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- Uma caracterização dos teores de azoto ureico no leite (AUL/MUN) nas explorações leiteiras da Ilha TerceiraPublication . Aguiar, Diego Pereira; Matos, José Estevam da SilveiraO azoto ureico no leite (AUL) é uma ferramenta muito útil para monitorizar o estado nutricional proteico de vacas ou de explorações leiteiras com vista a reduzir as perdas e maximizar a eficiência de utilização do azoto fornecido na dieta. A ingestão de proteína é de difícil medição, principalmente devido as imprecisões do teor proteico das ervas das pastagens e da incerteza sobre o consumo de erva, de concentrado e outros alimentos. Assim, os resultados dos teores de ureia no leite fornecem informações valiosas sobre o estado nutricional e de saúde nestes animais, além de evitar despesas desnecessárias com alimentação, devido à sobrealimentação proteica. O principal objetivo deste trabalho foi o de efetuar uma caracterização dos teores de azoto ureico e de teor proteico no leite das explorações leiteiras da Ilha Terceira. Procurou-se encontrar alguma relação entre esses dois parâmetros, bem como uma relação entre o AUL e a quantidade de leite entregue na fábrica por produtor. Além disso, tentou-se interpretar a influência das condições climáticas sobre os valores de AUL encontrados e a influência da genética Jersey e Ramo-Grande sobre estes valores. O trabalho foi realizado em colaboração com o Serviço Regional de Classificação de Leite da Ilha Terceira (SERCLAT). Foram analisadas a totalidade das amostras de leite da Ilha Terceira recebidas no laboratório em 2011. Em 2012 não foram analisados os meses de Março, Abril e Maio. A mesma situação ocorreu em 2013, nos meses de Junho e Julho. Neste último ano foram analisadas as amostras até ao final do mês de Agosto. Os valores de AUL obtidos permitem concluir que os produtores da Ilha Terceira, na sua maioria, produzem leite com teor de AUL compreendido no intervalo considerado aceitável, ou seja, entre 12 e 18mg/dL, evidenciando um bom aproveitamento da proteína da dieta. Relativamente ao teor proteico no leite, verificou-se que a maioria das explorações produziram leite com teor proteico igual ou superior a 3,2%. Foi encontrada a existência de correlação significativa entre o AUL e o teor proteico no leite (P <0,001). Além disso, observou-se diferenças significativas (P <0,001) entre os valores de AUL para os teores de proteína no leite inferiores a 3% e superiores a 3,2%. Constatou-se ainda a inexistência de correlação entre os teores de AUL e a quantidade de leite entregue na fábrica pelos produtores. Observou-se a existência de uma correlação significativa (P <0,05), positiva e moderadamente forte entre a precipitação total registada por estações do ano e as 10 respetivas médias de AUL. Através do modelo de regressão linear concluímos que 42,2% da variação dos valores de AUL/estação do ano são explicadas pela precipitação total registada nesses períodos. Por outro a lado, a correlação entre as mesmas médias de AUL e a temperatura média/estação do ano não foi significativa. Em relação aos valores médios de AUL registados por mês, verificou-se a inexistência de correlação significativa com os valores totais de precipitação por mês e com as temperaturas médias mensais registadas. Face aos resultados obtidos, recomendamos a utilização dos valores de AUL por parte dos produtores como ferramenta útil para a gestão da alimentação do rebanho, que permite ajustar os teores de proteína bruta da dieta às necessidades das vacas, levando-se em consideração a influência que as condições climáticas exercem sobre as características nutricionais das pastagens e, consequentemente, nos teores de ureia no leite.
