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- O que é que as ilhas da Macaronésia nos podem ensinar sobre especiação? Estudo de Tharphius (Coleoptera) e Hipparchia (Lepidoptera) de vários arquipélagos da Macaronésia: Relatório FinalPublication . Amorim, Isabel R.; Arroz, Ana Margarida Moura; Borges, Paulo A. V.; Emerson, Brent C.; Faria, Christiana; Gabriel, Rosalina; Pereira, Fernando E. A.; Serrano, Artur R. M.As ilhas da Macaronésia, devido à sua localização geográfica, intervalo de idades geológicas e elevados níveis de endemismo, constituem um sistema ideal para a realização de estudos evolutivos. Neste projeto foram investigados padrões de diversificação em taxa que diversificaram em vários arquipélagos da Macaronésia, com especial ênfase nos Açores, o arquipélago mais recente e mais remoto. Os insetos estão entre os organismos que mais diversificaram nas ilhas da Macaronésia e os escaravelhos do género Tarphius e Laparocerus e as borboletas do género Hipparchia são insetos com distintas capacidades de dispersão que colonizaram estas ilhas e que posteriormente sofreram extensa especiação. Estes insetos foram assim utilizados para estudar padrões e processos de diversificação em ilhas, e para investigar a dinâmica a longo termo da diversificação e o seu impacto na riqueza específica. Neste projeto utilizaram-se técnicas moleculares e abordagens filogenéticas e de genética de populações para estudar colonização e diversificação em ilhas oceânicas. Caracterizou-se a diversidade molecular para vários genes mitocondriais e nucleares em Tarphius e Hipparchia dos Açores, Madeira, Canárias e das áreas continentais vizinhas (Norte de África e Península Ibérica), e Laparocerus das Canárias. Os dados gerados permitiram: i) estimar relações filogenéticas e filogeográficas, e assim investigar hipóteses sobre a origem dos colonizadores; ii) investigar os papeis desempenhados pela capacidade de dispersão e fluxo genético, idade geológica, geografia e distância a fontes de colonizadores nos níveis de diferenciação; iii) investigar a importância relativa de vários processos (e.g., hibridação, separação incompleta de linhagens, especiação in situ, especiação pós-colonização) na evolução dos géneros em estudo; iv) definir unidades evolutivas significativas para conservação; e v) clarificar a taxonomia dos grupos em estudo, conjuntamente com dados morfológicos. Uma vez que Tarphius e Hipparchia ocorrem em múltiplos arquipélagos, este estudo representa o primeiro esforço para inferir padrões de colonização e diversificação em animais a uma escala englobando vários arquipélagos da Macaronésia. O trabalho de campo realizado possibilitou ainda a atualização da distribuição dos taxa em estudo, tendo sido descobertas novas espécies de Tarphius em Marrocos e nos Açores. De modo a colmatar a recorrente falta de partilha de conhecimento científicos com o público em geral, este projeto possui uma componente educacional que visa dar a conhecer espécies insulares endémicas, em particular insetos, e promover a sua conservação. A apresentação de informação sobre esta temática num formato apelativo e compreensível pela população em geral foi uma prioridade cujo objectivo final é influenciar a tomada de medidas políticas que conduzam a um modelo de desenvolvimento mais sustentável em que a biodiversidade não seja entendida como um impedimento ao progresso económico. Neste sentido foram desenvolvidas várias iniciativas junto das populações locais no arquipélago dos Açores, nomeadamente estudantes do 7 ao 12º ano, Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo e o público em geral. Os inquéritos realizados a estudantes sobre o património natural dos Açores está a ser utilizado para a criação de dispositivos de aprendizagem sobre a temática da especiação em ilhas e espécies endémicas usando exemplos da Macaronésia. Foi criado uma página na rede social Facebook (www.facebook.com/Chama.lhe.Nomes) que, de um modo interactivo, dá a conhecer espécies de insetos que só existem nos Açores. Também para o público em geral foram produzidas exposições itinerantes sobre insetos dos Açores, uma para ser exposta em espaços interiores e outra composta por telas de grande formato para afixação em fachadas de edifícios. Foram ainda iniciados contactos com a Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo, uma associação para a promoção do tecido empresarial regional e que de momento está envolvida no programa PRIMEA (Programa de Requalificação da Imagem das Empresas Açorianas). O objectivo é estabelecer uma parceria activa em que a biodiversidade regional passe a ser aceite como uma mais valia para a economia local e na definição da “Marca Açores”. Os resultados deste projeto estão disponíveis para o público em geral no Portal da Biodiversidade dos Açores - www.azoresbioportal.angra.uac.pt (dados de distribuição de espécies), no Genbank - www.ncbi.nlm.nih.gov/genbank/ (sequências de ADN) e no site oficial do projeto - www.gba.uac.pt/projetos/ver.php?id=4.