Departamento de Biologia
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Browsing Departamento de Biologia by advisor "Azevedo, José Manuel Viegas de Oliveira Neto"
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- Effects of tourism operations on the bahavioural patterns of dolphin populations off the Azores with particular emphasis on the common dolphin (Delphinus delphis)Publication . Cecchetti, Arianna; Azevedo, José Manuel Viegas de Oliveira Neto; Gordon, Jonathan; Stockin, Karen AnnNos Açores encontram-se cerca de 30% das espécies de cetáceos atualmente conhecidas. Esta grande diversidade constitui um suporte para o desenvolvimento de atividades marítimas recreativas como a observação de cetáceos e a natação com golfinhos. Estas atividades começaram nos Açores nos anos 1990 com uma só empresa na ilha de Pico mas atualmente é desenvolvida por 24 empresas distribuídas em quatro ilhas. O crescimento contínuo das atividades recreativas com cetáceos aumenta a probabilidade de que estas tenham efeitos negativos nas populações alvo. Existem vários estudos a nível internacional sobre os efeitos a curto prazo que se podem detetar durante as interações com barcos turísticos. Estes incluem alterações de comportamento, como mudanças de direção e velocidade de deslocamento, de coesão dos grupos ou das vocalizações usadas na comunicação e na ecolocalização. Estas alterações por si só podem levar a um aumento individual do dispêndio energético assim como a uma diminuição da energia adquirida durante a atividade de alimentação, se esta for interrompida. A longo prazo, porém, poderão os impactos individuais refletir-se negativamente ao nível populacional. A atividade está regulamentada nos Açores, estando a revisão da legislação a ser discutida com os operadores. Estes regulamentos visam evitar que as atividades de observação e de natação sejam prejudiciais para as populações de cetáceos. Porém, para a elaboração de uma legislação eficaz é fundamental o conhecimento da ecologia e do comportamento de base das espécies exploradas e os Açores ainda carecem destas informações, assim como dos efeitos das atividades turísticas atuais. Entre as espécies mais avistadas e mais representativas do turismo local encontramos o golfinho comum (Delphinus delphis) que, apesar do seu nome e de ser relativamente abundante nas águas do Arquipélago, permanece uma espécie cujo comportamento é ainda muito pouco conhecido. Outros golfinhos comummente avistados são o roaz (Tursiops truncatus) e o pintado (Stenella frontalis). Neste sentido o presente estudo visa (1) descrever pela primeira vez os patrões comportamentais do golfinho comum, com particular atenção na variabilidade temporal do balanço de atividade, (2) estudar mudanças comportamentais desta espécie durante a interação com os barcos turísticos, sejam estes de observação ou de natação, (3) avaliar a resposta comportamental das três espécies de golfinho durante as atividades de natação, (4) usar os resultados para sugerir medidas e apoiar decisões de gestão em matéria de conservação dos recursos naturais e de desenvolvimento sustentável das atividades turísticas. [...].
- Impacte da alga invasora Asparagopsis armata nas comunidades litorais dos AçoresPublication . Prestes, Afonso Costa Lucas; Neto, Ana Isabel de Melo Azevedo; Azevedo, José Manuel Viegas de Oliveira Neto; Cacabelos, Eva; Martins, Gustavo Oliveira de MenezesAs invasões biológicas ocorrem quando uma determinada espécie chega a um local fora de sua área natural de distribuição, expande‐se e passa a ser dominante, constituindo populações autossustentáveis. Quando a espécie ameaça a diversidade biológica do local onde se deu a sua chegada, diz‐se que se trata de uma espécie invasora. A taxa de sucesso da chegada e fixação de novas introduções está dependente de vários vetores, estando o aumento das invasões marinhas registado nas últimas décadas maioritariamente relacionado com o aumento do transporte comercial marítimo e a expansão da aquacultura marinha, actividades que têm contribuído sobremaneira para a transferência de espécies entre diferentes áreas e regiões geográficas. Os processos que facilitam ou inibem a taxa de sucesso das invasão marinhas, bem como a previsão do seu potencial impacte tanto ao nível ecológico, como comercial, são ainda pouco compreendidos. Não obstante, o aumento registado no número de espécies invasoras associado às alterações climáticas é apontado como uma das principais ameaças aos sistemas costeiros, com repercurssões difíceis de prever ao nível da estrutura e funcionamento das comunidades marinhas. Este estudo teve como objectivo investigar o potencial impacte da alga não nativa Asparagopsis armata nos Açores, prever processos de facilitem ou limitem a sua distribuição bem como prever o efeito expectável do aquecimento dos oceanos no seu metabolismo. Neste âmbito, desenvolveram‐se as seguintes tarefas: (1) avaliação das alterações ocorridas a longo prazo nas comunidades algais do litoral da ilha de São Miguel, comparando a estrutura atual com a de há vinte anos; (2) avaliação do potencial efeito das áreas marinhas protegidas nos padrões de distribuição da comunidade algal com enfoque nas espécies A. armata e A. taxiformis; (3) investigação do potencial efeito de macroherbívoros marinhos (ourços e peixes) na comunidade algal de pouca profundidade com enfoque na distribuição de A. armata; (4) comparação da fauna associada a A. armata, A. taxiformis e uma espécie nativa abundante nos Açores, Halopteris scoparia; e (5) avaliação da variação da produtividade e parâmetros fotossintéticos de Asparagopsis spp. e Falkenbergia sp. a diferentes temperaturas. A análise comparativa da estrutura das comunidades algais entre os dados históricos (≈20 anos) e os dados atuais revelou diferenças significativas e consistentes tanto ao nível da composição como da estrutura das comunidades algais, salientando‐se o decréscimo substancial e generalizado na abundância da maior parte dos grupos de algas, entre as quais A. armata. Foi detetado um efeito positivo das Áreas Marinhas Protegidas (AMP) na diversidade das comunidades algais, embora não se tenha registado qualquer efeito ao nível da alga invasora A. armata. O estudo da herbivoria na distribuição de A. armata foi limitado, tendo a experiência sido afetada pela existência de artefactos relacionados com a manipulação experimental que impossibilitaram uma clara interpretação dos resultados. A comparação do biota associado às três espécies de macroalgas examinadas revelou que a alga nativa H. scoparia suporta abundâncias inferiores, mas números de taxa maiores ou semelhantes aos associados às invasoras A. armata e A. taxiformis. Ou seja, H. scoparia revelou suportar uma maior densidade de espécies de macrofauna associada do que o género Asparagopsis. A resposta ao nível da produtividade e dos parâmetros fotossintéticos entre os três taxa testados (A. armata, A. taxiformis e Falkenbergia sp.) foi variável para as diferentes temperaturas testadas. De uma forma geral, os resultados revelaram a elevada adaptabilidade de A. taxiformis a variações no intervalo de temperaturas investigado.
- Intensive production of microalgae with high economic, social and energetic value : potential in the Autonomous Region of the AzoresPublication . Xavier, Emanuel Dias; Neto, Ana Isabel de Melo Azevedo; Azevedo, José Manuel Viegas de Oliveira Neto; Reis, Alberto DelgadoAs microalgas são fonte de compostos de elevado valor comercial como sejam os ácidos gordos polinsaturados e os carotenoides, produtos com interesse crescente a nível biotecnológico devido aos benefícios que representam para a saúde humana. Atualmente apenas algumas espécies de microalgas estão bem estabelecidas no mercado, havendo a necessidade de encontrar espécies indígenas com potencial biotecnológico, uma vez que estas estão adaptadas às condições bióticas e abióticas prevalecentes em cada região, sendo assim bons candidatos à produção de recursos de origem biológica. No presente estudo, o potencial dos Açores para a produção de microalgas no exterior foi avaliado. Analisaram-se fatores como água, luz, temperatura, fontes de carbono, nutrientes, conjuntura internacional e contexto regional. A análise SWOT resultante indicou que o arquipélago é um local promissor para implementar um projeto comercial de cultivo ao ar livre de microalgas tendo em vista a produção de produtos de valor acrescentado. A partir de amostras coletadas em 23 locais da ilha de São Miguel, Açores obtiveram-se 114 isolados de microalgas. Os isolados, pertencendo a 60 taxa, compreendiam 39 Chlorophyta, 10 Ochrophyta, 6 Cyanophyta, 3 Charophyta, 1 Euglenozoa e 1 Cryptophyta. Dezoito desses taxa constituem novos registos para a ilha de São Miguel. Cinco dos isolados foram selecionados para investigação posterior nomeadamente no que concerne ao potencial de cultivo e produção de ácidos gordos polinsaturados e os carotenoides. As cinco estirpes isoladas de microalgas foram cultivadas no exterior em fotobiorreactores cilíndricos verticais para avaliar o respetivo potencial de crescimento e analisar a composição da biomassa produzida em termos de ácidos gordos e carotenoides secundários. Como seria de esperar, o verão foi a estação mais produtiva para todos os parâmetros avaliados. Chlorococcum sp. foi a estirpe mais interessante devido à sua elevada produção de ácidos gordos insaturados e carotenóides secundários. Os valores obtidos revelaram-se interessantes quando comparados com outros obtidos para estirpes utilizadas comercialmente. Isto indica que a prospeção e seleção de estirpes indígenas é um meio eficiente de descobrir microalgas com aplicações industriais passíveis de serem alvo de cultivo no exterior. O efeito da concentração de nutrientes (com ênfase no bicarbonato) sobre o crescimento e acumulação de carotenóides da estirpe indígena de Chlorococcum. Foi testado em cultivo exterior em fotobiorreactores cilíndricos de coluna de bolhas. Os resultados obtidos demonstraram que a estirpe cresceu bem, apresentando um crescimento máximo comparável ou mesmo mais elevado do que aquele reportado para condições otimizadas de cultivo. Demonstraram igualmente que o uso de bicarbonato como fonte de carbono aumenta a produção de carotenoides secundários pela estirpe em estudo. Em resumo, a estirpe indígena de Chlorococcum demonstrou ser um bom candidato para uma elevada produção de carotenóides secundários e ácidos gordos em cultivos no exterior. No entanto, são necessários estudos complementares envolvendo a otimização do cultivo e a indução de stress, para elevar o processo de produção à escala industrial. Em geral, os resultados sugerem que os Açores têm condições para implementar uma produção de produtos de valor acrescentado a partir de microalgas recorrendo a cultivo no exterior, proporcionando benefícios significativos a partir de um recurso económico alternativo.
- Modelling the ecological niche of cetaceans : new perspectives and applicationsPublication . Fernández Morrón, Marc; Azevedo, José Manuel Viegas de Oliveira Neto; Yesson, Chris; Gannier, AlexandreO uso de modelos de distribuição é hoje em dia uma prática muito comum e bem estabelecida, com grande aplicação nos campos de gestão e conservação da natureza. Existem, no entanto, muitas preocupações sobre a validade dos resultados obtidos com estes procedimentos. Este facto é ainda mais preocupante quando os trabalhos são realizados no meio marinho. Este meio pode apresentar um grande dinamismo, com mudanças muito súbitas das condições ambientais, o que pode influenciar a distribuição das espécies duma forma muito rápida. Nesta tese de doutoramento são apresentados estudos destinados a melhorar a construção de modelos de distribuição para cetáceos em habitats oceânicos. Num primeiro capítulo é feita uma introdução teórica aos conceitos da modelização do nicho ecológico, conjuntamente com um estado da arte. Uma breve caracterização oceanográfica da área onde foram feitos os estudos (Arquipélago dos Açores, Portugal) é apresentada no capitulo 2. Seguidamente é feita uma descrição detalhada dos dados que foram usados para a elaboração desta tese (capitulo 3), sendo classificados em dados de ocorrências e dados ambientais. Duas tipologias de dados de ocorrências foram usadas: (1) dados obtidos com uma amostragem sistemática a traves de transectos dedicados e (2) dados recolhidos duma forma oportunista nas atividades comerciais de observação de cetáceos, a traves da plataforma MONICET. As metodologias de recolha e armazenamento de dados são descritas neste mesmo capítulo. Duas tipologias de variáveis ambientais foram usadas: (1) variáveis que não apresentam grande variabilidade temporal ou estáticas (relacionadas com características batimétricas) e (2) variáveis que apresentam uma grande variabilidade temporal ou dinâmicas (relacionadas com variáveis oceanográficas). No capítulo 4 é apresentado um estudo teórico para testar qual é a melhor resolução temporal das variáveis ambientais e dos dados a ser usada na construção de modelos de nicho ecológico no meio marinho. Foram construídas espécies virtuais baseadas na bibliografia existente o que permitiu testar os efeitos de usar diferentes resoluções temporais (diária, semanal e mensal) das variáveis ambientais. Dois algoritmos de modelização foram usados:(1) “Generalized Linear Models” e (2) “Generalized Boosted Models”. Os resultados mostraram que o uso de médias de 8 dias das variáveis ambientais oceanográficas produz os melhores resultados para as espécies cuja distribuição é condicionada por elas. Os dados armazenados na plataforma MONICET foram usados no capítulo 5 para testar métodos de modelização do habitat. Um total de 7 anos de dados de avistamentos para a ilhas de São Miguel, Pico, Faial e Terceira (Açores, Portugal) foram usados para construir os modelos, usando para esta finalidade o algoritmo MAXENT. Foi proposto um novo método para corrigir o enviesamento associado a estes dados, baseado num índice de detetabilidade e numa área mínima amostrada. No mesmo estudo foram testadas diferentes resoluções espaciais e temporais. Os resultados obtidos demonstram que para a maioria das espécies testadas (8 de 10) é possível obter modelos de distribuição bons ou mesmo excelentes. A correção do enviesamento aplicada provou ser útil, melhorando a capacidade preditiva dos modelos em todos os casos. A resolução temporal demonstrou ser importante, obtendo diferentes efeitos dependendo da espécie estudada. Desta forma, para as espécies altamente dinâmicas tais como os golfinhos oceânicos, o uso de médias de 8 dias produziram melhores resultados, enquanto que para as espécies mais dependentes de variáveis estáticas, tais como os mergulhadores profundos, a diferença entre os cenários temporais foi mínima. Os resultados desta tese serão úteis para melhorar os modelos de distribuição para cetáceos, assim como para outras espécies marinhas com grande mobilidade.
- Patterns of social ecology of Risso's dolphins (Grampus griseus) off Pico Island, AzoresPublication . Hartman, Karin Louise; Azevedo, José Manuel Viegas de Oliveira Neto; Hoelzel, A. RusThis PhD thesis is focusing on the ecology of a medium sized and poorly studied oceanic dolphin species: The Risso’s dolphin (Grampus griseus). […]. In this study, we present for the first time a model for the social structure of Risso’s dolphin (Grampus griseus Cuvier 1812). Over the period 2004-2006, 1028 Risso’s dolphins were identified at Pico Island, Azores. Individuals sighted on 10 or more occasions were included in analysis of social structure (n = 183). High resighting rates indicate strong site-fidelity of at least part of the population. We found that individuals form stable long-term bonds, organised in pairs, or in clusters of 3-12 individuals. Social structure is stratified based on age and sex classes, with strong associations between adult males and adult females. We suggest that clusters form the basic units of Risso’s dolphin society. Thirteen pods consisting solely of adults, likely males, and 3 pods consisting of mother-calf pairs were identified. Males are organised in stable, long-term associations of varying size that occur throughout the complete range of behavioural states observed. For females, associations can be of similar strength, but the time-scale may vary depending on the presence of nursing calves. As subadults, associations also occur (pair-formation), but are less stable than those observed for adults. We propose a new model for Risso’s dolphin societies known as a stratified social organisation, which differs from the fission-fusion and matrilineal society models. […].
- Turismo e biodiversidade : conhecer para conservarPublication . Vieira, Andreia Melissa Parreira; Azevedo, José Manuel Viegas de Oliveira NetoO presente relatório de estágio enquadra-se no âmbito do segundo ano do Mestrado em Biodiversidade e Biotecnologia, da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade dos Açores. O estágio foi realizado na Futurismo, Empresa de Turismo Náutico Ltd, com a duração de 6 meses. Neste estágio pretendeu-se maioritariamente participar nas atividades terrestres e marítimas realizadas pela empresa de modo também a contribuir para a melhoria dos guiões de atividades da empresa. Para tal, na parte terrestre pretendeu-se analisar a distribuição de diversas espécies endémicas dos Açores ao longo de 4 trilhos na ilha de São Miguel: Cumeeira Grande e Cumeeira Pequena nas Sete Cidades, Lagoa do Fogo e Faial da Terra, de modo a perceber onde estas se distribuem em maior quantidade. Depois de obtida, esta informação foi comparada com mapas de distribuição já existentes. Analisou-se as distribuições de 12 plantas endémicas dos Açores: erva caniça (Holcus rigidus Hochst.), urze (Erica azorica Hochst. ex Seub.), patalugo maior (Leontodon filii Hochst. Ex Seub.), bracel (Festuca jubata Lowe), louro (Laurus azorica (Seub.) Franco), hera (Hedera azorica Carrière), azevinho (Ilex azorica Loes.), uva da serra (Vaccinium cylindraceum J. E. Sm.), pau branco (Picconia azorica (Tutin) Knobl.), Huperzia suberecta (Lowe) Tardieu, folhado (Viburnum treleasei Gand.) e sanguinho (Frangula azorica V. Grubow). As espécies mais avistadas foram a erva caniça, o patalugo e a urze e as menos avistadas o sanguinho e o pau branco. Na parte marinha, pretendeu-se realizar mapas de avistamento e analisar a frequência de avistamentos ao longo de 2016 das 4 espécies residentes no Arquipélago: o golfinho comum (Delphinus delphis Linnaeus, 1758), o golfinho roaz (Tursiops truncatus Montagu, 1821), o golfinho de Risso (Grampus griseus G. Cuvier, 1812) e o cachalote (Physeter macrocephalus Linnaeus, 1758), e observar o comportamento destes animais ao longo das viagens. Observou-se que, a espécie mais avistada ao longo do ano foi o golfinho comum, seguido do golfinho roaz, do cachalote e por último do golfinho de Risso. As espécies de golfinhos foram avistadas maioritariamente com comportamentos de alimentação e reprodução e os cachalotes com comportamentos de alimentação (mergulho com cauda) e socialização. Por fim, os catálogos de turismo da empresa sobre as espécies foram atualizados com novas informações e foram criados diversos posters com informação para o público.