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Abstract(s)
A gente catarinense do litoral viveu sempre arraigada à forte religiosidade católica. Trata-se de herança cultural portuguesa que, no caso da beira-mar de Santa Catarina, teve significativo contributo açoriano desde
a segunda metade do século XVIII. Os ilhéus sempre demonstraram inquebrantável fé e profunda devoção ao sagrado. Esta crença religiosa, em Santa Catarina, assim como no restante do Brasil, constituiu-se num catolicismo rústico, construído sem interferência da hierarquia da Igreja, (muitas vezes distante face às grandes distâncias), característico das camadas populares e eivado de intensa religiosidade
no grupo familiar e comunitário. Como ensina Mircea Eliade (1992: 18) o homem simples “tem tendência para viver o mais possível o sagrado, pois para ele o sagrado equivale ao poder e, em última análise, à
realidade por excelência”. Os habitantes do litoral catarinense, pescadores e agricultores, vivendo, nos séculos da colonização, num regime de produção e autoconsumo, inclusive no plano religioso, construíram um igualitarismo também
em suas relações com o sagrado. Os santos como que conviviam com as pessoas, o que fazia dispensável, em muitas ocasiões, a intermediação dos ministros da Igreja. As manifestações do sagrado no mundo profano dessa população significavam profundamente o desejo de ser, de participar da realidade, de saturar-se do poder, conforme dizer do autor citado. [...]
Description
Keywords
História do Brasil (séc. XVIII) Religiosidade Popular
Pedagogical Context
Citation
"ARQUIPÉLAGO. História". ISSN 0871-7664. 2ª série, vols. 9-10 (2005-2006): 323-332
