Browsing by Issue Date, starting with "2019-01-29"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- Desenvolvimento de biomarcadores para avaliação dos efeitos disruptores endócrinos da exposição a ambiente vulcânico usando a glândula suprarrenal de Mus musculusPublication . Nunes, Ana Rita Simões; Rodrigues, Armindo dos Santos; Garcia, Patrícia VenturaAs populações que vivem em áreas de vulcanismo ativo estão expostas aos poluentes emitidos pela desgaseificação difusa dos solos. Este estudo tem como principal objetivo avaliar as alterações histológicas na glândula suprarrenal de ratinhos (Mus musculus) decorrentes da exposição ao ambiente vulcânico. Para alcançar este objetivo foram recolhidos 8 ratinhos expostos ao ambiente vulcânico (grupo exposto) e 23 ratinhos recolhidos em Rabo de Peixe (grupo controlo), nos quais foram estudados os seguintes parâmetros histológicos da suprarrenal: a área e o perímetro totais da suprarrenal; a área e o perímetro do córtex, e a espessura das diferentes zonas constituintes do córtex (zona glomerulosa, zona fasciculada e zona reticulada); e, a área, o perímetro e o diâmetro da medula. Tendo em conta os resultados obtidos para a idade verificou-se que os ratinhos do grupo exposto são significativamente mais velhos, o que implica mais tempo de exposição ao ambiente vulcânico, o que poderá resultar em fadiga cortical. Na medula adrenal, os resultados obtidos refletem que a exposição ao ambiente vulcânico não resultou em alterações histológicas significativas dos parâmetros analisados. Assim, as diferenças encontradas nos valores de área e perímetro da suprarrenal devem-se às alterações verificadas no córtex adrenal. Analisando as três zonas do córtex, comparando o grupo controlo com o grupo exposto, é possível depreender que, para a zona glomerulosa, não existem diferenças significativas ao nível da sua espessura. Relativamente à zona fasciculada e à zona reticulada, estas apresentaram uma redução significativa de espessura no grupo exposto comparativamente ao grupo controlo. Os ratos das Furnas estão permanentemente expostos a uma atmosfera bastante rica em CO₂ (hipercapnia) e pobre em O₂ (hipoxia). Os resultados obtidos poderão encontrar explicação na exposição crónica a um ambiente bastante rico em CO₂, a qual poderá produzir uma redução dos níveis de ansiedade e de stress (devido ao efeito relaxante deste gás) com a concomitante redução da solicitação do córtex adrenal e, consequentemente, à sua atrofia. Outra hipótese para explicar os resultados obtidos é a ocorrência de hipocortisolismo, devido à redução da produção de cortisol na zona fasciculada como consequência de uma exposição crónica ao stress ambiental, resultando num quadro de fadiga adrenal por excesso de estimulação da glândula sem que nunca se consiga atingir um equilíbrio. Com base nos resultados obtidos pode concluir-se que, para além de o Mus musculus ser um bom bioindicador para a biomonitorização dos efeitos do vulcanismo, a espessura do córtex, e em particular da zona fasciculada, constituem bons biomarcadores de exposição.