permitiu-nos reconhecer no contexto em estudo, que conquanto as práticas prévias de ensino-aprendizagem do Português na escolaridade secundária representadas por professores e alunos configurassem a matriz literário-cultural da área, os professores atribuíam a esta sobretudo objectivos de natureza comunicacional, registando, por isso alargada receptividade às transformações naquela introduzidas no quadro da Revisão Curricular. O processo de (re)interpretação e recontextualização pedagógica dessas transformações aparece, contudo, atravessado por tensões e contradições, decorrentes, em larga medida, das práticas prévias e das concepções e valores dos professores, constituindo lugares de maior adesão a compreensão e produção das diversas tipologias textuais inscritas no programa, o reforço do trabalho em torno da expressão oral e escrita, a diversificação dos objectos, estratégias e instrumentos de avaliação, e lugares de maior resistência o tratamento dos conteúdos e conceitos linguísticos decorrentes TLEBS, o trabalho pedagógico em torno do texto literário, o desenvolvimento processual e a dimensão formativa da avaliação. O estudo permitiu, para além disso, reconstituir o alheamento generalizado dos professores relativamente aos processos de discussão pública e decisão curricular como reconhecer as dinâmicas de trabalho colaborativo empreendidas nas escolas em torno dos processos de (re)interpretação e recontextualização pedagógica das orientações curriculares da área. O estudo em presença configura um importante contributo para o alargamento do conhecimento sobre os processos de apropriação curricular desenvolvidos pelos professores, na área do Português, em concreto, e para além desta. Constitui, igualmente, uma possibilidade de aprofundamento da consciência e do conhecimento dos professores relativamente aos contextos em que actuam, e apresenta pistas para a avaliação das possibilidades de desenvolvimento e consecução das políticas educativas, para a construção de processos participados de transformação educacional, para o acompanhamento dos processos de inovação curricular como para a definição de políticas de formação inicial e contínua de professores.
- A cidadania como projecto educacional: uma abordagem reflexiva e reconstrutivaPublication . Fonseca, Josélia; Neves, Maria do Céu Patrão; Alonso, LuísaO presente trabalho de investigação tem como finalidade compreender o sentido e o lugar da educação para a cidadania no currículo da escola actual e contribuir para que este processo educativo se torne um pilar estruturante na formação dos alunos enquanto "pessoas". Na sociedade do século XXI, a educação para a cidadania não pode continuar arreigada a um processo de instrução cívica que se revela inadequado para formar as “pessoas” enquanto cidadãos activos e responsáveis. No referencial teórico que sustenta este trabalho, entende-se a educação para a cidadania como um processo educativo global e integrado, fundamentado numa ética da responsabilidade, que visa a promoção da formação do cidadão enquanto unicidade dinâmica do eu, na sua dimensão singular e na sua dimensão comunitária. Tendo em consideração as exigências da educação para a cidadania na sociedade actual, achamos pertinente envolver a escola e os professores num trabalho de investigação-acção colaborativa, que lhes permitisse analisar e reflectir como concebiam e desenvolviam o processo educativo para a cidadania e potenciasse a inovação das suas teorias práticas neste domínio. Participou neste trabalho de investigação uma comunidade de aprendizagem, constituída pela investigadora principal e por dez professores de dois conselhos de turma, um do 8º e outro do 9º ano de escolaridade, de uma Escola Básica Integrada da Ilha Terceira. O desenvolvimento do processo de investigação-acção colaborativa organizou-se em vários ciclos e fases, e sustentou-se prioritariamente numa acção de formação reflexiva e contextualizada, em modalidade de oficina, na qual os professores apreenderam novas perspectivas de educação, cidadania, desenvolvimento curricular e profissional, que concretizaram num projecto curricular integrado para a cidadania, nos seus conselhos de turma. No decorrer do processo foram adoptados diferentes procedimentos de recolha e análise de dados: entrevistas exploratórias e questionário diagnóstico e final; diversos instrumentos de registo; diário do investigador; relatórios da oficina de formação; entrevistas de seguimento em grupo, que possibilitaram a monitorização das mudanças produzidas pelos professores no processo educativo para a cidadania e no seu desenvolvimento pessoal e profissional. No final deste estudo, verificámos que os professores participantes evidenciaram transformações significativas na forma como concebem e desenvolvem a educação para a cidadania, associando-a a uma ética da responsabilidade e desenvolvendo este processo educativo de forma intencional e integrada.