DGEO - Dissertações de Mestrado / Master Thesis
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Dissertação de Mestrado. Nível intermédio de uma dissertação (4 ou 5 anos de estudo). Contempla também dissertações do período pré-Bolonha para graus académicos que agora são reconhecidos como grau de mestre.
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- Lagos vulcânicos dos Açores : caracterização geoquímica e monitorização vulcanológicaPublication . Antunes, Paulo Custódio Pires; Cruz, José Virgílio de Matos FigueiraA contribuição da hidrogeoquímica dos lagos vulcânicos para a vigilância vulcânica é uma área de estudo muito recente quando comparada a outras técnicas que têm o mesmo objectivo. Com efeito, o estudo destas massas de água, quando em contacto com fluidos de origem magmática, permite um melhor conhecimento destes sistemas vulcânicos. Esta área de estudo é mais um meio que se coloca à disposição da vigilância vulcânica. O interesse no estudo destes reservatórios naturais onde ocorre, por vezes, a condensação de gases vulcânicos ou a mistura com águas termais onde poderá existir a acumulação de fluidos extremamente acidificados, ganhou uma maior atenção após a libertação de CO2 nos lagos Monoun (1984) e, principalmente, no lago Nyos (1986), nos Camarões. Em resultado, o número de contribuições científicas relativo à problemática dos lagos vulcânicos tem aumentado sustentadamente. Os registos históricos nos Açores, nomeadamente na ilha de São Miguel, relatam erupções vulcânicas ocorridas no interior de lagos vulcânicos, bem como mudanças nestes sistemas lacustres relacionadas com este evento, os quais chegaram a secar durante as crises vulcânicas. No entanto, os estudos hidrogeoquímicos nos lagos vulcânicos do Arquipélago dos Açores são muito esporádicos. De forma a colmatar esta lacuna de informação foi planeado um levantamento hidrogeoquímico de uma amostra representativa de lagos vulcânicos dos Açores, visando, para além da caracterização das águas, contribuir para a construção de uma base de dados essencial para a monitorização vulcanológica. Em virtude do tempo disponível para a elaboração deste estudo e dos meios logísticos disponíveis, optou-se por fazer uma sistematização das principais lagoas da ilha de São Miguel e da ilha Terceira. Assim, foi possível a recolha de dados pioneiros inexistentes até então. Os elementos físicos e químicos analisados foram: o pH, a temperatura, a condutividade eléctrica, os sólidos totais (STD), o CO2 livre e total, o Na+, o K+, o Mg2+, o Ca2+, o HCO3-, o Cl-, o SO42-, e a SiO2. Também foram enviadas para o Activation Laboratories Ltd (Canadá) amostras de águas de diversas lagoas para a determinação dos elementos maiores, menores e em traço. Os dados de geoquímica publicados, sobretudo os que se encontram disseminados no âmbito de outros estudos não directamente relacionados com a temática do presente trabalho, foram compilados para a presente investigação. Os resultados das análises efectuadas permitiram identificar aumentos de concentração significativos, nomeadamente do dióxido de carbono total, no fundo dos lagos. Além da contribuição do CO2 livre a partir da degradação da matéria orgânica, há a possibilidade de parte deste aumento de concentração se dever à contaminação das águas dos lagos por fluidos de origem magmática. Os dados que sugerem esta contaminação vulcânica foram registados em lagos localizados nos três complexos vulcânicos (Sete Cidades, Fogo e Furnas) da ilha de São Miguel. Relativamente às lagoas da ilha Terceira, os resultados denotam a influência de contaminação de sais marinhos, excepção feita à lagoa do Algar do Carvão que apresenta valores em sílica elevados em relação aos restantes lagos do Arquipélago dos Açores. Este resultado permite extrapolar a possível existência de descargas de águas hidrotermais neste sistema. De todos os lagos do Arquipélagos dos Açores, o da Furna do Enxofre (ilha Graciosa) apresenta concentrações muito elevadas nos diferentes parâmetros analisados em relação aos demais lagos estudados, um resultado que se interpreta como resultante da contaminação vulcânica.
- Geologia estrutural da região Povoação-Nordeste (Ilha de São Miguel, Açores)Publication . Carmo, Rita (Lúcio); Madeira, José (Eduardo de Oliveira); Gaspar, João L. (Luís Roque Baptista)[…]. Devido ao contexto geotectónico em que se inserem, as ilhas dos Açores são palco de uma actividade sísmica e vulcânica significativa. Desde o seu povoamento, no século XV, existem testemunhos de importantes crises sísmicas, com abalos, em geral, de magnitude intermédia a fraca. Menos frequentemente têm ocorrido, também, terramotos com magnitude elevada, de que é exemplo o sismo de 1980 que ultrapassou a magnitude 7. Relativamente à actividade vulcânica, foram registadas pelo menos 26 erupções nos grupos central e oriental nos últimos cinco séculos. O objectivo principal do presente trabalho consistiu no estudo tectónico da região Povoação-Nordeste. Para isso, identificou-se e procedeu-se à cartografia das falhas e à sua caracterização geométrica e cinemática. […].
- Caracterização do depósito Sete-P11 (Sete Cidades, São Miguel, Açores): implicações para a história eruptivaPublication . Gonçalves, Paula Alexandra Sá da Silva; Pacheco, José; Queiroz, Maria GabrielaNa extremidade W da ilha de São Miguel, no arquipélago dos Açores, localiza-se o maciço das Sete Cidades, formado por um vulcão central com caldeira, numerosos cones de escórias, alguns cones de pedra-pomes, domos e maars. No decurso da história eruptiva do vulcão, registaram-se eventos tanto explosivos como efusivos, tendo o material extruído dado origem a depósitos vulcaniclásticos e escoadas lávicas (Queiroz, 1987). O depósito Sete-P11 é o resultado de uma erupção explosiva, com centro no interior da caldeira, ocorrida há 2220±70 anos B.P., depois de um período de repouso do vulcanismo intracaldeira (Queiroz, 1997). De um modo geral, é um depósito constituído por lapilli e cinzas pomíticas, rico em líticos, apresentando cristais soltos de feldspato. Evidencia grande dispersão, tanto na direcção NE-SW como para SE, provavelmente por corresponder à maior erupção ocorrida no Vulcão das Sete Cidades nos últimos 5000 anos. A estratigrafia, a granulometria e as características morfológicas dos clastos que constituem o depósito Sete-P11 forneceram neste trabalho informações preciosas no que diz respeito aos mecanismos de fragmentação e de transporte a que os clastos estiveram sujeitos durante a erupção. Este estudo permitiu concluir que o depósito é constituído por duas unidades principais. A unidade de base (U1) é constituída por lapilli pomítico de queda, médio a grosseiro, verificando-se a ocorrência de alguns blocos de pedra-pomes e de líticos. As análises granulométricas e morfológicas permitiram verificar que a pedra-pomes apresenta características que a associam à fragmentação magmática. Durante esta primeira fase da erupção a água teve um papel menos importante nos processos eruptivos. A unidade seguinte é um pouco mais complexa devido à sua heterogeneidade, resultante de uma maior entrada de água no sistema. Deste modo, o depósito apresenta uma sucessão de leitos de lapilli pomitico, por vezes rico em líticos, e leitos de cinzas pomíticas. Predominam os leitos de queda, no entanto distinguem-se alguns de fluxo do tipo surge. Os processos de fragmentação que lhes deram origem são predominantemente hidromagmáticos.
- Domos e Coulées da Ilha Terceira (Açores) : contribuição para o estudo dos mecanismos de instalaçãoPublication . Pimentel, Adriano Henrique Gonçalves; Pacheco, JoséA ilha Terceira distingue-se das restantes ilhas do arquipélago dos Açores, pela sua notável abundância de domos e coulées. Estas formas vulcânicas resultantes do vulcanismo essencialmente efusivo ou de reduzida explosividade, encontram-se frequentemente associadas no tempo e no espaço a importantes episódios de actividade explosiva. Estas lavas traquíticas (s.l.) correspondem aos produtos vulcânicos com maior expressão na história eruptiva recente desta ilha (< 23 000 anos). Os domos e as coulées ocorrem principalmente nos vulcões de Santa Bárbara e do Pico Alto, onde se podem observar importantes concentrações no interior das suas caldeiras e ao longo dos seus flancos. Com este trabalho, pretendeu-se contribuir para o estudo das lavas de natureza traquítica (s.l.) da ilha Terceira e particularmente dos seus mecanismos de instalação. Para tal, procedeu-se à caracterização geomorfológica e geoquímica destas lavas, e posterior modelação da dinâmica de instalação das coulées. No estudo da distribuição espacial dos centros eruptivos dos domos lávicos e das coulées, verificou-se a existência de extensos alinhamentos, de orientação geral WNW-ESE a NW-SE, sugerindo que a erupção destas lavas, alimentadas de profundidade por sistemas de diques, é fortemente condicionada pelo campo de tensões regionais, embora este se encontre, por vezes, localmente subjugado por tensões magmáticas. A caracterização geomorfológica das lavas traquíticas (s.l.) dos vulcões de Santa Bárbara e do Pico Alto permitiu concluir que tanto os domos como as coulées, de ambos os vulcões, apresentam morfologias muito semelhantes e não demonstram diferenças significativas em termos morfométricos. A análise morfométrica destas lavas indicou que os domos seguem um padrão de crescimento geométrico, dominado por um regime de instalação essencialmente endógeno. No caso das coulées, as baixas correlações observadas entre os parâmetros morfométricos dificultam a descrição do seu processo de extrusão e sugerem uma dinâmica de instalação mais complexa. Em termos composicionais, as rochas dos domos e das coulées correspondem a traquitos e riolitos de natureza hiperalcalina. A sua mineralogia é constituída essencialmente pelas mesmas fases minerais, tanto na geração fenocristalina como na geração microfenocristalina, com nítido predomínio de feldspato alcalino. Neste contexto, o Vulcão do Pico Alto distingue-se do Vulcão de Santa Bárbara pela presença de anfíbola nas suas rochas. O estudo geoquímico destas rochas permitiu reconhecer o papel da cristalização fraccionada como o processo fundamental da sua diferenciação magmática. Os comportamentos divergentes observados nas séries dos dois vulcões foram atribuídos a diferentes condições de fO2 durante a sua evolução magmática, como resultado de processos de desgaseificação distintos. A modelação da dinâmica de instalação das coulées da ilha Terceira permitiu uma melhor compreensão dos principais processos físicos envolvidos, mas também a reconstituição das condições que presidiram à sua extrusão. O modelo físico desenvolvido neste trabalho segue uma abordagem determinística simplificada para descrever a dinâmica de instalação destas lavas. Este modelo integra um conjunto de equações que permite quantificar os efeitos dos principais factores que condicionam o desenvolvimento das lavas. Os resultados obtidos demonstram que o modelo reproduziu com sucesso a gama de comprimentos máximos observados nas coulées da ilha Terceira. As principais divergências registadas entre a solução do modelo e as dimensões destas lavas, podem dever-se a ligeiras diferenças das condições eruptivas iniciais das coulées. Deste modo, foi possível obter um melhor conhecimento das condições dominantes no momento da erupção destas lavas traquíticas (s.l.).
- Águas minerais da ilha de São Miguel (Açores) : caracterização hidrogeológica e implicações para a monitorização vulcanológicaPublication . Freire, Pedro Artur Teles; Cruz, José Virgílio de Matos FigueiraA origem vulcânica dos Açores explica a existência de abundantes recursos hidrominerais, com emergências disseminadas por quase todo o arquipélago, com principal incidência em São Miguel. Estas águas apresentam uma elevada variabilidade de tipos químicos e de magnitude de mineralização, em virtude das influências sofridas até à emergência, e correspondem na maioria a descargas de aquíferos de altitude em vulcões activos. As primeiras referências a estas águas surgem nas primeiras crónicas relativas aos Açores e desde cedo foram utilizadas devido as suas propriedades minero-medicinais. O ressurgimento da importância dos recursos hidrominerais justifica um esforço redobrado na caracterização dos mesmos e na preservação dos seus dados analíticos para fins científicos. Desta forma o presente trabalho vai ao encontro destas premissas, apresentando a seguinte estrutura: O primeiro capítulo visa enquadrar teoricamente o tema da vigilância vulcânica, através de uma descrição sumária das respectivas técnicas (geofísicas, geoquímicas e geodésicas). Especial realce é dado à monitorização hidrogeoquímica, com vista à criação de uma linha de base que representa a actividade em dormência dos vulcões em estudo. O segundo e o terceiro capítulos são dedicados à caracterização da área em estudo e à discussão genérica das descargas minerais disseminadas na ilha de São Miguel, em termos geográficos, vulcanológicos e hidrogeológicos. O quarto capítulo apresenta a recolha e validação efectuada dos dados hidrogeoquímicos históricos, importantes para o conhecimento actual acerca da composição das águas minerais em São Miguel. O quinto capítulo refere-se ao desenvolvimento de uma base de dados hidrogeoquímicos denominada HYDROVULC. Nele descreve-se a estrutura física da mesma e as dificuldades no tratamento da informação proveniente da exaustiva pesquisa bibliográfica, particularmente ao nível da uniformização da nomenclatura e das unidades dos parâmetros físico-químicos. Por último, no capítulo seis, abordam-se os resultados analíticos de elementos maiores, menores e em traço em águas minerais na ilha de São Miguel, obtidos nas campanhas de campo que decorreram entre 2005 e 2006, perspectivando-se a identificação dos processos modificadores da composição química. A importância destes resultados para a vigilância vulcânica em São Miguel é discutido através da apresentação de diversos casos de estudo, nomeadamente os pontos de água mineral denominados de Ladeira Velha, Caldeiras da Ribeira Grande, Lombadas, Água Azeda, Caldeira Grande, Caldeira da Lagoa das Furnas e Torno.
- Estudo da desgaseificação difusa no Vulcão das Furnas (Ilha de S. Miguel) : o caso do ²²²RnPublication . Silva, Catarina Paula Pacheco da; Ferreira, Teresa de Jesus Lopes[…]. A área de estudo do presente trabalho centra-se no Vulcão das Furnas, um dos três vulcões centrais da ilha de S. Miguel. Este vulcão é conhecido pela sua significativa desgaseificação, nomeadamente pela presença de campos fumarólicos e de nascentes de água termal e gaseificada. O presente trabalho enquadra-se no âmbito do estudo de desgaseificação difusa através dos solos na freguesia das Furnas, localidade situada na caldeira deste vulcão, apresentando-se a cartografia de ²²²Rn e de anomalias térmicas e os resultados dos ensaios de monitorização contínua de ²²²Rn no solo e da qualidade do ar interior de uma habitação. […]. Deste trabalho ressalta o facto da desgaseificação difusa de radão através dos solos apresentar uma distribuição espacial semelhante à cartografada para o CO2 denotando a importância que a presença do reservatório hidrotermal tem neste processo de desgaseificação. Adicionalmente, este trabalho evidencia a possibilidade deste gás estar presente no interior de habitações, em concentrações muito superiores às recomendadas pelas entidades portuguesas regulamentadoras da qualidade de ar interior, e como tal, constituir um factor de risco para a saúde pública. Assim, torna-se necessário, no futuro, continuar a desenvolver trabalhos, neste vulcão, quer no âmbito da monitorização sismovulcânica, quer no que diz respeito à caracterização da qualidade do ar no interior de um maior número de habitações, no sentido de melhor avaliar a extensão dos potenciais efeitos em termos de saúde pública.
- Caracterização geoquímica dos sedimentos de fundo e em suspensão dos principais cursos de água na ilha de São MiguelPublication . Melo, António Paulo Gomes da Silva; Coutinho, Rui Moreira da Silva; Cruz, José Virgílio de Matos FigueiraO primeiro objectivo de um estudo geoquímico é a determinação da abundância relativa e/ou absoluta das várias espécies químicas presentes num dado meio. A partir destes estudos iniciais, pretende caracterizar processos químicos e geológicos, numa tentativa final de modelação dos sistemas. A caracterização geoquímica das rochas no arquipélago dos Açores já foi alvo de numerosos estudos, processo indispensável para o conhecimento existente. Com o presente trabalho, pretende-se estudar a composição geoquímica dos sedimentos em suspensão e de fundo, frutos da erosão física e química dos solos e rochas causada pelos cursos de água, de forma a estabelecer comparações entre as características geológicas das bacias hidrográficas envolvidas e identificar os processos geoquímicos subjacentes. Com este objetivo em mente, recolheram-se 11 amostras de sedimentos de fundo ao longo dos quatro principais cursos de água de São Miguel. Também se recolheram amostras de água para análise química e estudo dos sedimentos em suspensão. Com base nesta amostragem foi possível determinar a assinatura geoquímica dos sedimentos das quatro ribeiras estudadas, com variação apreciável nos elementos maiores de acordo com a bacia (valores máximos de sílica e potássio na Ribeira Grande, e de ferro, magnésio e cálcio na Ribeira do Guilherme), e a proximidade das concentrações da maioria dos elementos menores e em traço entre as estações da mesma ribeira. A identificação dos sedimentos após tratamento granulométrico apresenta uma correlação clara com as análises geoquímicas. Com efeito, quer as fases minerais identificadas, quer os líticos, são compatíveis com as análises geoquímicas e as progressivas variações litológicas ao longo do curso de água. A caracterização geoquímica dos sedimentos em suspensão das ribeiras mostrou que, para as quatro amostras estudadas, as concentrações dos diversos elementos apresentam maiores semelhanças entre si do que propriamente aos sedimentos de fundo correspondentes. A natureza geoquímica das partículas analisadas parece depender mais das argilas e solos das bacias correspondentes, do que do tipo de rochas. Relativamente à composição química das águas correntes, esta varia de uma forma coerente ao longo do curso de água e entre as quatro ribeiras estudadas. Todas as águas, com excepção das recolhidas na Ribeira do Guilherme e Ribeira da Povoação, pertencem à fácies bicarbonatada sódica. As restantes apresentam valores de sódio, cálcio e magnésio que as colocam nos tipos intermédios de águas bicarbonatadas calco-sódicas, bicarbonatadas sódico-cálcicas e bicarbonatadas sódico-cálcico-magnesianas. Os valores médios obtidos para a condutividade mostraram-se semelhantes para as ribeiras da Ribeira Grande e Furnas, respectivamente 383 e 349 μs/cm. A condutividade média na ribeira da Povoação e do Guilherme, foi respetivamente 209 e 104 μs/cm (apenas uma análise para a ribeira do Guilherme). O pH e a temperatura revelaram alguma variação entre estações da mesma Ribeira, com valores entre os 5,2 e 8,97 para o pH e temperaturas entre os 15,4 e 25,6ºC. O estudo efetuado permitiu concluir que as características geoquímicas estão de acordo com o conhecimento geológico existente para as áreas selecionadas. Pontualmente, há ainda características reconhecíveis como resultantes da influência das manifestações do vulcanismo secundário.
- Estudo hidrogeológico do flanco norte do vulcão central do fogo (São Miguel - Açores)Publication . Cabral, Letícia Mónica Raposo; Cruz, José Virgílio de Matos Figueira; Coutinho, Rui Moreira da SilvaO estudo hidrogeológico do flanco norte do vulcão central do Fogo (São Miguel, Açores) consistiu na caracterização hidrogeoquímica de 46 pontos de água subterrânea, complementada pelo estudo de 12 pontos de água superficial na bacia hidrográfica da Ribeira Grande. Com o propósito de compreender a evolução hidrogeoquímica das águas, realizaram-se três amostragens, entre janeiro e junho de 2012, para registo da variação dos parâmetros físico-químicos das águas e para determinação dos catiões e aniões em solução. A caracterização hidrogeoquímica das águas subterrâneas no que diz respeito à temperatura (12,3ºC - 82,3ºC) contempla um número significativo de águas termais ortotermais e hipotermais. Os valores da condutividade média determinados em cada amostragem (respetivamente iguais a 330 μS/cm, 291 μS/cm e 425 μS/cm) indicam a presença de águas pouco mineralizadas Os valores de pH registados (entre 2 e 7 unidades de pH) indicam a presença de águas neutras e de águas com um caráter ácido muito pronunciado (fumarolas). Quanto à dureza total, de um modo geral são classificadas como águas brandas, apresentando valores de dureza total inferiores a 50 mg CaCO3/L. A avaliação do estado de equilíbrio das águas subterrâneas revela a subsaturação destas em calcite, dolomite e sílica amorfa e a sobressaturação em quartzo. No que respeita ao índice de saturação em calcedónia, encontram-se águas subsaturadas e sobressaturadas. As fácies hidrogeoquímicas predominantes nas águas subterrâneas são cloretadas sódicas, bicarbonatadas sódicas, sendo que se encontram fácies sulfatadas sódicas e águas cuja composição química se apresenta como uma mistura das fácies anteriormente referidas. Os principais processos hidrogeoquímicos modificadores da composição das águas subterrâneas são a interação água-rocha (em particular a dissolução de silicatos), a absorção de voláteis vulcânicos, a mistura com fluidos hidrotermais e o aquecimento por vapor. Por sua vez, as águas superficiais apresentam fácies hidrogeoquímicas bicarbonatadas sódicas a cloretadas sódicas, e, um ponto de recolha com fácies sulfatada sódica (refª14). A mistura com água subterrânea, enriquecida em determinados elementos, é a principal justificações para a evolução hidrogeoquímica apresentada pelas águas superficiais estudadas, não obstante a influência dos fatores ambientais, que também se fazem notar. Os resultados obtidos foram, ainda, relacionados com as classes de uso do solo presentes na área, a fim de se compreender a influência destas no quimismo apresentado pelas águas, mais propriamente nas concentrações das mesmas em nitratos. Considerando os valores médios de nitrato, todas as águas analisadas apresentam valores inferiores aos limites definidos por lei.
- Património geológico da ilha do Porto Santo e ilhéus adjacentes (Madeira): inventariação, avaliação e valorização como contributo para a geoconservaçãoPublication . Ferreira, Maria Raquel Vaz de Medeiros Lourenço; Pacheco, José Manuel Rodrigues; Cachão, Mário Albino PioA ilha do Porto Santo, formada durante o Miocénico, apresenta um vasto conjunto de valores naturais geológicos, herdados ao longo das suas várias fases de desenvolvimento, onde importantes processos erosivos e sedimentares também tiveram lugar. Resultou de processos magmáticos, marinhos tropicais e da última glaciação e é a confluência dos aspetos associados a estas três heranças geológicas que confere a Porto Santo elevada geodiversidade. Neste contexto, a presente dissertação pretende ser uma contribuição para a preservação desse património, uma vez que é apresentada e aplicada a metodologia de inventariação e quantificação dos seus geossítios. Estas etapas são fundamentais num processo de aplicação de estratégias de geoconservação. A inventariação foi subdividida em quatro fases: identificação de lugares com interesse geológico, avaliação qualitativa, seleção dos geossítios e caracterização desses locais. Desta etapa resultou uma base de dados com informações referentes a 20 geossítios relevantes, importantes para apoiar ações de gestão e de divulgação. Por sua vez, a quantificação englobou duas subetapas: a avaliação quantitativa e a seriação. Desta etapa resultou a seriação dos geossítios, instrumento também útil a ser considerado aquando da aplicação dos mecanismos de gestão. Dos 20 locais com interesse geológico analisados, 16 apresentam um elevado interesse científico, didático e/ou turístico. Destes, 5 têm valores acima da média, simultaneamente, para os três tipos de interesses considerados. Em termos de geoconservação 7 apresentam um nível elevado de vulnerabilidade; 4 obtiveram valores que lhes colocam num nível urgente no que concerne à prioridade de proteção global, sendo que os restantes evidenciam necessidade de proteção a médio prazo. Este cenário reflete a grande fragilidade do património geológico da ilha do Porto Santo pelo que urge serem tomadas as devidas medidas de geoconservação para a sua salvaguarda e preservação para as gerações vindouras. A posterior produção de material didático e de divulgação constitui uma forma útil e eficiente de valorização dos geossítios inventariados e avaliados.
- Contribuição para o conhecimento das sequências eruptivas dos vulcões do Fogo e das Furnas, entre Ribeirinha e Lomba da Maia, São Miguel (Açores)Publication . Ponte, Diana de Jesus Ferreira; Wallenstein, Nicolau Maria Berquó de AguiarO arquipélago dos Açores situa-se no oceano Atlântico Norte, na intersecção das placas litosféricas Norte Americana, Euroasiática e Africana, cuja geodinâmica proporcionou a origem vulcânica das suas ilhas. A ilha de São Miguel edificou-se em diversas fases, com a formação de sistemas vulcânicos centrais e fissurais que deram origem a uma grande diversidade de produtos variando desde as composições mais básicas às ácidas. Neste contexto, os vulcões do Fogo e das Furnas são dois dos três vulcões centrais activos da ilha de São Miguel, formando, em conjunto com o Sistema Vulcânico Fissural do Congro, a parte central da ilha. Os edifícios do Fogo e das Furnas formaram-se e evoluíram num registo de grande diversidade de estilos eruptivos, materializados quer em actividade associada ao vulcanismo de natureza basáltica, presente no vulcanismo basal em escudo e/ou posteriormente na actividade eruptiva essencialmente desenvolvida nos seus flancos, quer no vulcanismo de natureza mais evoluída, com a produção de lavas e actividade explosiva de natureza traquítica, essencialmente associada às caldeiras daqueles vulcões. A estratigrafia da costa norte da zona central da ilha de São Miguel tem sido essencialmente estudada no contexto do Vulcão do Fogo. Por outro lado, os estudos da estratigrafia do Vulcão das Furnas têm-se concentrado, essencialmente, na zona das suas caldeiras e do seu flanco sul. A abertura de novas estradas no norte da ilha possibilitou a exposição de novos cortes geológicos, passíveis de documentação estratigráfica mais detalhada. O presente trabalho teve como objectivo principal a documentação e o estabelecimento de correlações estratigráficas na costa norte da zona central da ilha de São Miguel, de modo a tentar contribuir para um maior conhecimento da relação entre as estratigrafias dos vulcões do Fogo e das Furnas, neste sector da ilha. Documentou-se, em mais de sete dezenas de cortes geológicos, uma grande diversidade de produtos vulcânicos que, com base nas interpretações efectuadas por outros autores para os vulcões do Fogo e das Furnas e nas informações recolhidas neste trabalho, permitiu um melhor entendimento da estratigrafia desta região. Neste sentido, propôs-se uma organização estratigráfica em três unidades principais para a área de estudo, as quais foram devidamente enquadradas no âmbito das estratigrafias anteriormente propostas para os vulcões do Fogo e das Furnas. De um modo geral e nesta região, os produtos vulcânicos de natureza ácida são predominantes quer sobre a forma de escoadas lávicas, quer de depósitos piroclásticos. Nas zonas costeiras observam-se unidades ignimbríticas importantes: Ignimbrito de Santa Iria e Ignimbrito da Viola. As escoadas lávicas basálticas têm maior representatividade no sector leste da área estudada, a partir da freguesia de S. Brás. Foi possível complementar os dados estratigráficos das Formações do Porto Formoso, Chã das Gatas e Coroa da Mata, definidas por Wallenstein (1999) e propor uma nova unidade vulcanoestratigráfica: a Formação de S. Brás. Na área em estudo foram identificados depósitos, descritos como pertencentes aos últimos 5 000 anos da história dos vulcões do Fogo e das Furnas, tendo ainda sido caracterizados outros depósitos que não foi possível identificar, mas que foram igualmente enquadrados como de menor idade do que a Formação do Fogo A.