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- Megabalanus azoricus (Pilsbry, 1916) : building a scientific basis for its managementPublication . Dionísio, Maria Ana Manso; Costa, Ana Cristina de Matos Ricardo; Rodrigues, Armindo dos SantosEste estudo centrou-se na constituição de uma base científica para a gestão da exploração comercial craca gigante Megabalanus azoricus (Pilsbry, 1916),um recurso muito apreciado nos Açores. Apesar destas cracas serem capturadas e vendidas para consumo humano, até o início deste Doutoramento, eram escassos os estudos científicos tendo M. azoricus como espécie alvo. A tese aqui apresentada constitui uma compilação de elementos científicos para apoio á decisão para a gestão sustentável desta espécie. O trabalho final apresenta-se dividido em cinco capítulos principais constituídos por seis artigos científicos, quatro dos quais estão aceites e publicados, um em fase de revisão e 1 submetido. Todos os artigos estão publicados/submetidos em revistas científicas internacionais indexadas. A redescrição de M. azoricus assentou na descrição de características morfológicas até então desconhecidas para esta espécie (e.g. detalhes dos cirros). Neste trabalho para além da confirmação da descrição efectuada por Pilsbry, em 1916, estudaram-se também aspectos morfométricos. Estes dados são úteis para identificação da espécie em novas localizações e contribuir significativamente para a gestão de M. azoricus. Na segunda parte do trabalho, é apresentado, pela primeira vez, o desenvolvimento larvar de M. azoricus com descrição detalhada das larvas, enfatizando as mudanças no tamanho, forma, morfologia geral e de duração de cada estádio. Para investigar a segurança alimentar do consumo de cracas foram avaliadas as concentrações de 10 metais - As (Arsénio), Cd (cádmio), Cr (Crómio), Cu (Cobre), Mn (manganês), Pb (Chumbo), Rb (Rubídio), Se (Selénio), Sr (estrôncio) e Zn (Zinco) - em três tipos de tecido de exemplares desta espécie. Foram encontrados níveis alarmantes de As e Cd no músculo, ovários e cirros. Tendo em consideração a ausência de indústria pesada na região, foi atribuída como fonte não-antropogénica vulcânica. As cracas, em particular M. azoricus, parecem ser bons bioindicadores de metais nestes peculiares ambientes insulares vulcânicos. Como sabemos, a exploração de marisco nos Açores tem sido caracterizada como sendo de pequena escala e artesanal, assumindo-se portanto, como sustentável. O primeiro passo para compreender a dinâmica deste tipo de pesca nos Açores, foi efectuar uma análise conjunta da estatística das descargas em lota e inquéritos realizados a diferentes utilizadores (residentes, turistas e restaurantes). Desenvolveu-se um novo índice de avaliação de recurso com base nos desembarques e preços praticados em lota cuja aplicação revelou algumas diferenças entre as ilhas. A ilha Terceira é a ilha onde existe maior valorização deste recurso. A análise dos inquéritos a restaurantes, moradores, turistas e desembarque de cracas, revela um mercado paralelo de dimensões desconhecidas que levanta grandes entraves na avaliação real e precisa da exploração deste marisco. De uma outra perspectiva, não muito distante de Megabalanus azoricus, a história das cracas açorianas é vista de duas vertentes. Uma visão do passado, com a primeira descrição de Zullobalanus santamariaensis, craca fóssil endémica do arquipélago. E, uma vertente futurista, que reflecte a "recente" problemática das espécies exóticas nos Açores. Estas "novas" espécies introduzidas podem afectar as comunidades através da perda de biodiversidade, provocando sérios danos quer ao nível económico, quer na saúde pública. Fazem-se considerações sobre a morfologia e o ciclo de vida da família Balanidae e levantam-se algumas hipóteses relacionadas sobre o seu potencial invasor.