Browsing by Author "Meneses, Avelino de Freitas de"
Now showing 1 - 10 of 16
Results Per Page
Sort Options
- Os Açores e os impérios : séculos XV a XXPublication . Meneses, Avelino de Freitas de[...]. Os Açores não constituem simplesmente um elo da correspondência transatlântica. Aliás, possuem uma identidade bem complexa. Com efeito, se a História evidencia muito a mundividência, apresentando as ilhas como o centro do Mundo, já a literatura ressalta muito o isolamento, resultante do afastamento dos continentes e da descontinuidade territorial, apresentando as ilhas como o fim do Mundo. Curiosamente, a política e os políticos, talvez com maior sentido do pragmatismo e da oportunidade, agem em função das circunstâncias. De facto, proclamam a projecção da universalidade, quando reivindicam mais capacidade de auto-governo, mas insistem na pobreza da ultraperifericidade, quando exigem mais contrapartidas financeiras. Apesar da divergência das perspectivas, atentemos mais na universalidade dos Açores, que historicamente influi na definição das dinâmicas do Atlântico, conferindo maior projecção à Europa.
- Os Açores na História do Atlântico : sustentáculo da aproximação dos mundos e acervo de património cultural submarinoPublication . Meneses, Avelino de Freitas de[...]. A escala das armadas comerciais motiva uma concentração excessiva de embarcações no mar dos Açores, se considerarmos o período curto e individualizado desta ocorrência anual. No entanto, aos navios de proveniência ultramarina adicionamos também distintas esquadras de origem europeia, que muito contribuem para o acréscimo da densidade naval em espaços precisos das águas açorianas. [...]
- Agualva e Vila Nova : uma raiz comumPublication . Meneses, Avelino de Freitas deNos séculos XV e XVI, Agualva é a designação mais comum de uma extensa freguesia terceirense, situada entre as paróquias de Santa Beatriz das Quatro Ribeiras e de S. Miguel das Lajes. O povoado, que possui mais de uma légua de costa e que chega do mar à serra, tem por paroquial a igreja do Espírito Santo - actual templo da Vila Nova, edificada ainda no século XV - e dispõe de várias ermidas sufragâneas, por exemplo, as de Nossa Senhora da Ajuda, da Madre de Deus, de S. João e de S. Pedro e, também, a de Nossa Senhora de Guadalupe - actual templo da Agualva, elevada à dignidade de paroquial no termo do século XVI. A imprópria localização da igreja do Espírito Santo, hoje situada numa das pontas da freguesia da Vila Nova, constitui a prova inequívoca de que a construção quatrocentista do templo responde a necessidades de um território maior, que se estende consideravelmente para norte. [...]
- Contestação popular e impiedade régia : o motim de Angra em 1757Publication . Meneses, Avelino de Freitas de"Na primavera de 1757, concretamente no termo do mês de Abril, irrompe um arrebatado motim na cidade de Angra. Na génese da contestação popular, ressalta a insuficiência de cereais para abastecimento público, resultante da quebra da produção e da permanente exportação. Este levantamento enquadra-se, portanto, nos vulgares e tradicionais pleitos, que individualizam muitos períodos de carência frumentária. [...]"
- As histórias nacional, regional e local nos programas e manuais escolares dos ensinos básico e secundárioPublication . Meneses, Avelino de Freitas deA ausência de prática lectiva no âmbito dos ensinos básico e secundário constitui naturalmente um óbice de vulto à participação num debate sobre a problemática dos manuais escolares. Assim, na base destas reflexões, avultam apenas correlações profissionais e familiares com questões do ensino não superior, que oxalá não ressaltem por insuficientes e distorcidas. Com efeito, a minha correspondência com os graus de ensino em discussão no “Encontro sobre Manuais Escolares”, promovido em Ponta Delgada pelo Departamento de Ciências da Educação nos dias 13 e 14 de Setembro de 2000, deriva somente do facto de na Universidade dos Açores ser docente de um curso que também forma professores, de ter sido esporadicamente orientador de estágios integrados e ainda de ter representado a instituição universitária açoriana, entre 1990 e 1992, na Comissão Nacional das Provas Específicas de História, então realizadas no seio das Universidades, embora com base em programas substancialmente diferentes dos actuais. Porém, mais do que tudo isso, pesa decerto o convívio quotidiano que, por muitos anos, correlaciona a generalidade das famílias com o processo oficial de aprendizagem. [...]
- As ilhas, os arquivos e a história : o caso dos AçoresPublication . Meneses, Avelino de Freitas deNos Açores, a força da geografia define o carácter da história, que evidencia expressões bem diferenciadas. Por um lado, as ilhas agem como meio de aproximação dos continentes, equivalendo a um sinónimo de universalidade, que resulta de um privilegiado posicionamento no Atlântico Norte, movido pelo determinismo do mar e pelas condições da navegação à vela. Por outro lado, as ilhas figuram como factor de cristalização de comportamentos, correspondendo a um sinónimo de isolamento, motivado pelo afastamento do mundo e pela descontinuidade territorial interna. Nestas circunstâncias, os planos insulares de pesquisa histórica primam naturalmente pela pluralidade dos objectivos. Assim, demonstram uma participação muito activa na construção do mundo atlântico, que obriga à integração das investigações açorianas nas categorias mais universais do saber, mas aconselham também à realização de estudos de incidência local, conducentes à individualização de idiossincracias, que derivam da divisão do arquipélago em nove parcelas muito desiguais. Em 1979, por altura da publicação do seu livro O Arquipélago dos Açores no Século XVII: aspectos sócio-económicos (1575-1675), Maria Olímpia da Rocha Gil reconhece precisamente a indispensabilidade do desenvolvimento da investigação histórica açoriana de acordo com duas linhas ao mesmo tempo dissemelhantes e convergentes: “... em primeiro, aquela que nos leva a considerar que a história do arquipélago se integra no longo processo da história do Atlântico; em segundo lugar, a que se orienta para o estudo da evolução histórica local tendo em conta as características que lhe são próprias”. No entanto, desde tempos quase imemoriais, diversos cronistas e historiadores evidenciam um entendimento muito semelhante, que certifica a complexidade dos estudos históricos insulares. A comprová-lo, atentemos nas Saudades da Terra do Doutor Gaspar Frutuoso, redigidas logo no termo do século XVI, que relevam de uma assentada as especificidades locais, as correlações com os demais arquipélagos da Macaronésia e o envolvimento nas dinâmicas do Atlântico. [...]
- Os ilhéus na colonização do Brasil : o caso das gentes do Pico na década de 1720Publication . Meneses, Avelino de Freitas de[...]. A ocupação ultramarina decorre principalmente da cooperação dos metropolitanos. No entanto, entre as parcelas de Além-Mar, identificamos o estabelecimento de uma importante correspondência, que atenua a falta de homens nas possessões de colonização mais recente pela transferência de gentes das regiões de povoamento mais primitivo. Nestas circunstâncias, ressalta o exemplo dos arquipélagos do Atlântico, particularmente a Madeira e os Açores, que constituem uma experiência pioneira de domínio português à distância. Porém, as ilhas também se convertem em agentes da gesta do Ultramar, sobretudo quando a necessidade de exploração e alargamento do Brasil suscita a participação dos insulanos. Na disseminação de açorianos e madeirenses pelas longínquas partes do Além-Mar, impera a conjugação de diversos factores, mormente as vicissitudes da arroteia ilhense e os embaraços jurídicos, que tolhem a distribuição da propriedade, e os incentivos dos novos espaços e os estímulos do poder régio, que significam a abertura de outras oportunidades. [...]
- In Memoriam : Alberto Vieira (1956-2019)Publication . Meneses, Avelino de Freitas de; Riley, Carlos Guilherme; Lalanda, Margarida Sá Nogueira
- Madalena (Pico), 8 de Março de 1723 : as condições da criação de um municípioPublication . Meneses, Avelino de Freitas deEm 1723, a criação do município da Madalena na ilha do Pico decorre de uma conjunção de factores de natureza política, social e económica. O pretexto político reside na relevância dos concelhos na orgânica administrativa do Antigo Regime, que motiva o desvelo das populações, particularmente das elites nobiliárquicas, tendente à conquista de maior emancipação. De facto, antes do liberalismo, as câmaras possuem uma jurisdição muito vasta, incomparavelmente superior à dos nossos dias. Na altura, a fragilidade do estado, ainda desprovido de meios eficazes de controlo das periferias, favorece o acréscimo do poder camarário, que abrange uma imensidade de domínios. Assim, compreendemos naturalmente a irrupção de intentos comunitários, que visam a consecução da dignidade municipal. A motivação social deriva principalmente do aumento da população, indispensável na reivindicação de maior decoro institucional. Na realidade, após a rarefacção dos homens típica dos séculos XV e XVI, distinguimos um acréscimo demográfico substancial, que converge nas ilhas mais periféricas do grupo central, durante as centúrias de seiscentos e de setecentos. Na ocasião, a Graciosa e o Faial atingem as mais altas densidades populacionais do arquipélago, enquanto que S. Jorge e o Pico multiplicam substancialmente o número de habitantes. Aliás, o Pico transforma- se então no 3º aglomerado humano dos Açores, à frente do Faial e apenas atrás da Terceira e de S. Miguel. Nestas circunstâncias, a profusão das gentes exige obviamente o adensamento da malha administrativa, que justifica a constituição de mais uma entidade concelhia. Por fim, a razão económica consiste no incremento da vinha, resultante da aptidão dos solos, das influências metropolitana e madeirense e da obtenção de mercados no Ultramar, sobretudo no âmbito dos impérios de Portugal e da Inglaterra. Nesta conjuntura, a acumulação de riqueza e o desenvolvimento das relações externas também forçam à procura de um novo enquadramento político, que possui por corolário a elevação do povoado à condição concelhia. Nos Açores, a criação do município da Madalena em 1723 avulta, entretanto, por muito tardia. No nosso entendimento, as motivações de semelhante atraso radicam na falta de dinamismo económico, que só desponta com o desenvolvimento da viticultura na 2ª metade do século XVII, e na proximidade do Faial, que exerce uma considerável sujeição sócio-política sobre o Pico, principalmente sensível na denominada região da fronteira. Porém, o desenvolvimento da economia e a influência da demografia invertem o sentido das relaçoes Faial-Pico. Com efeito, em lugar da plena dependência, emerge uma conjuntura de maior complementaridade, movida pela nova dinâmica económica, que favorece a emancipação política. [...]
- Uma memória de PortugalPublication . Meneses, Avelino de Freitas deEm Ciência, e obviamente que também em História, a obtenção da verdade corresponde sempre à descoberta da perfeição. No entanto, apesar do progresso da metodologia e do aprofundamento da investigação, a verdade e a perfeição ainda permanecem por objectivos inatingíveis. Assim, muitas das concepções do passado, mesmo que lógicas e persuasivas, são por natureza erróneas, embora não propriamente desprezíveis. Na cultura portuguesa, ainda persiste uma visão biológica da história nacional, apesar da multiplicação das contrariedades, que resulta do confronto com as mais recentes investigações. Com efeito, desde a 2ª metade do século XIX, uma sucessão de pensadores equipara a evolução do país ao desenvolvimento de um ser vivo, que naturalmente comporta o nascimento, a ascensão, o apogeu, a decadência e a morte. Ademais, quase todos deploram a revelação de um ocaso demasiado prematuro, ainda por cima resistente às diligências de todas as regenerações. Sigamos, no seu essencial, o raciocínio de uma tal teoria. [...]