Departamento de Enfermagem, Saúde da Família e Comunidade
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Browsing Departamento de Enfermagem, Saúde da Família e Comunidade by advisor "Serpa, Margarida Damião"
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- Necessidades de formação em educação para a saúde em contexto escolar: contributos para os currículos de enfermagemPublication . Freitas, Lúcia de Fátima Mota Ferreira; Serpa, Margarida Damião; Pereira, Hélder RochaA educação para a saúde (EpS) em contexto escolar tem tido uma atenção crescente nas políticas públicas de educação e é reconhecida como uma área complexa e fundamental para o desenvolvimento de competências promotoras de saúde nas crianças e jovens. Esta área tem-se revelado num grande desafio para os profissionais de enfermagem. Deste modo, a formação em EpS, no quadro da formação inicial e/ou contínua em enfermagem, deverá ser construída de modo a que atenda às reais necessidades e às novas expetativas de desempenho profissional. O presente estudo, de cariz qualitativo, pretende, por um lado, conhecer problemáticas e explicações teóricas patentes na definição de necessidades de formação e na abordagem à EpS, no quadro da formação em enfermagem. Por outro, visa compreender como diferentes atores implicados na EpS em contexto escolar a perspetivam, como definem o perfil desejado de educador para a saúde e como descrevem as suas práticas, dificuldades e preocupações neste âmbito, a fim de se determinarem necessidades de formação na área em estudo. Para o efeito, foram realizadas entrevistas semiestruturadas a enfermeiros, professores, pais e alunos da ilha de S. Miguel (N=38). No tratamento da informação utilizou-se a análise de conteúdo com o recurso ao software Maxqda 10. Os resultados do estudo demonstram que os pais e os alunos revelam uma conceção de EpS do tipo mais transmissivo e os professores numa do tipo mais crítico e emancipatório. Os enfermeiros apresentam estes dois tipos com a mesma evidência. Os professores, pais e alunos consideram que EpS em contexto escolar é útil porque transmite conhecimentos e os enfermeiros porque promove a saúde. Enquanto os enfermeiros, professores e pais se revêm num perfil de educador para a saúde que apela ao desenvolvimento de características empático-relacionais (empatia, dinamismo, assertividade, entre outras), os alunos valorizam mais as competências didático/comunicacionais (capacidade de expressão e clareza na explicação). As estratégias de ensino mais referidas são a exposição com recurso ao Data show e os trabalhos de grupo. A área da saúde afetivo-sexual e reprodutiva é a destacada por todos como a prioritária a abordar. Os pais também priorizam a prevenção de consumos nocivos e os professores a prevenção da violência em meio escolar. A participação dos pais foi vista como reduzida. Estes consideram-na importante mas lastimam não serem mais solicitados. As preocupações mais apontadas pelos pais associam-se aos comportamentos de risco dos adolescentes e a dos professores e enfermeiros estendem-se à eficácia do ato formativo, independentemente da temática abordada. As dificuldades mais sentidas pelos enfermeiros e pais relacionam-se com a falta de formação, sobretudo ao nível da sexualidade, e as dos professores com as condições de trabalho. A análise de necessidades de formação seria, assim, uma operação prévia e imprescindível à determinação de objetivos de formação, capazes de estruturarem e melhor adequarem programas de formação.