FCSH: CHAM - Centro de Humanidades - Açores
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O CHAM — Centro de Humanidades é uma unidade de investigação inter-universitária vinculada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e à Universidade dos Açores. Desenvolve estudos em diversos campos disciplinares como Arqueologia, História da Arte, Património, Literatura, Filosofia e História das Ideias e nas áreas da História (História Económica, Social, Cultural, Religiosa, Política, da Ciência, dos Livros e das Práticas de Leitura).
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- Arquivos Açorianos : percursos patrimoniais e de valorização da memória insularPublication . Moscatel, CristinaOs arquivos são, pelos seus atributos definidores, espelho e património das comunidades que os produzem, mas podem ser, e normalmente são-no, património de todas as realidades que com essas comunidades produtoras interagem. São registo, memória e fonte para a produção historiográfica e para a construção e/ou definição cultural. Neste sentido, gozariam, juntamente com as produções artísticas, móveis e imóveis, e mesmo com a imaterialidade, de um estatuto patrimonial que geraria investimento, divulgação e educação. Não obstante, o conceito de ‘património’ quando aplicado à realidade documental, leia-se aos arquivos, carece ainda de enfase, nas esferas públicas e institucionais, e de consubstancialização. Esta comunicação pretende, no âmbito do acima exposto, abordar a política arquivística açoriana nos últimos 50 anos, no sentido de lhe encontrar um percurso na consubstancialização patrimonial dos arquivos locais, bem como no intuito de analisar de que forma, e por que meios, essa política arquivística tem contribuído para a valorização da memória e para a construção de conhecimento sobre a(s) realidade(s) insulare(s). […].
- A ilha Graciosa nos relatos de viajantes estrangeiros (século XIX)Publication . Silva, Susana SerpaA literatura de viagens, que abrange uma grande amplitude de categorias (diários, relatos, crónicas, cartas, ensaios científicos, entre outros), não se reporta somente aos estudos literários, sendo muito utilizada, como fonte, pela historiografia. Como, e bem, referiu António Andrade Moniz “a literatura de viagens, enquanto expressão da experiência humana de deambulação e de encontro físico e cultural com a pluralidade de espaços, está particularmente vocacionada, mais do que qualquer outro género ou subgénero, para o diálogo intercultural com todas as ciências”. Logo, a História não é excepção, não obstante a necessária salvaguarda de um espírito crítico na análise deste tipo de testemunhos, por vezes descritivos e rigorosos; por vezes subjetivos, imprecisos e presos a juízos de valor. Os textos da literatura de viagens confrontam o sujeito, individual e colectivo, com a problemática central da identidade/alteridade, ou seja, o eu e o outro, pelo que nem sempre se tratam de narrativas ou visões estritamente científicas, mas resultantes de interpretações e impressões pessoais e, até, em alguns casos, sustentadas em escritos e relatos anteriores, ou seja, em fontes nem sempre fidedignas ou isentas de erros. […]. No caso da literatura de viagens sobre as ilhas dos Açores, no século XIX, deparamos com diferentes tipologias e com múltiplas situações no que se refere aos próprios viajantes. Por isso, […].
- Ilhas do Mar Oceano : formas de governança em espaços de fronteiraPublication . Alberto, Edite Martins, coord.; Lalanda, Margarida Sá Nogueira, coord.Uma seleção de doze estudos sobre quadros normativos e vivências atlânticas e insulares portuguesas nos séculos XVI a XVIII, com grande destaque para os Açores, constitui este livro. As idiossincrasias destes espaços de fronteira e das suas gentes no relacionamento com diversificados modos de mando e de enquadramento regulamentar são aqui captadas por historiadores com ópticas tão variadas quanto a militar, a naval, a artística, a religiosa, a administrativa, a senhorial, a económica, a régia, a local, a cartográfica, a espacial, a de relações com estrangeiros ou com piratas e corsários. As múltiplas temáticas e abordagens históricas reunidas neste livro suscitarão, assim o desejam as suas coordenadoras, novas investigações e avanços historiográficos quanto aos conceitos de «fronteira» e de «governança» e às suas aplicações in situ pelos habitantes desses espaços, na denominada «Idade Moderna» e em territórios insulares.
- A literatura de viagens e os olhares femininos sobre os Açores setecentistas e oitocentistasPublication . Rego, Margarida Vaz doA expressão literatura de viagens abrange várias vertentes, que se filiam no género narrativo, próximo da crónica, da autobiografia, do diário, do relato científico, entre outros. Segundo Maria do Céu Fraga, «no fundo, exigimos destas obras apenas que o seu centro seja ocupado por uma viagem, isto é que o seu sentido se construa à volta da deslocação no espaço, quer seja narrada com pormenor, quer constitua apenas um pretexto para divagação do seu autor». Daí que a literatura de viagens não seja apenas um estudo literário, pois tem-se afirmado como uma preciosa fonte documental, não só para os historiadores, como também para a «descoberta do Outro e do nascimento do pensamento etnográfico, para a construção e reconstrução das geografias míticas e reais, do imaginário sociocultural de um dado autor ou de uma dada sociedade ou a génese de algumas utopias». Estas obras, que assumem um importante papel de testemunhas de uma época, resultantes da visão do outro (o visitante, o estrangeiro), tornam-se, pois, fontes importantíssimas para os historiadores, nomeadamente para os que estudam o espaço Atlântico e, em particular, para os estudos insulares. As ilhas levam de imediato a uma visão de viagem pois, nas épocas anteriores ao século XX, só podiam ser alcançadas por mar. O Europeu do século XVIII, o iluminista que pretende conhecer o mundo através da razão e da experiência, lança-se no Atlântico à procura dos segredos da natureza. A ciência é então baseada na experiência e as missões científicas ligam-se de forma direta ao traçado das rotas coloniais. […].
- Memória e Identidade Insular : Religiosidade, Festividades e Turismo nos Arquipélagos da Madeira e AçoresPublication . Chaves, Duarte Nuno, coord.O imaginário histórico-cultural do mundo insular alimenta-se, em grande parte, de memórias comuns que constroem a sua identidade singular e coletiva. Resgatá-las e interpretá-las foi o desafio proposto aos autores dos textos que compõem esta obra. A partir de duas matrizes da alma do povo – a Religião e a Festa – que abrem caminho para o desenvolvimento do Turismo, motor da vida económica deste mundo das ilhas, estabelecemos diálogos entre várias áreas do saber – a História, a Etnografia, a Arte, a Literatura, o Património e a Religião. Estão inscritos, nestes artigos, elementos da identidade dos Açores e da Madeira, o seu modo de viver dentro e fora dos seus espaços insulares, com a consciência de que o viver ilhéu se reveste ora de encantamento, ora de maldição, num (des)equilíbrio constante entre a terra e o mar. São olhares sobre a religião e as formas insulares de a viver; são igrejas e imagens que se revestem de sentidos que ultrapassam o sagrado; é a secularização de bens e de rituais que se tornam objetos de consumo e abrem portas para o Turismo; são as festividades religiosas que se transformam em arraiais e fazem mover a economia. […].
- Museologia açoriana. Uma aproximação biobibliográficaPublication . Ribeiro, Maria Manuel VelásquezA existência de museus nos Açores é centenária e o seu percurso comporta experiências duradouras e efémeras, dispersas por todas as ilhas. A constituição de museus continua, na atualidade, a animar organismos públicos e entidades privadas, autarquias, empresas e particulares, para o que se tem contado com um elenco de atores com motivações, visões e formações muito diversas. Essa riqueza é, contudo, mal conhecida, e muitas experiências e as personalidades que lhes estão associadas, bem como a bibliografia que produziram, não se constituem em repositório de conhecimentos que faculte uma visão abrangente sobre a forma como a musealização da memória açoriana se foi constituindo. Uma proposta de biobibliografia da museologia açoriana tem como objetivo construir e facultar um conhecimento preciso e atualizado das personalidades ligada à museologia açoriana, e contribuir para uma maior compreensão da história dos museus nos Açores. [da Nota Introdutória]
- Povoamento, tabaco, açúcar e arte na História das ilhas do Atlântico MédioPublication . Silva, Susana Serpa, coord.; Luxán Meléndez, Santiago, coord.As ilhas constituem espaços adequados para experimentar modelos teóricos destinados a analisar fenómenos de transformação ambiental e mudança cultural, adquirindo o carácter de laboratórios desprovidos de interferências externas, onde se podem observar os mecanismos que regem as interações entre o homem e a sua cultura e os ecossistemas naturais. Neste campo teórico, a colonização humana das Canárias pressupôs o estabelecimento de povos que implantaram atividades agropecuárias em ecossistemas que eram virgens e este processo permite-nos delinear algumas explicações sobre os padrões socioeconómicos vinculados aos habitantes do continente que se estabeleceram inicialmente, bem como as estratégias de adaptação que tiveram de implementar para sobreviver nos novos e limitados espaços insulares. Neste trabalho, combinam-se informações de diferentes disciplinas científicas como a Arqueologia, a Paleoecologia, a Bioantropologia ou a Linguística para efetuar uma aproximação à realidade complexa e heterogénea da colonização humana do arquipélago das Canárias e os intensos efeitos culturais e ambientais que provocou em ilhas como Lanzarote ou Fuerteventura. [p. 8] […] Este trabalho é uma síntese do projeto interdisciplinar CORDICan [Corpus Documentário das Ilhas Canárias]. Apresentamos um corpus monográfico sobre o açúcar, através da documentação dos Protocolos Notariais dos arquivos das Canárias, no primeiro século de colonização, bem como a digitalização dos documentos, a sua transcrição e a utilização de etiquetas de marcação textual. Utilizamos ferramentas de edição online que contribuem para a visibilidade e disponibilização da documentação no quadro da História Atlântica do Açúcar. [p. 53] […] O monopólio de tabaco português, cuja criação é paralela à do estanco espanhol, esteve sempre restringido ao território peninsular e aos arquipélagos do Atlântico médio, estando quase toda a sua história nas mãos de arrendadores (“Mercantilismo partilhado”), o que difere do que se passou em Espanha. As Ilhas Canárias também estiveram integradas desde o princípio no estanco espanhol, em regime de arrendamento até 1717 e posteriormente em administração direta. Nesta comunicação vamos estabelecer as linhas mestras da economia tabaqueira entre os séculos XVII-XIX em ambos os arquipélagos, tendo muito presente o contexto da história atlântica e das relações com o Brasil e com as Antilhas. [pp. 66-67] […] Na sequência das descobertas ultramarinas portuguesas, a produção de cana de açúcar também chegou às ilhas dos Açores, na segunda metade do século XV. Com alguma relevância nas ilhas de S. Miguel e de Santa Maria (Grupo Oriental), acabou por não ser uma cultura de longa duração, devido a múltiplas vicissitudes. Não obstante, o consumo de açúcar entrou, gradualmente, nos hábitos quotidianos insulares, com diversas utilizações, entre as quais destacamos a produção da doçaria conventual e popular. Com base em estudos e fontes diversificadas – desde o Arquivo dos Açores à literatura de viagens e à imprensa – iremos apresentar algumas notas sobre a presença deste produto na vida diária dos açorianos, nos séculos XVIII e XIX, sem esquecer a implantação da fábrica de açúcar micaelense. [p. 99] […] Este estudo é uma contribuição para o conhecimento da cultura do tabaco nas Canárias, durante os séculos XIX e XX. As Ilhas ficam fora do monopólio do tabaco espanhol desde 1852, e empreendem um caminho próprio. A imagem entendida de modo amplo, como projeção social, como signo de identidade, ajuda-nos a compreender este percurso. [p. 217]
- Proteção e inventário das relíquias históricas e monumentos artísticos [e] obras de interesse nitidamente turístico e de embelezamento da Terra. Políticas para o património, em S. Miguel e Santa Maria, no lustro 1946-1950Publication . Lapa, SofiaO breve estudo que aqui apresento sobre o tema das políticas distritais para o património cultural, em S. Miguel e Santa Maria, no lustro 1946-1950, surgiu no âmbito da investigação que venho desenvolvendo sobre o legado testamentário feito por Maria Francisca Borges de Medeiros Dias da Câmara (1869-1945) ao Museu Carlos Machado, comummente designado como «Legado da Condessa de Cuba». Com efeito, foi ao procurar conhecer quer a constituição quer o processo de incorporação museológica deste legado, ocorrido em 1947, que procedi, entre outras, à leitura de um conjunto de livros de actas da Comissão Executiva da Junta Geral do Distrito Autónomo de Ponta Delgada, então instituição de tutela daquele museu. Para contextualização geral do tema que agora nos ocupa, recordemos o enquadramento legal do corpo administrativo que produziu a fonte documental sobre a qual incide o presente artigo. O quinquénio em análise corresponde a um período de plena vigência do regime do Estado Novo (1933-1974), encontrando-se o território português organizado em três grandes unidades administrativas: o Continente, as Ilhas Adjacentes, e as Colónias. […].
- Questões de identidade insular nas ilhas da MacaronésiaPublication . Chaves, Duarte Nuno, coord.[…]. A propósito da História Insular e Atlântica, Alberto Vieira (1956-2019) num dos seus textos, pulicado no livro Açores e Madeira: Percursos de Memória e Identidade, alertava-nos para o papel que Gaspar Frutuoso desempenhou na conceção de um corpus historiográfico sobre a Macaronésia. Sendo que este, já evidenciava em pleno século XVI, na obra Saudades da Terra, esta forte ligação insular e identitária, dos arquipélagos atlânticos de Cabo Verde, Canárias, Madeira e Açores, podendo ser considerado o percursor desta perspetivação da realidade histórica insular, no espaço geográfico da Macaronésia. Ele terá sido ainda o pioneiro a evidenciar e delinear os traços comuns destas sociedades nascentes, tanto ao nível geográfico, como no âmbito administrativo e económico. Tendo em vista esta conceção historiográfica, em 2020, no seguimento destas parcerias realizadas na vila das Velas, foi proposto a um conjunto de investigadores, na área das Ciências Sociais e Humanas, o desafio de “cruzar” produção de conhecimento científico sobre as ilhas do espaço biogeográfico da Macaronésia, de modo a contribuir, através da redação de um conjunto de artigos, para o estudo do património cultural destes arquipélagos. O desígnio desta publicação é o de chegar a um público diversificado, possibilitando aos leitores um conhecimento das ilhas, desde os primeiros itinerários das suas memórias. Percorrendo, assim, a inevitável insularidade, através da história, da literatura e das tradições insulanas, culminado na relevância que os lugares de cultura, como os museus, arquivos e os espaços rurais e urbanos, têm na preservação e difusão da identidade destes povos, inclusivamente nas novas abordagens culturais do século XXI. Por opção editorial, os 21 textos publicados foram redigidos nas línguas nativas dos seus autores, português e espanhol, que são os idiomas oficiais utilizados de forma particular nos arquipélagos retratados. […].