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ARQ - Hist2s - Vol 04 - N 1 (2000)

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Artigos publicados no Vol. IV (Nº 1) - 2000

CONTEÚDO:

Estudos sobre os “Canto”

LEITE, José Guilherme Reis - Ernesto do Canto na panorâmica da historiografia açoriana da sua época

DIAS, Fátima Sequeira - Ernesto do Canto : um homem rico

RODRIGUES, José Damião, Silveira, Francisco - Ernesto do Canto, Brito Rebelo e a construção do Arquivo dos Açores

VERÍSSIMO, Nelson - Afinidade genealógicas : cartas de Ernesto do Canto para Agostinho de Ornelas de Vasconcelos

ARRUDA, Luís M., Albergaria, Isabel Soares - Ernesto do Canto entre os Naturalistas Açorianos do século XIX

SOUSA, Nestor - Os “Canto” nos jardins paisagísticos da Ilha de São Miguel

Apresentação pública da 2ª série do Arquivo dos Açores

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  • Os "Canto" nos jardins paisagísticos da Ilha de S. Miguel
    Publication . Sousa, Nestor de
    Num dos primeiros dias do mês de Julho de 1861, às cinco horas da tarde, fundeava no ancoradouro de Ponta Delgada um navio de guerra da Armada francesa. De bordo desembarcaram dois membros da família imperial, o príncipe Napoleão e sua mulher, a princesa Clotilde. Na comitiva, um ajudante de ordens de Napoleão III, imperador dos franceses. Era presença inesperada, em viagem para os Estados Unidos da América, que teria ainda aportagem intermédia na Horta, para abastecimento de carvão. Entrados no cais da cidade, a Matriz de traça manuelina, construída no reinado de D. João III (c. de 1530 a 1545), foi visita primeira, quando nela se batizava um neófito aparentado com a família Canto. Deste episódio, os ilustres recém-chegados puderam beneficiar da comodidade de duas carruagens particulares. Outro tanto não diria a mãe do batizado que, com o oferecimento de Ernesto do Canto e de Honorato do Canto, teve de palmilhar a pé com o pequeno o regresso a casa. De seguida, os visitantes estavam no Jardim de José do Canto, então ausente em Paris com a família, surpreendendo D. Francisca Cândida de Medeiros, sua sogra, que com o segundo marido e uma das filhas deste novo matrimónio, ali tinham ido espairecer de nojo recente por outro genro. estava muito bem tratado à Ingleza, não se esquecendo a princesa Clotilde de manifestar o seu agrado pelas flores oferecidas e pela observação da estufa de ananáses, ainda que, como lamentou D. Francisca, naquela época do ano elas não abundassem e os frutos estivessem verdes. [...]
  • Ernesto do Canto entre os naturalistas açorianos do século XIX
    Publication . Arruda, Luís M.; Albergaria, Isabel Soares de
    Desde meados do século XVIII, os Açores foram procurados por naturalistas estrangeiros que se dedicavam, principalmente, ao estudo da fauna, da flora e da geologia. Mais, esse interesse pelo arquipélago aumentou desde que, em 1859, Charles Darwin publicou a obra On the Origin of Species by Means of Natural Selection, tendo mesmo originado um número considerável de obras publicadas. Esse interesse relacionava-se com o facto destas ilhas, nascidas do mar, poderem suportar formas faunísticas e florísticas de transição entre as regiões Paleártica e Neártica. Não obstante o interesse da comunidade científica internacional pelas ilhas açorianas, apenas alguns poucos açorianos se manifestaram pelo estudo das ciências da natureza, pois só na segunda metade do século XIX, em Ponta Delgada, aconteceu ter convivido um pequeno grupo de naturalistas, em torno do gabinete de ciências naturais do liceu da cidade, depois museu, e de alguns jardins particulares. Nesta nota são feitas referências a esses naturalistas e ao seu envolvimento com o museu e os jardins, justificativas da sua qualidade de estudiosos da história natural, salientado naquilo que se refere a Ernesto do Canto. [...]
  • Afinidades genealógicas : cartas de Ernesto do Canto para Agostinho de Ornelas de Vasconcelos
    Publication . Veríssimo, Nelson
    No Arquivo da Família Ornelas Vasconcelos, depositado no Arquivo Regional da Madeira, encontram-se algumas cartas de Ernesto do Canto (Ponta Delgada, 12 de Dezembro de 1831 – Ponta Delgada, 21 de Agosto de 1900) dirigidas a Agostinho de Ornelas de Vasconcelos Esmeraldo Rolim de Moura (Caniço, Madeira, 14 de Março de 1836 – Niederwald, Alemanha, 6 de Setembro de 1901). Amigos, pelo menos desde os tempos de Coimbra, os dois ilhéus interessavam-se, de forma particular, pela História e a Genealogia, de modo que, frequentemente, trocavam informações, inclusive bibliográficas, esclareciam dúvidas e, reciprocamente, solicitavam favores, em especial, consultas na Torre do Tombo. As cartas, que reunimos e publicamos, revelam-nos esse interesse comum no conhecimento de antepassados. É ainda notória a proveitosa colaboração entre ambos no colmatar de lacunas das suas abundantes e diversificadas pesquisas, num tempo em que as comunicações se reduziam à via marítima e as distâncias geográficas condicionavam fortemente o acesso às fontes. [...]
  • Ernesto do Canto, Brito Rebelo e a construção do Arquivo dos Açores
    Publication . Rodrigues, José Damião; Silveira, Francisco
    O projecto do Arquivo dos Açores, monumento incontornável na historiografia açoriana devido à iniciativa de Ernesto do Canto (1831-1900), foi possivelmente inspirado na edição dos Portugaliae Monumenta Historica. Ernesto do Canto, para levar a bom termo a edição desta importante colectânea de fontes e estudos, contou com a colaboração de nomes ilustres da cultura açoriana, como Jacinto Inácio de Brito Rebelo (1830-1920), micaelense e oficial de infantaria, cuja associação com o mentor do Arquivo dos Açores aqui pretendemos analisar. A existência no espólio de Ernesto do Canto, depositado na Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada, de um número assaz significativo de cartas a ele dirigidas por Brito Rebelo foi o ponto de partida para este breve estudo, que pretende esboçar a evolução do relacionamento entre duas grandes figuras da história cultural açoriana e apreender melhor o modo como se foi construindo o Arquivo dos Açores, a partir da colaboração de Brito Rebelo. Do vasto corpus epistolar, foram seleccionadas para publicação no Apêndice Documental as espécies consideradas mais relevantes para o esclarecimento da relação entre Brito Rebelo e Ernesto do Canto e do papel que o primeiro desempenhou na elaboração daquele empreendimento historiográfico, documentos esses que nos elucidam também sobre as redes de amizade que uniam Ernesto do Canto e Brito Rebelo a outros açorianos, que, como eles, estavam empenhados na publicação do Arquivo dos Açores. [...]
  • Ernesto do Canto : um homem rico
    Publication . Dias, Fátima Sequeira
    Este pequeno apontamento acerca da fortuna do Dr. Ernesto do Canto foi sugerido pelo cruzamento de várias fontes encontradas um pouco pelo acaso da própria investigação histórica. O inventário dos seus bens e o registo do seu testamento sempre tinham constituído material privilegiado para o estudo da personagem e para o estudo das famílias afortunadas, da ilha de S. Miguel, em oitocentos. Contudo, foi a descoberta acidental de uma volumosa pasta com papéis coligidos por José Bensaúde, “gestor” ocasional da casa agrícola do Dr. Ernesto do Canto, que veio revelar-se uma preciosidade inesperada, porquanto o gestor - obcecado com as anotações e com as quantificações – estava empenhado em “pôr em ordem” uma anterior “gestão”, por certo muito desorganizada. [...]
  • Ernesto do Canto na panorâmica da historiografia açoriana da sua época
    Publication . Leite, José Guilherme Reis
    Numa comunicação à Academia de História, que vicissitudes várias não permitiram ainda a publicação, tentei traçar uma panorâmica sobre a historiografia açoriana de meados do século XIX a meados do século XX, rodeada de reflexões sobre as linhas de força dessa temática. Pareceu-me, então, que, passado o ardor da política activa que consumiu uma geração pelo menos e em que a história só encontrava lugar como arma de arremesso e como fundamento para as opiniões revolucionárias, se abria um período mais calmo de reflexão e gosto pelo estudo da sociedade. É verdade que Francisco Ferreira Drumond (1796-1858), exemplo típico do cidadão envolvido no ardor da luta política e ideológica, encontrou vagares para a investigação e para a construção de uma importante obra típica da historiografia liberal e nisso foi precursor. Mas ele é um exemplo singular e não define uma época. A geração que se lhe seguiu, à qual pertenceu o nosso homenageado Ernesto do Canto (1831-1900), a que poderiamos chamar a geração do pósguerra é que vai, apesar dos tempos conturbados que viveu na juventude, ter tempo para lucubrações e reflexões sobre o passado. Eles serão nos Açores os representantes da historiografia dos vencedores e todos acabaram marcados pelo triunfo da causa liberal. É uma historiografia iluminada pelas preocupações dos novos tempos redentores, preocupada com o social mais do que com o indivíduo e com o laicismo, valorizando excessivamente o documento escrito e sobretudo reflectindo as preocupações do presente como o farol para a história que escrevem. Uma história comprometida política e socialmente, muitas vezes apologética, mesmo quando anuncia a isenção e pretende ser reflexiva. [...]