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- A implementação da contabilidade de gestão na Universidade dos AçoresPublication . Machado, Cíntia Ricardo Reis; Batista, Maria da Graça CâmaraA aprovação do Sistema de Normalização Contabilística para as Administrações Públicas (SNC-AP) consubstanciou uma reforma ao sistema de contabilidade pública nacional, que se focava, sobretudo, no controlo das despesas públicas, mas que não se revelou capaz de se adaptar às novas exigências de informação de suporte a uma gestão eficiente, eficaz, e estratégica, nem fornecer informações financeiras completas, fiáveis, pertinentes e oportunas. No âmbito desta reforma, o SNC-AP passou a contemplar os subsistemas de contabilidade orçamental, contabilidade financeira e contabilidade de gestão, sendo especialmente dedicada uma Norma de Contabilidade Pública, a NCP 27, à contabilidade de gestão. A contabilidade de gestão, para além de assumir um papel cada vez mais relevante na gestão das instituições públicas, em face do contexto económico em que vivemos e da constante preocupação com a aplicação eficiente e transparente de dinheiros públicos, passou a ser de implementação obrigatória para as administrações públicas (AP), onde se inclui a Universidade dos Açores (UAc). O presente trabalho de projeto demonstra todas as fases de implementação do sistema de contabilidade de gestão na UAc, descreve os pressupostos utilizados, sugere a metodologia conducente ao reporte a efetuar no fecho de contas de 2023, nomeadamente no que se refere à determinação do custo associado aos vários objetos de custeio (custo por aluno, por curso, por centro de investigação, por projeto, por prestação de serviços e por atividade de apoio aos utentes), e apresenta o progresso do processo de implementação. A informação resultante da contabilidade de gestão será crucial para o planeamento estratégico, controlo de gestão, avaliação da qualidade, comparabilidade e tomada de decisão na UAc.
- Development and characterisation of edible films and coatings with antimicrobial propertiesPublication . Silva, Sofia Patrícia Meneses da; Silva, Célia Costa Gomes da; Teixeira, José António CoutoNos últimos anos, as embalagens convencionais de alimentos produzidas com materiais sintéticos têm despertado inúmeras preocupações ambientais. A conscientização dos consumidores sobre esse problema tem forçando a indústria alimentar a procurar alternativas para estas embalagens. Os revestimentos e filmes comestíveis são embalagens sustentáveis feitas de biomateriais biodegradáveis e que podem ser consumidos juntamente com o alimento, reduzindo o desperdício. Nos últimos anos tem também ganhado notoriedade a incorporação de bactérias do ácido láctico (BAL), bem como os seus metabolitos, como forma de biopreservação dos alimentos contra a contaminação microbiana. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de novos revestimentos e filmes edíveis contendo bacteriocinas e/ou BAL com propriedades antimicrobianas que possam ser utilizados na conservação de queijos. No primeiro estudo, as estirpes produtoras de bacteriocinas Lactococcus lactis L3A21M1 e Lactococcus garvieae SJC17, previamente isoladas de queijos artesanais dos Açores, foram incorporadas num revestimento edível de queijo fresco composto por alginato, maltodextrina e glicerol. A imobilização de células de Lactococcus no revestimento não teve efeito negativo sobre sua viabilidade e atividade antibacteriana ao longo de 10 dias de armazenamento a 4 °C e 10 °C. No entanto, a aplicação no queijo fresco, do revestimento contendo células imobilizadas de Lactococcus, reduziu significativamente (p < 0,05) a contaminação por Listeria monocytogenes na superfície e impediu o crescimento de bactérias mesófilas no 6º e 8º dia de armazenamento a 4 °C. Além disso, o revestimento reduziu as perdas de humidade e o peso dos queijos frescos durante o armazenamento, sem afetar o pH e a acidez titulável. O revestimento também impediu a migração de L. monocytogenes da superfície para os queijos. Estes resultados indicam que a formulação de alginato-maltodextrina-glicerol forneceu uma excelente matriz para sustentar a viabilidade das células de Lactococcus e a produção da respectiva bacteriocina. Este revestimento bioativo pode assim atuar como barreira antimicrobiana protetora em queijos frescos, reduzindo a contaminação bacteriana após o processamento. No segundo estudo, o soro de queijo fresco foi utilizado como substrato para o crescimento de Enterococcus faecalis L2B21K3 e E. faecalis L3A21K6, e produção de bacteriocinas (enterocinas). O soro fermentado contendo estas enterocinas (EWS) foi incorporado em filmes de gelatina-glicerol para avaliação no controle do crescimento de L. monocytogenes. Os filmes contendo enterocinas produzidos por ambas as estirpes (filmes EWS L2 e EWS K6) demonstraram uma boa capacidade para a liberação de enterocinas, além de preservarem a atividade anti-listéria durante 90 dias. No revestimento de queijos modelo (tipo cheddar), os filmes EWS L2 e EWS K6 foram capazes de reduzir a contaminação por L. monocytogenes a níveis abaixo do limite de deteção, após 20 ou 30 dias, respetivamente, além de funcionarem como barreira à migração deste patógeno para o queijo. A incorporação de EWS em filmes não afetou (p < 0.05) o teor de humidade, solubilidade, permeabilidade (vapor de água e limoneno) e alongamento na rotura, em comparação com os filmes controlo (sem EWS). No entanto, a espessura, inchamento e resistência à tração foram mais elevados (p < 0.05) nos filmes EWS. Estes resultados sugerem que os filmes ativos de gelatina-glicerol e EWS podem constituir uma aplicação eficaz e segura para controlar L. monocytogenes no queijo. Acresce ainda, que a utilização do soro de queijo como meio de cultura para a produção de bacteriocinas, bem como a sua incorporação na formulação dos filmes, apresenta-se como uma alternativa sustentável para o reaproveitamento deste subproduto. No terceiro estudo, o soro de queijo fermentado por BAL foi usado para desenvolver um filme comestível com propriedades antifúngicas. Cinco estirpes de BAL isoladas de queijos artesanais foram avaliadas quanto à atividade antifúngica e incorporadas num filme de gelatina e soro de leite. Das estirpes testadas, a Levilactobacillus brevis SJC120 mostrou uma atividade mais elevada contra cinco fungos filamentosos isolados de queijos ou ambiente de fabricação de queijo, tanto a 10°C quanto a 20 °C. O sobrenadante livre de células de L. brevis inibiu o crescimento fúngico em mais de 80%. A incorporação de células bacterianas não alterou o teor de humidade, a permeabilidade ao vapor de água ou as propriedades mecânicas e óticas do filme. O filme de soro-gelatina também foi capaz de manter a viabilidade das células de L. brevis (107 UFC/g) após 30 dias de armazenamento a 10 °C. Nos queijos envolvidos com o filme contendo L. brevis, o crescimento dos fungos diminuiu em 55% a 76%. Não foram também observadas diferenças significativas (p > 0.05) na proteólise ou no teor de humidade, gordura e proteína do queijo embalado com os filmes. Os resultados mostraram que o filme de gelatina-soro, com a incorporação de L. brevis SJC120, pode reduzir a contaminação do queijo com fungos filamentosos, podendo ser usado como uma alternativa à embalagem e preservação convencional dos queijos. No geral, o presente trabalho propõe três novas formulações para revestimentos e filmes comestíveis com a incorporação de BAL ou soro de leite fermentado com BAL com atividade antimicrobiana, com resultados promissores na proteção do queijo contra microrganismos deteriorantes e patogénicos.