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- Avaliação da eficácia das lavagens sanitárias em embriões de bovinos produzidos in vitro, infectados pelo serótipo 17 do vírus da língua azulPublication . Marques, Ana Rita da Costa Nunes de Brum; Silva, Joaquim Fernando Moreira da; Marquant-Le Guienne, Brigitte; Baron, EricaA língua azul (BT) ou febre catarral ovina (FCO) é uma doença epizoótica de etiologia vírica que afecta os ruminantes. É de transmissão vectorial e está incluída na lista de doenças de declaração obrigatória nacional e europeia, e no código sanitário para os animais terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Com a realização deste trabalho pretendeu-se: aferir, através de PCR-quantitativo em tempo real (qRTi-PCR), se o vírus contamina os ovócitos utilizados na produção in vitro de embriões; verificar se o protocolo da Sociedade Internacional de Transferência de Embriões (IETS) de lavagem de embriões antes da sua transferência é efectivo para a descontaminação desses embriões quando expostos a diferentes concentrações de BTV-17 através de qRTi_PCR e avaliar se o vírus BTV-17 afecta a fertilização e o posterior desenvolvimento embrionário até ao sétimo dia após a fertilização. Para isso, no laboratório de fertilização in vitro (FIV) da “UNCEIA” localizado em Maisons-Alfort, Paris, utilizaram-se um total de 1124 ovócitos de bovino, usados em quatro manipulações e divididos em três grupos: Grupo I – Grupo Controlo (210 ovócitos); Grupo II – Grupo experimental em que 623 ovócitos foram contaminados com BTV-17 e 100 com BTV-8; Grupo III – Grupo experimental em que 191 ovócitos foram cultivados em meio MEM, sem a presença de vírus. Os ovócitos pertencentes ao Grupo II foram divididos em: Grupo II a), em que os ovócitos (n=207) foram contaminados com BTV-17 (1x105 TCID50/mL); Grupo II b), em que os ovócitos (n=207) foram contaminados com BTV-17 (5x105 TCID50/mL); Grupo II c), em que os ovócitos (n=209) foram contaminados com BTV-17, (100x105 TCID50/mL); Grupo II d), em que os ovócitos (n=100) foram contaminados com BTV-8 (5x105 TCID50/mL). Antes de serem divididos em diferentes grupos, um total de 90 ovócitos foram usados para confirmar se nenhum estava contaminado com o vírus BTV. Após a contaminação, os ovócitos foram maturados, fertilizados e cultivados in vitro durante sete dias, após o que os embriões foram avaliados recorrendo a critérios morfológicos e lavados de acordo com as regras da IETS, sendo posteriormente avaliada presença do vírus da língua azul quer nos embriões, quer no líquido de lavagem, utilizando o Kit TaqVet® Bluetongue Vírus All Genotypes e a qRTi-PCR. No total, 234 embriões foram produzidos no grupo controlo, no contaminado com BTV-17 e no grupo em que os ovócitos foram cultivados em MEM. Para o grupo em que os ovócitos foram contaminados com BTV-8, um total de 20 embriões foram produzidos. Não foram observadas diferenças significativas para a produção de embriões para os diferentes grupos. Com este trabalho concluiu-se que: o vírus contamina os ovócitos utilizados na produção de embriões in vitro, mesmo estes tendo a zona pelúcida intacta; as 10 lavagens do protocolo IETS antes da transferência não são suficientes para que o vírus seja eliminado dos embriões; o vírus BTV-17 não afecta a fertilização e o desenvolvimento do zigoto, nas concentrações testadas, até o 7º dia. Assim sendo, uma vez que o vírus não é eliminado nas lavagens e não afecta o desenvolvimento do embrião pode ser fonte de infecção cruzada via transferência de embriões (TE) em animais sãos.