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- Linking climate, distribuon and growth in forest research: can dendrochronology improve species distribuon modelling?Publication . Pavão, Diogo Cláudio; Silva, Luís Filipe Dias e; Silva, Lurdes da Conceição Borges; Elias, Rui Miguel Pires Bento da SilvaEstudos em dendrocronologia são mais escassos em áreas com humidade relativa alta, baixa amplitude térmica e sazonalidade pouco pronunciada. Por isso, esta lacuna de conhecimento cria uma oportunidade para explorar os anéis de crescimento de espécies arbóreas da floresta Laurissilva e montana dos Açores. Esta trabalho teve como objetivo reduzir esta lacuna e compreender melhor o papel da dendrocronologia na modelação ecológica, sendo que para tal, foram recolhidas mais de 900 amostras de madeira de três espécies arbóreas nativas dos Açores: Juniperus brevifolia (Seub.) Antoine (Cupressaceae), Ilex azorica Gand. (Aquifoliaceae) e Laurus azorica (Seub.) Franco (Lauraceae). Dez diferentes locais foram escolhidos em duas ilhas, São Miguel e Terceira, e foram aplicados métodos padrão da dendrocronologia e dendroclimatologia, que incluem o alinhamento, detrending e exclusão de amostras ou porções de cronologias. Várias opções de modelação (por exemplo, Modelos Lineares Generalizados e Random Forest) foram usadas para determinar os principais fatores climáticos que afetam o crescimento radial das árvores. Todas as três espécies estudadas mostraram alguns limites de anéis parcialmente indistinto. No entanto, após a aplicação rigorosa de métodos dendrocronológicos, mostraram um potencial aceitável para investigação em dendrocronologia. A madeira de J. brevifolia apresentou uma distinção de cores entre o alburno (tons amarelados) e o cerne (tons avermelhados). No I. azorica, foi encontrada uma linha de vasos associada à fronteira dos anéis na maioria das amostras. Ambas as cronologias maiores e mais pequenas foram encontradas para o I. azorica, respetivamente nas Sete Cidades com 47 anos de comprimento e na Terra Brava com 128 anos. Diversas relações foram encontradas entre o crescimento das árvores e temperatura, principalmente um efeito positivo da temperatura da primavera (I. azorica e L. azorica) e efeito negativo das temperaturas de verão (todas as três espécies). A precipitação da primavera também afetou o crescimento radial do I. azorica. O clima do ano anterior foi também relevante no crescimento das árvores do I. azorica e L. azorica, indicando efeitos fisiológicos tardios. Nos Açores, as limitações nos estudos de dendrocronologia estão relacionadas com a baixa amplitude térmica entre estações do ano, com a sazonalidade pouco pronunciada, e com a elevada variação dos padrões dos anéis de crescimento. A variação encontrada entre as populações está relacionada com perturbações naturais (elevação, diferenças de solo e processos de sucessão e regeneração) ou antropogénicas (corte de árvores e plantação de espécies exóticas). Ambos, são fatores que influenciam os diferentes comprimentos das cronologias construídas e das pequenas variações das relações de clima-crescimento. Os resultados globais sugerem que, no futuro, ao usar ferramentas dendrocronológicas com medições refinadas de anéis de crescimento, pode ser possível calcular as taxas de crescimento e integrar esta informação como variáveis preditoras em modelos de distribuição de espécies, embora necessitem de validação com dados de campo ou de deteção remota. O sinal de temperatura encontrado nas relações de crescimento climático é alarmante, porque espera-se que as temperaturas de verão aumentem (alterações climáticas), o que pode levar à extinção local de espécies. Assim, os métodos utilizados nesta tese sugerem que, esta abordagem pode ser utilizada para compreender o impacto das alterações climáticas no crescimento das árvores. Também, esta abordagem complementada com outras medidas de crescimento radial das árvores e uso de dendrómetros, pode ser aplicada a outras espécies nativas dos Açores em baixa altitude, como Morella faya e Picconia azorica, espécies exóticas, como a Cryptomeria japonica, ou outras espécies já estudadas em climas temperados na Europa. Com a base de dados criada neste trabalho, uma análise global com diferentes métodos de detrending e de abordagens de modelação pode ser aplicada, de forma a dar pistas para uma metodologia abrangente adequada para a região.