Departamento de Sociologia
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Browsing Departamento de Sociologia by advisor "Diogo, Fernando Jorge Afonso"
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- Perdidos na rua : os sem-abrigo em Ponta DelgadaPublication . Cabete, Dora Cristina Ribeiro; Diogo, Fernando Jorge AfonsoA presente investigação incide, especificamente, sobre o fenómeno dos sem-abrigo em Ponta Delgada. Sendo certo que, como qualquer investigação esta, também, "não é independente da pessoa que a desenvolve e dos referenciais que possui, é um processo pessoal de construção de um objecto de estudo e desconstrução de ideias pré-concebidas, de forma simplista de ver o mundo e de perspectivar a realidade envolvente." A escolha deste tema deveu-se a uma curiosidade implícita, a sentimentos difusos, de incompreensão, de impotência e de compaixão, para com o outro, para com aquele que geralmente vemos deambular pelas ruas de Ponta Delgada e, fingimos não ver, não existir, não estarem aí quando tropeçamos neles, mas, principalmente pela necessidade de procurarmos compreender este fenómeno que afecta a sociedade açoriana. Pretendemos com este estudo realizar um enquadramento teórico da problemática dos sem abrigo e, concomitantemente, uma análise específica dos sem-abrigo em Ponta Delgada, bem como das suas instituições de apoio. O objectivo deste trabalho de investigação reside em dar voz a todos aqueles que se encontram perdidos nas ruas de Ponta Delgada, que sobrevivem em condições indignas de um ser humano e a quem o exercício da cidadania foi coarctado pelas vicissitudes de uma sociedade individualista. Contribuir para compreender este drama individual de exclusão social é a meta desta dissertação, pelo que as soluções apresentadas são apenas um pequeno contributo para minimizar o sofrimento destes e, quem sabe, a apaziguar as nossas consciências.
- Precariedade no emprego feminino : o caso das empregadas domésticasPublication . Pacheco, Raquel Alexandra Oliveira; Diogo, Fernando Jorge AfonsoA sociedade portuguesa tem assistido nas últimas décadas a transformações no domínio socioeconómico que se refletem no mundo laboral. O caso do trabalho doméstico é exemplo disso. Apesar de a profissão ser uma persistência estrutural do antigo regime, o reflexo de uma nova economia dos serviços e da globalização dotaram o trabalho doméstico de novas particularidades. Desta forma, pretendeu-se averiguar em que medida as particularidades do trabalho doméstico estão associadas à precariedade laboral. Para tal, a base teórica compreendeu a utilização dos contributos de Bridget Anderson, Sónia Rubio e Vanessa Blétière no que respeita à noção de trabalho doméstico e de Fernando Diogo, Sara Casaca e Glória Rebelo relativamente à pluralidade do conceito de precariedade laboral, complementando as referências com dados estatísticos. No entanto, o carácter singular e informal do trabalho doméstico traduz-se, numa dificuldade em obter-se dados estatísticos que exprimem com exatidão a realidade desta atividade. Delineado numa abordagem qualitativa, o presente estudo tem por base a aplicação de entrevistas a empregadas domésticas residentes na ilha de São Miguel - Açores. Através da amostra em bola de neve e considerando a investigação um estudo de caso realizaram-se quinze entrevistas. Os resultados demonstram que, e de acordo com o que a literatura tem vindo a defender, as empregadas domésticas apresentam em geral baixas qualificações escolares, proveem de classes sociais desfavorecidas e encaram a sua profissão como uma atividade de recurso. O trabalho doméstico ao desenvolver na esfera privada, torna-se de certa forma, invisível para o resto da sociedade. Por um lado, o trabalho ao desenvolver-se no domicílio privado, não facilita a existência de uma relação meramente laboral. Os laços de afeto que se criam acabam por dar espaço a uma relação laboral baseada na confiança e afetividade, em vez de uma alicerçada na regulação jurídica. Por outro lado, o carácter de invisibilidade do trabalho doméstico dificulta a própria conceção e reconhecimento social e legal da profissão.
- A precariedade no sector da agricultura : o caso dos trabalhadores agrícolas dos AçoresPublication . Oliveira, Paula Cristina Medeiros; Diogo, Fernando Jorge AfonsoNo caso do trabalho agrícola, a norma do emprego sem termo é desafiada pelas práticas de contratação tradicionais. Ou seja, pela contratação verbal. O carácter singular e informal do trabalho agrícola traduz-se na dificuldade de obtenção de dados estatísticos que exprimam com exatidão a realidade desta atividade precária. Por esse motivo, é uma realidade pouco estudada. Assim, torna-se importante estudar os efeitos da precariedade no percurso de vida dos trabalhadores agrícolas, particularmente, em São Miguel – o principal centro de produção leiteira dos Açores. Delineado numa abordagem qualitativa, este estudo tem por base a aplicação de doze entrevistas a trabalhadores agrícolas residentes na ilha de São Miguel, Açores. Em concordância com o que a literatura tem vindo a defender, os resultados empíricos indicam que os trabalhadores agrícolas entrevistados apresentam, em geral, baixas qualificações escolares e ausência de ações de formação, proveem de classes sociais desfavorecidas e encaram a sua profissão como uma atividade de recurso hereditário. Neste último caso, referimo-nos aos trabalhadores agrícolas que são filhos dos titulares das explorações agrícolas. Seguidamente, averiguou-se que a maioria dos padrões de recrutamento são baseados em mão de obra agrícola familiar, com contratos laborais informais, como um fator decisivo para a reprodução da precariedade tradicional no sector agrícola. Os resultados também mostram uma elevada expressão de trabalho sazonal, associado a situações de precariedade, com formas de trabalho legais e ilegais, ritmos de trabalho e horários irregulares, salários baixos ou até nulos e falta de proteção social e económica dos trabalhadores agrícolas. Por último, verificou-se que a inexistência de apoios públicos, especificamente a ausência de provisões que levem a melhores condições laborais dos trabalhadores agrícolas, têm influência neste ciclo de precariedade. Ademais, os trabalhadores agrícolas continuam a sujeitar-se a esta precaridade, por falta de alternativa e/ou por gosto à profissão, quando não conformados.