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Mar e Terra : dualidade na economia micaelense nos finais de setecentos
dc.contributor.author | Rego, Margarida Vaz do | |
dc.date.accessioned | 2009-09-21T11:48:40Z | |
dc.date.available | 2009-09-21T11:48:40Z | |
dc.date.issued | 2000 | |
dc.description.abstract | Por definição, uma ilha é um bocado de terra rodeado de mar por todos os lados. Mar e Terra, dois espaços que se interpenetram e que não se podem isolar um do outro na vida das gentes açorianas. É verdade que a maioria dos habitantes das ilhas preferiu a terra, convertendo a agricultura na actividade económica dominante. Mas, também não deixa de ser verdade a sua dependência do cheiro da maresia e do revolto das suas águas, que se, por um lado, isolam, por outro, também permitem estabelecer elos de ligação com o resto do mundo. Esta dupla Mar e Terra esteve sempre presente na economia micaelense, nunca separadamente, mas sempre em interligação uma com a outra. A costa da ilha elevada e escarpada, cortada quase na vertical até ao mar, assim como os ventos ciclónicos que, por vezes, sopram o arquipélago afastaram as nossas gentes da pesca, tornando esta actividade muito elementar e pouco desenvolvida. Isto, apesar de alguns esforços individuais para a incrementarem, nomeadamente na segunda metade do século XVIII, quando um dos grandes comerciantes micaelenses, Nicolau Maria Raposo de Amaral, ao conseguir um contrato com a Secretaria dos Negócios Estrangeiros e Ultramar, para “prover os armazéns das reais fábricas de peixe salgado”, tentou desenvolver a pesca, cativando os pescadores com algumas ajudas monetárias e com outras melhorias técnicas, mandando mesmo buscar novos barcos. Também através de intervenções suas junto do Governo central, como testemunha uma carta endereçada a Martinho de Mello e Castro, denunciando a prática do Governo local de taxar o pescado, procedimento por vezes usado pelos almotacés dos Municípios, mas condenado pelo Governo central, o qual muito prejudicava os pescadores. A pesca, contudo, nunca foi considerada um elemento dinamizador da nossa economia. Pelo contrário, a agricultura foi desde os primórdios da ocupação a característica principal da ilha de S. Miguel. A alta fertilidade das suas terras levou a economia micaelense a não se confinar à auto-subsistência, aliando-se a produção para o mercado externo, abrindo assim a porta para um mercado mais vasto, tendo por via o mar. Foi assim desde sempre. Primeiro, com o trigo e o pastel, depois, com o linho, juntando-se a estes, nos finais de Setecentos, o milho e a laranja. Esta dialéctica Mar-Terra vai tomar grande acuidade na passagem do Iluminismo para o Liberalismo, pois é nela que os novos ideais de desenvolvimento económico mais se vão sentir. [...] | pt |
dc.identifier.citation | "ARQUIPÉLAGO. História". ISSN 0871-7664. 2ª série, vol. 4, nº 2 (2000): 117-125 | pt |
dc.identifier.issn | 0871-7664 | |
dc.identifier.uri | http://hdl.handle.net/10400.3/309 | |
dc.language.iso | por | pt |
dc.publisher | Universidade dos Açores | pt |
dc.relation.ispartofseries | História. 2ª série;vol. 4(2) | |
dc.rights.uri | openAccess | en |
dc.subject | História dos Açores (séc. XVIII) | pt |
dc.subject | História Económica Açoriana (séc. XVIII) | pt |
dc.title | Mar e Terra : dualidade na economia micaelense nos finais de setecentos | pt |
dc.type | journal article | |
dspace.entity.type | Publication | |
oaire.citation.endPage | 125 | pt |
oaire.citation.startPage | 117 | pt |
oaire.citation.title | ARQUIPÉLAGO - Revista da Universidade dos Açores | pt |
rcaap.type | article | pt |