Browsing by Author "Freitas, Graciete Chaves"
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- Mulheres sobreviventes de violência conjugal : perspetivas sobre o início de novas relaçõesPublication . Freitas, Graciete Chaves; Caldeira, Suzana NunesEste estudo intitula-se Mulheres Sobreviventes de Violência Conjugal: Perspetivas sobre o Início de Novas Relações. Nele discutem-se aspetos relativos ao fim de relações conjugais abusivas e ao início de novas relações. Para melhor sustentar a discussão, procura-se, ainda, perceber a atitude de mulheres sobreviventes relativamente à legitimação da violência na intimidade e quais os seus valores de vida predominantes. Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, com enfoque qualitativo. Em termos específicos foram entrevistadas dezasseis senhoras sobreviventes de Violência Conjugal. O processo de entrevista (estruturada e semiestruturada) foi apoiado por quatro instrumentos de recolha de dados: ficha de caracterização sociodemográfica, escala de crenças da Violência Conjugal, inventário de valores de vida e guião da entrevista semiestruturada. Os dados recolhidos foram analisados de acordo com o paradigma interpretativo. Os principais resultados mostram que existe uma atitude generalizada de não legitimação da violência por parte das participantes, e que os valores mais salientes são a preocupação com o ambiente, a preocupação com os outros, a lealdade à família e ao grupo, a responsabilidade e a espiritualidade. Em termos de perspetivas acerca do início de novas relações observa-se que as entrevistadas parecem subordinar o papel de mulher/esposa/companheira ao de mãe. Observa-se, também, alguma preocupação em aceder a informações sobre o novo parceiro, principalmente no que se reporta à situação profissional, aos consumos e dependências e a comportamentos agressivos, recorrendo, essencialmente, ao diálogo. As motivações destas mulheres para iniciar uma nova relação parecem ser a necessidade de afeto e carinho e o evitar a solidão. As suas aspirações sobre a relação e sobre a vida em geral afiguram-se positivas, embora apontem como maiores receios/dúvidas/hesitações a desilusão e o medo de voltar a sofrer violência. As fontes de apoio a que recorrem são essencialmente os familiares e amigos. A conjugação destes dados parece sugerir que as entrevistadas, embora tenham conseguido desenvolver uma atitude de repúdio pela violência na intimidade, romper com o ciclo da violência doméstica e tentar iniciar novas trajetórias de vida, ainda se encontram em período de ajustamento, balançando entre o desconforto sobreveniente da relação maltratante e a ideia reconfortante de um futuro melhor.