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  • O que sabemos sobre a pobreza nos Açores?
    Publication . Diogo, Fernando
    Na realidade sabemos muito pouco sobre a pobreza nos Açores, a primeira razão e a forma como os dados são recolhidos. A principal fonte é um inquérito feito pelo Instituto Nacional de Estatística, INE, o IDEF. A sua periodicidade é um problema, por um lado os dados só existem de cinco em cinco anos e, por outro, os últimos são de 2009, pois a edição de 2010/11 (última disponível) trabalha com informação desse ano. Ora, é precisamente a partir de 2009 que a maior parte das consequências da crise se tem feito sentir pelo que basicamente não conhecemos o impacto desta na pobreza nos Açores. Só devemos ter novos dados no IDEF 2015/2016, respeitantes ao ano de 2014 e publicados em meados de 2016. Existe uma segunda razão pela qual sabemos muito pouco sobre a pobreza nos Açores, e isso tem a ver com o tipo de dados disponíveis no IDEF: por um lado, são sobretudo de cariz económico, abordando basicamente a chamada taxa de risco de pobreza e pouco mais. Por outro lado, a diversidade de perfis de pessoas em situação de pobreza passível de ser obtida através da análise multivariada não é abordada, como também não são feitos trabalhos complementares, de natureza qualitativa, que permitam perceber como as pessoas vivem a sua situação de pobreza, nem se procura perceber quais são as determinantes estruturais que explicam o nível e o tipo de pobreza existentes. […].
  • Desigualdades regionais no RSI, o que é que torna os Açores diferentes?
    Publication . Diogo, Fernando; Bulhões, Marta
    Através dos dados do IDEF pode-se observar que ao longo da vivência deste inquérito os Açores sempre a maior taxa de pobreza do país (por regiões NUTS II). No que respeita ao RSI os valores também são os maiores do país. Contudo, a comparação das taxas de pobreza com as taxas de beneficiários em percentagem da população residente, colocam um problema adicional que é preciso responder. A Região tem, de longe, a maior percentagem de população residente com o estatuto de beneficiário do RSI no conjunto do território nacional, 7,5% em dezembro de 2016. Em contraste, o valor nacional situava-se nos 2% e a região seguinte com mais beneficiários, a de Lisboa, tinha 2,2%. De facto, o valor dos Açores representa mais do que três vezes a média e é verdadeiramente singular no contexto nacional. Se a taxa de pobreza dos Açores se situa nos 148% da nacional, no caso do RSI, a taxa açoriana corresponde a 375% do seu equivalente para o conjunto do país. Nesta comunicação, pretende-se recensear as possíveis razões que explicam a grande diferença entre os Açores e o resto do país e apresentar os resultados disponíveis que justificam essa diferença. Defende-se que estas razões estão associadas a algumas particularidades do funcionamento da economia açoriana, à estrutura familiar e à eficácia do aparelho de Ação Social regional. Em termos teóricos, o trabalho é enquadrado por referências sobre os Açores de Rocha e Diogo, nacionais de Capucha, Diogo e Rodrigues, sobre o RSI e internacionais de Paugam sobre a pobreza.