Browsing by Author "Cruz, Ana Mafalda Gomes Vieira"
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- Contribuição para o estudo das comunidades zooplanctónicas das lagoas dos AçoresPublication . Cruz, Ana Mafalda Gomes Vieira; Gonçalves, Vitor Manuel da Costa; Raposeiro, Pedro Miguel Valente MendesO estudo das comunidades zooplanctónicas das lagoas dos Açores tem sido bastante negligenciado ao longo dos anos. Contudo, o zooplâncton é uma importante comunidade biológica nos lagos, uma vez que se insere nas cadeias tróficas entre os produtores e consumidores finais, podendo contribuir para a qualidade da água. Assim este trabalho tem como objectivos conhecer a composição taxonómica do zooplâncton dos lagos dos Açores, produzindo uma listagem de espécies; perceber se existem variações desta comunidade nas diferentes lagoas e ao longo do ano e quais os factores ambientais que modelam as comunidades zooplânctónicas. Neste sentido, procedeu‐se a uma amostragem, recorrendo a uma caixa de Schindler-Patalas de 30L, de 21 lagoas do arquipélago (profundas e pouco profundas) nas ilhas de São Miguel, Santa Maria, Pico, Flores e Corvo. As lagoas profundas foram amostradas nas quatro estações do ano, enquanto as lagoas pouco profundas apenas foram amostradas no Verão. Este trabalho conta com uma lista de 141 taxa de zooplâncton dulçaquicola para os Açores, contribuindo assim para o incremento do número de registos para 291 espécies de invertebrados de água doce e 2717 espécies animais registadas nos Açores. Apesar de, comparativamente aos sistemas continentais, os Açores apresentarem uma baixa diversidade zooplanctónica, parecem ser mais diversos do que outras ilhas oceânicas. Este facto poderá dever-se à distância do arquipélago ao continente, à idade geológica das ilhas, mas também à elevada diversidade de habitats de água doce que os Açores possuem, podendo constituir, assim nichos adequados ao zooplâncton. A ilha com mais taxa reportados é São Miguel, seguida das Flores, Pico e por último Graciosa e São Jorge. Estes dados poderão ser enviesados devido ao maior esforço de amostragem nestas ilhas ao longo dos anos, bem como ao elevado número de lagoas aqui existentes. A maior parte das espécies de zooplâncton são cosmopolitas, possuem uma elevada taxa de sucesso na dispersão e colonização e, neste trabalho, não parecem apresentar preferência pelo estado trófico da lagoa onde estão inseridas. Estes factos explicam a inexistência de diferenças nas comunidades zooplanctónicas das diversas ilhas e das lagoas profundas e pouco profundas. Contudo a comunidade em estudo apresenta variabilidades face à estações do ano. As espécies que contribuem mais para estas diferenças são espécies associadas a estados eutróficos e temperaturas mais altas que ocorrem no Verão. Assim a temperatura da água e o fotoperíodo apresentam uma relação positiva com esta comunidade, enquanto os minerais disponíveis na água como o cálcio e a sílica encontram-se negativamente relacionados.
