Browsing by Author "Pimentel, Fernando Jorge Vieira"
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- As metamorfoses do herói e as andanças do trágico em Os Maias de EçaPublication . Pimentel, Fernando Jorge Vieira“[…]. Os Maias de Eça de Queirós, reveladoramente subintitulado de Episódios da vida romântica, apresenta-se também como expressão exemplar da dificuldade do narrador desenhar uma personagem integral, que aglutine, numa posição realmente medular, os múltiplos elementos do romance. Certo é que todos os indicadores, principalmente os que se prestam a um tratamento estatístico linear, nos conduzem à figura de Carlos. […]”
- No tempo da língua : reflexões sobre os valores, a Universidade e o Discursus do poderPublication . Pimentel, Fernando Jorge Vieira“[…]. Goste-se ou não, nunca é gratuitamente que sobre o Homem os fogos se cruzam. O deslocamento da noção de escrita para o próprio centro das actividades crítica e criativa pulverizou com aparato toda uma ordenação antiga que propendia a separá-las. Jamais as coisas voltaram a ser como eram, desde que a nova crítica mostrou ter fôlego para ser mais do que a nova impostura que pretendera Picard. Já começa todavia a ser tempo de cada um se interrogar, livremente, no próprio momento em que a escrita se pratica, isto é, agora, se as alterações no campo dos factos se passaram (se passam ou, até mesmo, se poderiam ter passado) com a diafaneidade com que as quis o arquitecto do «jogo infinito dos espelhos». […]”
- Para um saldo da Conta-Corrente de Vergílio FerreiraPublication . Pimentel, Fernando Jorge Vieira“[…]. É inegável o impacto que Conta-Corrente tem na geração que viveu Paris-68 e Coimbra-69 com o uzeiro redentismo nos olhos e o vezeiro dogmatismo na inteligência. O montante (in progress, afinal, pois já se anuncia um terceiro volume) apresenta-se, ao primeiro lance, como uma espécie de adição, distraidamente metódica, dos desabafos de uma consciência que se exercitou – e exercita – na teia vária do mundo, dos acontecimentos e dos homens. Vindos a público, esses desabafos tendem a ser equacionados por algumas outras consciências que, mais ou menos claramente, suspeitam, com o autor, que «contar mesmo o que aconteceu é mentir» (1, 114). […]”
- A poesia de Alberto de Serpa : a ordem das coisasPublication . Pimentel, Fernando Jorge Vieira“Não é segredo para ninguém que se vive um tempo caracterizado, em grande medida, pela invenção a todo o custo, um tempo onde o Homem, morto e enterrado Deus, parece baralhar o jogo e distribuir as cartas. Do cosmos possível se faz o caos, numa disputa em que, senhores da guerra, somos muitos, apostamos forte e vencemos nunca. Mas, nem por isso – anima certa, animus incerto, – desanimamos. Na humana e insaciável mira dos falanstérios, desfiguramos o real envolvente, retalhamo-lo, após o que, numa operação de saldo nem sempre claro, lhe passamos o respectivo atestado de menoridade. Com efeito, a mimesis, conforme múltiplas gerações, na esteira sobretudo da dupla Aristóteles/Horácio, a entenderem no Ocidente, ao estar sujeita, desde a segunda metade do século XVIII, a golpes de progressiva eficácia, tem-se acantonado, tímida e envergonhada, num fundo de cena cada vez menos discernível. […]”