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- Tempo cíclico, calendário festivo, património e identidade cultural no concelho da Povoação, ilha de São Miguel : AçoresPublication . Monteiro, Francisco José de Sousa; Tomás, Licínio Manuel VicenteAs festas e celebrações, pelos seus aspetos interativos, populares e ancorados na tradição são sempre um importante instrumento de consolidação das identidades coletivas das comunidades. Há que considerar, porém, as novas realidades da modernidade. Os impactos da globalização na ritualização do tempo serão estudados em dois eixos fundamentais: por um lado, a erosão provocada pelas pressões de um mundo global mais atento à realidade local (fenómeno da glocalização), por outro, a emergência de um novo protagonismo que lhe confere poder e valor. A educação e o trabalho, com os seus ciclos próprios, proporcionam algum enquadramento. A evolução do sistema educativo, o aumento da escolaridade obrigatória e o crescimento exponencial de alunos com vários graus de ensino superior também serão estudados, permitindo indagar por que inicialmente os grupos mais educados tenderiam a desvalorizar certas manifestações da religiosidade popular. As políticas de educação, algo imprevisíveis, e as tendências do mercado de trabalho, difíceis de antecipar, acabam também por promover esta dimensão. O ciclo das celebrações da Quaresma ou penitenciais com o caso particular dos Romeiros da ilha de São Miguel, cujo centro é a experiência dos valores da espiritualidade da Quaresma - oração, penitência e esmola - estão intimamente associados à prática do sacrifício, o qual se destina a aplacar a indignação de Deus perante os pecados do homem, indignação que, na visão do crente, se vislumbra nas forças telúricas, vulcões, terramotos e tempestades. O ciclo das festas pascais associado ao sacrifício e particularmente ao sacrifício do cordeiro, tanto em seu sentido literal como no campo figurativo, será desenvolvido com especial atenção pela Semana Santa. Com evidente expressão no que respeita às festas em homenagem ao Senhor Santo Cristo dos Milagres na ilha de São Miguel e suas origens muito intimamente ligadas ao pensamento e à ação da Madre Teresa da Anunciada, cuja celebração ocorre no 6º domingo da Páscoa, quinze dias antes do Pentecostes que fixa o zénite do tempo pascal que é celebrado em todo o arquipélago dos Açores. Celebrações que embora denotando alguma singularidade entre as ilhas se apresentam, por vezes, de forma diferente dentro dos próprios concelhos. Desenvolveremos o estudo, tanto sustentando-o na observação empírica como no testemunho de informadores privilegiados colhidos na figura de religiosos locais, das celebrações mais representativas do município de Povoação, como a Procissão aos Enfermos (primavera pascal) e a Solenidade de Corpus Christi que abre, por assim dizer, as festas de verão, procurando realçar o significado cultural e identitário de algum património religioso construído.