Departamento de Geociências
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Browsing Departamento de Geociências by advisor "Coutinho, Rui Moreira da Silva"
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- Águas minerais em São Miguel (Açores) : perceção pública da sua génese e ocorrênciaPublication . Pereira, Hugo Castro; Cruz, José Virgílio de Matos Figueira; Coutinho, Rui Moreira da Silva; Rego, Isabel Estrela[...]. No que respeita à utilização das águas minerais nos Açores, salienta-se a balneoterapia, para o tratamento de doenças reumáticas, de pele e de circulação sanguínea; o engarrafamento para consumo humano; a peloterapia, com uso de lamas das fumarolas para efeitos medicinais; monitorização hidrogeoquímica, para efeitos de prevenção sismovulcânica e a produção de energia geotérmica, nas Centrais Geotérmicas do Pico Vermelho e da Cachaço-Lombadas. De modo a avaliar o conhecimento sobre a génese e ocorrência das águas minerais na Cidade da Ribeira Grande e na Freguesia das Furnas, realizou-se um inquérito à população. Os resultados obtidos revelam que os inquiridos mais idosos mostram um excelente conhecimento dos usos dados às águas minerais no passado, embora seja incipiente a distinção entre as águas minerais e a da rede pública. [...].
- Águas termais e termalismo em São Miguel, AçoresPublication . Graff, Anoukis Juliette Lourenço; Coutinho, Rui Moreira da Silva; Albergaria, Isabel Soares; Cruz, José Virgílio de Matos FigueiraA presença de vulcanismo ativo no arquipélago dos Açores, mais propriamente na ilha de São Miguel, associada com as características climáticas das ilhas, explica a existência de uma intensa atividade hidrotermal, manifestada através de fumarolas e vários tipos de águas minerais, gasocarbónicas e termais. Algumas destas águas foram desde cedo utilizadas com finalidade medicinal. Esta dissertação tem por objetivo caraterizar a história do termalismo na Europa e em Portugal, e caracterizar a formação geológica, justificando a ocorrência de fenómenos vulcânicos nas zonas em estudo, para compreendermos mais facilmente a evolução histórica, social, arquitetónica e patrimonial das estâncias termais das zonas de estudo da ilha de São Miguel; por fim, analisar as potencialidades atuais das estâncias termais no âmbito do turismo de saúde e lazer. A mais relevante estância termal, situa-se no vale das Furnas, e é onde está centrada grande parte da história termal da ilha de São Miguel. É no Vale das Furnas que se encontram vários espaços com finalidades termais como por exemplo os Banhos Novos (atual Boutique Hotel Spa), a Poça da Dona Beija, a Poça da Silvina (ou lava-pés) e o tanque termal do Parque Terra Nostra. Por fim, na Ribeira Grande há um edifício datado do início do Século XIX conhecido como “Banhos da Coroa”; e na Ladeira da Velha, existem umas ruínas de umas pequenas termas da primeira metade do século XX, onde também existiu uma fábrica de engarrafamento de água mineral de que há registos fotográficos da década de 1950. No vulcão das Sete Cidades, existe a estância termal da Ferraria, recentemente modificada aproveitando as instalações ali existentes.
- Caracterização geoquímica dos sedimentos de fundo e em suspensão dos principais cursos de água na ilha de São MiguelPublication . Melo, António Paulo Gomes da Silva; Coutinho, Rui Moreira da Silva; Cruz, José Virgílio de Matos FigueiraO primeiro objectivo de um estudo geoquímico é a determinação da abundância relativa e/ou absoluta das várias espécies químicas presentes num dado meio. A partir destes estudos iniciais, pretende caracterizar processos químicos e geológicos, numa tentativa final de modelação dos sistemas. A caracterização geoquímica das rochas no arquipélago dos Açores já foi alvo de numerosos estudos, processo indispensável para o conhecimento existente. Com o presente trabalho, pretende-se estudar a composição geoquímica dos sedimentos em suspensão e de fundo, frutos da erosão física e química dos solos e rochas causada pelos cursos de água, de forma a estabelecer comparações entre as características geológicas das bacias hidrográficas envolvidas e identificar os processos geoquímicos subjacentes. Com este objetivo em mente, recolheram-se 11 amostras de sedimentos de fundo ao longo dos quatro principais cursos de água de São Miguel. Também se recolheram amostras de água para análise química e estudo dos sedimentos em suspensão. Com base nesta amostragem foi possível determinar a assinatura geoquímica dos sedimentos das quatro ribeiras estudadas, com variação apreciável nos elementos maiores de acordo com a bacia (valores máximos de sílica e potássio na Ribeira Grande, e de ferro, magnésio e cálcio na Ribeira do Guilherme), e a proximidade das concentrações da maioria dos elementos menores e em traço entre as estações da mesma ribeira. A identificação dos sedimentos após tratamento granulométrico apresenta uma correlação clara com as análises geoquímicas. Com efeito, quer as fases minerais identificadas, quer os líticos, são compatíveis com as análises geoquímicas e as progressivas variações litológicas ao longo do curso de água. A caracterização geoquímica dos sedimentos em suspensão das ribeiras mostrou que, para as quatro amostras estudadas, as concentrações dos diversos elementos apresentam maiores semelhanças entre si do que propriamente aos sedimentos de fundo correspondentes. A natureza geoquímica das partículas analisadas parece depender mais das argilas e solos das bacias correspondentes, do que do tipo de rochas. Relativamente à composição química das águas correntes, esta varia de uma forma coerente ao longo do curso de água e entre as quatro ribeiras estudadas. Todas as águas, com excepção das recolhidas na Ribeira do Guilherme e Ribeira da Povoação, pertencem à fácies bicarbonatada sódica. As restantes apresentam valores de sódio, cálcio e magnésio que as colocam nos tipos intermédios de águas bicarbonatadas calco-sódicas, bicarbonatadas sódico-cálcicas e bicarbonatadas sódico-cálcico-magnesianas. Os valores médios obtidos para a condutividade mostraram-se semelhantes para as ribeiras da Ribeira Grande e Furnas, respectivamente 383 e 349 μs/cm. A condutividade média na ribeira da Povoação e do Guilherme, foi respetivamente 209 e 104 μs/cm (apenas uma análise para a ribeira do Guilherme). O pH e a temperatura revelaram alguma variação entre estações da mesma Ribeira, com valores entre os 5,2 e 8,97 para o pH e temperaturas entre os 15,4 e 25,6ºC. O estudo efetuado permitiu concluir que as características geoquímicas estão de acordo com o conhecimento geológico existente para as áreas selecionadas. Pontualmente, há ainda características reconhecíveis como resultantes da influência das manifestações do vulcanismo secundário.
- Emissão de CO2 em lagos vulcânicos dos açores : quantificação e implicações hidrogeoquímicasPublication . Andrade, César Cristóvão Costa; Cruz, José Virgílio de Matos Figueira; Coutinho, Rui Moreira da Silva; Viveiros, Maria de Fátima BatistaA origem vulcânica dos Açores explica a existência de inúmeros sistemas lacustres dispersos por várias ilhas, em especial na ilha de São Miguel que apresenta o maior número destas massas de água. O enquadramento geodinâmico complexo do arquipélago dos Açores é responsável pela acentuada atividade vulcânica e sísmica que caracteriza a ilha de São Miguel. No arquipélago dos Açores ocorrem vários locais onde é notória a presença de fenómenos de desgaseificação, bem representados por campos fumarólicos, por nascentes de água termal e mineral gasocarbónica. No entanto, a desgaseificação associada aos sistemas vulcânicos ativos abrange também áreas que podem ser mais extensas, surgindo de um modo difuso e impercetível as designadas áreas de desgaseificação difusa através dos solos. Como estudado no presente trabalho, estas emissões também podem ocorrer através dos lagos, sendo apenas identificadas com recurso a equipamentos específicos. O presente trabalho evidencia a necessidade de se proceder à caracterização e quantificação da desgaseificação difusa através dos lagos vulcânicos. Para este efeito, selecionaram-se lagos localizados nos vários sistemas vulcanológicos onde ocorrem massas deste tipo, e realizaram-se amostragens de água ao longo da coluna de água, assim como se efetuaram medições do fluxo de dióxido de carbono libertado à superfície. [...].
- Escoamento de superfície e vulnerabilidade às cheias no concelho da Ribeira Grande (São Miguel, Açores)Publication . Machado, Carla Cacilhas; Cruz, José Virgílio de Matos Figueira; Coutinho, Rui Moreira da Silva; Queiroz, Maria Gabriela (Pereira da Silva)[...]. A área de estudo desta dissertação é a bacia hidrográfica da Ribeira Grande que, desde o povoamento da ilha de São Miguel em meados do século XIV, foi palco de diversos eventos de cheia, conforme atestam os documentos históricos consultados, a informação contida na Base de Dados Documental de Perigos Naturais dos Açores (NATHA - Natural Hazards in Azores) (Marques, 2013) e a consulta da hemeroteca da Biblioteca e Arquivo Regional de Ponta Delgada. Com efeito, existem treze eventos de cheia que causaram perdas de vidas humanas e prejuízos à população ao longo da história do Concelho da Ribeira Grande. A análise de vulnerabilidade ao perigo de cheias foi efetuada tendo por base a distância das margens ao leito dos cursos de água, de acordo com o definido na legislação vigente, principalmente Lei n.º 54/2005 de 15 de novembro de 2005, e com recurso ao Software ArcGIS – versão 10.1 para a elaboração de mapas e identificação das zonas de perigo. Num total de 2149 casas localizadas nas freguesias de Matriz e Conceição, na Cidade da Ribeira Grande, identificaram- se 168 habitações em zonas vulneráveis, sendo que 23 das quais estão localizadas em zonas de perigo muito elevado, 89 em zonas perigo elevado e 56 em zonas de perigo moderado. [...].
- Estudo hidrogeológico do flanco norte do vulcão central do fogo (São Miguel - Açores)Publication . Cabral, Letícia Mónica Raposo; Cruz, José Virgílio de Matos Figueira; Coutinho, Rui Moreira da SilvaO estudo hidrogeológico do flanco norte do vulcão central do Fogo (São Miguel, Açores) consistiu na caracterização hidrogeoquímica de 46 pontos de água subterrânea, complementada pelo estudo de 12 pontos de água superficial na bacia hidrográfica da Ribeira Grande. Com o propósito de compreender a evolução hidrogeoquímica das águas, realizaram-se três amostragens, entre janeiro e junho de 2012, para registo da variação dos parâmetros físico-químicos das águas e para determinação dos catiões e aniões em solução. A caracterização hidrogeoquímica das águas subterrâneas no que diz respeito à temperatura (12,3ºC - 82,3ºC) contempla um número significativo de águas termais ortotermais e hipotermais. Os valores da condutividade média determinados em cada amostragem (respetivamente iguais a 330 μS/cm, 291 μS/cm e 425 μS/cm) indicam a presença de águas pouco mineralizadas Os valores de pH registados (entre 2 e 7 unidades de pH) indicam a presença de águas neutras e de águas com um caráter ácido muito pronunciado (fumarolas). Quanto à dureza total, de um modo geral são classificadas como águas brandas, apresentando valores de dureza total inferiores a 50 mg CaCO3/L. A avaliação do estado de equilíbrio das águas subterrâneas revela a subsaturação destas em calcite, dolomite e sílica amorfa e a sobressaturação em quartzo. No que respeita ao índice de saturação em calcedónia, encontram-se águas subsaturadas e sobressaturadas. As fácies hidrogeoquímicas predominantes nas águas subterrâneas são cloretadas sódicas, bicarbonatadas sódicas, sendo que se encontram fácies sulfatadas sódicas e águas cuja composição química se apresenta como uma mistura das fácies anteriormente referidas. Os principais processos hidrogeoquímicos modificadores da composição das águas subterrâneas são a interação água-rocha (em particular a dissolução de silicatos), a absorção de voláteis vulcânicos, a mistura com fluidos hidrotermais e o aquecimento por vapor. Por sua vez, as águas superficiais apresentam fácies hidrogeoquímicas bicarbonatadas sódicas a cloretadas sódicas, e, um ponto de recolha com fácies sulfatada sódica (refª14). A mistura com água subterrânea, enriquecida em determinados elementos, é a principal justificações para a evolução hidrogeoquímica apresentada pelas águas superficiais estudadas, não obstante a influência dos fatores ambientais, que também se fazem notar. Os resultados obtidos foram, ainda, relacionados com as classes de uso do solo presentes na área, a fim de se compreender a influência destas no quimismo apresentado pelas águas, mais propriamente nas concentrações das mesmas em nitratos. Considerando os valores médios de nitrato, todas as águas analisadas apresentam valores inferiores aos limites definidos por lei.
- A geologia nos Planos de Ordenamento da Orla Costeira dos AçoresPublication . Fragata, Anabela Braga de Medeiros; Cruz, José Virgílio de Matos Figueira; Coutinho, Rui Moreira da SilvaDevido à sua localização, ao seu enquadramento geodinâmico e à sua natureza vulcânica, o Arquipélago dos Açores é uma região com características geológicas muito particulares. Desde sismos, movimentos de vertentes, erupções vulcânicas, vulnerabilidade a tempestades oceânicas e a outros fenómenos climáticos, esta é uma região que se encontra exposta a vários perigos. A Geologia e o trabalho desenvolvido por especialistas nesta área mostram-se de extrema importância no contexto açoriano pois, por um lado, permitem contribuir para a prevenção de catástrofes naturais e, por outro, contribuem para o conhecimento e gestão adequada dos recursos naturais existentes e para um ordenamento do território que garante a segurança de pessoas e bens. Devido a estas particularidades do arquipélago, os Planos de Ordenamento da Orla Costeira nos Açores (POOC) são muito determinantes para o bom funcionamento e equilíbrio de cada ilha, sendo uma importante ferramenta de gestão, utilizada no território autónomo com os objetivos de ordenar os diferentes usos e atividades específicas na orla costeira, a classificação, valorização e qualificação das praias; a regulamentação do uso balnear, e a defesa e conservação da natureza. Procedeu-se à avaliação da presença da componente Geologia nos POOC elaborados para cada uma das ilhas do arquipélago dos Açores. Conclui-se que, apesar de ser tratar de um espaço territorial extremamente influenciado por processos geológicos, esta não está presente em todos os documentos analisados, chegando a haver documentos em que não existe qualquer referência à Geologia da ilha a que se referem. No futuro será importante elaborar uma base geológica mais completa em todos os POOC, de modo a que a implementação destes planos beneficie cada vez mais as populações e o meio ambiente.
- Modelo de gestão dos recursos hídricos nos Açores : evolução e análise críticaPublication . Soares, Nuno Marco Botelho; Cruz, José Virgílio de Matos Figueira; Coutinho, Rui Moreira da SilvaA água é o principal elemento para a existência da vida na Terra, e todos os seres vivos dependem deste recurso para sobreviver. Apesar de ser o recurso mais abundante no planeta, a água hoje é um bem escasso, e ao contrário do que se possa imaginar, este é um recurso finito. A depleção da água é um tema cada vez mais debatido, sendo que existem atualmente muitos estudos no sentido de criarem soluções que diminuem o seu consumo, quer seja através do seu aproveitamento sustentável, quer pela redução direta da sua utilização. O objetivo desta dissertação tem como principal vertente investigar junto de responsáveis pela gestão de recursos hídricos e partes interessadas particularmente relevantes, a perceção do sucesso da gestão da água em geral. Acessoriamente, pretendeu-se fazer um diagnóstico e análise crítica da situação atual, incluindo a avaliação da perceção do cumprimento das disposições legais sobre a matéria. Para este efeito procedeu-se à aplicação de um inquérito que visou avaliar a perceção por parte dos respondentes sobre o atual estado da gestão dos recursos hídricos na Região Autónoma dos Açores junto de inquiridos que exercem a sua atividade profissional em partes interessadas na matéria. Para isso foram realizados 43 inquéritos, divididos por quatro entidades distintas, nomeadamente junto de respondentes de entidades públicas responsáveis pela gestão da água a nível regional e local, da Universidade dos Açores e de uma consultora especializada. Cada inquérito era composto por um total de 23 perguntas, tendo 5 respostas possíveis para cada uma das mesmas. Os resultados obtidos, junto dos diversos técnicos das quatro entidades inquiridas, ajudaram a compreender a perspetiva que estas têm, sobre a gestão dos recursos hídricos na Região Autónoma dos Açores.
- Perceção de estudantes da Universidade dos Açores relativamente à ocorrência, importância e gestão da água subterrânea nos AçoresPublication . Rodrigues, Raquel Maria Pereira; Rego, Isabel Maria Cogumbreiro Estrela; Cruz, José Virgílio de Matos Figueira; Coutinho, Rui Moreira da SilvaA água subterrânea constitui um recurso natural estratégico na Região Autónoma dos Açores, o que se traduz pelo facto das origens subterrâneas explicarem cerca de 98% do volume captado para abastecimento no arquipélago, pelo que urge desenvolver medidas que promovam a sua valorização e proteção. Na senda da uma gestão sustentável da água subterrânea é imperioso estabelecer um modelo de governança adequado, para o qual o conhecimento e a disseminação de informação é essencial, por forma a que, entre outros aspetos, se promova a capacitação do público, em geral, e das partes interessadas, em particular. Na medida que a capacitação é um pilar essencial da participação pública, e assim, sucessivamente, da moderna governação e gestão sustentável dos recursos hídricos, a avaliação da perceção do público relativamente à ocorrência, importância e gestão da água subterrânea é imprescindível, abrangendo aspetos hidrogeológicos e socioeconómicos, pois só assim se poderá analisar o grau de conhecimento sobre o tema e como cada pessoa se relaciona com estes recursos. Neste contexto, o presente trabalho, realizado no âmbito do Mestrado de Vulcanologia e Riscos Geológicos (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade dos Açores), teve como objetivo avaliar a perceção de estudantes de cursos de 1.º ciclo da Universidade dos Açores relativamente à ocorrência, importância e gestão da água subterrânea nos Açores. Para este efeito elaborou-se um inquérito, que foi respondido por 353 alunos de licenciatura no decurso do ano letivo de 2021/2022. Para além da análise global de resultados, e para efeito de tratamento de dados, a amostra foi ainda subdividida em dois grupos, um com os estudantes dos cursos da área de Ciências Naturais e Tecnologias (186 inquiridos; 52,7% da amostra total) e outro de Ciências Sociais e Humana (167 inquiridos; 47,3%). Os resultados obtidos revelam que os inquiridos revelam um conhecimento razoável relativamente à génese da água subterrânea e à correspondente fração do volume de água doce existente na Terra. Os estudantes valorizam em especial a utilização da água subterrânea para o abastecimento doméstico e à agricultura, embora não considerem que as captações deste recurso sejam mais importantes que o aproveitamento de massas de água de superfície (lagos e rios). Valorizando a componente socioeconómica os aspetos mais apreciados pelos estudantes inquiridos correspondem efetivamente ao consumo humano (ingestão, manipulação de alimentos, higiene, e associadamente a saúde), à supressão das necessidades agrícolas e da pecuária, e à manutenção dos serviços ecossistémicos. Os focos de poluição agrícola (difusa) e industrial (pontual) são os mais valorizados pelos estudantes. Verifica-se, ainda, que os alunos da área de Ciências Naturais e Tecnologias valorizam mais os focos de poluição difusa e a intrusão salina, relativamente aos seus homólogos da área de Ciências Sociais e Humanas, o que corresponde a uma perceção mais enquadrada com o efetivamente observado. As substâncias poluentes da água subterrânea mais consideradas são os metais pesados, os pesticidas e outros contaminantes orgânicos, os fármacos e os microplásticos. Os impactes das alterações climáticas sobre a água subterrânea são igualmente reconhecidos pelos inquiridos, que valorizam um pouco mais os associados à diminuição do volume disponível de águas subterrâneas para captação, ao aumento da concentração de poluentes no subsolo e à sobre-exploração de furos de captação de águas subterrâneas. Em oposição, e estranhamente devido ao carácter arquipelágico dos Açores, os inquiridos valorizam um pouco menos os impactes do incremento da intrusão salina com a subida do nível do mar. Os estudantes da área de Ciências Sociais e Humanas apresentam uma posição mais neutral do que os seus homólogos de Ciências Naturais e Tecnologias. Relativamente às medidas de gestão os inquiridos concordam significativamente com as medidas elencadas, com a exceção da implementação do princípio utilizador – pagador, relativamente ao qual apenas 36,8% dos estudantes revela concordar totalmente. Do mesmo modo, o suporte à internalização de custos ambientais e de escassez no preço da água é reduzido. Em qualquer caso, os estudantes de Ciências Naturais e Tecnologias, comparativamente aos colegas de Ciências Sociais e Humanas, revelam um maior apoio a estas medidas. A maioria dos estudantes, revela ainda considerar que nos Açores existe água subterrânea suficiente e de boa qualidade, e no geral apresentam um sentimento positivo relativamente a este recurso. Contudo, importa assinalar que os resultados obtidos, quer quanto a esta questão, quer quanto às restantes, mostra que importa capacitar e sensibilizar os jovens sobre a importância de proteger e gerir um recurso estratégico para os Açores como a água subterrânea.
- Perceção de riscos naturais e ambientais numa comunidade insular : o caso de Santa Maria (Açores)Publication . Cabral, Brenda Filipa Resendes; Rego, Isabel Estrela; Cruz, José Virgílio de Matos Figueira; Coutinho, Rui Moreira da SilvaNo arquipélago dos Açores, fruto da sua localização geográfica e do enquadramento geodinâmico complexo, ocorrem importantes manifestações geológicas, tais como, sismos, vulcanismo e movimentos de vertente. Localizando-se nas proximidades da junção tripla entre as placas litosféricas Norte-Americana, Euroasiática e Africana, a ilha de Santa Maria, a mais antiga do arquipélago, pelo seu contexto geológico e por ser uma pequena comunidade insular, possui particularidades únicas que a tornam um verdadeiro laboratório para as ciências naturais e sociais. Este trabalho dedica-se ao estudo da perceção de risco dos residentes da Ilha de Santa Maria, nos Açores. Para tal, foi efetuada uma pesquisa de acontecimentos históricos naturais e ambientais ocorridos na ilha, e respetiva caracterização, e elaborado um questionário para avaliar a perceção que os residentes possuem relativamente aos riscos naturais e ambientais a que se encontram expostos. Em particular, é estudada a perceção relativamente a sismos, erupções vulcânicas, movimentos de vertente, tsunamis, furacões e tempestades, cheias e inundações, poluição, fogos, alterações climáticas e seca. Os itens do questionário permitiram investigar quais os principais perigos a que os residentes da ilha se consideram mais vulneráveis, a sua preocupação, a probabilidade de ocorrência que atribuem a cada perigo, o grau de informação que consideram estar disponível, bem como as entidades em que confiam mais e menos. Foram obtidos dados de 354 inquéritos, efetuados de dezembro de 2018 a fevereiro de 2019. Os resultados permitiram constatar que os inquiridos consideram que as secas, os furacões e tempestades e as alterações climáticas são os perigos naturais ou ambientais que mais ameaçam a ilha. Além disso, 51,7% dos inquiridos considera que a informação a que pode aceder relativamente aos perigos é razoável, e 67,8% afirma que se mantem informado sobre os riscos que podem afetar a ilha, sendo a principal fonte a internet (48%) e a televisão (47,2%). A Proteção Civil Municipal foi assinalada como a entidade mais confiável e as redes sociais como a fonte menos confiável. Este estudo da perceção de risco dos habitantes da ilha de Santa Maria contribui com novos dados para uma melhor estratégia de gestão do risco nesta ilha dos Açores.