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- Avaliação do efeito da natureza do substrato em comunidades intertidaisPublication . Xavier, Eunice Rute Magalhães Nogueira; Neto, Ana Isabel de Melo Azevedo; Martins, Gustavo Oliveira de MenesesHoje em dia a degradação da zona litoral em todo o mundo é cada vez mais visível. As zonas costeiras naturais estão a ser progressivamente substituídas por estruturas artificiais construídas pelo homem para diversos fins, e.g abrandamento da erosão marinha, protecção de estruturas ligadas a actividades marítimas, etc.. Nos países mais desenvolvidos a costa natural está visivelmente a desaparecer e cada vez mais se observam estruturas artificiais que, por sua vez, podem causar distúrbios na biodiversidade costeira de cada zona. Na Ilha de São Miguel, a mais desenvolvida do arquipélago, existe já um número considerável de estruturas artificiais. De alguns anos a esta parte, a investigação sobre o efeito do urbanismo costeiro no sistema natural tem aumentado. Apesar desta tendência, poucos estudos têm‐se centrado nas mudanças na distribuição e abundância de organismos, causadas pela introdução de estruturas feitas pelo homem. Nos Açores só se conhece um estudo realizado na ilha do Pico e que teve por objectivo avaliar o efeito de uma estrutura artificial, construída para diminuir a exposição da costa à acção das ondas, sobre a organização e o funcionamento das comunidades adjacentes. O presente estudo teve como objectivo geral avaliar o efeito da natureza do substrato na composição e estrutura de comunidades do intertidal rochoso da ilha de São Miguel. Contemplou um desenho experimental que envolveu investigar molhes de basalto e molhes de cimento em diferentes locais do litoral da ilha, comparando as comunidades maduras de ambos e investigando a colonização de placas de substrato natural e artificial colocadas em ambos. Os resultados obtidos para a caracterização das comunidades maduras revelaram que não existem diferenças significativas ao nível das associações epibióticas que habitam nos diferentes substratos (basalto/cimento) para nenhum dos níveis de costa estudados (infra e mediolitoral). Por outro lado, encontraram‐se diferenças significativas ao nível da colonização das placas colocadas nos dois tipos de molhes. Os resultados sugerem que, embora a natureza do substrato não pareça ser factor condicionante das comunidades maduras, tem influência ao nível do recrutamento das placas, de acordo com o tipo placa, altura de costa e natureza dos molhes.
- Variação temporal da abundância de Osmundea pinnatifida (Hudson) Stackhouse e o seu impacto na comunidade algalPublication . Prestes, Afonso Costa Lucas; Neto, Ana Isabel de Melo Azevedo; Martins, Gustavo Oliveira de MenesesNas ilhas dos Açores existe uma dominância de algas do complexo Laurencia no musgo intertidal, com predominância para os géneros Osmundea e Laurencia. São estruturantes das comunidades em que ocorrem, albergando uma variedade de espécies algais epífitas ou epilíticas. Particularmente comum sazonalmente é a espécie Osmundea pinnatifida (Hudson) Stackhouse, abundante na transição entre os níveis médio e infralitoral. Pretendeu-se com este estudo verificar o impacto da variação temporal de biomassa da O. pinnatifida no valor total da biomassa da comunidade algal em que se insere e avaliar se esta variação temporal é de alguma forma compensada com o aumento da abundância de outras espécies. Escolheram-se dois locais do nível médio do intertidal rochoso de São Miguel onde se marcaram 30 quadrados de 10 x 10cm com 100% de cobertura de O. pinnatifida. A amostragem consistiu na raspagem integral de 5 quadrados por local a cada dois meses. No laboratório procedeu-se à identificação espécies presentes e respectiva pesagem. Identificou-se um total de 83 taxa, englobando 50 Rhodophyta, 8 Heterokontophyta (Phaeophyceae), 20 Chlorophyta e 5 Cyanophyta. A análise da variação temporal da biomassa da comunidade algal, revelou que esta reflete, em parte, a variação sazonal da biomassa de O. pinnatifida. No entanto, a perda sazonal de biomassa desta espécie foi rapidamente compensada com o aumento da biomassa de outras espécies. Ou seja, a redução sazonal na abundância de O. pinnatifida foi acompanhada por alterações significativas da comunidade algal associada, compensando, em pouco tempo, o efeito da perda do principal constituinte do musgo. Esta complementaridade entre espécies resultou numa reduzida variação temporal da biomassa da comunidade. Os taxa que mais contribuíram para compensar a perda de biomassa de O. pinnatifida foram as crostas, as algas coralinas articuladas, Gymnogongrus griffithsiae e Gelidium pusillum, os quais, no seu conjunto, foram responsáveis por mais de 80% do total de recuperação de biomassa da comunidade algal na ausência de O. pinnatifida. O decréscimo verificado nos valores de biomassa de O. pinnatifida ao longo do tempo já era de esperar pois trata-se de uma espécie que têm variações sazonais. A recuperação da comunidade por outras espécies registada vai igualmente de acordo com o reportado por diversos autores. A componente florística encontrada não acrescenta adições à flora algal dos Açores. De salientar, no entanto, a presença de vários taxa considerados até ao momento raros na flora algal do arquipélago.