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- Azoto ureico no leite (AUL/MUN) : uma ferramenta de gestão da qualidadePublication . Pimentel, Paulo Miguel dos Santos; Matos, José Estevam da SilveiraPara se obter um leite de qualidade a alimentação dos animais deve ser feita tendo em conta a composição de cada um dos elementos da dieta, fazendo com que a ração final seja equilibrada em todos os elementos, sendo imperativo a aplicação de um bom maneio alimentar das vacas, nomeadamente em relação à Proteína. Dada a atual conjuntura económica, os factores de produção de leite sofreram aumentos de preço avultados e dada a importância destes custos na produção de leite, o desperdício alimentar, em particular de proteína, tem um impacto muito significativo no rendimento financeiro das explorações leiteiras. Por outro lado, excessos na alimentação proteica têm consequências negativas em termos ambientais e na qualidade do leite para laboração industrial. O principal objetivo deste trabalho foi o de efetuar uma caracterização dos teores de AUL/MUN no leite das explorações leiteiras das Ilhas Terceira, Pico, Faial, São Jorge, Graciosa e São Miguel, de Janeiro a Setembro de 2011, bem como no leite das indústrias queijeiras da Ilha de São Jorge. Procurámos ainda averiguar possíveis relações deste parâmetro analítico com outros parâmetros da qualidade do leite, nomeadamente Teor de Gordura e Proteína. Para tal, em colaboração com o Serviço Regional de Classificação de Leite da Ilha Terceira (SERCLAT) e o Serviço Regional de Classificação de Leite da Ilha de São Miguel (SERCLASM) foram analisadas a totalidade das amostras de leite utilizadas para classificação de Leite, de Janeiro até ao mês de Setembro de 2011 das Ilhas Terceira, Pico, Faial, São Jorge, Graciosa e São Miguel, bem como de amostras de leite das cubas de três fábricas de queijo de São Jorge (DOP). Constatou-se que a análise do teor de azoto ureico no leite AUL/MUN é uma ferramenta bastante prática para monitorização da adequada e eficiente utilização do azoto em vacas leiteiras, dada a sua forma simples, barata e rápida de análise. Os valores obtidos neste estudo permitem concluir que o valor de Azoto Ureico no Leite (AUL/MUN) médio mensal por ilha, ao longo dos nove meses, não aponta para problemas de subalimentação ou sobrealimentação azotada, entre as diversas ilhas estudadas, registando-se diferenças significativas entre o valor máximo na Ilha Terceira e o mínimo na Ilha do Faial. A análise individual do parâmetro AUL/MUN por ilha permitiu-nos concluir que na Ilha de São Miguel a maioria dos produtores (78% - Janeiro, 73% Junho, 76% Julho e 63% Agosto) obteve valores de AUL/MUN considerados normais (12-18 mg/dl), exceto nos meses de Fevereiro a Maio em que os valores de AUL/MUN, para a maioria dos produtores (58%, 75%, 55% e 57%, respetivamente) foi inferior a 12 mg/dl. Relativamente à Ilha Terceira concluiu-se que os problemas de subalimentação são menos acentuados do que os registados em São Miguel. Quanto às Ilhas Graciosa, Pico e Faial os dados apontam para a existência de problemas de subalimentação proteica (AUL/MUN <12 mg/dl) bem marcados. No que se refere à Ilha de São Jorge também se constatou problemas de subalimentação contudo menos acentuados do que nas referidas ilhas. No caso dos produtores com Salas de Ordenha da Ilha Terceira observámos um menor número de produtores com problemas de subalimentação (<12 mg/dl) em relação ao universo total de produtores (5%, 14%, 9%, 1%, 13%, 12%, 5%, 19% e 10% de Janeiro a Setembro) da ilha e um elevado número de produtores localizados nos valores considerados normais (12 a 18 mg/dl). Contrariamente nos produtores com salas de ordenha da Ilha de São Miguel existem mais problemas de subalimentação, tal como é evidenciado para São Miguel na generalidade. Relativamente ao estudo efetuado, às amostras de leite de mistura das cubas destinadas ao fabrico de queijo das três fábricas da Ilha de São Jorge, concluímos que não existem diferenças significativas entre os valores de AUL/MUN dos produtores individuais e das cubas, no entanto, os mesmos resultados permitem afirmar que as maiores explorações, quase sempre com níveis mais elevados de produção por vaca, são contribuintes positivas para esta situação. Finalmente, no que diz respeito ao estudo de correlação efetuado entre AUL/MUN e Gordura e AUL/MUN e Proteína observou-se a existência de uma correlação positiva, contudo pouco significativa, entre AUL/MUN e a Gordura. Assim, concluímos que a correlação encontrada embora fraca entre AUL/MUN e Teor de Gordura por si só, desperta algum interesse, motivo pelo qual se justificaria um estudo mais aprofundado. Face aos resultados obtidos, recomendamos vivamente a determinação dos valores de AUL/MUN nas amostras de leite utilizadas correntemente para a classificação de leite, pois sem custos acrescidos esta representa uma ferramenta útil para a avaliação da eficiência de utilização do azoto em vacas leiteiras, permitindo aos produtores ajustar os teores de proteína bruta da dieta às necessidades das vacas, potenciando a produção, bem como a otimização do uso de adubos azotados minimizando-se, quer os custos, quer os impactos ambientais.
- Potencial de nitrificação líquida em solos na Ilha TerceiraPublication . Ferreira, Nélia de Fátima Rocha; Mendes, João Filipe Coutinho; Pinheiro, Jorge Alberto Vieira FerrazA mineralização do azoto é um dos processos mais importantes de transformações biológicas que ocorrem no solo. O presente trabalho teve como principal objectivo avaliar a taxa potencial de nitrificação líquida do azoto, pelo método biológico de incubação aeróbia de longa duração (154 dias) em laboratório, determinando assim a sua relação com as características dos solos, contribuindo para o estudo da nitrificação do azoto em solos representativos da ilha Terceira. Nos 21 solos estudados, a nitrificação líquida variou entre 0,0152 e 0,5668 mg Kg N, convertendo para ha/ano, variou entre 4,9 e 228,5 Kg N/ha ano. Verificou-se a relação do pH, azoto, carbono, matéria orgânica, relação C/N, teor de argila e altitude com a taxa de nitrificação potencial, através da regressão linear simples para verificar a influência de cada parâmetro na taxa de nitrificação, e por regressão linear múltipla com selecção de variáveis stepwise a fim de correlacionar todas as variáveis independentes, com a taxa de nitrificação. O pH e o teor de azoto nos solos foram significativas (p<0,05). A relação do pH demonstrou p=0,01. A relação entre a matéria orgânica, o teor de carbono, o teor de argila, os metais pesados, a relação C/N e a altitude, com a taxa de nitrificação obtida, não foram significativos (p>0,05). A relação C/N como factor isolado não influenciou a taxa de nitrificação (R2=0,21). Quando correlacionada com as outras variáveis, mostrou-se relevante para o processo de nitrificação. O teor de azoto presente nos solos demonstrou influenciar significativamente (p<0,05) e apresentou um valor de R2= 0,39. Quando correlacionado com todos os outros factores analisados, não se mostrou significativo. Através da regressão linear múltipla por stepwise, em que se correlacionaram todas as variáveis independentes (pH, MO, C, N, teor de argila, metais pesados, relação C/N, altitude) conclui-se que os efeitos do pH e da relação C/N são significativos para o teor de nitrificação registado nos solos estudados, com valores de R2 de 0,44 e 0,21, respectivamente. A relação C/N dos solos analisados variou entre 8,7 e 13,7.