ARQ - História, 2ª série
Permanent URI for this community
Browse
Browsing ARQ - História, 2ª série by Subject "Angra do Heroísmo (Açores)"
Now showing 1 - 3 of 3
Results Per Page
Sort Options
- As elites, o quotidiano e a construção da distinção no distrito de Angra do Heroísmo durante a segunda metade do século XIXPublication . Sousa, Paulo Silveira eNa segunda metade do século XIX os espaços e as práticas de sociabilidade actuavam como estruturantes das disposições individuais e colectivas, e constituíam uma das mais importantes dimensões da vida quotidiana. Estes lugares e estas práticas baseavam-se em modelos codificados de interacção. No entanto, se bem que suficientemente claros e definidos para classificar e para identificar os agentes, marcando as fronteiras face a quem desconhecia as normas e os princípios de distinção, eles continham variantes e margens para a manifestação de algum desvio no seu interior. Estas normas complexas estruturavam, portanto, uma realidade que se podia dizer construída e segmentada por campos e por jogos, onde se cruzavam desempenhos diversos e relações de poder. Elas incluíam quer as disposições corporais e determinados cânones da elegância e da aparência exterior, quer o conhecimento e a aderência a determinadas normas morais e a elementos da cultura burguesa formal e codificada, ligados ao teatro, à música e à literatura. As sociabilidades e os consumos tinham, pois, um papel decisivo nas estratégias pelas quais as pessoas se identificavam e se distinguiam umas das outras. E os gastos ostensivos, quer fossem realizados através da caridade pública ou de despesas em conforto e em novos equipamentos, eram uma forma de converter o capital económico em capital simbólico, social, cultural e até político. O mesmo sucedendo com a aposta, cada vez mais comum, no aumento da escolaridade e dos diplomas dos seus herdeiros e com a sua progressiva ligação ao emprego público. [...]
- Gerir o dinheiro e a distinção : as caixas económicas de Angra do Heroísmo e os seus corpos dirigentes (1845-1915)Publication . Sousa, Paulo Silveira eAs instituições de crédito local são espaços institucionais onde convergem o giro monetário, o exercício da influência e as redes dos negócios e da política. A sua análise e a dos seus corpos dirigentes surge como uma boa maneira de se avançar numa descrição mais clara do grupo dos principais protagonistas dos negócios e do capital nos Açores, ajudando-nos a perceber quem eles eram e quais os seus interesses e as suas práticas. Simultaneamente, ela permitir-nos-á compreender melhor o desempenho económico do distrito e perceber que, por detrás dos discursos mais pessimistas, havia uma realidade económica, por vezes pouco visível, mas que manifestava um relativo dinamismo. De facto, numa ilha que esteve afectada pela escassez de moeda até ao final da década de 1880, que manteve défices quase constantes na balança de pagamentos ao longo de quase todo este período, e cuja economia era ciclicamente classificada como estando em crise, as caixas económicas locais sobreviveram, prosperaram e foram-se modernizando. [...]
- Programas de arquitectura militar quinhentista em Ponta Delgada e Angra do Heroísmo. Italianos, italianização e intervenções até ao século XVIII : a ermida de S. João Batista na fortaleza do Monte BrasilPublication . Sousa, Nestor de[...] Assim, mais clara aparece a construção quinhentista de S. Brás, de Ponta Delgada. Iniciada, como se admitiu, depois de 1560 e antes de 1567, porventura sob risco de Isidoro de Almeida, teve plano reformulado enviado em Fevereiro de 1569, cuja autoria não pode deixar de reconhecer-se caber ao engenheiro italiano Tommaso Benedetto, segundo planta de modelo abaluartado de matriz italiana maneirista: a partir de um quadrado desenvolve-se com baluarte poligonal em cada vértice, mas sem orelhões de ligação às cortinas inclinadas e revestidas de silharia (Figs. 3, 3a e 3b). Neles, o cordão abaulado marca a separação das ameias e merlões de fendas estreitas no interior (Fig. 4). Edificação da época sebástica, que antecede de pouco o início da fortaleza de S. João da Foz (1570 ou 71), afirma-se distinta do esquema de transição representado por S. Julião da Barra, sua quase contemporânea, porque na via de actualização tipológica definida, a partir de 1539, pela ampliação determinada para o forte de Santa Bárbara de Pistoia. Elaborada por Giovanni d’Alessio d’Antonio (c.1490-1546), com oficina em Florença e mais conhecido por Nanni Unghero, a obra foi dirigida por Giovanni Battista Bellucci e teve intervenção de Buontalenti, em 1571, no grande baluarte que lhe foi adicionado. Comparando a planta de Pistoia, segundo o desenho de 1749 (Fig. 5), com a de S. Brás, são evidentes as semelhanças de composição planimétrica e de escala, para a função defensiva, acordada com a evolução da tratadística toscana dos princípios do século XVI. [...]