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- Zonas húmidas construídas para tratamento complementar de efluentes domésticos : ensaio experimental na ETAR de Angra do HeroísmoPublication . Rio, Pedro Soares Brito; Quadros, Sílvia Alexandra Bettencourt de SousaO tratamento de águas residuais em estações de tratamento de águas residuais (ETAR) é um processo fundamental para áreas de grandes aglomerados populacionais permitindo que a água residual tratada seja reposta no meio ambiente cumprindo os valores paramétricos necessários, não apresentado riscos para o próprio meio ambiente nem para a saúde humana. Em zonas de pequenos aglomerados este tratamento é demasiado dispendioso e torna-se impossível praticar devido ao diminuto caudal de entrada, sendo utilizadas na maioria dos casos fossas sépticas que fornecem um tratamento incompleto às águas residuais domésticas permitindo posteriormente a sua libertação no meio ambiente. A falta de um tratamento mais completo para águas residuais em zonas de pequenos aglomerados pode ser colmatada com o uso de zonas húmidas construídas (ZHC) que utilizam uma combinação de meio de enchimento e plantas macrófitas para remover matéria orgânica, nutrientes como azoto e fósforo e microrganismos patogénicos. Nesta dissertação pretendeu-se avaliar o desempenho de Zonas Húmidas Construídas de fluxo sub-superficial para o tratamento secundário de efluentes de fossas sépticas e para o tratamento de afinação de efluente secundário de ETAR, com vista à sua reutilização, utilizando plantas autóctones e meio de enchimento constituído por materiais nativos. Assim, o procedimento experimental consistiu em dois ensaios (A e B) constituídos cada um por três leitos, com meio de enchimento idêntico variando apenas a presença ou não de macrófitas. No leito 1 (A1 e B1) foi utilizado apenas o meio de enchimento, servindo de controlo, no leito 2 (A2 e B2) plantou-se Arundo donax (L.) espécie autóctone habitualmente utilizada em ZHC, e por fim, no leito 3 (A3 e B3) plantou-se Bolboschoenus maritimus (L.) e Juncus acutus (L.)., espécies autóctones cuja utilização em ZHC não é conhecida. A espécie J. acutus não se adaptou às condições do leito, sendo que dos 8 exemplares plantados apenas 2 sobreviveram. Quanto às restantes duas espécies, não foi possível comprovar inequivocamente o melhor desempenho do B. maritimus embora os leitos com esta espécie tenham apresentado na generalidade os melhores resultados na remoção de matéria orgânica dissolvida (medida através da absorvância nos 254 nm) e em coliformes fecais, em ambos os ensaios. Nos parâmetros medidos de forma descontínua, fósforo total, carbono orgânico total e carbono orgânico dissolvido, não se obtiveram resultados em número suficiente para afirmar o mesmo embora o leito 3 tenha apresentado geralmente os melhores resultados. Salienta-se, no entanto, que no ciclo 1, os efluentes dos leitos A2, A3, B2 e B3 apresentavam concentração de P total inferior a 2 mg/L. Relativamente à qualidade para reutilização, o sistema demonstrou capacidade de remoção de CF acima das referências bibliográficas consultadas, tendo-se obtido valores entre 1.4 – 6.5 unidades logarítmicas de remoção para os leitos com A. donax e entre 1.3 – 6.5 unidades logarítmicas de remoção para o leito com B. maritimus. Em relação à unidade de controlo, não se pode afirmar que tenha apresentado a pior prestação de todos os leitos, tendo inclusive em alguns ciclos apresentado resultados muito próximos dos valores obtidos nos leitos com macrófitas (absorvância A e B, coliformes e COT/COD), por vezes até registando melhores valores que estes. Relativamente aos factores atmosféricos, a evapotranspiração causada pelas temperaturas elevadas e ausência de precipitação teve maior influência no desempenho dos leitos do que a precipitação elevada que ocorreu nos ciclos 4 e 5 (51.2 mm em 8 dias e 67.3 mm em 10 dias), tendo-se registado piores resultados de remoção associados à maior evapotranspiração.