DSOC - Dissertações de Mestrado / Master Thesis
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Dissertação de Mestrado. Nível intermédio de uma dissertação (4 ou 5 anos de estudo). Contempla também dissertações do período pré-Bolonha para graus académicos que agora são reconhecidos como grau de mestre.
(Aceite; Publicado; Actualizado).
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- A precariedade no sector da agricultura : o caso dos trabalhadores agrícolas dos AçoresPublication . Oliveira, Paula Cristina Medeiros; Diogo, Fernando Jorge AfonsoNo caso do trabalho agrícola, a norma do emprego sem termo é desafiada pelas práticas de contratação tradicionais. Ou seja, pela contratação verbal. O carácter singular e informal do trabalho agrícola traduz-se na dificuldade de obtenção de dados estatísticos que exprimam com exatidão a realidade desta atividade precária. Por esse motivo, é uma realidade pouco estudada. Assim, torna-se importante estudar os efeitos da precariedade no percurso de vida dos trabalhadores agrícolas, particularmente, em São Miguel – o principal centro de produção leiteira dos Açores. Delineado numa abordagem qualitativa, este estudo tem por base a aplicação de doze entrevistas a trabalhadores agrícolas residentes na ilha de São Miguel, Açores. Em concordância com o que a literatura tem vindo a defender, os resultados empíricos indicam que os trabalhadores agrícolas entrevistados apresentam, em geral, baixas qualificações escolares e ausência de ações de formação, proveem de classes sociais desfavorecidas e encaram a sua profissão como uma atividade de recurso hereditário. Neste último caso, referimo-nos aos trabalhadores agrícolas que são filhos dos titulares das explorações agrícolas. Seguidamente, averiguou-se que a maioria dos padrões de recrutamento são baseados em mão de obra agrícola familiar, com contratos laborais informais, como um fator decisivo para a reprodução da precariedade tradicional no sector agrícola. Os resultados também mostram uma elevada expressão de trabalho sazonal, associado a situações de precariedade, com formas de trabalho legais e ilegais, ritmos de trabalho e horários irregulares, salários baixos ou até nulos e falta de proteção social e económica dos trabalhadores agrícolas. Por último, verificou-se que a inexistência de apoios públicos, especificamente a ausência de provisões que levem a melhores condições laborais dos trabalhadores agrícolas, têm influência neste ciclo de precariedade. Ademais, os trabalhadores agrícolas continuam a sujeitar-se a esta precaridade, por falta de alternativa e/ou por gosto à profissão, quando não conformados.