Browsing by Author "Tavares, Marta"
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- "Bora lá ser assertivo" : um contributo para uma abordagem ao sucesso escolarPublication . Cabral, Filipa; Tavares, Marta; Caldeira, Suzana NunesOs censos de 2011 identificaram os Açores como uma das regiões de Portugal com níveis de insucesso escolar mais elevados, situação que se torna muito expressiva no 3º ciclo do ensino básico e no ensino secundário, onde as taxas rondam os 37.28% e os 47.46%, respetivamente (Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, 2014). O insucesso é muitas vezes traduzido por meio das reprovações escolares e do absentismo escolar. Mas, ressalta-se a pertinência de uma abordagem mais extensa do insucesso, pelas implicações que este tem para a construção da identidade pessoal e dos projetos de vida de cada um (Bisinoto, Marinho & Almeida, 2010; Salema, 2005). No âmbito do Plano do combate ao insucesso na Região – ProSucesso, existem programas, como o Fénix e o Apoio Mais – Retenção Zero, que elegem como principal objetivo a redução da taxa de abandono precoce da educação e da formação e o aumento do sucesso escolar em todos os níveis de ensino. Esse Plano contempla, também, a possibilidade de implementação de projetos-piloto, com vista ao desenvolvimento de competências sociais e cívicas, as quais são consideradas benéficas para a vida académica, para além da vida social. Entre as competências sociais destaca-se a assertividade pela relação que tem evidenciado com o sucesso escolar (Dias, 2008; Jardim, 2007). O comportamento assertivo atua como um fator protetor e potenciador do sucesso escolar, possibilitando o desenvolvimento de relações apoiadas na cooperação, respeito e negociação, contribuindo para uma resolução positiva dos problemas que surgem (Bandeira, Rocha, Pires, Del Prette & Del Prette, 2006). Considerando a atual situação escolar nos Açores e os benefícios que o comportamento assertivo pode gerar, uma equipa de psicólogos da Universidade dos Açores concebeu um programa de promoção da assertividade – “Bora lá ser assertivo” – destinado a jovens em idade escolar. Bora lá ser assertivo não é um programa de recuperação escolar, mas sim de desenvolvimento de competências de vida, seguramente pertinentes em contexto escolar. O programa poderá ser frequentado pelos jovens na própria Universidade, em horário supletivo ao horário escolar, ou nas respetivas escolas, se oferecido por estas como um projeto-piloto de promoção de competências transversais e de proteção e prevenção da performance escolar, do abandono escolar e de problemas de comportamento. “Bora lá ser assertivo” é composto por seis sessões de 60 minutos cada que, no seu conjunto, visam contribuir para o estabelecimento de condições favorecedoras para o desenvolvimento de atributos proacadémicos em prol do sucesso académico, maximizando assim, as oportunidades de experienciar um trajeto de sucesso. As sessões decorrem numa base semanal, assentam em metodologias ativas e são administradas por profissionais de psicologia. A avaliação de efeitos é realizada através de uma escala de assertividade (aplicada em momento antecedente e subsequente às sessões), mas também são recolhidos dados de satisfação dos participantes e opiniões dos professores (ou outros informantes-chave) sobre o comportamento e o rendimento dos alunos. Nesta comunicação apresentam-se os fundamentos concetuais do programa, bem como a sua estrutura e organização. Tratando-se de um programa elaborado recentemente, ainda não se dispõe de dados empíricos referentes à sua utilização.
- Relações interpessoais entre Jovens. Que exemplo oferecem os media?Publication . Tavares, Marta; Cabral, Filipa; Caldeira, Suzana Nunes; Silva, OsvaldoNeste trabalho apresentam-se resultados sobre modos de relação entre jovens e interpretam-se os mesmos à luz do que a literatura da especialidade sugere em termos da influência das mensagens veiculadas pelos Media na atualidade. Enquanto alguns autores defendem que os Media aproximam os jovens, fazendo despertar perceções e situações vividas no quotidiano, outros referem que os Media contribuem nefastamente para as relações entre jovens, despoletando situações conflituosas e de cariz violento, conduzindo a uma banalização e normalização da violência. O estudo foi realizado tendo por base 455 alunos das escolas da ilha de São Miguel, de ambos os sexos, do 3º ciclo e ensino secundário, através de um questionário de autorresposta. Globalmente, pode-se concluir que os Media não comprometem o modo como os jovens se relacionam.
- Trilhando o desenvolvimento de crianças e adolescentesPublication . Tavares, Marta; Cabral, Filipa; Reis, Catarina; Martins, Cátia; Vieira, Maria; Caldeira, Suzana NunesAtualmente, nos Açores assiste-se a um desinvestimento das crianças e dos adolescentes face à escola, refletindo-se este no insucesso escolar (Direção Regional da Educação, 2015). O insucesso escolar corresponde a uma das principais problemáticas relacionadas com o sistema educativo, podendo ser traduzido através das reprovações escolares e do absentismo escolar (Bisinoto, Marinho & Almeida, 2010). No arquipélago dos Açores, as taxas de retenção, abandono e insucesso são as mais elevadas do país (Conselho Nacional da Educação, 2014). No ano letivo 2012/2013 um em cada cinco alunos não aprovou no 4º ano do ensino básico; a retenção no 2.º ciclo foi de 17%; e no terceiro ciclo e ensino secundário um em cada quatro alunos ficou retido (Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, 2014). Em 2014 a taxa de abandono precoce foi de 32,8%, revelando estes números a dimensão do flagelo do insucesso escolar na região (Direção Regional da Educação, 2015). A fim de combater o insucesso o Plano Integrado de Promoção do Sucesso Escolar - ProSucesso 2014 - contempla a eventualidade de apoio de outras instituições e organizações para a implementação de projetos-piloto, com vista à minimização do sucesso escolar (Direção Regional da Educação, 2015). Para este efeito, através da literatura, verifica-se que o desenvolvimento vocacional em crianças e jovens contribui para a construção de trajetos de vida com significado, atuando como fator de proteção para o sucesso escolar (Taveira, 1998). Assim, alunos com acompanhamento vocacional estão mais cientes das suas capacidades e interesses, situação que proporciona um melhor autoconhecimento e a tomadas de decisão conscientes (Savickas, 2001). Neste enquadramento, o Gabinete de Psicologia Escolar Orientação e Supervisão (GaPEOS) tem vindo a organizar e realizar atividades de tempos livres para crianças e adolescentes que privilegiam os princípios da orientação vocacional. Destas atividades destacam-se os programas Kid’s à Descoberta e Descoberta Jovem, sendo o primeiro destinado a crianças dos 6 aos 10 anos e o segundo a adolescentes a partir dos 14 anos. Estes programas desenvolvidos durante o período das férias escolares, têm a duração de 5 dias. Ao longo da semana, são dinamizadas diversas atividades, através das quais os participantes trabalham o autoconhecimento e a exploração de oportunidades, interesses e capacidades. Os resultados alcançados até ao momento são satisfatórios, sendo estes obtidos através da aplicação de questionários de confiança e de satisfação das atividades implementadas aos participantes. As crianças indicaram ter explorado as suas capacidades e interesses, desenvolvendo o seu autoconhecimento. Os adolescentes disseram ter efetuado um processo de autodescoberta que os auxiliou a reconhecerem os seus interesses e capacidades, alargando os seus conhecimentos acerca das oportunidades disponíveis. Em suma, a participação de crianças e jovens em experiências ligadas à orientação vocacional é uma mais-valia, visto favorecer escolhas e decisões mais conscientes. Segundo a literatura, atividades que privilegiam a autodescoberta poderão auxiliar o sucesso escolar e a construção de projetos de vida bem-sucedidos (Taveira,1998). Dados os benefícios de programas desta natureza, espera-se que o Kid’s à Descoberta e o Descoberta Jovem possam ser futuros projetos-piloto desenvolvidos no âmbito do ProSucesso.