DBIO - Teses de Doutoramento / Doctoral Thesis
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Também documentos cujo grau seja igual ou mais elevado que TESE DE DOUTORAMENTO, mas não siga a Convenção de Bolonha, são colocados nesta categoria.
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Browsing DBIO - Teses de Doutoramento / Doctoral Thesis by Author "Botelho, Andrea Zita Costa"
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- Planeamento espacial marinho das áreas marinhas protegidas: o caso de estudo da ára protegida de gestão de recursos: Caloura - ilhéu de Vila Franca do CampoPublication . Botelho, Andrea Zita Costa; Costa, Ana Cristina de Matos Ricardo; Calado, Helena Maria Gregório Pina; Pérez Ruzafa, ÁngelA utilização crescente das zonas costeiras e marítimas e os efeitos das alterações climáticas, os riscos naturais e a erosão colocam sob pressão os recursos costeiros e marinhos. A fim de garantir um crescimento sustentável e preservar os ecossistemas costeiros e marinhos em prol das gerações futuras, é necessária uma gestão integrada e coerente. Nos Açores, é nas zonas costeiras que se concentram a maioria da população e das actividades económicas (e.g. indústrias, agricultura). Para além destas também as actividades marítimas (e.g. pesca, navegação, turismo, actividades recreativas), podem constituir uma ameaça ao equilíbrio do ambiente costeiro e marinho. Esta é uma situação particularmente sensível em regiões insulares em que a interdependência terra-costa-mar é particularmente evidente. A permanência de algumas actividades e usos em particular nas áreas marinhas protegidas (AMP), sem que haja uma adequação das mesmas, leva a questionar a sustentabilidade dos recursos, comprometendo o potencial existente à exploração ao nível de bens e serviços proporcionados pelos ecossistemas costeiros e marinhos (e.g. uso recreativo e pesqueiro). A eficácia das AMPs assenta na preservação da biodiversidade marinha através de uma gestão sustentável de pescas, controlo de poluição, manutenção dos habitats, assegurando a produtividade e a sustentabilidade dos usos. Nas AMPs tornam-se particularmente necessárias medidas de conservação para restringir o impacto das pressões naturais e humanas sobre os ecossistemas costeiros e marinhos. No entanto, actualmente a conservação apresenta-se cada vez mais interligada com as questões económicas e sociais, mantendo o objectivo de protecção dos ecossistemas sem descurar a parte económica, assegurando a viabilidade da pesca e outras actividades que dependem dos recursos marinhos, que são indispensáveis à sobrevivência das populações humanas insulares. A gestão destas actividades em AMPs é determinante para garantir a protecção da biodiversidade marinha e costeira. A atribuição de valor biológico e o conhecimento da distribuição da biodiversidade marinha, constituem passos fundamentais para o alcance de uma gestão eficaz e sustentável dos ecossistemas marinhos. Através deste conhecimento é possível adequar a gestão em áreas marinhas, às características específicas de cada local, e assim sustentar o processo de decisão. A identificação de lacunas e potencialidades no processo de gestão de áreas marinhas protegidas é essencial para o Planeamento espacial marinho (PEM) e definição da estratégia de gestão. Assim, para área em estudo para testar o PEM, foi considerada a Área Protegida de Gestão de Recursos da Caloura – ilhéu de Vila Franca do Campo. Para esta área foi obtida a distribuição espacial dos dados de biodiversidade, dados estes disponíveis na Base de dados Atlantis e os obtidos por observação directa por censos visuais (UVC - underwater visual census) que permitiram a elaboração de mapas de riqueza de espécies, valor biológico e mapas da distribuição espacial de espécies protegidas, raras ou ameaçadas. Desta forma, permitindo a identificação das áreas mais sensíveis e potencialmente ameaçadas. A atribuição de um valor biológico permitiu identificar áreas prioritárias para conservação. Considerando ainda as interacções entre os usos e as perspectivas dos utilizadores acerca das áreas marinhas, informação obtida quer por entrevistas aos ‘stakeholders’, questionários realizados e informação obtida durante o workshop de participação pública TER MAR, foi definido um planeamento para a regulação, gestão e protecção do ambiente marinho, através da alocação de espaço para os múltiplos usos, cumulativos e potencialmente conflituantes sobre o mar na AMP em estudo. O envolvimento dos diversos utilizadores de áreas marinhas no processo de participação pública revela-se fundamental para suporte do processo de decisão em matéria de criatividade nas acções e será crucial para a implementação de medidas eficazes de protecção e conservação. A integração de dados biológicos e sócio-económicos em sistemas de informação geográfica, permitiu desenhar uma proposta de zonamento das áreas marinhas dentro da AMP, constituindo uma base forte para o processo de decisão ao nível do planeamento e gestão da mesma. Esta proposta de zonamento integra três níveis de gestão incluindo “no-take” áreas (e.g. reservas marinhas sem actividades extractivas). A determinação das áreas sensíveis e das de maior valor biológico, bem como as áreas de maior intensidade de uso contribuíram para o objectivo comum de proposta de zonamento da APGR da Caloura – Ilhéu de VFC, como área de estudo para futuro processo de PEM em outras AMP do arquipélago dos Açores.