Browsing by Author "Haynes, Joanna"
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- An open-ended story of some hidden sides of listening or (what) are we really (doing) with childhood?Publication . Haynes, Joanna; Costa Carvalho, MagdaO artigo surge de um acontecimento partilhado que se transformou numa experiência: a descoberta de um pedaço infantil de papel, a caminho de uma conferência sobre filosofia nas escolas, e como esse encontro afeta as nossas posições educativas e práticas de investigação sobre a escuta das crianças. Movidas pela questão sobre o que significa escutar, somos levadas a um exercício de autoquestionamento inspirado por alguns dos autores que já escreveram sobre o tema, especificamente no contexto da comunidade de investigação filosófica. O pensamento do texto desdobra-se com a narração da história sobre o pedaço de papel encontrado, atravessando diferentes camadas de questionamento e tentando manter a investigação aberta para os leitores: o que é que não sabemos sobre escutar as crianças? E até que ponto isso que não sabemos poderá ser a causa de práticas enviesadas e adultistas? Será necessário voltar ao que a filosofia é e onde pode ser encontrada dentro do ambiente escolar? Será que a filosofia já lá está quando os adultos chegam? Será que não estamos a escutá-la? Ou existem lugares específicos para diálogos e conversas filosóficas, tais como a sala de aula? A filosofia também é convidada para as margens desses espaços? Quem decide o que conta como filosófico? Não se trata de responder a perguntas ou de encerrar as nossas preocupações como educadoras e investigadoras, mas sim de partilhar com os leitores como até no lugar menos suspeito possível - um evento académico sobre trazer a filosofia para as escolas - podemos não estar a escutar as crianças. Ao regressar a este movimento de autoquestionamento, queremos ecoar algumas perturbações do pensamento e das práticas de escuta dentro do chamado movimento da filosofia para/com crianças: com este fenómeno do para/com; com a sua política e as suas relações; com alguns pressupostos que podem estar presentes nos dilemas da prática de educadores e investigadores; mas também com as suas ressonâncias estéticas, a beleza da perturbação, a (des)afinação do autoquestionamento, as questões que nos traz enquanto investigadoras e os espaços de dúvida e incerteza que nos oferece, enquanto hesitações ou ocasião para respirar. E talvez, pensamos, seja nesses entre-espaços, nas suas fendas e transições, que coisas importantes possam encontrar o seu caminho no nosso pensamento e nas nossas conversas sobre a infância. Tal como um pedaço de papel num quarto de hotel.