Repository logo
 

ARQ - Hist2s - Vol 04 - N 2 (2000)

Permanent URI for this collection

Artigos publicados no Vol. IV (Nº 2) - 2000

CONTEÚDO:

História Insular e Atlântica

SOUSA, João Silva de - Os herdeiros do infante e o governo dos Açores (1460-1485)

LAGES, Geraldo - Situação das Flores e do Corvo nos séculos XVI e XVII

MENESES, Avelino de Freitas de - Madalena (Pico), 8 de Março de 1723 : as condições da criação de um munícipio

HERNÁNDEZ GONZÁLEZ, Manuel - La polémica sobre la fabricación de aguardiente de caña entre las elites caribeñas y el comercio canario en el siglo XVIII

REGO, Margarida Vaz do - Mar e terra : dualidade na economia micaelense nos finais de setecentos

SOUSA, Paulo Silveira e - As actividades industriais no distrito de Angra do Heroísmo, 1852-1910 : um mundo de possibilidades escassas

COSTA, Elisa Maria Lopes da - A planície alentejana : um destino migratório de famílias açorianas em finais do século XVIII

WARRIN, Donald - O lendário John “Portuguese” Philips do estado de Wyoming Revisto

GONZÁLEZ, Alejandro - El desarrollo demográfico de la ciudad de las Palmas de Gran Canaria (siglos XVI-XX)

MATOS, Paulo Lopes - Santa Cruz da Graciosa (1799-1850) : população, grupos familiares e profissões

SILVA, Susana Serpa - Aspectos da vida social e cultural micaelense na segunda metade do século XIX

PEREIRA, António dos Santos - Novo mundo, novas interpretações, novo poder : a integração de S. Jorge no novo espaço público açoriano e português na segunda metade de oitocentos : a acção da imprensa periódica local

NASCIMENTO, Augusto - O quotidiano dos Europeus nas roças de S. Tomé nas primeiras décadas de novecentos

COSTA, Ricardo Manuel Madruga da - A instrução na comarca da Horta em 1824 : um contributo para o seu estudo

DIAS, José Maria Teixeira - Castilho - leitura repentina : método original?

SERPA, Élio Cantalício - Açores em Lisboa : o livro do congresso açoriano de 1938 e a escrita da história : poder, raça, cultura

FAGUNDES, Francisco Cota - Uma certa maneira de estar na vida : Eduardo Mayone Dias, cronista da diáspora e outras margens

História Geral

CASTRO, Aníbal de - Físicos, cirurgiões e boticários nas naus dos descobrimentos

VIANA, Mário - A propriedade do Concelho de Santarém em 1500

CAETANO, António Alves - Liga promotora dos interesses materiais do país (1846-1849) : o crescimento económico-social adiado

ANDRADE, Luís - Portugal, a Aliança Atlântica e o Pós-Guerra Fria

VILHENA, Maria da Conceição - Reminiscências árabes na doçaria portuguesa : as alcomonias

Recensões

Notícias

Browse

Recent Submissions

Now showing 1 - 10 of 22
  • Reminiscências árabes na doçaria portuguesa : as alcomonias
    Publication . Vilhena, Maria da Conceição
    Falar de alcomonias é penetrar no mundo das nossas origens, recordando culturas que se cruzaram com a nossa; falar de alcomonias é informar o resto do país de uma tradição dele quase desconhecida, que se manteve escondida num lugarzinho do litoral alentejano. Reminiscências de uma prática doceira que aí conseguiu não só conservar a sua especificidade, como manter ainda hoje uma surpreendente vitalidade. Um toque especial de sabor mourisco, sem requintes de exibicionismos, só marcas de antiguidade. Sabores da tradição, de origem caseira, de confecção limitada, no tempo e no espaço: sazonal e regional. Um elemento histórico e cultural que encerra segredos da sabedoria feminina árabe e alentejana, a não deixar morrer. [...]
  • Portugal, a aliança atlântica e o pós-guerra fria
    Publication . Andrade, Luís Manuel Vieira de
    O mundo em que nós vivemos hoje em dia, consequência directa do fim da guerra fria, caracteriza-se, em nosso entender, por uma grande imprevisibilidade que se verifica a vários niveis. Parece ser aceitável dizerse que as relações internacionais desde o fim da Segunda Guerra Mundial até à queda do muro de Berlim, em 1989, foram caracterizadas mais pela sua estabilidade do que pela sua instabilidade, na medida em que, muito embora a possibilidade de ocorrer um conflito entre as duas superpotências fosse real, o facto é que quase tudo estava perfeitamente definido. Neste momento, a incerteza, a instabilidade e a insegurança parecem ser as características mais relevantes dos nossos dias, como se pode facilmente verificar através de vários exemplos, nomeadamente aquele que se regista no Kosovo e que constitui um prova inequívoca das consequências que os ódios de natureza étnica e religiosa podem vir a ter num determinado estado ou região. De igual modo, nas margens sul e oriental do Mediterrâneo, a situação é, no minimo, preocupante, na medida em que continuamos a assistir a uma tendência clara no que diz respeito ao aumento progressivo do fundamentalismo islâmico, como o comprova os casos da Argélia e até mesmo do Egipto, para já não mencionar o próprio Médio Oriente. Por outro lado, os nacionalismos, que parecem ganhar maior ímpeto e vigor, estão na base dos acontecimentos dramáticos que tiveram lugar no Cáucaso, assim como noutras regiões um pouco por todo o mundo. [...]
  • Liga promotora dos interesses materiais do país (1846-1849) : o crescimento económico-social adiado
    Publication . Caetano, António Alves
    Entre 1846 e 1849 surgiu um movimento cívico que visava “colocar a nação a par das mais adiantadas no regime económico”. Ocorreu, após a Maria da Fonte, saído de uma proclamação de Claudio Adriano da Costa, que não chegou a ser publicada, mas foi difundida por entre personalidades que se movimentavam nos meios económicos e políticos da capital. Rapidamente granjeou aderentes e suscitou grande entusiasmo nas várias reuniões que se realizaram em menos de três semanas, entre 19 de Julho e 6 de Agosto de 1846. A situação política agitada, que desembocou na guerra civil da Patuleia, determinou que os trabalhos da Liga cessassem, mas não impediu - ou, até, estimulou - o seu regresso, exactamente dois anos depois, ainda com maior pujança, envolvendo gente de todos os quadrantes políticos e de norte a sul do país. Após um reinício fulgurante, e quando terminara a discussão dos estatutos, o marechal Saldanha mandou encerrar a Liga. Esta comunicação procura historiar a vida breve da associação e descortinar as motivações que poderão ter determinado o seu fim, para além de, mesmo sem recorrer à técnica do contrafactual, asseverar que o nosso desenvolvimento económico-social terá sido retardado mercê desse golpe. [...]
  • A propriedade do Concelho de Santarém em 1500
    Publication . Viana, Mário
    A documentação concelhia da “muy nobre e leall villa de Sanctarem” que se possa hoje em dia consultar é escassa até ao século XVI. Quem percorrer a Contribuição para um inventário do Arquivo Municipal de Santarém, de António Mário Pedro, fica com esta ideia bastante reforçada. Uma peça particularmente importante e devida à iniciativa régia sobreviveu, tendo, porém, passado despercebida até agora: o cadastro das propriedades camarárias, conservado na Torre do Tombo, feito no ano de 1500 pelo escrivão João Dias, escudeiro da casa real, por ordem do licenciado Diogo Peres, do desembargo régio, enviado por D. Manuel I por todos os seus reinos com alçada nos assuntos relativos às capelas, instituições assistenciais (hospitais, albergarias, gafarias, confrarias), orfãos, resíduos, próprios e rendas dos concelhos. O mesmo intento reformista manuelino está na origem de outros tombos, como os das capelas, hospitais e albergarias de Santarém e de Torres Novas, ou o do hospital do Espírito Santo da vila da Castanheira, proporcionando a base sobre a qual se ergueram já alguns trabalhos. É com base neste precioso texto, rico de pormenores e descrições que nos fazem falta para épocas anteriores, que se vão seguidamente estudar a estrutura patrimonial, as formas de exploração e os rendimentos, os imobiliários urbano e rústico e as suas formas de inserção espacial, e, por último, os responsáveis pela posse e usufruto, isto é, os foreiros do concelho. [...]
  • Físicos, cirurgiões e boticários nas naus dos descobrimentos
    Publication . Castro, Aníbal de
    [...] Uma conclusão parece desde logo legítima e segura: até finais do século XV, seriam muito poucas as armadas que levavam médicos ou oficiais de saúde nas suas guarnições. A partir do início de Quinhentos, porém, tal presença foi-se tornando cada vez mais frequente, não tanto como elementos integrados nas tripulações, mas sim porque nelas se encontravam na qualidade de passageiros. É o caso, por exemplo, daquele Mestre João, físico, embarcado em 1500 na armada de Pedro Álvares Cabral, do Mestre Afonso, cirurgião, que em 1510 seguiu na frota de Diogo Mendes de Vasconcelos, ou de Mestre Lourenço, também cirurgião, que em 1512 embarcou na nau S. Gião, sob o comando de Garcia de Sousa, para não falar de Garcia de Orta que velejou para a Índia em Março de 1534, na armada de Martim Afonso de Sousa, e em Goa viria a publicar, volvidos quase 30 anos, os Colóquios dos simples e drogas e cousas medicinaes da India. [...]
  • Uma certa maneira de estar na vida : Eduardo Mayone Dias, cronista da diáspora e outras margens
    Publication . Fagundes, Francisco Cota
    Até hoje Eduardo Mayone Dias publicou seis livros de crónicas: Crónicas das Américas (1981), Coisas da LUSAlândia (1983), Novas Crónicas das Américas (1986), Crónicas da Diáspora (1993), Miscelânea LU.S.A.landesa e O Meu Portugal Antigo e Distante (1997). Este estudo pretende contribuir para uma tipologia das crónicas de Eduardo Mayone Dias, propondo ao mesmo tempo algumas achegas para uma leitura do itinerário temático e ideológico da crónica eduardiana vis-à-vis uma das constantes mais dramáticas da experiência portuguesa deste século: a diáspora, nas modalidades principais de emigração assalariada e exílio. Conquanto abarque os seis volumes de crónicas, este trabalho privilegiará O Meu Portugal Antigo e Distante. O título do meu trabalho, “uma certa maneira de estar na vida”, é uma frase tirada - e aqui empregada numa acepção distinta da que possui no seu contexto original - de uma das crónicas eduardianas mais justamente célebres: “Ferry Street - a Rua Mais Portuguesa da América”. [...]
  • Açores em Lisboa : o livro do congresso açoriano de 1938 e a escrita da história : poder, raça, cultura
    Publication . Serpa, Élio Cantalício
    [...] O Congresso Açoriano de 1938, conforme a escrita que dele se fez, teria sido organizado com competência, articulando diferentes facetas da vida do Arquipélago dos Açores. Lembra-nos José Medeiros Ferreira que o evento se realizou “num dos períodos mais duros da ditadura salazarista, fortalecida pelo decurso da guerra civil em Espanha e pela afirmação de ideologias autoritárias, centralistas e imperiais no continente europeu. Em 1938 todos se preparavam para a guerra”. Apesar deste contexto, a imagem que se tem é a da constituição de um lugar apolíneo onde homens e mulheres aparentavam desinteresse e mostravam erudição. Criou-se todo um sistema de imaginários capaz de mobilizar vontades, de atrair adesões e, neste caso, interessava publicitar, no Continente, os interesses dos Açores. A festa, geralmente, é tomada como um lugar onde Dionísio se instala e contagia. O Congresso é também uma festa, mas tudo estava programado, tudo tinha um lugar e hora para acontecer. A racionalidade imperava. A organização torna-se fundamental. Este evento, visibilizado em 1940 através da publicação de um livro, constituiu-se numa celebração que evocou o passado com a intenção de conformar e legitimar o que se pretendia instalar no presente. O espaço continental português deveria reconhecer todo um universo insular, tendo como referente um passado de glória, de feitos épicos, peculiar ao momento áureo de Portugal e da luta pela independência nacional. [...]
  • Castilho-Leitura Repentina : método original?
    Publication . Dias, José Maria Teixeira
    O trabalho que pretendo apresentar tem uma finalidade muito específica. Castilho tem sido muito glosado no aspecto pedagógico. O seu «Método», variamente denominado ao longo dos anos pelo próprio autor, foi motivo de algumas controvérsias, e ainda hoje resiste, na pedagogia portuguesa, como relíquia histórica. Pretende-se, através de um estudo que se procurou não muito extenso, levar os possíveis leitores ao conhecimento das traves mestras do pensamento de Castilho acerca do ler e escrever, e comparar algumas dessas ideias com o que ele próprio diz ser o seu modelo, Lemare. As conclusões falam por si próprias. [...]
  • A instrução na comarca da Horta em 1824 : um contributo para o seu estudo
    Publication . Costa, Ricardo Manuel Madruga da
    Pesquisa documental votada à elaboração de um trabalho sobre eventuais implicações das Invasões Francesas no arquipélago açoriano, proporcionou-nos o conhecimento de um conjunto de mapas e relatórios nos quais se apresenta informação sobre os alunos frequentando o ensino na comarca da Horta no ano de 1824. Sendo certo que a bibliografia relativa à história do ensino em Portugal não será escassa, o mesmo parece não suceder com os Açores, sobretudo no que toca à realidade concreta das escolas das nossas ilhas e à forma como se processava e era avaliado o ensino nelas ministrado. Cremos que é neste aspecto que os referidos mapas, bem como a correspondência que os remete ao Governador, poderá revelar-se de interesse, já que, do ponto de vista normativo, nada nos permite concluir sobre a existência de particularismos em relação ao quadro nacional vigente. Em qualquer caso, julgamos útil traçar um breve esboço das orientações gerais que enformavam o quadro regulador do ensino na época a que respeitam os documentos, por forma a permitir uma compreensão do seu contexto. Cumprida essa tarefa, procederemos então à análise dos documentos, fechando o presente trabalho com algumas conclusões. [...]
  • O quotidiano dos Europeus nas roças de S. Tomé nas primeiras décadas de novecentos
    Publication . Nascimento, Augusto
    Em princípios deste século, sob o impulso do populismo imperial, em parte resultante da exaltação nacionalista em torno da disputa das colónias, do emergente associativismo de classe e, sobretudo, da pressão social resultante do afluxo de migrantes ao arquipélago, alargou-se a discussão sobre a presença de europeus em S. Tomé e Príncipe, até então restrita a estudiosos e governantes. Com crescente incidência na imprensa, o seu objecto passaria a ser o inalterado estatuto social de origem e mesmo a miséria de parte dos imigrantes europeus nas ilhas. Com as soluções políticas autoritárias na Europa, com o golpe do 28 de Maio em Portugal e a subsequente camuflagem de todas as questões sociais sob os paradigmas da vocação colonizadora, para os críticos da presença europeia em terras africanas, os critérios económicos reprovavam tal “sacrifício”, que para os apologistas constituía a prova insofismável da humanidade e do aventureirismo dos portugueses. Nos anos 30, já radicalmente alterado o ambiente político, celebrar-se-ia o estoicismo dos colonos cuja desdita não parecia senão fornecer o lema para as apologéticas lucubrações acerca da rija têmpera colonizadora. Tais eram, sucintamente, os parâmetros da discussão sobre a presença de europeus no arquipélago, não por acaso dito do `cacau’, expressão que em Lisboa se incorporara na linguagem como um significativo sinónimo de dinheiro que, todavia, não era para todos. Neste trabalho, abordaremos aspectos do quotidiano dos assalariados europeus nas roças. O estudo desse segmento populacional, em geral esquecido, afigura-se relevante, não apenas por, em benefício alheio, terem sido eles os executantes da colonização, mas, sobretudo, por lhes ter cabido emprestar credibilidade e conferir materialidade aos objectivos oficiais nas relações com os africanos e, em concreto, com os serviçais contratados noutras colónias para o trabalho nas roças. [...]