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- Bio-valorização de resíduos de Cryptomeria japonica por obtenção do óleo essencial e de extratos orgânicos e determinação das suas propriedades biológicasPublication . Arruda, Filipe Martim Pacheco; Lima, Elisabete Maria de Castro; Rosa, José Silvino SantosNa presente tese foram avaliadas, pela primeira vez, algumas propriedades biológicas (moluscicida contra Radix peregra, toxicidade em Artemia salina, bactericidas, fungicidas e antioxidantes) do óleo essencial (OE) e de extratos orgânicos obtidos da ramada de Criptomeria japonica oriunda de São Miguel (Açores, Portugal), de modo a contribuir para a valorização da biomassa florestal açoriana. O OE foi extraído por dois processos de destilação diferentes, hidrodestilação (OE-hd) e arraste de vapor (OE-av), e os extratos orgânicos foram obtidos por extração por Soxhlet, usando sequencialmente solventes de polaridade crescente (hexano, diclorometano e metanol), e por maceração a frio com acetona. Todos os extratos apresentaram duas fases físicas diferentes, pelo que foram fracionados, obtendo-se assim 8 amostras de extratos. Relativamente à atividade moluscicida sobre R. peregra, um caracol de água doce europeu e hospedeiro intermediário de Fasciola hepatica (agente causador da fasciolose), os OEs e extratos foram testados a dose única contra adultos, juvenis e ovos. As amostras OE-hd, OE-av e extrato de acetona-fração sólida (Acet-s) demonstraram ser fortemente ativas contra os juvenis e os ovos à concentração de 30 ppm e contra os adultos à concentração de 100 ppm. Subsequentemente, os parâmetros tempo e dose dependentes foram avaliados nos adultos para determinar os valores letais (DL₅₀;₉₀ e TL₅₀;₉₀). As DL50 obtidas variaram de 33,3 a 64,71 ppm, com o OE-av exibindo a atividade moluscicida mais significativa. Relativamente ao ensaio tempo-dependente, o OE-av, o OE-hd e o Acet-s foram os tratamentos mais eficazes quando testados em exposição contínua (TL₅₀ a 100 ppm = 20,8, 21,8 e 24,1 h, respetivamente). No respeitante ao ensaio em A. salina, as DL50 obtidas variaram de 97,7 a 344,5 ppm, com o OE-av exibindo a maior toxicidade. A atividade antimicrobiana foi determinada contra as bactérias Escherichia coli, Enterobacter cloacae, Serratia marcescens, Micrococcus luteus e Bacillus subtilus e contra o fungo Penicillium spp.. De entre os tratamentos realizados, apenas o OE-av apresentou atividade antimicrobiana contra todos os micróbios (halos de inibição entre 7 a 21 mm), sendo que apenas os OEs apresentaram atividade antifúngica. Relativamente às propriedades antioxidantes, os extratos de acetonafração sólida (Acet-s), metanol-fração resinosa (MeOH-r) e diclorometano-fração resinosa (Dcm-r) foram os que apresentaram maior teor de polifenóis totais (TPT) com 85,3, 84,4 e 83,6 mg de equivalentes de ácido gálico (EAG)/g amostra seca, respetivamente, e capacidade de sequestrar o radical 2,2-difenil-1-picrilhidrazilo (DPPH) com EC₅₀ de 0,17, 0,18 e 0,18 mg EAG/g amostra seca, respetivamente. Quanto à capacidade protetora do ADN contra os danos causados pelos radicais hidroxilo, o OE-hd e todos os extratos (à excepção do extrato acetona-fração oleosa) demonstraram possuir uma boa atividade antioxidante. O presente estudo revela o potencial de C. japonica como fonte natural de moléculas biomoluscicidas, antimicrobianas e antioxidantes, com potenciais aplicações nas indústrias farmacêutica, alimentar, agroquímica e de cosméticos.